quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Ghouta de esperança

Um print da destruição promovida por Assad contra o povo de Ghouta
"Hoje começou uma operação de resgate de 29 pessoas em estado crítico em Ghouta, após vários meses de negativas do governo Assad. O genocida Assad mantém, desde 2013, o cerco a cidade de Ghouta, próximo a Damasco, um reduto que ainda é controlado pelos rebeldes. 400 mil pessoas sofrem com este criminoso cerco, os mais afetados são as crianças, onde a desnutrição severa atinge cerca 12% das crianças menores de 5 anos. Assad prefere destruir a Síria e o povo sírio a entregar o poder. A Síria tem que ser livre e justa, sem as patas de Assad, Estado Islâmico, Putin, Trump, de países imperialistas e dos governos árabes capachos. Pela autodeterminação nacional ao povo curdo!"
(Taílson Silva, professor de Geografia)

Saiba mais em site de Portugal:

http://pt.euronews.com/2017/12/27/comecou-operacao-de-salvamento-humanitario-na-regiao-de-ghouta-oriental?utm_term=Autofeed&utm_campaign=Echobox&utm_medium=Social&utm_source=Facebook#link_time=1514363733

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O que significa a ocupação de Jerusalém?

por Miguel Lamas – UIT-QI

A ordem de Trump de transferir a embaixada ianque para Jerusalém respalda a pretensão israelense de apropriar-se de toda a cidade histórica, de profunda significação cultural e religiosa, e termina de desmontar a farsa da suposta “paz” baseada nos dois Estados (Israel e Palestina).

No tratado de Oslo de 1992, Yasser Arafat, o histórico dirigente palestino (falecido em 2004, envenenado por serviços de Israel) aceitou a ideia de um futuro Estado palestino localizado nos territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental (os territórios ocupados por Israel em 1967), que representam um conjunto de apenas 22% do território histórico palestino, e de reconhecer Israel em suas fronteiras anteriores a 1967, que ocupavam 78% da Palestina histórica. Um ponto importante desse acordo foi que Palestina conservaria a metade oriental de Jerusalém. Grande parte do povo palestino aceitou esse acordo, ainda perdendo muito, com a esperança de que por fim haveria paz. Porém o acordo foi uma armadilha.

Israel, com apoio imperialista, jamais aceitou na prática nenhum direito palestino a um Estado próprio, nem sequer nesses pequenos territórios. Colonizou Gaza e Cisjordânia com 400.000 colonos sionistas, ocupando as melhores terras e ficando com 95% das fontes de água e se adonou também da maior parte de Jerusalém Oriental. Ergueu um muro que está cercando os territórios habitados por 3 milhões de palestinos removendo-lhes 48% do escassos territórios que lhes sobrava, que está em sua maior parte ocupado militarmente por Israel.

Como se isso já não bastasse, periodicamente Israel lhes destrói suas fontes de água, arrancam suas oliveiras, base de sua economia agrícola, e bombardeia centrais elétricas e universidades. Em vários oportunidades bombardeou a pequena Faixa de Gaza e a submeteu a um bloqueio durante anos, afundando sua população no desemprego e na fome. Hoje já há outros 6 milhões de palestinos com seus filhos, netos e bisnetos refugiados em diversos países do Oriente Médio.
***
Traduzido por Lucas Andrade – CST-PSOL

sábado, 23 de dezembro de 2017

rio o riso


homem-peixe
homem-água
não mate a mata
seu moço
O rio Acará
O riso do menino
Guerreiro. mensageiro
Nem o estado fez
Menino fez
Mensagem de paz
Viva o rio
Viva o riso
Viva o menino!

foto e texto: marcus benedito

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Havia uma formiga no meio do caminho

por Eduardo Protázio

A caminho da Biblioteca pública, ainda na parada de ônibus, sob um sol de rachar a cuca, percebi que algo não andava bem. Para além do calor e o desconforto em suar desenfreadamente, assim melando e pregando o tecido da roupa na pele - o que seria normal, ou não, vide o já aparecimento do famoso “inverno amazônico” amenizando as temperaturas equatoriais -, algo estava distinto.
Outras sete, ou oito pessoas aguardavam seu transporte. Os borracheiros trabalhavam comumente à ilharga da via. Talvez a apreensão por carregar na bolsa um computador portátil e o temor do surrupio, já que assalto pras bandas dali têm sido constantes. Mas ainda não era isso. O tempo passa lento, arrastado. O sol e o calor certamente atrasam o relógio e a gente pena ainda mais. A espera do Tamoios, em pé, notei que havia uma formiga em mim. Exatamente. Uma formiga, dessas meio engrandecidas, grande o bastante para os parâmetros formigueiros, própria da família Formicidae e vinda do não-tão-distante reino Animália, e pertencente à ordem Hymenoptera.
Era isso que tirava a naturalidade do espaço-tempo. Mas sim, como pudera?!, justo em mim!? Não pude vê-la na hora, mas a senti. Caminhava com suas seis perninhas. Subia, descia. Prum lado, pra outro. Em meu ombro. Não, no braço. Pra lá e pra cá passeava o inóspito inseto. Noutro instante, após sacudir a camisa para enxotá-la de mim, a vi caminhando no interior da roupa, trepada em busca de uma saída, eu acho. Foi então que, para o meu espanto maior: tratava-se de uma cortadeira. Meio avermelhada, meio marrom. Agora não lembro bem, mas se confundia com o tom têxtil. No momento imediato tentei agarrá-la de maneira sutil, com um par de dedos no intuito de apenas lançá-la ao vento. Imaginei ter feito isso e logrado ao obejtivo.
Depois de um tempo breve subo no coletivo. Meio estabanado com um monte de bregueço nas mãos: bolsa, carteira, telefone móvel. Pago a passagem, ultrapasso a roleta, busco um bom lugar longe do sol. Troco de assento e me aquieto. Lendo Padura, curtos minutos depois, sinto a pequenina rival novamente caminhar em minhas entranhas. Passara pelo sovaco até se agarrar no tecido da vestimenta outra vez. Parece que sabia ter sido localizada. Sinto o seu passear e num instante prendo-a entre indicador e polegar.
Ainda em misericórdia, poupo a sua vida como antes. Solto-a e espano a camiseta com fervor. Uma simpática senhora, da outra fileira de assentos, me olha espantada. Devo ter estremecido a calmaria daquela viagem, mas o tremor da situação me exigia ações bruscas e, uma tensão maior me fazia voltar a suar descompassadamente. Não sentindo mais o pequeno ser, pensei: “deve ter saído, caído, morrido… sei lá”. Segui a leitura com Leonardo. Viagem que segue.
Em meio ao engarrafamento, na esquina das Mercês com a Almirante Barroso, o sol passara pro meu lado. Sentia-me incomodado. Tráfego parado. Aquele canto é fogo depois de uma da tarde. Foi aí que a miserável, brevemente esquecida, tornou a se mostrar. O trânsito anda. Para novamente. “Olha a água, caralho!!!!”, gritam da rua. Um vendedor pede pra subir. O motora nega. Ela me morde. Tensão. “Bora, água e refri!! Água e refri!! Água e refri!!”. Bem nas costas. Um pouco abaixo do ombro direito. Sujeitinha covarde. Indivíduazinha mais sem escrúpulos. Poderia, a partir daí, a minha vida entrar em um lento processo terminal. Seria um tiro letal? Lógico, com uma abocanhada do mal dessas.
Começo, então, inevitavelmente, a travar uma batalha mortal por minha vida e a tranquilidade que sonhara em ter numa simples ida à biblioteca. Era preciso arrancar aquelas duas pequena garras de minha carne rapidamente, antes que a gangrena chegasse. Senti a sua mordida voraz e de pronto a agarrei com força, muita força, que pode-se ouvir a quilômetros longínquos (só eu escutei, na verdade) o estalar de sua estrutura artrópode. Não tive dó, nem piedade. Esqueci da compaixão e sequer me passou pela cabeça o ditame do quinto mandamento de que fala um manuscrito religioso. Foi com tudo.
Durante uns seis, sete segundos a amassei, para vingar o que acabara de fazer. Atacar alguém por trás não é legal, não é leal e diz muito sobre o caráter de alguém. Logo vi que não caberíamos mais os dois no mundo. “Ou ela, ou eu”, pensava. Esmaguei-a rapidamente. Sacudi a roupa para lançá-la à própria sorte e cair no chão quente e metálico da condução. Pude, assim, trazer um pouco de paz à tensão que impunha o longo momento de convívio com a minúscula adversária.
Um tempo depois, ainda cogitando ser possível a vida da formiga não ter sido abalada fatalmente, pensava no que acabara de acometer: um homicídio violento a um ser que, de conjunto, nos faz bem. Mas não ali. A situação a qual me sujeitara. Naquele momento não havia como pensar na vida do planeta, no ecossistema e o equilíbrio que cada ser, mesmo os mais pequenos, produzem à natureza. Não posso descrever agora em que as formigas nos são úteis ou aliadas, mas, “aliás, nós podemos dizer que são nossas amigas.”, dizia um artigo da Fiocruz.
A saga rumo à Biblioteca seguia e um leve incômodo com o pós-mordida também. Uma coceira suave. Logo imaginava o pior: “E se aquela maldita me infectar?! Posso morrer aqui… mas assim?!, por uma mísera formiga!?. Afinal, já ouvi falar de graves infecções causadas por picada de formiga… umas que levaram até a internações hospitalares”.
Desci do ônibus e no passo apressado, quase corria para chegar o quanto antes ao banheiro da Biblioteca. Lá eu poderia tirar a camiseta e finalmente liquidar a vil formiga. Isso se a desgraçada se atrevesse a seguir em vida. Se por acaso ainda estivesse presa à roupa, e pior, viva e relutante contra seu fim, trataria de jogá-la dentro do vaso sanitário, esperaria um tempo para vê-la penar, se afogando e tentando alcançar a beira da privada para fugir da água. Assim que se aproximasse de sua esperança desesperadora, apertaria o gatilho e a água em forma de uma mini tsunami trataria de levá-la ao seu fim.
Que se vá e morra no inferno das formigas, amparada pela rainha-de-fogo, uma pixixica maior. Agonize eternamente pelo mal que fez em vida na Terra. Mas, infelizmente, para sanar a minha perversa gana, isto não procedeu. Tirei a camisa. Avistei com atenção e cuidado. Não encontrei a dita. Abanei o vestido com força. Queria ter a certeza de não mais ver o sórdido inseto novamente. Procurei em outras partes do traje. Calça, sapato. Nada. Vesti e arrumei-me às vestes. Tornei-me calmo. Busquei um assento para me acomodar e seguir com Padura. O pior havia passado. Era só uma formiga.
***

Eduardo Protázio escreve crônicas e poesias. É estudante de letras e dirigente do PSOL/PA.

FASUBRA - Manifesto de militantes, ativistas e dirigentes grevistas



Base grevista se rebela contra a direção da FASUBRA Unificar quem se manifestou contra o desmonte! Dia 10/11 começou a greve dos servidores técnico-administrativos das universidades. Uma reação diante dos ataques de Temer ao funcionalismo: PL 116 das demissões, reformas da Previdência e trabalhista, ameaça à carreira, aumento da alíquota do PSS, a EC 95 que congelou os investimentos, além da corrupção. O exemplo da UERJ, com ameaça de fechamento e privatização, levou a categoria à certeza que não tinha outra saída.

Mesmo sem os demais Servidores Públicos Federais (SPFs) na greve, e com sucessivas traições das centrais, os servidores atingiram 40 universidades paralisadas e realizaram uma marcha a Brasília. Um forte piquete no Ministério do Planejamento que obrigou o secretário e Rodrigo Maia a receber a FASUBRA e demais entidades. Este processo oxigenou a greve e mostrou que era possível fazer o governo recuar. O governo em crise política podia ser derrotado e derrubado.

Por isso, a categoria participou ativamente das manifestações do dia 5/12 mesmo com o desmonte da direção da CUT e Força Sindical. No entanto, esta disposição de luta precisou se contrapor à política da direção majoritária na FASUBRA. A direção era contra a greve e fez tudo para acabar com o movimento na plenária nacional de setembro, a direção majoritária mostrou que seu único intuito era unicamente adiar o congresso da FASUBRA. Utilizou “um calendário de luta” que não foi organizado. Já na plenária de 22/10, convocada para deflagrar a greve, a maioria da direção propôs apenas “estado de greve”.

Na direção da FASUBRA, apenas o COMBATE propôs greve imediata, e a força das assembleias obrigou o recuo da direção, que teve de marcar greve para 10/11. Apenas a DS-PT foi contra a greve na plenária. Porém, mesmo com a decisão da plenária, a maioria da direção atuou na base para evitar a greve, com discursos derrotistas ou ameaças de corte de ponto. Algumas entidades sequer entraram na greve. Outras demoravam semanas pra fazer assembleia. Para derrotar esse movimento contra a greve, foi decisiva a assembleia da UFRJ, cuja base passou por cima da direção lulista recentemente eleita no SINTUFRJ e decidiu entrar em greve, fortalecendo o movimento que cresceu até atingir as 40 bases.

Desde o início houve especulações sobre o “fim da greve” até que no dia 05/12 ele foi decretado: enquanto as bases realizavam piquetes e passeatas como parte do dia nacional de luta contra a reforma da previdência, a direção da FASUBRA passou o dia inteiro confabulando o fim da greve, aprovando essa linha no CNG. O desmonte da FASUBRA se encaixava na traição das centrais (CUT, Força, UGT). Na reunião do CNG, a delegação da UFRJ liderou a oposição juntamente com a delegação do SINTUFF, encaminhando contra o desmonte.

A categoria se manifestou contra a traição e manteve a greve Revoltada contra o inexplicável desmonte da greve, as assembleias de base foram desacatando a ordem do CNG. O CLG e a Assembleia da UFRJ foram os primeiros. No mesmo sentido se posicionou o SINTUFF e a Assembleia da UFF, bem como UFRRJ, UNIRIO, UFRGS, UFAM, UFPA, UnB, UFBA, UFU, UFMG, totalizando 31 universidades contra a orientação da direção. Apenas 8 suspenderam a greve. A direção manobrou os dados e não queria divulgar os resultados, numa atitude burocrática.

A pá de cal, que selou a derrota da direção, foi a emblemática Assembleia da UnB, onde estavam os dirigentes da FASUBRA (incluindo dois coordenadores gerais) e do sindicato (da gestão anterior e da que recém começava). A categoria decidiu manter a greve. Mesmo assim, no dia 15/12, num CNG convocado às pressas, a maioria da direção desconsiderou as assembleias de base e decretou novamente o fim da greve. E simplesmente extinguiu o CNG no mesmo dia. Na ocasião novamente os ativistas da UFRJ, do SINTUFF e da UnB foram contrários ao desmonte.

O Manifesto pela Continuidade da Greve agrupou os ativistas classistas Diante de tamanho recuo na cúpula da Federação, a greve tende a terminar antes do recesso parlamentar. Infelizmente os setores da esquerda, com os quais montamos uma chapa no último congresso, foram a parte mais ativa desse desmonte. Os companheiros do SONHAR E LUTAR, coletivo impulsionado pelo MAIS, foram as lideranças desse recuo em parceria com os lulistas. Na greve de 2016, essa direção majoritária da FASUBRA, já havia errado ao acabar com a greve antes da votação da PEC 55.

Fica evidente que não são capazes de encaminhar as lutas da categoria. Em contraponto a essa linha, surgiu um MANIFESTO pela manutenção da greve, agrupando militantes da UFRJ, UFF, Unirio, UFRRJ, UFPA, UFRA, UFRGS, UFAL, UFRPE, UFPE, UFAM, UFU, UnB, a direção do SINTUFF e o COMBATE. É preciso que cada uma das 31 assembleias de base se manifestem e ajudem a construir uma nova direção democrática, classista e combativa para nossa Federação. E nesse sentido temos que organizar os descontentes que se rebelaram nas assembleias e se agruparam ao redor do MANIFESTO pela continuidade da greve, realizando reuniões e produzindo um novo manifesto.

Temos que organizar um movimento alternativo, de oposição de esquerda, na FASUBRA. Exigir plenária nacional da FASUBRA na primeira quinzena de janeiro! Junto aos representantes do CNG e dos CLG's que não se curvaram, da Assembleia da UFRJ, Unirio e UFF propomos rejeitar o desmonte e desacatar a orientação de retorno ao trabalho no dia 19/12. Com a UFRJ propomos seguir a greve até dia 22 (último dia antes do recesso parlamentar) e, diante do desmonte exigimos uma plenária nacional da FASUBRA nos dias 13 e 14/01 para realizar um balanço da greve e organizar a luta por nossas pautas e contra a reforma da previdência em 2018.

A proposta de plenária da FASUBRA no início de janeiro já foi aprovada na UFRJ, UFF, Unirio e UFU. Assim podemos reagrupar as 31 assembléia de base e os lutadores para as novas batalhas.

Manifeste-se você também!

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sábado, 2 de dezembro de 2017

Duciomar preso. Até quando?

Imagens da prisão de Duciomar Costa (PTB), ex senador e ex prefeito de Belém. Fonte: facebook
Duciomar é um "artista". Mas acima de tudo, um bandido. Eu não duvido nada que ele tenha deixado uma cadeira de rodas de bobeira na casa, já esperando essa hora. Mas não uma qualquer. Uma motorizada. Se Duciomar realmente está doente, impossível ter pena dele. Ele é um bandido. Não duvide nada e nem se compadeça com alguém que chega no limbro de falsificar um diploma de médico. Dr. Dudu. Oftalmologista. Se fez na Barão. Tinha clínica e tudo. Adorava "abrir os olhos do povo". 

De Tracuateua pro Guamá, Duciomar Costa se fez com a pena alternativa decretada pelo juízo da Vara de Execuções Penais, há época, da Região Metropolitana de Belém. Comprou um "bonde". Oferecia de graça. Geralmente do citado bairro para o Ver-O-Peso. Passagem de graça pra todo mundo. O povo? Ah o povo... Esse é lindo, generoso e honesto. Mas que homem bom! Fama de dr. Dudu foi esquecida. Agora era Associação Comunitária Duciomar Costa. Ônibus pra galera da perifa. Não era muito. Mas era melhor que nada, diziam. Toma-te! Mais votado em 1992 para a Câmara de Vereadores de Belém. 

Aliou-se ao "Papudinho", prefeito dos "meus amigos da capital", e antes, quando governador, "e do interior". Duciomar e o "tarado por Docas". Poderia ter melhor professor? Aliás, mestre. Apesar de Dudu já ser doutor. De trambicagem. Daí em diante foi só vitórias. Um dos primeiros na eleição seguinte. Se reelegendo deputado estadual em 1998. Só perdeu em 2000. Segundo turno, quando Edmilson Rodrigues se reelege prefeito. 

Ganha, já como senador, contra a petista Ana júlia Carepa, a prefeitura da mais populosa cidade do Norte do país. Oito anos de catástrofe. Belém afundou. Os prontos socorros eram calamidade pública. Escolas caindo aos pedaços. Funcionalismo de luto. Dudu foi responsável por centenas de mortes. Crime de responsabilidade. Um assassino. 

Agora, vendo ele naquela cadeira de rodas, um farsante, ladrão de mais de 400 milhões de reais dos cofres públicos municipais, a gente até torceria para que fosse verdade. Que ele estivesse fumado de saúde. Mas como disse, para quem falsificou diploma de médico, um laudo falso nem coça. Ele já poderia ter premeditado pra enrolar a justiça. Quem mora no Greenville, tem advogado caro que fica sabendo antes da polícia, que seu cliente vai ver o sol nascer quadrado. 

Infelizmente Duciomar, se cadeirante de verdade, podre de rico tanto roubar, nunca sofrerá as agruras de viver na cidade pela qual nada fez, muito menos pela acessibilidade de portadores de necessidades especiais. Aliado do tucanato na assembleia, líder do governo Lula no Senado, Dudu entregou a prefeitura para alguém pior que ele, o tucano Zenaldo Coutinho. 

A História de Belém é uma história de catástrofes. Salvo hiato (de 1997 a 2000), o povo da "Metrópole da Amazônia" penou e pena como nunca. Esses 400 milhões fizeram falta. Ninguém duvide que seja apenas a ponta do iceberg. Parece que Dudu está em seu quarto mandato. Ninguém até hoje assitiu mudança alguma. Pelo contrário, a cidade piorou. Regrediu. A gente torce para que ele morra na cadeia. E que não tarde para que o atual alcaide, tão criminoso quanto, seja logo seu colega no presídio de segurança máxima.

Centrais sindicais traíram a luta contra Temer é a Reforma da Previdência

Burocracias sindicais desmarcam Greve Geral sem consulta às bases. Vamos manter os atos e as mobilizações contra Temer e seus capachos do Congresso!


Muito antes de saber que o projeto de Reforma da Previdência não seria votado ainda este ano, as principais centrais sindicais já trabalhavam para desmontar ou ao menos debilitar a necessária greve geral marcada para dia 05/12. Nas duas semanas prévias, nada fizeram para colocar os trabalhadores em pé de guerra contra o desprestigiado e ilegítimo governo Temer.

Utilizaram esse tempo, não para percorrer as portas de fábricas fazendo assembleias, distribuindo panfletos e discutindo com os trabalhadores a melhor forma de garantir a paralisação, mas para se reunir com os políticos corruptos do Congresso negociando a vigência do imposto sindical e alguma outra migalha para poder mostrar como cartas de triunfo. É o mesmo que fizeram em 30 de junho. A eventual postergação da votação da reforma previdenciária não pode ser pretexto para desmontar a mobilização. Primeiro porque não é seguro que não seja votada ainda neste ano, na calada da noite, como fizeram com outros projetos impopulares. Mas também porque os trabalhadores estão sofrendo todo tipo de ataques, como a reforma trabalhista, a lei das terceirizações, a EC 95/2016, a PEC 181 contra os direitos das mulheres, o desemprego, os baixos salários. Além demais, era a melhor forma de unificar todas as lutas que estão acontecendo.

Os burocratas sindicais não querem a greve geral, não faz parte do seu arsenal de guerra. Só marcam pela pressão das bases que são as que de verdade querem derrubar este governo corrupto. Esse marca e desmarca é criminoso porque acaba banalizando uma medida fundamental para defender nossos direitos, gerando descrédito e ceticismo frente a novas convocações.

É o que vem acontecendo desde a vitoriosa greve de 28 de abril e a combativa marcha a Brasília com mais de 150 mil trabalhadores onde a classe mostrou sua força e disposição de luta. A burocracia tomou um susto, já que privilegia a negociação e não a ação. Por isso boicotaram os atos unificados e sumiram durante as votações das denúncias contra Temer na Câmara. Negociam imposto sindical, como vimos nas reuniões das direções da Força, UGT e CTB com Temer em Brasília. Ou tem como prioridade defender e eleger Lula em 2018, como é o caso da direção petista da CUT.

Essa burocracia sindical é parte de um grande acordo nacional, com o executivo, o legislativo, o STF, PMDB, PSDB e PT visando manter Temer na presidência, salvar Aécio, manter impune Lula e demais políticos corruptos. Por isso sua prioridade não é a defesa inquebrantável dos interesses dos trabalhadores, mas as negociações que lhe garantam benesses para se manter em seus cargos indefinidamente. Sem dúvida esse é o maior problema que os trabalhadores possuem: as direções majoritárias do movimento estão traindo nossas lutas. E é por isso que esse governo em crise e com baixa popularidade e esse congresso sem qualquer moral ainda tem capacidade de aprovar medidas que retiram direitos.

Porém, e apesar desses dirigentes traidores, a classe trabalhadora continua lutando. Exemplo disso são os educadores do Rio Grande do Sul que estão em greve há mais de três meses contra o corrupto governo Sartori, do PMDB. Assim como os trabalhadores da saúde do Rio de Janeiro que, com paralisações e mobilizações, obrigaram o governo Crivella a sentar para discutir os problemas da categoria. Os trabalhadores do Supermercado Mundial, numa rebelião histórica, estão lutando por seus direitos, contra a aplicação da reforma trabalhista. Os metalúrgicos da Cherry no Vale de Paraíba, após de 30 dias de greve, impediram a aplicação da reforma trabalhista nessa fábrica. A poderosa greve da FASUBRA já conta com a adesão de 39 universidades, em defesa da carreira, contra as MPs e PL que atacam os servidores e pelo Fora Temer! Esses processos de luta nos demonstram que não é momento de esmorecer. Não é a atitude pelega das direções majoritárias o que determina a ação e sim a necessidade de derrotar os ataques do governo Temer e sua quadrilha do Congresso. Temos que tomar as lutas em nossas mãos e passar por cima das direções traidoras. É necessário que a CSP-Conlutas, a Intersindical, os comandos de greve, as correntes e sindicatos combativos e os sindicatos de base e federações dessas centrais pelegas, que não foram consultadas, assumam essa tarefa para garantir atos e manifestações de protestos no dia 5 de dezembro. Essas organizações têm que se propor a unificar as lutas em curso e rodear de solidariedade todas aquelas que surjam ao calor deste enfrentamento contra o governo e os patrões. Nesse processo será possível o surgimento de uma nova direção. Para tanto achamos necessária a convocatória de plenárias regionais para organizar as atividades do dia 5 e que depois confluam numa grande plenária nacional de trabalhadores para organizar a luta contra as brutais medidas de ajuste do governo e pelo Fora Temer!