terça-feira, 3 de novembro de 2009

Adeus, Mestre Verquete: a cultura brasileira e amazônida está de luto

Por volta do meio dia e pouco, 13h, faleceu o grande ícone da cultura paraense: Augusto Gomes Rodrigues, o Mestre Verequete. Ele que nasceu na comunidade chamada Careca, próximo à Vila de Quatipuru, em Bragança (PA), em 1916, tornou-se conhecido pela inventividade e pela construção de inúmeros canções de carimbó.

Aos 93 anos de idade, nos deixou esse extraordinário artista. Verequete tão bem traduziu e expressou a vida, a cultura e as lendas do paraenses. Agora, pós morte, talvez darão à esse verdadeiro mestro do Carimbó, ao Rei do mais famoso ritmo paraense, o devido reconhecimento pela sua luta e resistência em defesa do Carimbó. O velório será no Teatro da Paz, a prtir das 14h de hoje.

Adeus, Mestre Verequete!
*26/08/1916 - 03/11/2009.
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Depois de passar pelo Pronto-Socorro do Guamá e ser transferido, no dia 29 de outubro, para o Hospital Universitário Barros Barreto, Mestre Verequete, 93 anos, ícone da música paraense, deu entrada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) na tarde do último domingo, por complicações respiratórias decorrentes de um enfisema pulmonar. Seu estado é considerado grave.“Tudo começou com uma virose. Mas o quadro acabou se agravando para pneumonia. O antibiótico não estava fazendo efeito, por isso decidiram colocar ele no CTI”, explica Lucimar Rodrigues, filha do cantor.

Além da pneumonia, Verequete tem insuficiência respiratória aguda e respira com a ajuda de aparelhos. Ele permanece sedado. “Não podemos fazer nada, apenas esperar e rezar. Ele começou com outro antibiótico, mais forte. Temos que esperar 48 horas por alguma melhora”, diz Lucimar.A saúde de Verequete piorou há alguns dias. “Acho que no dia 24 nós fomos ao PSM, pois ele estava com falta de ar e febre. Os médicos fizerem alguns procedimentos e o liberaram. Depois de três dias, ele piorou. Retornamos e ele ficou internado”, lembra a filha.

Segundo Lucimar, a transferência para o Barros Barreto foi feita porque é lá que Verequete faz seu tratamento pulmonar. “Ele tem consulta todos os meses e toma remédios, mas o enfisema debilitou muito os pulmões. Qualquer resfriado pode ser um problema”, conta. A filha garante que o Mestre não está precisando de nada. “Temos um convênio com uma rede de farmácias que nos viabilizou todo o material necessário no CTI, como fraldas descartáveis”.

O único pedido dela é para a doação de cinco bolsas de sangue, de qualquer tipo, ao Hemocentro do Pará (Hemopa). “Caso ele precise de sangue, é necessário substituir. Quem for doar, tem que dizer que é para o senhor Augusto Gomes Rodrigues”, ressalta Lucimar.

MESTRE - Augusto Gomes Rodrigues, mais conhecido como Mestre Verequete, nasceu na localidade de Careca, próximo à Vila de Quatipuru, em Bragança, no dia 26 de agosto de 1916.
Aos três anos, após perder a mãe, mudou-se com o pai para Ourém, onde iniciou sua trajetória artística, no terreiro da negra “Piticó”. Aos 12 anos, mudou-se sozinho para Capanema, onde foi foguista quando trabalhou na Base Aérea, depois veio para Belém, e ganhou o famoso apelido. Cantor e compositor de carimbós, Verequete foi um dos primeiros divulgadores do ritmo nos subúrbios de Belém. Organizou o conjunto “O Uirapuru”, em Icoaraci, e gravou seu primeiro disco em 1970, reunindo uma série de temas de carimbó.

DOAÇÃO - A família de Verequete diz que não precisa de remédios ou de auxílio hospitalar, mas pede que sejam feitas doações de sangue ao Hemopa em favor de Augusto Gomes Rodrigues, nome real do cantor. (DIário do Pará)

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