terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Pinóquio não era de madeira

Esse diploma é verdadeiro, mas o primeiro de sua vida,
o de médico (oftalmologista), era obviamente falso.
Todas as verdades que encontro sobre o pinóquio do nosso prefeito, Duciomar Costa, dá vontade de repostar por aqui, para preservar também na memória enfurecida do Além da Frase. Infelizmente. nem a décima parte conseguiremos, afinal de contas, aos montes, todos os dias, os nossos nobres jornalistas, blogueiros e pessoas de bem e de paz estão publicando suas queixas e denúncias desse farsante responsável pelo caos em nossa querida Santa Maria de Belém dos variados meios possíveis.

Não podemos mais esperar só pela justiça, assim como acredito que não dá para esperar até outubro de 2012 para se livrar dele. Precisamos organizar desde os movimentos sociais, de bairros, galera do hip hop, das quadrilhas juninas, donas de casa que não aguentam mais perder seus móveis nas enchentes, grupos de familiares que perderam algum ente querido devido às péssimas condições dos nossos hospitais de pronto-socorros, enfim, a todos que sofrem com o estrangulamento do trânsito de Belém e RMB (Região Metropolitana de Belém), para que junto à juventude, movimentos estudantis, sindicatos e associações possamos ter uma cidade feliz, que oferaça dignidade ao seu povo, e assim ter apenas na memória, os tristes anos que tivemos que aceitar um asno e sua quadrilha governado a principal cidade da Amazônia. (M.B.)
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Do blog Espaço Aberto:

A "revitalização" da Marquês no estilo Duciomar
Do leitor Onizes Araújo, alenqurense-santareno, sobre a postagem A faca, o queijo... E nada. Se for Duciomar, será nada.:

Ouvir e ler a respeito de Duciomar dá uma raiva danada.
Mas, a propósito dessa postagem, lembra a tal "revitalização" da Marquês de Herval que está indo para o quinto ano, salvo engano?

Agora estão quebrando o que já haviam feito e "dizque" reformulando tudo.

É assim: a Belém que vivemos continua no abandono total, ao sabor das conveniências desse cidadão que, não tenham dúvidas, deve ter prazer em maltratar a cidade que lhe deu abrigo.
Arre ! Putz grila!

Dez dias é muito

Duciomar faz maracutais em dez minutos, dez horas; mas para cumprir com seus compromissos legais, o de alimentar coerentemente o Portal da Tranparência, ele precisa de dez dias?
Em todo o caso, o Ministério Público Federal está, mais uma vez, de parabéns! (M.B.)
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Ministério Público dá dez dias para prefeitura de Belém melhorar portal da transparência

Ministério Público dá dez dias para prefeitura de Belém melhorar portal da transparência
Quantidade e qualidade das informações apresentadas hoje não atendem ao mínimo exigido pela lei, dizem procuradores da República e promotor de Justiça

O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado do Pará enviaram notificação à prefeitura da capital recomendando que o portal Transparência Belém seja adequado à legislação. Para o Ministério Público (MP), o serviço, que oferece na internet informações sobre orçamento e finanças do município, não apresenta dados com o nível de detalhamento e atualização exigidos pela legislação.

A recomendação do MP foi encaminhada à prefeitura na última sexta-feira, 10 de dezembro. Assim que receber o documento o município terá dez dias úteis para informar quais as providências que tomará para corrigir o problema. Caso a prefeitura não responda à recomendação ou não adote medidas necessárias, o caso pode parar na Justiça.

Segundo os procuradores da República Bruno Araújo Soares Valente e Alan Rogério Mansur Silva, que é o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, e o promotor de Justiça de Direitos Constitucionais e do Patrimônio Público de Belém, Firmino Araújo de Matos, o Portal Transparência Belém falha em diversos aspectos.

Falta a identificação correta do bem fornecido ou o serviço prestado, do nome ou razão social da pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento, e da menção correta quanto ao procedimento licitatório e a modalidade em que se realizou. Também são signatários da ação judicial os promotores Domingos Sávio de Campos, Maria das Graças Cunha, Marcelo Gonçalves, Nelson Medrado e Suely Regina Cruz.

O serviço, segundo o MP, também não traz informações dos contratos administrativos firmados e não disponibiliza em tempo real dados das despesas concretizadas, e informações pormenorizadas, inclusive das notas de empenho, data de sua realização, data da liquidação e do efetivo pagamento.

A recomendação do MP é baseada em normas legais como a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) e a Lei da Transparência (Lei Complementar 131/2009), e também - e principalmente, diz o texto da recomendação - nos princípios constitucionais da legalidade, da publicidade e da eficiência e ainda ao controle público da gestão fiscal.

Pela Lei da Transparência, desde maio deste ano a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios com mais de 100 mil habitantes estão obrigados a oferecer à população acesso a informações detalhadas sobre a execução orçamentária e financeira da gestão.

Fiscalização pelos cidadãos - A recomendação ressalta que o acesso às informações é um direito dos cidadãos para possibilitar “a efetiva participação no acompanhamento das políticas públicas municipais”. A decisão de expedir o documento foi tomada pelo MP no último dia 9, Dia Internacional Contra a Corrupção.

Durante seminário realizado em referência à data houve o lançamento do Observatório Social de Belém, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que fiscaliza a qualidade da aplicação dos recursos públicos utilizando-se de informações como as que deveriam estar disponíveis no site da prefeitura.

Formado por voluntários não filiados a partidos políticos, o Observatório Social conseguiu criar condições para uma economia de R$ 72 milhões em verbas públicas nos 36 municípios em que atuou em 2009, o que levou a organização a ser premiada pela Organização das Nações Unidas no ano passado como a melhor prática de inovação social na América Latina.

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
E-mail: ascom@prpa.mpf.gov.br
Site: http://www.prpa.mpf.gov.br

Hoje tem Maria Lídia

Marinor Brito (PSOL): Hoje tem Maria Lídia: "Hoje, a partir das 20h00, quem estará se apresentando no Bar Municipal (Municipalidade com Soares Carneiro) é a nossa querida Maria Lídia, c..."

sábado, 11 de dezembro de 2010

Vale a pena ver de novo



Essas considerações finais de Plínio saem da eleições de 2010 para ocupar seu espaço na história da política brasileira. Desde que assumimos o desafio de fundar um novo partido nesse país, mesmo tendo que enfrentar a traição do Partido dos Trabalhadores, que passava de mala e cuia a gerenciar os negócios do capital, foi um grande acerto.
Me orgulho de ter oferecido ao povo pobre e trabalhador do país e à juventude que sonha e luta, um candidato a altura de suas necessidades e aspirações. Poderia ter sido melhor? Poderia. Poderiamos ter errado menos? Poderiamos.
Mas fomos coerentes com o sonho, que grande parte da esquerda - hoje cor de rosa - abandou. O socialismo está sendo cravado em cada luta, em cada lágrima por um sonhador que tomba, em cada roleta que a juventude pula contra os aumentos de tarifas.
O socialismo pode até não estar na esquina, mas conscientemente sabemos que estamos no caminho certo.
Plínio, que muitas vezes buscou o socialismo por outros caminhos, aos 80 anos não poderia ter dado outra lição para a juventude e para os movimentos sociais: só teremos socialismo e liberdade se formos ousados, realistas e coerentes!

Viva a juventude! Viva o PSOL! Viva o Brasil!

Valeu Plínio de Arruda Sampaio!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um país de poucos


Sobre o Festival Nacional de Cultura Canábica

Matéria no site do Estadão
Semente, né?! Concurso de Tarperagem do FENACUCA é com Tabaco, Agência Estado!

Pra quem não conhece, o "Semente, né?" é uma editoria (do site hempadao.com)* em que questionamos determinadas verdades. Nesse caso, estamos no olho vermelho do furacão, e precisamos esclarecer uma coisa muito importante. Agradecemos o espaço da Agência Estado e a jornalista Gabriela Moreira por divulgar o Festival Nacional da Cultura Canábica, que terá sua festa amanhã (começou hoje).

Porém, logo na primeira frase há um equívoco leve. A reportagem diz que o Festival é "embalado pela declaração do governador Sérgio Cabral". Porém, nós sabemos e, inclusive foi dito, que o concurso está sendo realizado há pelo menos quatro meses.

E mais... o que é um equívoco muito grave. O Concurso de Tarperagem não será feito com maconha, pois infelizmente a erva é ilegal e nenhum concurso pode ser feito com ela no Brasil. O concurso será feito com tabaco. Cada participante terá que demonstrar o talento ancestral de enrolar um cigarro com uma droga comprovadamente mais perigosa que a cannabis, porém legalizada.
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Para ler mais sobre o assunto:
http://alemdafrase.blogspot.com/2010/12/contra-guerra-aos-pobres-festival.html

*Destaque nosso.

A primavera está chegando


Parabéns aos cerca de 20 mil estudantes universitários de londres, que ontem protagonizaram uma cena que ficará nas galerias das melhores cenas da década. Em protesto contra o aumento dos custos do estudo superior na Inglaterra, jovens se jogaram na frente do carro do príncipe Charles e arremeçaram vidro a dentro uma lata de tinta. A mesma que deixou vários membros da força repressora do estado, a polícia, tingidos pela fúria de um povo que não aguenta mais pagar a conta da crise que eles, as ilustres famílias reais e seus parlamentos marionetes, criaram.

O melhor de tudo foi quando os estudantes no mesmo protesto decapitaram uma estátua do ex primeiro ministro inglês, Winston Churchill.


Dez de dezembro: por um futuro mais azul e em paz

Foto: Mariana Gomes (revista Vírus Planetário)
Por Marcelo Freixo*

Por que nada vai tudo em paz, nem tudo azul? Por que não vivemos na melhor cidade da América do Sul?
 
Muita coisa mudou no campo dos direitos humanos desde quando Caetano Veloso compôs sua Baby, em plenos 1969 dos Anos de Chumbo. Mas ainda há muito a ser mudado.
Por que a liberdade que se respira neste canto litorâneo privilegiado do mundo ainda é só para alguns e cheira a sangue, a suor e lágrimas de muitos. No Rio de Janeiro, ainda há tortura. Falta escola, hospital, casa, segurança, cultura, lazer. Pessoas ainda desaparecem ou sofrem execução sumária. E quem enfrenta toda essa barbárie é, especialmente, a população pobre, negra e favelada. No alto dos morros, balas traçantes ofuscam o brilho das estrelas.

Mente quem diz que a luta contra a desigualdade, pelos direitos humanos, é ultrapassada. E não será até que se possa afirmar que existe a liberdade com a garantia do acesso livre para todo cidadão aos direitos estabelecidos em comum acordo por muitos países das mais diversas culturas. Faz 62 anos que a humanidade criou num certo 10 de dezembro a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Era uma reação à barbárie representada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial.

Eis que em mais um 10 de dezembro, a luta pelos Direitos Humanos nunca foi tão atual. No Rio de Janeiro, nem se fala. Há toda uma geração que nem consegue chegar à vida adulta sem encarar a cadeia ou a morte. Os seus direitos, não. Por isso, é tempo, mais do que nunca, de renovação das nossas forças para insistirmos na luta árdua por igualdade.

Contra o ceticismo, há de se comemorar o acúmulo das conquistas das últimas décadas, a partir da própria assinatura da Declaração. Não foram poucas. Especialmente no que se refere a uma nova compreensão da humanidade em torno do que pode ou não parecer natural.

São muitas as frentes da luta: por moradia digna, contra o trabalho escravo, por educação de qualidade, contra a corrupção na política e governamental. E já provamos do que somos capazes quando conseguimos nos apropriar de um mandato político para torná-lo um instrumento da nossa luta. Para uma ação articulada com os movimentos sociais, com a sociedade organizada. Para fazer a nossa parte na construção, se não do mundo, de um Rio de Janeiro menos sangrento, mais azul e em paz, quem sabe, a melhor cidade da América do Sul, mas para todos, não só para alguns.

*Marcelo Freixo é deputado estadual pelo PSOL/RJ e presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ.

Fonte: http://tdvproducoes.com/virusplanetario/index.php/2010/12/10/dez-de-dezembro-por-um-futuro-mais-azul-e-em-paz/

Pelo direito a educação, juventude revida contra fúria neoliberal

Estudantes atacam carro do príncipe Charles


O príncipe Charles foi vítima da fúria dos estudantes que protestavam nas ruas de Londres contra o aumento das taxas anuais de empréstimos das universidades britânicas, que foi aprovado pelo Parlamento nesta quinta-feira.

Depois de entrar em confronto com policiais e de derrubar a porta do Tesouro (Ministério das Finanças), os manifestantes atacaram o carro no qual o príncipe e sua mulher, Camilla, seguiam para o teatro London Palladium, no centro da cidade (Veja imagens dos protestos).

Segundo a rede de TV BBC, os manifestantes atiraram uma lata de tinta no veículo, quebrando uma de suas janelas. O príncipe e Camilla, no entanto, não se feriram. Ao chegar ao teatro, os dois aparentavam tranquilidade.

Os protestos se acirraram depois que os parlamentares britânicos aprovaram o aumento dos custos da educação universitária. Pela proposta da coalizão liderada pelo primeiro-ministro, David Cameron, o valor dos cursos poderá ser triplicado, passando a mais de R$ 24 mil por ano.

Segundo a polícia, oito policiais ficaram feridos nos confrontos, e sete pessoas foram presas.
Os manifestantes desfilaram pelo centro da capital e passaram pelo Palácio de Buckingham, residência da rainha Elizabeth II, antes de se dirigir ao parlamento de Westminster, onde o projeto foi debatido.

Parte do grupo chegou a lançar objetos, paus e tochas contra os policiais, que revidaram com golpes de cassetete. Eles também atearam fogo em bancos de praças e decapitaram uma estátua de Winston Churchill.
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Que a família real e seus sócios paguem pela crise!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Contra a guerra aos pobres, festival canábico

http://hempadao.com/
Publico matéria do Estadão sobre o 1º #FENACUCA. Discordo de que o Festival seja resultado das declarações favoráveis a legalização, dadas pelo corrupto governador do Rio Sérgio Cabral Filho. Ao contrário, o Festival bem como a Marcha da Maconha e tantas outras atividades acadêmicas, científicas e políticas são frutos da luta e organização de uma galera que não tolera mais tanta hipocrisia e não aguenta ver o povo continuar sendo desinformado pela grande mídia. E assim, reproduzindo opiniões equivocadas sobre o uso dessa erva natural, que foi demonizada há pouco mais de sete décadas, quando na verdade a maconha já era indicada para usos medicinais há mais de 4.700 na China, por exemplo.

Parte da burguesia que já lucrou muito com o tráfico (dirwta e indiretamente) ou que nunca teve envolvimento com ele, mas que entende que poderá tirar muitos dividendos financeiros do processo de legalização da maconha, agora começa a mudar o discurso e a defender a sua liberação para fins medicinais ou até mesmo lúdicos. Mas seus interesses jamais passarão do interesse mercantil. Sempre na esfera do "lucro com mais um produto no comércio".

Mas para nós, o mais importante nessa discussão é a legalização da maconha para que se tenha controle de qualidade do produto (e não seja misturada a outras substâncias, como o crack), e acima de tudo para acabarmos com a guerra diária aos pobres, camuflada de guerra ao tráfico.

Além de que está mais do que comprovado, através de pesquisas de renomados neurocientistas e outros estudiosos, que a maconha é uma erva com potencial curativo para muitas doenças, como é o caso do mal de Parkinson, esclerose múltipla, depressão, ansiedade, alcoolismo, para abandonar o tabagismo, etc.
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Defensores da maconha realizam festival no Rio
Embalados pelas declarações do governador Sérgio Cabral (PMDB) em defesa da legalização da maconha, os amantes da erva realizam amanhã o 1º Festival Nacional da Cultura Canábica, o "Fenacuca". O evento, que acontecerá na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), na capital fluminense, terá seis categorias: artes, cinema, fotografia, poesia, música e prosa. Todas com o tema "Canabis sativa".


O vencedor de cada uma das categorias levará um "troféu personalizado e completamente adequado", além de um "kit smoke (kit fumo)". Um dos pontos altos do festival é o concurso de "Tarperagem", (traduzindo: concurso de "Apertagem") - ganha quem preparar um cigarro de maconha no menor tempo. Entre as atrações do evento estão apresentação do bloco de carnaval Planta na Mente e da Banda Oriente, com Mc Nissin e Cone Crew Diretoria.

Parte da renda com a venda de cds será revertida para a Marcha da Maconha, caminhada que ocorre anualmente em defesa da legalização da erva. A entrada é gratuita e proibida para menores de 18 anos. Para quem não é do Rio, o blog hempadao.com anunciou que "tentará" transmitir o evento ao vivo pela página na internet.

Agência Estado.

Links usados neste post:

Passava da hora

No Brasil, o câncer de maior incidência é o de pele, e vergonhosamente só agora um Projeto faz referência a importância de se distribuir protetor solar gratuitamente pelo SUS, tal qual a camisinha, a fim de se prevenir DST's/Aids e a gravizes precoce. (M.B.)
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CCJ aprova distribuição de protetor solar pelo SUS

Autor do projeto diz que objetivo é prevenir casos de câncer de pele; custo da medida ainda não foi calculado

Isabel Braga

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a distribuir gratuitamente à população protetor solar com fator de proteção 12.

Aprovado simbolicamente, o projeto não estabelece como será feita a distribuição. Caberá ao Executivo regulamentar o assunto, se o projeto virar lei.

Autor do projeto, o deputado Lobbe Neto (PSDB-SP) disse que a distribuição gratuita do protetor solar será boa para a prevenção ao câncer de pele no país. O custo da medida não foi informado.

— Vários trabalhadores trabalham sob sol a pino, sem proteção. Para o governo, será uma economia, porque, em vez de tratar a doença, vai prevenir. Hoje, algumas empresas já fornecem protetor a seus trabalhadores, como os Correios — disse Lobbe Neto.

Sobre prefeito nefasto e maracutaias afins na Câmara Municipal

CÂMARA – MP vai à Justiça contra farra de DAS

A exemplo do que foi feito em relação à Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Estado deverão ajuizar uma ação civil pública contra a Câmara dos Vereadores de Belém, diante do excesso de cargos comissionados, os célebres DAS, no Legislativo municipal.

A farra de cargos em comissão na Câmara dos Vereadores – hoje, mais do que nunca, um mero apêndice do Executivo municipal - foi levada ao paroxismo ao longo dos quase seis anos da administração do prefeito reeleito de Belém, Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu (foto). A suspeita é de que a multiplicação de cargos DAS, na Câmara Municipal, atenda a demanda por sinecuras, determinada pelo nepotismo cruzado, sem caracterizá-lo como tal.
A Câmara dos Vereadores de Belém é, hoje, um cenário propício para arranjos abjetos. O nefasto Dudu acabou por reduzi-la a um mero apêndice do Executivo, em uma subserviência sem precedentes, mas previsível, como permite entrever, até pela sua aparência desleixada, o vereador Walter Arbage (PTB), presidente da Câmara Municipal. A subserviência de Arbage é tanta e tamanha, que não é exagero identificá-lo como um boy qualificado do prefeito de Belém. Prestar-se a boy qualificado de um indivíduo como Dudu bem define o caráter, ou a falta de caráter, de Arbage.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Wlad, juíz e uma jornalista envolvidos com empresário acusado de pedofilia

Autoridades encobriram empresário acusado de abuso

Um inquérito que corre sob segredo de Justiça, no Fórum Criminal de Belém, e ao qual o jornal Folha de São Paulo teve acesso, mostra que autoridades do Pará teriam atuado ilegalmente em favor de um empresário suspeito de abusos sexuais contra meninas, segundo conclusão da Polícia Civil. A denúncia foi divulgada pelo jornal paulista em sua edição do último sábado e nela são citados como acusados um juiz, um deputado federal, um delegado, um advogado e uma jornalista. Todos eles negaram as acusações.

Nas investigações conduzidas pela Polícia Civil do Pará, o empresário Antonio Carlos Vilaça, de 56 anos, dono de um conglomerado de empresas que atuam em diferentes áreas – construção civil, transporte e mineração –, acabou indiciado sob a acusação de pedofilia. Segundo consta do inquérito, ele teria mobilizado uma poderosa rede de proteção. O grupo teria coagido testemunhas, vazado informações sigilosas, pressionado uma juíza e praticado tráfico de influência para tentar abafar o caso.

GRAMPOS

Baseado em interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça e realizadas entre novembro do ano passado e julho deste ano, o inquérito apontou uma suposta relação entre Antonio Carlos Vilaça e cinco meninas e adolescentes dos municípios de Barcarena e Abaetetuba. As gravações também mostraram, segundo a polícia, tentativas de algumas autoridades para livrar o empresário de uma suspeita anterior, relativa a abusos supostamente praticados contra três meninas de Belém.

Com base nas conversas a polícia concluiu, conforme revelou a matéria do jornal paulista, que o delegado Edivaldo Lima foi subornado para retardar a investigação. O delegado negou as acusações e garantiu que nunca investigou o empresário, que chegou a ser preso em abril, depois que o inquérito passou a ser conduzido por uma delegada. Hoje, Vilaça está em liberdade.

Para a polícia, Wlad era o articulador

A degravação das fitas, feita pela polícia, aponta o deputado federal Wladimir Costa (PMDB) como sendo um dos principais articulares da proteção a Vilaça. As escutas mostram o parlamentar conversando com interlocutores sobre a necessidade de convencer a mãe de uma das vítimas a desmentir sua própria versão. Os grampos também sugerem, segundo conclusão da polícia, que Wlad ajudou a “vazar” para Antonio Carlos Vilaça a informação sobre a ordem de prisão emitida contra ele em abril. O vazamento teria permitido ao empresário uma fuga temporária, tendo ele ficado foragido por uma semana.

O deputado, conforme consta do inquérito, teria recebido a ajuda do advogado João Neri, que prestarou assessoria jurídica à coligação eleitoral da governadora Ana Júlia Carepa durante a última campanha.

EXTORSÃO

Outro suposto elo do grupo, este dentro do Judiciário, seria o juiz criminal Carlos Alberto Flexa. As gravações mostram que, utilizando o celular do próprio empresário, o magistrado ligou, poucos dias antes da prisão, para a juíza que cuidava do caso. Sua intenção, segundo concluiu a polícia, era influenciá-la a não mandar prender o empresário.

A jornalista Micheline Ferreira, repórter do jornal “O Liberal”, também foi indiciada.

As escutas telefônicas mostraram que ela participou de uma tentativa de extorsão contra o empresário acusado. Segundo a polícia, Micheline teria exigido de Vilaça a importância de R$ 100 mil, pela não publicação da matéria. A jornalista negou a tentativa de extorsão e classificou de “leviana e irresponsável” a acusação contra ela.

Tiririca afirma que ainda não sabe 'bem' o que faz um deputado

O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca, afirmou em entrevista à TV Record na noite deste domingo que continua sem saber "bem" o que faz um parlamentar na Câmara dos Deputados.

"Na realidade [antes] eu não sabia, antes de ler o livro do negócio [sic], como funciona. Mas aí, na realidade, agora.... eu ainda não tô sabendo bem. Mas quando chegar lá eu vou saber. Deixa eu chegar lá. Tô chegando".

Na primeira entrevista que concedeu em três meses e meio, Tiririca afirmou que não é analfabeto.

"Fui lá e fiz o teste. Não era obrigado, mas fui fazer. Sei ler, sei escrever, pode ficar tranquilo".

Questionado sobre se já se havia imaginado fazendo um discurso no púlpito da Câmara, Tiririca respondeu: "na verdade não sei nem o que é púlpito".

"Nós estamos estudando o negócio de chegar até lá e poder falar legal. Acho que vai ser um pouco difícil falar legal, mas eu vou tentar [risos]".


O deputado eleito contou que disse à sua mulher, em 3 de outubro, dia da votação, que achava que não seria eleito.

"Falei pra minha esposa que eu ia tirar uns 5.000 votos. Porque nós levamos a campanha na brincadeira. Não oferecemos proposta pra ninguém. Achava que a galera ia levar na brincadeira isso aí".

Tiririca afirmou não guardar rancor do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que o acusou por falsidade ideológica e pelo suposto analfabetismo.

"Eu acho que ele tá fazendo o trabalho dele, fez o trabalho dele. Eu só peço a Deus que na cabeça dele ele não tenha tanta raiva, tanto ódio de mim. Eu não tenho raiva de ninguém, não tenho ódio de ninguém".

Fonte: Folha Online.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Contra a homofobia, em defesa dos direitos humanos

Última atualização: 06/12/2010 - 01:43h.
Dedico esta bela animação, prova inconteste de todo valor que o gênero humano é capaz de parturejar com sua inventividade, a todos os militantes do movimento LGBT que lutam contra a intolerância, o fascismo e todo o tipo de práticas e posturas homofóbicas.

Dedico aos jovens brutalmente agredidos pelos animais, que como diria Mário de Andrade, herdeiros das adiposidades cerebrais da Avenida Paulista.

Todo apoio e solidariedade às vítimas de preconceitos e às famílias e pessoas que perderam um ente querido por conta de sua condição sexual.

"Porque qualquer maneira de amor vale amar" Miltom Nascimento.

Para a juventude que luta contra canhões e pede escola pública



Dedico este vídeo a todas as crianças e adolescentes da Vila Cruzeiro e Morro do Alemão de São Sebastião do Rio de Janeiro, que ainda não puderam viver com dignidade, respeito e justiça social.

Nossa felicidade é a certeza de que as coisas, inevitavelmente, uma hora terão que mudar para melhor... Uma hora os debaixo não aceitarão mais viver como vivem e nem os de cima poderão manter a situação como está.

Prefiro ficar com a imagem e postura política de um Chico Buarque de Hollanda que buscava ter voz ativa contra um sistema político de morte e mentiras.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dudu, nosso nefasto intendente


Cartaz apócrifo afixado pelos muros de Belém do Pará. Foto
disponível http://img14.imageshack.us/i/nefastodudu.jpg/sr=1
Duciomar, o impactante
Do blog Espaço Aberto

O "Em Poucas Linhas", de O LIBERAL de hoje, traz a seguinte nota:

Empenhado em mudar a imagem nos dois últimos anos de mandato, Duciomar Costa quer tomar uma medida de impacto: tirar os camelôs do centro comercial, por exemplo.

O dito Duciomar Costa, vocês sabem, é prefeito de Belém.
É o prefeito mais devastador que a cidade já teve.
Nunca antes, jamais, na história desta Santa Maria de Belém do Grão-Pará, um prefeito abandonou tanto Belém como Sua Excelência.
Nunca antes, jamais, desde que Francisco Caldeira Castelo Branco aqui aportou, em 1616, um prefeito esteve mais ausente da administração da cidade.
Sua Excelência, por isso, nem precisa tomar medidas de impacto para se fazer reconhecer como prefeito.
Precisa fazer muito pouco.
Coisas simples.
Por exemplo: basta passar uma semana em Belém, de domingo a sábado.
Apenas uma semana.
Bastaria ele não viajar por apenas uma semana.
Outra sugestão: para transmitir a impressão - ou sensação - de que governa, bastaria nosso huno iniciar e concluir uma obra.
Apenas uma.
Singela.
Uma calçada de 50 metros, por exemplo. Ele teria dois meses - um tempão, como se vê - para fazer isso.
Só uma calçada de 50 metros.
Se fizesse apenas isso - ficar uma semana inteirinha em Belém e começar e concluir em dois meses uma calçada de 50 metros -, Duciomar entraria, de forma positiva e impactante, para a História.
Como o prefeito que, em oito anos, permaneceu uma semana inteira na cidade apenas uma vez e como o gestor que conseguiu, em dois meses, começar e concluir uma calçada de 50 metros.
Doutor Duciomar pode fazer isso.
Basta querer.

É claro.

Servidores da Saúde fazem protesto em Belém

PARALISAÇÃO - Unidades do Reduto e da Sacramenta suspenderam atendimento

Quem procurou atendimento na Unidades de Referência Especializada (URE) Demétrio Medrado, no bairro da Sacramenta, e na URE Reduto, em Belém, durante todo o dia de ontem, teve de voltar para casa. Os funcionários paralisaram as atividades porque não receberam a Gratificação de Desempenho Institucional (GDI) referente aos meses de julho, agosto e setembro, que deveriam ser pagos pelo Estado, através da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), conforme Decreto Nº 1.554, de março de 2005. No entanto, a Sespa, curiosamente, garante que o benefício depende de repasses feitos pelo município.

De acordo com o fisioterapeuta José Negrão, lotado na URE Demétrio Medrado, referência em casos de hanseníase, os servidores não recebem a GDI há dois meses. Ele diz que nenhuma previsão de pagamento foi repassada pela Sespa. "O Estado não assume, e nem o município. Convocamos representantes da Sespa e da Sesma para se fazerem presentes, mas ninguém apareceu", disparou Negrão, que diz que hoje a paralisação continua e deve atingir outras UREs.
Procurada para esclarecer a falta de pagamento da GDI, a Sespa informou que o pagamento "depende de repasse de recursos do município", e que o assunto será tratado em reunião com representantes dos servidores. "Quanto à situação específica da Unidade de Referência Especializada da Doca, a direção do 1º Centro Regional de Saúde da Sespa esclarece que todas as questões registradas pela URE para a tomada de providências estão sendo efetuadas e indica que pendências ainda existentes serão apresentadas à direção da unidade para encaminhamento e busca de soluções junto ao 1º Centro", informou a Sespa, em nota enviada à redação.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

''Guerra'' ao tráfico no Rio segue fracasso da Guerra do Terror de Bush

Veículos da Marinha durante patrulhamento na Vila Cruzeiro,
na Penha, zona norte do Rio; veja outras imagens.
Gustavo Bianezzi São Paulo

Soldados em fileira marcham pelas ruas de uma cidade latino-americana. Blindados avançam destruindo carros e motos. Golpe de Estado? Não, é mais um capítulo da chamada “guerra ao tráfico” em sua versão militarizada e cada vez mais midiática. Embora traga poucas novidades em relação aos embates anteriores, as proporções atingidas nesta nova edição merecem não o tratamento megalomaníaco e anti-histórico da grande mídia, mas análises críticas que o contextualizem no novo paradigma de conflitos do século XXI.

Por mais que queiram acreditar no contrário, os brasileiros não estão isolados das tensões mundiais e dos avanços na tecnologia e doutrina militar. Pelo contrário, o crescimento do BOPE como grupo especializado em assassinatos precisos o coloca cada vez mais em evidência ao lado de grupos como o israelense Mossad e os diversos órgãos norte-americanos ligados a CIA e empenhados em matar alvos valiosos nas favelas de Bagdá. O enfoque urbano das Forças Armadas Brasileiras no Haiti e seu emprego em franca situação de combate no Complexo do Alemão demonstram importantes avanços na doutrina de conflito urbano do exército, uma habilidade cada vez mais requerida nas guerras do século XXI. O Brasil pode sim, participar de uma vanguarda militar preocupada principalmente em guerrear nos cantos miseráveis do planeta.

Leia mais:
*Imprensa mundial destaca pânico e clima de ''guerra'' no Rio de Janeiro
*Blindado da Marinha em ação no Rio já foi usado no Iraque e Vietnã
*Cerca de 300 militares brasileiros reforçam segurança em cidades do interior do Haiti
*Modelo brasileiro de apoio a refugiados pode servir de exemplo para América Latina, diz ONU

Mas, peraí: guerra? Contra quem? Contra quem atiraram os blindados M113 da marinha, os cerca de 2 mil soldados do exército, os helicópteros de combate da aeronáutica? Se, para haver guerra, é preciso que haja um inimigo armado e determinado a combater, que seja colocado em evidência o “inimigo” em questão: ele é jovem, negro, usa chinelos e tem pouquíssima capacidade disciplinar e estratégica.

Nas palavras do coordenador do programa AfroReggae, José Júnior, muitos são “moleques” e praticamente todos estão desmotivados ao enfrentamento. Sintomaticamente, nenhum deles se rendeu quando a possibilidade foi oferecida. Praticamente todos estavam muito bem armados com metralhadoras pesadas, lança-foguetes e até morteiros. Embora cercados, estavam em situação estratégica favorável, com franca visibilidade do morro e a possibilidade de organizar emboscadas e armadilhas em uma área perigosa para os invasores, que adentraram em plena luz do dia. Falando friamente, tornar a operação custosa para as autoridades (em termos de baixas e equipamentos) em um contexto de alta exposição midiática era uma opção possível para os miseráveis combatentes.

A questão é: por que não houve combate? É um dilema para qualquer historiador das guerras explicar como não foram usadas as metralhadoras 0.50 contra os helicópteros desta vez, como não foram utilizados os morteiros contra as tropas ou os lança-foguetes contra os blindados. A resposta, claro, está no histórico de ações policiais deste tipo no Rio de Janeiro e no cálculo feito pelos combatentes em questão. Em diversas vezes, o “Estado” chegou às favelas na sua forma policialesca e em todas as vezes ele retrocedeu após os combates iniciais. Como disse o sociólogo e ex-subsecretário de segurança do Rio de Janeiro Luiz Eduardo Soares em entrevista na segunda-feira (29/11) ao programa Roda Viva, da TV Cultura, “o acordo prevalece no Rio de Janeiro”.

Miopia histórica

Claro, a perda de milhões em armamento e drogas corrobora a tese do sociólogo de que o modelo econômico do tráfico focado no território estaria cedendo para uma nova estratégia descentralizadora e menos custosa em termos de vidas humanas e dinheiro. O que a mídia tentou mostrar como fuga covarde dos traficantes, ainda no contexto da invasão da Vila Cruzeiro, na verdade seria uma estratégia de guerrilha bastante comum em outros contextos conflitivos. Aliás, não ter um território fixo e estar pronto para movimentar-se e a seu equipamento a qualquer momento foram a chave do sucesso da Al-Qaeda no Afeganistão. Vale ressaltar que a permanência do Exército Brasileiro em uma situação de combate em território nacional é - ou deveria ser - insustentável do ponto de vista institucional e político, e o BOPE não tem disposição de ser uma tropa de ocupação, e sim de vanguarda e choque.

Contra os discursos das autoridades do Rio de Janeiro, o tráfico ainda parece apostar que esta “guerra” terminará quando as câmeras da TV forem desligadas. Mais ainda, o verdadeiro confronto ocorrerá em seguida e envolverá barganhas e embates com as milícias, cada vez mais organizadas e disciplinadas em torno da ocupação de territórios. No mais, resta perguntar o significado do conceito “guerra ao tráfico”. É uma miopia histórica achar que este tipo de conflito é uma especificidade do Brasil ou do Rio de Janeiro; basta olhar para a tenebrosa história da intervenção norte-americana na Colômbia para ter um quadro trágico dos desdobramentos da ação militar voltada para reforçar a ilegalidade do consumo de drogas. A rigor, o tráfico de drogas é uma atividade econômica e social, e a história nos ensina que declarar guerra a estas atividades sempre resulta em fracassos retumbantes.

Tal qual a “Guerra ao Terror” do governo Bush, não existem objetivos claros definidos para os comandantes militares e não existe um inimigo físico em situação de combate permanente. O que existe, no Rio de Janeiro assim como em Kandahar, é uma massa empobrecida e vitimizada por gangues armadas de um lado e de outro, uma força militar disposta a vasculhar “casa por casa” e com pretensões de ocupar o território a longo prazo.

*Gustavo Bianezzi é pesquisador, bacharel em Relações Internacionais e mestrando em Ciência Política pela Universidade de Campinas (Unicamp).

Por dentro do Wikileaks: a democracia passa pela transparência radical

Por Natália Viana*


Fui convidada por Julian Assange e sua equipe para trazer ao público brasileiro os documentos que interessam ao nosso país. Para esse fim, o Wikileaks decidiu elaborar conteúdo próprio também em português. Todos os dias haverá no site matérias fresquinhas sobre os documentos da embaixada e consulados norte-americanos no Brasil.

Por trás dessa nova experiência está a vontade de democratizar ainda mais o acesso à informação. O Wikileaks quer ter um canal direto de comunicação com os internautas brasileiros, um dos maiores grupos do mundo, e com os ativistas no Brasil que lutam pela liberdade de imprensa e de informação. Nada mais apropriado para um ano em que a liberdade de informação dominou boa parte da pauta da campanha eleitoral.

Buscando jornalistas independentes, Assange busca furar o cerco de imprensa internacional e da maneira como ela acabada dominando a interpretação que o público vai dar aos documentos. Por isso, além dos cinco grandes jornais estrangeiros, somou-se ao projeto um grupo de jornalistas independentes. Numa próxima etapa, o Wikileaks vai começar a distribuir os documentos para veículos de imprensa e mídia nas mais diversas partes do mundo.

Assange e seu grupo perceberam que a maneira concentrada como as notícias são geradas no nosso caso, a maior parte das vezes, apenas traduzindo o que as grandes agências escrevem leva um determinado ângulo a ser reproduzido ao infinito. Não é assim que esses documentos merecem ser tratados: "São a coisa mais importante que eu já vi", disse ele.

Não foi fácil. O Wikileaks já é conhecido por misturar técnicas de hackers para manter o anonimato das fontes, preservar a segurança das informações e se defender dos inevitáveis ataques virtuais de agências de segurança do mundo todo.

Assange e sua equipe precisam usar mensagens criptografadas e fazer ligações redirecionados para diferentes países que evitam o rastreamento. Os documentos são tão preciosos que qualquer um que tem acesso a eles tem de passar por um rígido controle de segurança. Além disso, Assange está sendo investigado por dois governos e tem um mandado de segurança internacional contra si por crimes sexuais na Suécia. Isso significou que Assange e sua equipe precisam ficar isolados enquanto lidam com o material. Uma verdadeira operação secreta.

Documentos sobre Brasil

No caso brasileiro, os documentos são riquíssimos. São 2.855 no total, sendo 1.947 da embaixada em Brasília, 12 do Consulado em Recife, 119 no Rio de Janeiro e 777 em São Paulo.

Nas próximas semanas, eles vão mostrar ao público brasileiro histórias pouco conhecidas de negociações do governo por debaixo do pano, informantes que costumam visitar a embaixada norte-americana, propostas de acordo contra vizinhos, o trabalho de lobby na venda dos caças para a Força Aérea Brasileira e de empresas de segurança e petróleo.

O Wikileaks vai publicar muitas dessas histórias a partir do seu próprio julgamento editorial. Também vai se aliar a veículos nacionais para conseguir seu objetivo: espalhar ao máximo essa informação. Assim, o público brasileiro vai ter uma oportunidade única: vai poder ver ao mesmo tempo como a mesma história exclusiva é relatada por um grande jornal e pelo Wikileaks. Além disso, todos os dias os documentos serão liberados no site do Wikileaks. Isso significa que todos os outros veículos e os próprios internautas, bloggers, jornalistas independentes vão poder fazer suas próprias reportagens. Democracia radical também no jornalismo.

Impressões


A reação desesperada da Casa Branca ao vazamento mostra que os Estados Unidos erraram na sua política mundial e sabem disso. Hillary Clinton ligou pessoalmente para diversos governos, inclusive o chinês, para pedir desculpas antecipadamente pelo que viria. Para muitos, não explicou direto do que se tratava, para outros narrou as histórias mais cabeludas que podiam constar nos 251 mil telegramas de embaixadas.

Ainda assim, não conseguiu frear o impacto do vazamento. O conteúdo dos telegramas é tão importante que nem o gerenciamento de crise de Washington nem a condenação do lançamento por regimes em todo o mundo da Austrália ao Irã vai conseguir reduzir o choque.

Como disse um internauta, Wikileaks é o que acontece quando a superpotência mundial é obrigada a passar por uma revista completa dessas de aeroporto. O que mais surpreende é que se trata de material de rotina, corriqueiro, do leva-e-traz da diplomacia dos EUA. Como diz Assange, eles mostram como o mundo funciona.

O Wikileaks tem causado tanto furor porque defende uma ideia simples: toda informação relevante deve ser distribuída. Talvez por isso os governos e poderes atuais não saibam direito como lidar com ele. Assange já foi taxado de espião, terrorista, criminoso. Outro dia, foi chamado até de pedófilo.

Wikileaks e o grupo e colaboradores que se reuniu para essa empreitada acreditam que injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. E que, com a ajuda da internet, é possível levar a democracia a um patamar nunca imaginado, em que todo e qualquer poder tem de estar preparado para prestar contas sobre seus atos.

O que Assange traz de novo é a defesa radical da transparência. O raciocínio do grupo de jornalistas investigativos que se reúne em torno do projeto é que, se algum governo ou poder fez algo de que deveria se envergonhar, então o público deve saber. Não cabe aos governos, às assessorias de imprensa ou aos jornalistas esconder essa ou aquela informação por considerar que ela pode gerar insegurança ou atrapalhar o andamento das coisas. A imprensa simplesmente não tem esse direito.


É por isso que, enquanto o Wikileaks é chamado de "irresponsável", "ativista", "antiamericano" e Assange é perseguido, os cinco principais jornais do mundo que se associaram ao lançamento do Cablegate continuam sendo vistos como exemplos de bom jornalismo objetivo, equilibrado, responsável e imparcial.

Uma ironia e tanto.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Jader passou mandato em branco na Câmara

Deputado que renunciou em protesto contra a Ficha Limpa compareceu a menos da metade das sessões, ignorou comissões, não apresentou projeto nem fez um único discurso. Peemedebista acumula dez processos no STF e controla R$ 6,5 bilhões do orçamento público

Jader renunciou, mas suas ausência ñ será sentida no plenário.
Ele passou o mandato praticamente em branco
Por Edson Sardinha

A ausência do agora ex-deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) será pouco sentida pelos demais parlamentares nos dois meses que lhe restariam de mandato. Parlamentar com o segundo maior número de processos na Justiça, Jader registrou presença em menos de 40% das sessões deliberativas da atual legislatura. Nos últimos quatro anos, não compareceu a nenhuma reunião da única comissão de que participava. Não fez um único discurso sequer no plenário. E não apresentou nenhuma proposta legislativa. Jader renunciou hoje (30) pela manhã de seu mandato, segundo ele em protesto contra as decisões tomadas pela Justiça contra ele com base na Lei da Ficha Limpa.

O aparente “sumiço” de Jader na Câmara contrasta com sua constante presença no governo federal e no Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela abertura de investigações e pelo julgamento envolvendo parlamentares, entre outras autoridades federais. Como mostrou o Congresso em Foco, Jader controlava em maio um orçamento anual de mais de R$ 7 bilhões por meio de afilhados políticos no governo federal e no Pará.

Pelas mãos de seus aliados, terão passado até o final do ano os R$ 6,5 bilhões do orçamento da Eletronorte e outros R$ 519 milhões dos cofres do governo do Pará. Na época, Jader tinha sob seu controle outros 340 cargos comissionados do governo estadual, além das diretorias da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e dos Correios no estado.

Leia: Jader, o rei do “Valle de los Caídos”

Foro privilegiado

Ao renunciar ao mandato, Jader perderá o chamado foro privilegiado, a prerrogativa de ser julgado apenas pelo Supremo. O peemedebista é réu em seis ações penais e investigado em outros quatro inquéritos. As denúncias vão de estelionato, peculato, formação de quadrilha, crimes contra a administração financeira e a ordem tributária.

Quando disputou a eleição para o Senado, Jader era réu em cinco ações penais. Dois dias depois de ter recebido 1,8 milhão de votos, ganhou mais uma: o Supremo aceitou nova denúncia contra ele por emprego irregular de verbas ou rendas públicas. O STF não informa o teor da acusação.

A renúncia ao mandato já foi usada como estratégia por parlamentares para se livrarem de problemas na Justiça. Nem todas, porém, deram certo. No dia 28 de outubro, os ministros condenaram a 13 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato o ex-deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que havia renunciado no dia anterior. Para o STF, ficou caracterizada uma tentativa de fraude, para forçar a volta do processo à Justiça local.

Em 2007, Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) renunciou ao mandato na véspera de seu julgamento por tentativa de homicídio, alegando que queria ser julgado como um "cidadão comum". O parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, era pela condenação. Com a renúncia, o processo de Ronaldo Cunha Lima voltou à Justiça da Paraíba depois de tramitar por 12 anos sem uma definição do Supremo.
Renúncia no Senado
Esta é a segunda vez que Jader Barbalho renuncia a um mandato federal. Em 2001, ele abriu mão da presidência do Senado e, em seguida, do mandato para escapar da cassação. Ele era acusado de desviar recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará), da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Ministério da Reforma Agrária.

Os processos desses dois casos ainda se arrastam no Supremo. Mas foi a renúncia ao mandato de senador que levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a barrar a candidatura dele este ano ao Senado. Jader recorreu, seguiu na disputa e obteve a segunda maior votação para senador no Pará, o que lhe garantiria um assento novo mandato de oito anos a partir de fevereiro.

No dia 27 de outubro, o STF analisou o recurso do deputado. Diante de um novo quadro de empate, a exemplo do que ocorrera no julgamento do ex-governador Joaquim Roriz (PSC-DF), os ministros decidiram manter a decisão do TSE, estendendo o entendimento para casos similares, como o de Paulo Rocha (PT-PA), terceiro mais votado na corrida ao Senado no estado.

Prisão e volta

As denúncias de desvio na antiga Sudam já renderam outros constrangimentos a Jader. Em fevereiro de 2002, ele foi algemado e passou 16 horas preso na sede da Superintendência da Polícia Federal em Tocantins, acusado pelo Ministério Público Federal de comandar uma “organização criminosa” que desviou pelo menos R$ 130 milhões da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. O peemedebista sempre negou as acusações, alegando ser vítima de perseguição política.

Em outubro de 2002, Jader voltou ao Congresso, após ser eleito o deputado mais bem votado do Pará. Ele já havia ocupado uma cadeira na Casa entre 1975 e 1983. De acordo com os registros da Câmara, a última vez que ele apresentou um projeto de lei na Casa foi em 1982. De lá pra cá, é verdade, o peemedebista passou quase duas décadas longe da Câmara: foi senador, governou duas vezes o Pará (1983/1987 e 1991/1995), foi ministro da Reforma Agrária (1987/1988) e da Previdência (1988/1990).

Mais ausências

Mas desde que retornou à Casa, há quase oito anos, o ex-presidente do Senado passou quase em branco nos registros da Câmara. Nesse período, Jader relatou somente atos de concessão de rádio e TV. Foram 11 na legislatura anterior, e quatro nesta. Dono de jornal, rádios e TV, ele chegou a presidir a Comissão de Ciência e Tecnologia, responsável pela análise de concessões e renovações de outorgas de radiodifusão, em 2005.

Na atual legislatura, Jader continuou na Comissão de Ciência e Tecnologia, a única para a qual foi indicado nos últimos quatro anos, mas não pisou uma vez sequer lá. Jader compareceu a apenas 136 (38,6%) das 352 sessões reservadas a votações na atual legislatura. Justificou a ausência 171 (48,6%) vezes. E deixou sem justificar outras 45 (12,8%).

A última vez que Jader registrou presença no plenário da Câmara foi no dia 2 de junho. Sua última votação foi no dia 12 de maio. Naquela data, votou a favor da Medida Provisória (MP) 476/09, que concede um crédito presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) às empresas que usarem artigos recicláveis como matérias-primas na fabricação dos seus produtos.

Juventude faz protestos em Londres


Milhares de estudantes protestaram nessa terça-feira, dia 30, em toda a Grã-Bretanha contra o aumento das mensalidades nas universidades.Os estudantes protestaram em frente ao Parlamento britânico. Houve protestos também nas outras grandes cidades.

A proposta do governo é triplicar o valor das mensalidades elevando o custo anual de cada curso em até 9 mil libras (14,5 mil dólares).
O aumento é parte do pacote de austeridade do governo liberal britânico, que inclui ainda cortes de 81 bilhões de libras nos gastos públicos.
Um estudante afirmou: "Estamos começando a voltar a como era quando só as classes superiores podiam ir à universidade".

Fonte.

Crise no Rio - Não haverá vencedores

Marcelo Freixo/PSOL é Dep.Est. do RJ
e presidiu em 2008 a CPI das Milícias
Por Marcelo Freixo

Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública do Rio terá de passar pela garantia dos direitos dos cidadãos da favela.

Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar.

Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida.
Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.

As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.

O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores.

Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo.

Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática.

Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas?

É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.

Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna “guerra” entre o bem e o mal.

Como o “inimigo” mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da “guerra”, enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual.

É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer.

O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela.

Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de “guerra”- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.

Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário…
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MARCELO FREIXO, professor de história, deputado estadual (PSOL-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.