segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Israel: uma máquina de torturar e matar

""Meus filhos estão apavorados. Meu filho de seis anos, Mohamed, 
se recusa a comer e me segue por toda parte. A cada 10 minutos ele
 me pergunta quando é que vou morrer?",
 conta uma mãe de 37 anos, Oum Jihad, que foi viver 
com parentes em Khan Younis, no sul do território, 
menos exposto aos ataques."

Imaginem se de repente; assim do nada, você fosse obrigado a deixar suas terras, suas casas, seus parentes antepassados nos cemitérios enterrados, sua vida e sua história para, em favor de um estado sionista, que além de se apossar criminosamente sobre seu território, seguiria implementando todo tipo de prática desumana e criminosa de fazer inveja até no rei do inferno, o Diabo?!

Em 1947 ocorreu isso e muito mais na Palestina. E eis que o sofrimento, as mazelas e atentados de toda ordem contra o gênero humano apoderaram-se dos árabes nesta porção do Oriente Médio. Novamente o mundo assiste à mais uma escalada de carnificina fascistóide cometida por Israel contra o valoroso e aguerrido povo palestino. 
Novamente assistimos a jovens, com paus e pedras nas mãos, responderem à mais equipada e assombrosa máquina de morte na terra: o Exército israelense. Novamente a ONU e EUA, com disfarçada preocupação, dizem amém à este monumento da barbárie: o genocídio de civis crianças, jovens e idosos da Palestina.

Não podemos fechar os olhos, muito menos o coração para essa catástrofe. 

Abaixo, deixo o mapa de como era a Palestina antes de a ONU cometer o crime de criar o único estado no mundo que em pleno século XXI tem a tortura legalizada, e que mostra ao que está sendo reduzida a Palestina hoje.

Já pensou se resolvessem fazer isso com seu país, sua família, seu território?! 

Isso não é História Antiga ou Medieval.

Isso é história do tempo presente!

História da barbárie ao vivo, a cores e tingida de sangue.


*Citação extraída da notícia Mortos em Gaza passam de 100 antes de visita de delegação árabe, do Yahoo.

Governo de Israel faria inveja no Hitler

Genocídio: crianças mortas em um dos seis bombardeios feitos por Israel contra civis na Faixa de Gaza. Foto: Lusa.
As cenas e notícias que a todo instante nos chegam do Oriente Médio, apesar de toda carga de barbarismo e sofrimento nelas expressos; genocídio derivado dos mais descarados e violentos atentados aos Direitos Humanos, impostos ao povo palestino pelo estado sionista e fascista de Israel, não dão a verdadeira dimensão da catástrofe em que se transformou esse extermínio insano do povo árabe da Palestina.

Desde que foi criminosamente criado em 1947 pela Organização das Nações Unidas - ONU, que roubou terras da Palestina e expulsou seus moradores, Israel vem cometendo todo tipo de atentado à humanidade e fundamentalmente ao povo palestino.
Violando as leis internacionais, a ONU roubou a metade do território da Palestina, expulsando os árabes de seus lares, de suas terras, de suas histórias, de suas vidas. Sem contar que o mapa, desde então, tem sofrido sucessivas mudanças, ficando os palestinos reduzidos à uma área correspondente a cerca da quarta parte do que sobrou da imperialista criação do estado judeu em 1947.

Somos todos palestinos!

O que ocorreu nos campos de concentração nazista, superou no século XX, as atrocidades derivadas da Inquisição na Idade Média, porém, o que ocorre na Cisjordânia e Faixa de Gaza em pleno século XXI, garante ao Estado de Israel, aos EUA e à ONU como seus principais apoiadores, a condição de maiores promotores de carnificina e barbarismo contra o gênero humano em toda a História da Humanidade.

Viva a Palestina Livre!
Chega de matança na Cisjordânia e na Faixa de Gaza!

Palestina, Budrus e o fascismo de Israel


Ontem, assistindo ao documentário 'Budrus' (veja trecho aqui) dirigido pela brasileira Julia Bacha, o qual retrata a luta pacífica de palestinos (apoiados por israelenses) contra a construção de um famigerado e vergonhoso muro pelo Estado sionista e fascista de Israel em seu território, que usurparia a dignidade, as oliveiras e o cemitério dos moradores do Vilarejo de Budrus, tive o mesmo sentimento de horror, indignação, pavor e revolta ante o barbarismo sofrido pelos palestinos, que senti ao ler o poema a seguir:

 

Palestina viva, livre, sempre!

Júlio Miragaia 

I
são tempos de fogo branco
não nos nossos corações
mas na pele dos moradores de gaza
tempos de intolerância 
de fome sionista
por crianças palestinas

tempo de morte seca
de convulsão no coração
de aperto de choro
tempo de olhar pra faixa de gaza
e sentir que mesmo distante
estas mortes desconhecidas
ao mesmo tempo nos aproxima
de uma só sensação, bi-convulsiva

inconclusivo fica no peito
ardendo
desesperadamente
por cada pequeno cadáver
que não pode chorar
a própria dor

II
o fascismo passeia livremente por nossa democracia
anda a agredir cada estudante chileno
cada operário chinês
cada mineiro espanhol
o fascismo do século XXI
é a contra-mão da indignação
eles estão em todas as partes
vencendo eleições
salvando banqueiros
estuprando a economia de nossos países
o fascismo do século XXI é democrático
tem soldados saborosamente armados
lutando contra estilingues,
contra poemas
e contra brinquedos
o fascismo do século XXI é belo
e distribui algodão doce
A democrática ditadura de nosso tempo elegeu um negro
para reinar nos EUA
para reciclar a cara da opressão
nada melhor que um oprimido que muda de lado

III
são tempos de faixa de gaza em todo o planeta
desde os corpos atingidos em bombardeios
até o precipício de nosso peito
o povo palestino neste momento
precisa se defender
com pedras,
com poemas
com armas
com solidariedade
é preciso bombardear
a existência de israel
a existência do imperialismo
a desistência da esperança

IV
somos todos palestinos
mais do que nunca
contra cada violência existente
em cada país do mundo
minha pátria é palestina
indignada, indomesticada

V
que uma bomba de napalm exploda infinitamente
por dentro do corpo
de cada presidente e liderança política que se cala
ante o holocausto sionista
que cada bolha de sangue causada por fogo branco
floresça eternamente
nos corpos de Barack Obama
e Benjamin Netanyahu
Estamos mais sírio-palestinos do que nunca
Liberdade e auto-determinação dos povos
Pátria livre!
É tempo de lutar para vencer
Fora Hitler da Palestina!

Fonte: http://sobreversossubversos.blogspot.com.br/2012/11/palestina-viva-livre-sempre_9379.html

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Garoto Arara do Xingu manda recado para Dilma

Menino de 9 anos da aldeia Arara da Volta Grande, uma das que será mais afetadas pela construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, faz um apelo à presidente Dilma Rousseff pela preservação de sua vida e seu futuro:


Sobre Trotsky, Assange e Pussy Riot: Um planeta sem passaporte


Por Júlio Miragaia


Planeta sem passaporte. Este é o nome do manifesto assinado por intelectuais e artistas em solidariedade a um “indesejado” Leon Trotsky em 1934. Na ocasião, Trotsky buscava asilo político da ditadura stalinista que deformou a experiência de por o proletariado no poder em 1917 na Rússia. Nenhum governo do mundo queria ter em seu território um dos principais dirigentes (junto com Lênin) da revolução russa.

O nome do manifesto também cairia como uma luva para a situação nos dias de hoje do fundador do Wik Leaks, Julian Assange. Atualmente, Assange representa uma pedra no caminho dos governos em todo o mundo e principalmente ao governo norte-americano, depois de vazar em seu site diversos segredos de estado. A última tentativa de Assange foi o asilo político no Equador, porém, mesmo com a permissão do governo de Rafael Correa para que receba asilo, o governo britânico está impedindo sua saída da embaixada equatoriana em Londres.

Pussy Riot. Uma jovem banda punk russa tem suas três integrantes com prisões decretadas por realizarem uma “oração punk” contra o presidente Putin numa catedral.

Planeta sem passaporte. São tempos em que a liberdade de questionamento é descaradamente censurada. O presidente norte-americano, Barack Obama, fala em democracia, porém não existe “passaporte” para os que ousam questionar os interesses de seu governo e de seus aliados. Os governos tentam calar a ferro, fogo e prisão os porta-vozes dos indignados, dos Ocuppy e das novas formas de contestação e questionamento dos ajustes dos governos. Tudo porque depois da queda de ditaduras, como no Egito e na Líbia em 2011, de rebeliões juvenis como no Chile e na Espanha e greves gerais na Grécia, é preciso tentar reprimir para poder seguir retirando direitos da classe trabalhadora e avançando com o desemprego, a miséria e a fome. Tudo para que os de baixo paguem pelos efeitos da crise econômica internacional. Para Assange e para o Pussy Riot, desejam o mesmo destino que o de Trotsky: cadeia, morte ou qualquer outra forma que os cale. Porém para o assassino governo de Bashar Al Assad na Síria, o silêncio sepulcral para as mortes de crianças, mulheres e valentes rebeldes que enfrentam heroicamente seu sanguinário governo.

O legado de Trotsky se alastrou mundo afora para desgraça dos imperialistas, burocratas e stalinistas de plantão. Hoje, a revolta contra o sistema se internacionaliza como em nenhum outro momento antes visto na história. São mineiros espanhóis, africanos, bolivianos, Jovens, mulheres e um exército cada vez maior de indignados que não aceitam viver debaixo da mesma lógica de exploração e opressão.

A adesão do neto de Trotsky a candidatura do operário trotskista Orlando Chirino nas eleições presidenciais na Venezuela reforça a idéia de que, mesmo nadando contra a corrente, como em praticamente toda a vida o velho Leon fez, é preciso construir uma projeto político que com independência reforce a necessidade da aniquiliação do atual sistema capitalista. Infelizmente hoje a candidatura de Chávez está cada vez mais aliada com as multinacionais e os interesses da burguesia bolivariana que muito ganhou em seu governo. Chávez está na contra-mão dos indignados, esteve com Piñera contra os estudantes chilenos e com Assad e Kadafi contra as revoluções árabes. Ou seja, está distante de um governo a serviço dos interesses dos trabalhadores e dos explorados.

Para entendermos melhor a importância do legado de Trotsky para o agitado mundo que vivemos entre repressões e rebeliões, vejamos a declaração de Esteban Volkov Bronstein, neto de Trotsky, em uma entrevista concedida ao jornal argentino Página 12:

“Trotsky deixou um legado muito valioso, um arsenal ideológico revolucionário de grande atualidade e extremamente fértil e útil para todas as lutas revolucionárias atuais e futuras. Não há dúvidas de que o capitalismo está demonstrando que é um sistema totalmente obsoleto e injusto e que não supre em nada as necessidades da humanidade. Pelo Contrário, o capitalismo está destruindo o planeta, está criando mais miséria, mais sofrimento. A necessidade de uma transformação é vital. Tenho certeza de que a maior parte da humanidade tomará consciência desta situação e lutará por outro mundo. É aí onde todo o arsenal ideológico de Trotsky é extremamente valioso. Hoje a mídia intoxica as massas e terminam criando isso que Marcuse chama uma mentalidade unidimensional. Porém os processos de tomada de consciência são como relâmpagos”.

Volkov está correto e basta ver os noticiários e as mobilizações que percorrem mundo afora para chegarmos e essa mesma conclusão: que os processos de tomadas de consciência são como relâmpagos. Ontem prenderam e executaram Tortsky, Che Guevara, Vitor Jara e tantos outros. Hoje perseguem Assange e bandas punks. Amanhã serão outros mais. Porém o ritmo da história demonstra que nenhum dos “homens-mercado” e seus governos conseguiram deter a primavera que se alastra permanentemente em todo o planeta. E ela (a primavera) também não usa passaporte.
 
Júlio Miragaia é estudante de jornalismo e edita o blog Rubra Pauta.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Programa Brasil Pedófilo: a virgindade de nossas meninas a R$ 20


Por Leonardo Sakamoto
A virgindade de meninas indígenas em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, pode ser comprada por um homem branco por R$ 20,00, roupas ou bombons. A Folha de S.Paulo, deste domingo (4), traz importante reportagem de Kátia Brasil sobre o drama, que vem sendo apurado pela polícia há um ano, mas não prendeu ninguém até agora. Entre os acusados, empresários locais e militares. Até ameaças de morte foram feitas para que tudo fique em silêncio.
A reportagem traz depoimentos das vítimas. Uma, de 12 anos, conta que teve a virgindade “vendida” para um ex-vereador, casado e com filhos. “Ele me levou para o quarto e tirou minha roupa. Foi a primeira vez, fiquei triste.” Outra meninas de 12 anos afirma que foi obrigada na primeira vez: “ele me deu R$ 30,00 e uma caixa com chocolates”.
Que a pedofilia encontra no Brasil um terreno fértil com muitos seguidores, isso é sabido. Imaginem o que seria desta nossa sociedade patriarcal e machista sem as revistas e sites que transformam mulheres de 18 anos em meninas de 12? Afinal de contas, se tem peito e bunda, se tem corpo de mulher, está pronta para o sexo, não é mesmo? E se está pronta para o sexo, por que não ganhar uns trocados para ajudar no orçamento familiar? Antes trabalhar do que ficar zanzando na rua, né?
Lembrei-me de histórias que presenciei. Passando o município maranhense de Estreito, cruzando-se a ponte sobre o rio Tocantins e entrando no estado homônimo, há um posto de combustível. Entre bombas de combustível e caminhões estacionados, meninas ofereciam programas. Entravam na boleia por menos de R$ 30,00, deixando a inocência do lado de fora. Já, em Eldorado dos Carajás, no Pará, me levaram a bordéis onde se podia encontrar por um preço barato “putas com idade de vaca velha”. Ou seja, 12 anos.
Retomo aqui um debate já travado tempos atrás neste espaço. Pois essa discussão não é sobre o direito da mulher ao seu corpo (que deveria ser inquestionável e protegido contra qualquer tipo de idiotice), mas defender que crianças e adolescentes não sejam abocanhados pelo mercado do sexo. Não estou tratando de sexo dos adolescentes, mas sim o seu uso comercial. Muito menos a legalidade da prostituição. Estamos falando de meninas de 12 anos que podem ter sido empurradas para essa condição por pressão da situação social ou econômica da família, mas também sofreram influência externa sobre sua sexualidade – da TV, dos amigos, de vizinhos, de músicas, de ofertas irrecusáveis de bens materiais ou dinheiro, que atiçaram desejos ou fantasias sobre si mesmas e o mundo.
Prostituição infantil não é novidade. E nem é vinculada apenas a uma classe social: há denúncias e mais denúncias de políticos e empresários que alugam barcos e hotéis para consumir as crianças que compraram. Ou festas regadas a uísque nas grandes cidades. Mas é ruim quando a gente se depara novamente com isso. Ver meninas que deveriam estar estudando para uma prova de sexta série vender seus corpos e encararem isso como parte da vida dá um misto de raiva e sensação de impotência.
A ocupação violenta da região amazônica durante a última ditadura militar foi realizada sob a justificativa de integrar o país e desenvolver o interior. Ajudou a enriquecer alguns poucos, trouxe outros milhares que perseguiam um sonho de vida melhor e viu milhões serem explorados em fazendas, carvoarias, bordéis, fábricas, garimpos, mineradoras do seu entorno – sejam migrantes, sejam moradores nativos. Nessa fronteira agrícola, convive a riqueza, que manda suas filhas estudarem no exterior, e a pobreza, que empurra as suas filhas para os postos de combustível nas madrugadas quentes.
Apenas um bagre em coma não sabe que um dos principais impactos da instalação de grandes obras de engenharia na região amazônica tem sido o aumento dos casos de prostituição infantil. Mas quem se importa com a dignidade de algumas pessoas quando estamos falando de megawatts e estradas, ou seja, da grandeza de um país? Os recursos investidos em programas de prevenção para garantir qualidade de vida ou monitorar as condições de crianças e adolescentes são sempre reduzidos diante do que é disponibilizado para o “progresso”. E, considerando os envolvidos nas denúncias, o Estado não é ausente. Em alguns casos, ele participa do crime.
Um dia um fazendeiro português com terras no Mato Grosso disse a Pedro Casaldáliga, símbolo da luta pelos direitos do campo no Brasil, para justificar a exploração: “Dom Pedro, o senhor é europeu, o senhor sabe. As calçadas de Roma foram feitas por escravos. O progresso tem seu preço”.
Desculpem mesmo, não é moralismo. Mas não dá para ler uma matéria como a que trata da situação em São Gabriel da Cachoeira e não ter a sensação de falência de um país.

Guarani-Kaiowá: Repúdio às mentiras e preconceitos da Revista Veja

NOTA DA COMISSÃO DE PROFESSORES KAIOWÁ GUARANI SOBRE REPORTAGEM DA REVISTA VEJA

Ao contrário do que escreveram os jornalistas da Revista Veja, Leonardo Coutinho e Kalleo Coura, quem luta pelos territórios tradicionais é sim o povo Kaiowá e Guarani. Somos nós que estamos retomando nossos territórios antigos.

A matéria publicada foi racista, preconceituosa, discriminatória, estimulou o ódio contra os povos indígenas. Tenta desmotivar o nosso povo, ignora que nós temos língua própria, sentimento próprio, natureza própria. Não fala que a gente sabe o que a gente quer. Acaba colocando as pessoas contra nós, não a favor.

A revista Veja não está a serviço dos indígenas, nem dos mais pobres. Está a serviço de quem manda. Age com coronelismo. Parece estar a serviço de quem paga.

Os jornalistas precisam estudar mais um pouco. Conhecer o que é índio, o que é cultura, o que é tradição, o que é história, o que é lingua, o que é Bem Viver. A terra, para nós, é o nosso maior bem viver, coisa que ainda a imprensa não entendeu muito bem. Não entendeu que é possível escrever coisa boa sem prejudicar.

O povo pobre não tem acesso à imprensa, quem tem são os latifundiarios e os emrpesarios. São eles que comandam. Nós somos brasileiros, somos filhos da terra. É preciso valorizar todas as culturas, o que a imprensa não faz. Mas precisava fazer.

O direito à terra é um direito conquistado pelo povo brasileiro que precisa ser cumprido. E é possível fazer essa luta com solidariedade, com amor, com carinho, que é a competência do ser humano. Não é com maldade, como fez essa reportagem.

A matéria quer colocar um povo contra outro povo. Quer colocar os não-índios contra os indíos. Essa matéria não educa e desmotiva. Ao invés de dar vida, ela traz a morte. Porque a escrita, quando você escreve errado, também mata um povo.

DOURADOS, 5 DE NOVEMBRO DE 2012

Vídeo: Ato em defesa dos Guarani-Kaiowá

Protesto realizado dia 28/10/2012 contra o genocídio dos índios Guarani-Kaiowá de  Pyelito Kue.

O ato contou com a participação de várias entidades dos movimentos sociais e ativistas que foram até o Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro/RJ protestar contra o aval concedido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, o qual negou em decisão vergonhosa o direito destes ìndios à demarcação de suas terras e assim, assinou também a autorização para um dos mais vis e escandalosos casos de genocídios da atualidade.

O vídeo postado no YouTube por Rossana Pinheiro mostra a intervenção da índia Zahy Guajajara, a qual se solidarizou com os seus parentes do Mato Grosso do Sul, emocionando a todos os presentes. Zahy também fez grave denuncia, pois o lugar onde vive com seus parentes, a Aldeia Maracanã (antigo Museu do Índio) está ameaçado de demolição pelo governo de Sérgio Cabral Filho/PMDB em virtude dos famigerados  e criminosos empreendimentos da Copa de 2016.

Toda solidariedade com os Guarani Kaiowá!

Índio da etnia Guarani Kaiowá põe cruzes em frente à Esplanada dos Ministérios
Índio da etnia Guarani Kaiowá põe cruzes em frente à Esplanada: foram assassinados no país 503 índios entre 2003 e 2011. Foto: Wilson Dias/ABr
Cuiabá - "Nós vamos ficar. Se os atiradores quiserem nos atacar, morreremos em suas mãos por nossa terra", declarou em entrevista à AFP Lide Solano Lopes, representante da comunidade Pyelito Kue, que reivindica suas terras ancestrais em Mato Grosso do Sul.

Uma carta desta comunidade, na qual seus 170 habitantes, entre mulheres, homens e crianças, declaram que estão dispostos a uma "morte coletiva" para não abandonar suas terras ancestrais, coloca em destaque a situação dramática vivida por parte dos 45.000 guarani-kaiowá neste estado brasileiro.

As famílias Pyelito Kue, cansadas de esperar em acampamentos lotados e aldeias beirando as estradas que o governo devolva seus territórios, decidiram há um ano ocupar parte desta terra que eles reivindicam, localizada a cerca de 500 km da capital do estado.
"Eu tinha quatro anos quando fomos forçados a deixar a nossa Tekohá (terra ancestral)", agora ocupada por 18 fazendas, explica Lide, que tem 44 anos e quer as terras de volta para sua comunidade.
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'Morreremos por nossa terra', dizem índios guarani-kaiowá


Em meados de outubro, um tribunal [Ministro Gilmar Mendes/Supremo Tribunal Federal] ordenou que este grupo de 170 índios deixasse o território ocupado, o que fez com que alertassem que estavam prontos para morrer, em uma mensagem que rodou o mundo inteiro.


O governo recorreu da decisão em favor dos índios, e na terça-feira um tribunal concordou que continuem no local à espera que o Executivo demarque suas terras.
Representantes e líderes guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul denunciaram em Brasília esta situação, que se repete em dezenas de territórios do estado.
"O estado nos expulsou para entregar nossas terras aos produtores rurais e a Constituição de 1988 define que elas sejam devolvidas para nós, mas este processo está décadas atrasado", declarou à AFP Otoniel Guaraní, um dos líderes da região.
"O Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do Brasil e a pior situação de terras indígenas demarcadas e reconhecidas", reclamou Flávio Machado, coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à igreja Católica.
"A situação dessas populações confinadas em aldeias superlotadas e reservas é alarmante. Sofrem com uma taxa de homicídios nove vezes maior que a média nacional, a expectativa de vida é inferior a 50 anos, a desnutrição infantil é alta e o nível de suicídios aumentou vertiginosamente, chegando a um por semana na última década", acrescentou.
Uma comissão da Câmara dos Deputados visitou a região no final de 2011 e denunciou a violência: "os pistoleiros (homens armados contratados por proprietários de terras) promovem um etnocídio kaiowá". De acordo com o Cimi, pelo menos, uma dúzia de líderes foram mortos na última década.
Nisio Gomes, da aldeia Guaiuire, foi assassinado há quase um ano por pistoleiros, e seu filho disse que recebeu as mesmas ameaças. "'Como Nisio, também mataremos você', disseram", contou Genito Gomes à AFP.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou na terça-feira o envio de mais efetivos da força nacional para garantir a segurança e também se comprometeu a acelerar o reconhecimento do terreno.
Recuperar essas terras é um grande projeto que envolve dezenas de proprietários que devem ser ressarcidos. Além disso, os índios devem viver em uma área que perdeu florestas para a produção agrícola.
"A natureza está muito devastada, recuperar essas áreas levará 10 ou 15 anos, mas nós vamos sobreviver com a nossa produção de alimentos, que hoje não conseguimos plantar porque não temos lugar", explicou Pedro Benites, outro líder guarani-kaiowá.
O apelo dos índios de Pyelito Kue resultou em uma campanha na internet que já recolheu mais de 270.000 assinaturas, segundo o site especializado em campanhas internacionais do Avaaz.