segunda-feira, 23 de junho de 2014

Em convenção eleitoral, PSOL lança Luciana Genro para disputar a Presidência

Nome da ex-deputada foi referendado por integrantes da executiva da sigla. PSOL vai defender legalização da maconha e casamento homoafetivo.


Foto: UOL
Por Felipe Néri, para o G1
O PSOL oficializou neste domingo (22) a candidatura da ex-deputada Luciana Genro (RS) para concorrer pelo partido à Presidência da República nas eleições de outubro. Ficou definido para vice o nome de Jorge Paz, membro do diretório paulista da sigla. O partido realizou convenção nacional em Brasília.
Luciana não tinha concorrentes dentro do PSOL para representar a sigla na eleição presidencial. O nome dela foi referendado por 61 membros do diretório nacional  e 27 representantes de diretórios estaduais do partido.
A candidata passou a ser a escolha do PSOL para a disputa da eleição depois que o senador Randolfe Rodrigues, que cogitava se lançar, teranunciado, no último dia 13, que não iria mais concorrer.
Aos 43 anos, a candidata a presidente do PSOL comanda atualmente a presidência da Fundação Lauro Campos, vinculada ao partido. Ela exerceu mandato de deputada estadual no Rio Grande do Sul entre 1995 e 2002, pelo PT. Em 2002, foi eleita deputada federal, também pelo PT, mas foi expulsa pelo partido em dezembro de 2003, depois de ter votado contra o projeto da reforma na Previdência. Ao lado da ex-senadora Heloísa Helena (AL), é uma das fundadoras do PSOL.
Legalização da maconha, casamento entre homossexuais e aborto
Um dos principais representantes das alas mais radicais da esquerda, o PSOL incluiu em seu plano de governo propostas que têm sido deixadas de lado no discurso dos demais candidatos à presidência da República. De acordo com Luciana Genro, a sua campanha defenderá, por exemplo, a legalização com regulamentação da produção e venda da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legalização do aborto.
De acordo com Luciana, a defesa pela descriminalização da maconha, baseada no exemplo uruguaio, busca mudar o atual modelo de combate ao tráfico de drogas e evitar o contato do usuário com o traficante. “Não estamos fazendo apologia à maconha, não fazemos apologia ao rejeitar a guerra às drogas. Estamos fazendo que as drogas sejam discutidas de forma aberta na nossa sociedade. Vamos pautar a descriminalização da maconha e a sua regulamentação”, disse.
Em relação ao aborto, a candidata disse não apoiar o ato em oposição ao uso de contraceptivos, mas propõe a criação de mecanismos de garantir assistência às grávidas que desejam abortar e impedir que elas sejam consideradas criminosas. Já o casamento homoafetivo é considerado uma bandeira da campanha. “Nós vamos defender os direitos de todos que querem amar e ser amados, e não vamos aceitar descriminação e homofobia.”
‘Revolução tributária’
A candidata também defendeu que seja feito o que ela chama de “revolução tributária”, com uma “inversão” do atual modelo de cobrança de impostos. “Esta vai ser a nossa primeira medida. Vamos enfrentar aquele um por cento mais rico da população. A revolução tributária no Brasil é para que não sejam mais trabalhadores, classe média e pobres que sustentem a arrecadação tributária no país. Hoje os bancos quase não pagam imposto”, declarou.
A candidata não detalhou como se dará a mudança, mas disse que se baseará em projetos que tramitam no Congresso Nacional. Assim como é recorrente no discurso do PSOL, Luciana disse, ainda, que o país deve se recusar a pagar dívidas adquiridas com bancos. “Vamos suspender o pagamento dos juros das dívidas aos bancos, aos grandes especuladores. E vamos fazer que seja investido em educação, saúde, transporte público, direito das mulheres […].”
Financiamento de campanha
Além de referendar a candidatura de Luciana Genro e Jorge Paes, a convenção do PSOL neste domingo também discutiu o plano de governo do partido nas próximas eleições. Um dos temas em debate foi o financiamento de campanha, que hoje no PSOL é feito exclusivamente por pessoas físicas.
Os delegados dos diretórios da sigla chegaram a discutir a possibilidade de especificar a exclusão da doação para campanha feita por médias e grandes empresas, o que facilitaria a doação de micro e pequenos empreendedores. No entanto, a maioria preferiu não alterar o estatuto do PSOL.
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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Violência da PM censura manifestações contra a Copa em São Paulo

Polícia ataca 'preventivamente' protestos na zona leste da capital, que foram dissolvidos antes de começar. Corporação soma novos casos a seu histórico de violações de direitos

Por Tadeu Breda, para a Rede Brasil Atual
São Paulo – Convocadas para a manhã de hoje (12) na zona leste de São Paulo, as duas manifestações de rua que pretendiam criticar a realização da Copa do Mundo horas antes da abertura do torneio foram dura e inexplicavelmente reprimidas pela Polícia Militar. Com um efetivo multitudinário, a corporação sitiou toda a região no entorno das estações Tatuapé e Carrão do Metrô, onde os manifestantes haviam combinado de se encontrar para saírem em passeata. Caminhões do choque, viaturas e motocicletas estavam apoiadas por helicópteros e tropas da cavalaria. A violência das forças de segurança foi tão grande que as marchas sequer puderam sair do lugar.
Eram 9h15 da manhã quando a reportagem da RBA chegou à região. Um grande número de soldados já estava instalado dentro da estação Carrão do Metrô, revistando pessoas que “aparentavam” ser manifestantes: jovens trajados com roupas pretas, com cortes de cabelo incomuns, negros e com barba. Mochilas foram abertas e supervisionadas. De lá partiria uma das passeatas marcada para hoje, cuja intenção era caminhar até o cordão de isolamento em torno da Arena Cortinthians, em Itaquera, estádio que sediará o jogo de abertura da Copa. Antes da chegada dos manifestantes, três linhas de soldados do Batalhão de Choque já estavam em formação de ataque do lado de fora da estação, com escudos, armas e bombas de gás lacrimogêneo.
Poucas pessoas atenderam à convocação da frente de movimentos e coletivos Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa, que na manhã de hoje tinha a intenção de realizar sua décima manifestação contra a Copa do Mundo. Os que compareceram para dar seu último grito de revolta contra o que consideram “injustiças” cometidas durante a organização do torneio não tiveram sequer a oportunidade de se reunir no local marcado. Após um leve bate-boca entre soldados e cidadãos revoltados com o tomando do aparato policial, às 10h15, a tropa deu início à ofensiva, lançando bombas de gás lacrimongênio contra as não mais de 50 pessoas que, então, estavam por ali. Ao menos uma delas (foto) foi detida.
Depois da correria, os manifestantes tentaram se reagrupar ao redor da estação Carrão do Metrô. E passaram a gritar palavras de ordem contra os policiais que acabavam de agredi-los gratuitamente. “Não acabou, tem de acabar, eu quero o fim da Polícia Militar”, bradavam. A reação não tardou, e veio com mais uso da orça. Quinze minutos depois do primeiro ataque, por volta das 10h30, uma nova e inexplicável investida policial acabou ferindo uma jornalista da rede de televisão norte-americana CNN. A repórter foi atingida no pulso por um estilhaço de bomba de gás lacrimogênio e atendida por socorristas voluntários do Grupo de Apoio ao Protesto Popular (Gapp) até a chegada dos bombeiros.
Após dois ataques seguidos contra os maniestantes, que já começavam a se dispersar, a PM resolveu agredir deliberadamente as dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que registravam a operação. Às 10h40, um policial sem etiqueta de indentificação saiu detrás da linha de escudos e lançou uma bomba de gás lacrimogênio diretamente contra os profissionais. A RBA presenciou que, ao todo, contando com a jornalista norte-americana, pelo menos cinco pessoas acabaram feridas por estilhaços nos braços e nas coxas. Entre elas estava um morador de rua.
Questionado sobre o motivo das agressões, o coronel Savioli, que se identificou como comandante da operação, recusou-se terminantemente ao diálogo: A sociedade não tem o direito de saber o que está acontecendo? “Não”, respondeu. Mas, durante um bate-boca com a RBA, um soldado (que estava identificado, mas escondia seu nome com a alça da espingarda) mostrou com que disposição os homens da PM foram orientados a lidar com as manifestações de hoje na zona leste. “Tá reclamando de quê? Não viesse aqui, ué. Você sabia que ia ter bomba, não sabia?”, hostilizou, arrematando: “Imprensa ridícula.” Às 11h, uma hora depois do pretendido início de um protesto que nunca aconteceu, os arredores da estação Carrão estavam liberados.

Novo massacre

Impedidos em seu direito constitucional à reunião e expressão, os manifestantes reprimidos na estação Carrão decidiram se deslocar por 300 metros até a sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. O prédio, localizado na esquina da Rua Serra do Japi com a Avenida Radial Leste, serviria de concentração para outro protesto convocada para a manhã de hoje. O ato fora organizado pela central sindical CSP-Conlutas, ligada ao PSTU. Além de denunciar os gastos públicos com a organização da Copa no Brasil, a manifestação bradaria contra a morte de 13 operários em obras relacionadas com o torneio e pediria a readmissão de 42 trabalhadores demitidos após a greve do Metrô, finalizada na terça-feira (10).
Como a RBA adiantou ontem, a ideia da CSP-Conlutas não era caminhar com destino ao Itaquerão ou tentar inviabilizar o jogo inaugural da Copa do Mundo. No entanto, os manifestantes queriam sair em passeata pela região do Tatuapé, onde se localiza o sindicato, para denunciar o torneio. Assim como ocorrera pouco mais de uma hora antes, porém, foram impedidos pela PM. Com escudos, bombas e balas de borracha a postos, homens do choque se posicionaram na esquina da Radial Leste para deter qualquer tentativa de fechar a avenida. Insatisfeitos, porém resignados, os organizadores do protesto acataram as determinações policiais e resolveram permanecer – com seus discursos, panfletos e faixas – em frente ao sindicato.
Não demorou para que outro grupamento fortemente armado da PM viesse em sentido contrário e encurralasse na Rua Serra do Japi as cerca de duas mil pessoas que haviam atendido ao chamado da CSP-Conlutas. Revoltados com o acosso policial, jovens mascarados começaram a hostilizar verbalmente a tropa, que respondeu descarregando sua munição. Então instalou-se um confronto entre rapazes com pedras e soldados com escudos, armaduras e artefatos menos letais. Pelo menos um fotógrafo feriu-se com estilhaços em toda a perna – mas não foi o único.
A situação se agravou quando, por volta do meio-dia, a polícia avançou sobre os manifestantes que estavam postados pacificamente diante do sindicato. Como a tropa não se sensibilizou com os gritos de “Chega de bomba, de repressão, é meu direito estar na manifestação”, os organizadores do protesto resolveram usar o carro de som para pedir que as pessoas entrassem na sede do sindicato. “Estamos encurralados. Não temos condições de enfrentar a PM”, apelavam os autofalantes. “Vamos abrir as portas do sindicato, entrar e dar continuidade ao nosso protesto lá dentro.” Os manifestantes assentiram e continuaram tocando seus tambores no interior do prédio. Lá, estavam a salvo da agressões, mas não dos efeitos do gás lacrimogênio.
Sem a menor possibilidade de diálogo com a PM, os organizadores do protesto decidiram, às 12h50, encerrar o ato. Ao microfone, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, pediu que os manifestantes que ainda estavam na rua adentrassem à sede da entidade para que, depois, pudessem “negociar” sua saída com o comando policial. Minutos antes, o carro de som transmitia aos presentes o recado de um dos oficiais encarregados da repressão: “O major nos avisou que em dez minutos vão liberar a rua. Eles vão passar por cima da gente”, advertiu.
A postura dos sindicalistas desencadeou pequenos desentendimentos com manifestantes que, pese às amaeaças policiais, queriam continuar protestando nas ruas. Quando o líder sindical Mancha, da CSP-Conlutas, usou carro de som para “diferenciar” perante a polícia os manifestantes “pacíficos” dos “baderneiros”, foi hostilizado por jovens mascarados. “Pelego”, gritavam. Os manifestantes também se envolveram em bate-bocas e empurra-empurra entre si quando os metroviários resolveram fechar o portão de sua sede – o que evitaria a entrada de mais pessoas caso a PM retomasse os ataques. “Entreguistas”, tiveram que escutar.
Por volta das 13h, os manifestantes já deixavam o prédio com destino às suas casas. Saíram lentamente, em fila, alguns de mãos dadas, outros nitidamente com medo de novas investidas do choque. Enquanto eles se dirigiam para as estações de Metrô dos arredores, o carro de som rogava à PM: “Não ataquem as pessoas. Elas estão apenas querendo ir embora.”
A Defensoria Pública de São Paulo destacou uma comissão para acompanhar os protestos da Copa do Mundo na manhã de hoje. “Pelo que vimos, a polícia está bem decidida em dispersar as manifestações”, avaliou o defensor Fabrício Bueno Viana. “As violações de hoje não diferem muito das que temos observado em protestos passados.” Para Viana, a polícia paulista está agindo de maneira desproporcional. “Ajuizamos em abril uma Ação Civil Pública em que cobramos a adequação de procedimentos policiais aos direitos humanos. Por exemplo, não usar balas de borracha ou gás lacrimongênio, e portar sempre a identificação. Hoje alguns não tinham.” Viana considerou a ação policial um “exagero” e analisou que, ao impedir que a movimentação dos manifestantes, a PM violou o direito de manifestação.
Procurada pela RBA, a assessoria de imprensa da Polícia Militar se negou a prestar quaisquer informações sobre a ação desta manhã na zona leste. Não informou o número de pessoas detidas, os motivos das detenções, o número de contingente deslocado para reprimir os protestos ou as razões que levaram seus homens a agirem com truculência e impedir o início das passeatas. Em sua página na internet, porém, a corporação afirma que “agiu para impedir que baderneiros fechassem a Avenida Radial Leste, o que afetaria o direito de ir e vir de milhares de pessoas, inclusive aquelas que vão assistir a abertura da Copa do Mundo”. E nada mais.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Quando a rua vira rio

Servidora pública, moradora da Avenida Fernando Guilhon, bairro da Cremação, ironiza sua triste realidade, pelo Facebook, recitando Ruy Paranatinga Barata após o toró da tarde desta quarta-feira:


Este rio é minha rua!!!

Por Katia Souza


José Eduardo Cardozo, um Xerife patético

Por Laura Capriglione, em seu blog

Foto: Reuters
É um assombro o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do PT. Do PT? Eclode uma greve, uma agitação, uma passeata, qualquer ato de resistência de trabalhadores, índios, estudantes ou até funkeiros de ostentação e o ministro petista faz questão de aparecer em triste papel. O de adversário das mobilizações, de guardião da ordem, xerife patético.

A última aconteceu nesta semana, durante a greve dos metroviários de São Paulo. Greve de trabalhadores para arrancar reivindicações da estatal paulista. Pois não é que de novo, sem ser chamado, seu nome nem sequer lembrado, o ministro inconveniente apareceu para oferecer apoio ao governador tucano Geraldo Alckmin, contra os metroviários? “Seja por que for, o governo do estado pode contar com o apoio instrumental do governo federal”, proclamou pela rádio CBN.

José Eduardo Cardozo é o cara que mais lê jornais. Mas lê mal –sabe de nada, inocente. Devia frequentar um pouco mais as ruas para aprender. No dia 1º de junho, um domingo, leu a manchete sensacionalista do “Estado de S.Paulo”: “Black blocs prometem caos na Copa com ajuda do PCC”. Dentro, no jornal, a frase, proferida por um –repetindo, apenas um!-- suposto black bloc, cara que teria 34 anos, sem rosto, sem nome: “A gente tem certeza de que o crime organizado, o PCC, vai causar o caos na Copa, e a gente vai puxar para o outro lado”.

Lá veio o como sempre impertinente ministro. Sem uma informação a mais, sem um questionamento quanto à qualidade da notícia publicada, toda “off the records”, proferiu a platitude: “É inadmissível a união pelo crime. [...] É inadmissível que pessoas queiram se associar ao crime para fazer reivindicações”.

Pronto! Acabava de vir da boca de um petista a imperdoável associação do movimento reivindicatório à criminalidade. Para um partido que nasceu das greves operárias dos anos 1970 e 80, trata-se de um passo e tanto!

Há um ano, o ministro já envergonhava a militância do PT. Foi no dia 12 de junho, quando colocou a Polícia Federal para investigar manifestantes contra o aumento das tarifas de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo. Queria dar uma mãozinha para as descontroladas e violentas polícias dos governadores Sergio Cabral e Geraldo Alckmin lidarem melhor com a mobilização.

O resultado foi o que se viu: milhões nas ruas, gritando contra o PT, PSDB, Dilma, Alckmin, Cabral –sem distinção.

Cardozo gosta de dizer que sua “alma mater” é a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Quer dizer, foi lá que ele concluiu sua graduação, em 1981. O currículo Lattes, entretanto, não vai muito além disso. Consta que, em 1993, ele apresentou a dissertação do mestrado, também pela PUC. E só. (E diz-se que ele ainda quer ser indicado ministro do STF!)

Sem votos (em 2009, chegou a anunciar que desistia de cargos eletivos), Cardozo mantém-se à tona graças ao bom relacionamento com a presidente Dilma e ao fato de ser o “corajoso” que faz o discurso da ordem, embora ninguém lhe dê ouvidos e muitos petistas o desprezem.

Agora, a ação mais nefasta do ministro é o desmonte da Funai (Fundação Nacional do índio), subordinada ao Ministério da Justiça. Reclamada pelo agronegócio, a extinção da Funai vem sendo feita aos poucos. Exemplo: repousam sobre a mesa de Cardozo e da presidente 37 documentos de demarcação de terras indígenas que lhes foram enviados pela Funai.

Em vez de assinar (os governos do PT foram os que menos assinaram demarcações desde Collor), Cardozo acaba de inovar. Reverteu 85% das terras indígenas guaranis de Mato Preto (Rio Grande do Sul), que ele mesmo havia reconhecido.

A agricultura ficou com 3.585 hectares e os índios com 634 hectares. Para um partido que nasceu reivindicando Justiça para todos, a intervenção de Cardozo na cena política é afrontosa. Pede pra sair, ministro!

Para dizer que falei das flores: Chapa 2 Mudança Já, Sindicato é pra Lutar!


 Foto: Divulgação Chapa 2

Esta categoria nunca mais será a mesma. Junho tem cheiro e gosto de outubro. 
Incrível!

Desde as Jornadas de Junho de 2013, quando vi inúmeros profissionais da imprensa desta capital do Pará participando de um protesto na Avenida Almirante Barroso, com a pena e câmara em posição de "descansar", desta vez como "gente comum", de carne e osso, pertencente ao grupo de dezenas de milhares de manifestantes, cada qual com seu cartaz ou palavra de ordem, como protagonista e não redator da história, sabia que algo de muito sério e lindo e límpido e revolucionário e único e belo estava a ser gestado também em Belém, na Amazônia, e atingiria todas as categorias, o que incluiu os jornalistas, e levaria a radicalidade à classe trabalhadora.

Algo que fez a juventude novamente tomar o norte das ruas, algo que produz inumeráveis e extraordinárias greves e manifestações por todo o estado e país, como a HISTÓRICA e VITORIOSA greve dos trabalhadores contra o regime esclavagista mantido pela família Barbalho no Diário do Pará, Diário Online e TV RBA (afiliada ao Grupo Bandeirantes).

De lá pra cá os jornalistas não pararam de lutar, tipo um passarinho que acabou de aprender a voar.

Acredito que sejam mesmo todos passarinhos. Mas não qualquer um. São daqueles que produzem a dura labuta e que não aguentando mais a ausência de uma entidade que historicamente tem servido apenas para amortecer (no sentido de pelego) as lutas e para legitimar os interesses dos empregadores exploradores sanguessugas, resolveu soltar o mais estridente e vivo canto contra as amarras e contra a submissão. 

O canto com a beleza de uma Chapa 2 que leva os acordes magníficos de mudança como bem faz o uirapuru. 

O canto que faz se unir os inimigos: Barbalhos e Maioranas. 
O canto que fez unir-se a categoria. 

A história do Sindicato dos Jornalistas do Pará (SINJOR-PA) não será mais a mesma, como já não era desde as lutas do ano passado. Independente do resultado. 
Apesar de que arrisco um palpite, acreditando como eu acredito nos bons frutos da Primavera: vai dar Chapa 2 hoje! Porque Mudança é preciso e necessária! Porque Sindicato é pra Lutar!

Porque existe o novo, ah o novo... e sempre o novo como essa imagem acima que vai de um clique para a História.

Que orgulho destes dois profissionais (Paulo Ferreira e Tourinho) e dos lutadores que aceitaram o compromisso de encabeçar esse movimento através da Chapa 2!

Nazareno Tourinho, maestro da luta de classes, segue produzindo suas óperas em nossas vidas e dando exemplo de retidão e compromisso consequente com a luta de classes e as necessárias mudanças sociais.

Muito obrigado, mestre!

#MudançaJá!
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Última atualização: 11/06/2014, às 14h32min

'Estádio de Exceção': Na véspera da Copa Ativistas são detidos no Rio de Janeiro.

Por Felipe Altenfelder, para a Mídia Ninja


A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, nas ruas do Rio de Janeiro.

Literalmente na véspera do início da Copa Do Mundo, o Estado se antecipa e prende por "futuros crimes" numa tentativa de intimidar manifestantes.

A Polícia Cívil do Rio de Janeiro acaba de executar uma série de detenções. Na manhã de hoje as ativistas Elisa Quadros (conhecida como Sininho), a advogada Eloisa Samy e o cinegrafista Thiago Ramos, foram presos em casa , e estão sendo levados para investigação na DRCI - Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. Na última semana em Goiânia, mandatos de busca e apreensão ja haviam sido utilizados como forma de cerceamento ao direito de manifestação e tática de coerção contra a parcela da população que pretende manifestar suas indignações durante o evento da FIFA.

Nos sete anos que se passaram desde o anúncio da Copa no Brasil, a falta de diálogo com a sociedade civil, a submissão as leis impostas pela FIFA, as remoções, os altos custos e o genocídio nas periferias, parecem ser os resultados práticos que mais atingem a população.
Em um momento onde o país se encontra com todos os holofotes globais apontados para si. O verdadeiro legado que se apresenta, é que a partir de agora temos a impossibilidade de que se transcorra o calendário de grandes eventos esportivos sem que haja uma forte ativação do debate geo político em escala global.

Em um contexto onde diversos movimentos estão dispostos a alargar as possibilidades da nossa democracia, o governo se submete aos interesses das corporações que lucram com a Copa e acaba promovendo situações que evocam as memórias mais sombrias do tempo em que vivemos sob uma ditadura.

A Mídia Ninja repudia qualquer forma de veto a liberdade de expressão e ao direito constitucional de manifestação. Já estamos em campo acompanhando os ativistas e voltaremos em breve com mais informações.

25 bilhões para a Copa. Vai ter saúde?

Por Paulo Eduardo Gomes*

A poucos dias da Copa do Mundo os hospitais tidos como “de retaguarda” para o evento, localizados nas cidades sede, ao contrário dos estádios, se encontram em total estado de abandono. A Federação Nacional dos Médicos alertou que há estudos que apontam que em dias de jogo cerca de 100 mil pessoas vão circular no entorno dos estádios e que até 2% delas precisarão de atendimento hospitalar de urgência ou emergência, sendo 0,5% em estado grave. 

As unidades hospitalares visitadas no traçado da Copa não apresentam nenhuma condição de dar atendimento digno nem aos moradores das cidades sede e muito menos para os turistas e visitantes que estarão no evento.


É vergonhosa a situação da saúde no Brasil e enquanto isso os gestores públicos se vangloriam de estar recebendo a Copa do Mundo.

Recentemente a cidade de Estocolmo, na Suécia, se recusou a receber as Olimpíadas de 2022 porque não quis se comprometer em gastar dinheiro público. Os suecos disseram ter outras necessidades importantes e citaram os investimentos em moradia como um dos mais urgentes. Nova Iorque também se recusou a receber os Jogos Olímpicos de 2024 e alegou que não seria razoável concentrar tantos recursos em um evento que dura apenas 17 dias.

No Brasil o povo sofre com o desemprego, com a falta de habitação, com a precariedade no ensino e o abandono da saúde pública. No entanto, o PT e seus aliados decidiram investir bilhões dos cofres públicos para pagar e/ou financiar gastos privados. A falta de investimento em saúde é, infelizmente, parte de um projeto daqueles que querem lucrar com as verbas públicas.

As privatizações que temos visto em todo o país, através das Organizações Sociais, Fundações Privadas e até da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, além de não trazer benefícios para a população e trazer riscos para os usuários, representa uma possibilidade de escoamento de verba pública para a iniciativa privada através de contratações sem concurso, relações de trabalho precárias e compra de insumos, máquinas e medicamentos sem processo licitatório e sem controle social.

Precisamos denunciar o descaso do governo com a saúde, lutando contra as privatizações e exigindo investimentos suficientes para garantir um SUS público e de qualidade para todos!

Acompanhem a matéria que saiu em 31.05 n'O Globo :http://goo.gl/7g8EMY
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*Paulo Eduardo Gomes/PSOL é engenheiro e nas últimas eleições foi o vereador mais votado de Niterói/RJ

Somos todos metroviários de São Paulo

#NãoVaiTerCopa, vai ter greve geral!

Ana Júlia e Paulo Rocha visitam casa de Jatene para tentar salvar prefeito de Soure

Ana Júlia Carepa, Beto Faro, Paulo Rocha e um rosário de corruptos do PT visitam Simão Jatene do PSDB, devido a vandalismo cometido pelo prefeito de Soure/PA: João Luiz/PT. Foto: Vera Paoloni

Em sua página na rede social Facebook, a ex governadora do estado do Pará, Ana Júlia Carepa (PT) postou foto de uma visita feita no último domingo à casa do atual governador Simão Jatene (PSDB).

Acompanhada do quase condenado por mensalão, o ex deputado federal Paulo Rocha (PT), do dep. federal investigado pela Polícia Federal durante Operação Faroeste Cabloco, Beto Faro (PT), do presidente do PT dep. Milton Zimmer, de um vereador de Soure chamado de Nick (PT), do prefeito afastado João Luiz (PT) e de outros petistas, Ana Júlia disse se tratar de encontro para se exigir o fim de atos de "vandalismo" no município. 

O que ela chama de "vandalismo" a população e o juiz de Soure, o qual está fazendo as denúncias de peculato, formação de quadrilha e todo tipo de irregularidades administrativas contra o prefeito, na verdade chamam de justa revolta de uma população que não aguenta mais viver sob tanto descaso e abandono.

Na última quinta e sexta-feira, a população do município de Soure (Arquipélago do Marajó), a poucos quilômetros de Belém (capital do estado), que vivencia o caos diário na saúde, educação e moradia, protagonizou cenas de pura revolta e se lançaram contra a casa do prefeito João Luiz e de outros políticos, as quais queriam incendiar, tamanha era a indignação dos populares.

Na segunda (09) ocorreu uma reunião na Câmara Municipal de Soure que envolveu, além do juiz, o Ministério Público, servidores municipais e representantes do governo do estado, a qual decidiu pela cassação de João Luiz. O cargo ficou em vacância, pois segundo informações do G1, o vice prefeito também é investigado e o juiz, que deveria, também não quis assumir o cargo. 

Assim, até estar concluso o processo de cassação, o governo do estado deverá indicar um interventor que atenda aos desejos e orientações de uma renegada pelas urnas que clama por um renegado pelas ruas

O povo pobre, a juventude indignada e a classe trabalhadora de Soure não devem deixar de protestar e exigir de fato não só a completa cassação do prefeito, mas também a devolução de tudo que ele sua quadrilha pegaram de forma indevida dos cofres públicos de um dos mais miseráveis municípios do estado. 

Esta semana chega em Soure uma comissão de "auditores" do Tribunal de Contas dos Municípios, o que também não deve dar em nada visto o histórico de nossos tribunais, os quais tem se notabilizado em fazer vistas grossas aos inomináveis casos de esquartejamentos dos erários municipais.

Como eu disse, só vai haver punição para os corruptos e corruptores se o povo continuar vigilante e protestando nas ruas.

Zenaldo Coutinho (PSDB) é alvo de Ação Civil Pública que exige melhorias na saúde de Belém

Na imprensa: MPF vai exigir  na Justiça melhorias na saúde de Belém

A Associação dos Servidores da Saúde no Município de Belém (ASSESMUB), após várias denúncias de usuários e trabalhadores, foi ouvida pelo Ministério Público Federal no Estado do Pará, através de diversas audiências ao longo de 2014 e decidiu entrar com uma Ação Civil Pública contra a Prefeitura de Belém, capital do estado do Pará. Motivo: as péssimas condições na assistência à saúde prestadas à maioria da população nos estabelecimentos do município.

Além de multa, prefeito e secretária de saúde deverão responder na justiça pelas demandas não atendidas na saúde, fundamentalmente nos dois HPSM's (Hospitais de Pronto-Socorros Municipais): O Mário Pinnotti (14 de Março) e o Humberto Maradei (Guamá).

No perfil da ASSESMUB no Facebook se ler um importante recado da entidade, que tem feito um extraordinário trabalho de luta em defesa dos trabalhadores e dos serviços públicos na saúde da cidade:

"Senhor Zenaldo, se vc acha que a ação civil pública vai dar em pizza, está enganado. Estaremos vigilantes. punição para os responsáveis pelos desmandos na assistência de saúde no Município!"

Governador do Pará, Simão Jatene, promove farra com dinheiro público em Paris

Gastos com viagens internacionais aumentam 360% no Governo Jatene. Integrantes da comitiva da viagem do governador a Paris gastaram por dia na capital francesa mais de 1 salário mínimo – ou mais do que recebe a maioria da população paraense por um mês inteiro de trabalho. Solenidade de entrega de certificado ao Pará durou apenas 60 minutos, mas viagem de Jatene&cia durou mais de uma semana. Em 3 anos, viagens internacionais do Governo já consumiram quase R$ 2 milhões.


por Ana Célia Pinheiro, em seu blog A Perereca da Vizinha

A estonteante Paris, capital da França...
...E Melgaço, no Pará, o município de pior IDHM do Brasil: viagem do governador  Jatene a Europa para receber pedaço de papel provoca ira da oposição. Foto: EDUCOM

É um vidão maravilhoso, regado a muito Moët&Chandon – e quem paga é você, desalentado contribuinte.

Na semana passada, o tucano Simão Jatene, que governa o Pará, estado que possui o terceiro pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, viajou até a esfuziante Paris, a 7.412,43 km de Belém, a capital do estado, para receber um pedaço de papel: o certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de que o Pará é área livre da febre aftosa.

É verdade que o certificado é importantíssimo para que o estado (dono do quinto maior rebanho do país) possa turbinar ainda mais as suas exportações.

Mesmo assim, a viagem de Jatene provocou espanto: afinal, até agora ninguém conseguiu encontrar um só motivo administrativo de peso para que o governador viajasse a Europa, para receber um documento que poderia ser enviado pelo correio (ou até mesmo por email).

Daí as especulações oposicionistas de que o real motivo da viagem seria a gravação de imagens televisivas, para a campanha de reeleição de Jatene. Em outras palavras: uso da máquina para propaganda eleitoral.

O deslocamento a Paris provocou gastos com diárias e passagens aéreas para o governador e pelo menos mais 7 pessoas: os secretários de Comunicação e de Agricultura, Daniel Nardin e Andrei Castro; o diretor-geral da Adepará (Agência de Defesa Agropecuária), Sálvio Freire, e mais dois diretores da instituição, Ivaldo Santana e Gláucio Galindo; o  tenente-coronel Cesar Mello (ajudante de ordens de Jatene); e o assessor especial Mário Moreira.

E embora tudo tenha sido pago com dinheiro público, ninguém ainda sabe dizer ao certo quanto custou.

No entanto, é bem possível que a visitinha à capital francesa tenha consumido pelo menos R$ 80 mil.

E como a solenidade de entrega do certificado durou apenas 60 minutos, isso quer dizer que a despesa ficou em R$ 1.333,33 por minuto para os cofres públicos paraenses – ou muito, mas muito mais do que os R$ 0,33 centavos que Jatene investe por dia, por cidadão do Pará.

E mais: a maioria da comitiva de Jatene recebeu por dia, para gastar em Paris, mais de 1 salário mínimo – ou mais do que recebe a esmagadora maioria da população paraense por um mês inteiro de trabalho. 


R$ 80 mil e uma semana de viagem para apenas 60 minutos. 

Segundo o portal Transparência Pará, só as diárias de cinco integrantes da feliz comitiva (o secretário de Agricultura, Andrei Castro; o assessor especial Mário Moreira e os servidores da Adepará Sálvio Freire, Ivaldo Santana e Gláucio Galindo) ficaram em R$ 33.583,48. Mas ainda faltam as diárias do secretário de Comunicação, Daniel Nardin, e do ajudante de ordens, que até ontem, estranhamente, não constavam no portal.

No entanto, caso Nardin e o ajudante de ordens tenham recebido, cada um, o mesmo que o secretário de Agricultura (que foi o menos aquinhoado: apenas R$ 5.232,20), só aí os gastos com diárias devem ter ficado em mais de R$ 44 mil – sem contar as despesas de alimentação e hospedagem do governador.

Assim, é muito provável que só com alimentação e hospedagem essa viagem a Paris tenha custado aos cofres públicos mais de R$ 50 mil.

Já as passagens aéreas de Jatene e dos outros 7 integrantes da comitiva devem ter ficado, mesmo a precinhos camaradas, em mais de R$ 30 mil: no site da CVC, o pacote mais em conta para 6 pessoas, de Belém a Paris em classe econômica, com paradas e duração de uma semana (ida em 7 de junho e retorno no dia 14) fica em R$ 23.779,49 – ou cerca de R$ 4 mil por passageiro.

Outro problema é a duração da viagem: a entrega do certificado ocorreu no último dia 29, durante uma cerimônia que durou apenas uma hora (veja abaixo a programação da assembleia geral da OIE).

Mesmo assim, o tour do governador&comitiva pela badaladíssima Paris se estendeu, ao que parece, por mais de uma semana (ele recebeu autorização da Assembleia Legislativa para se ausentar do país entre 24 de maio e 1 de junho. Além disso, as diárias dos integrantes da comitiva já publicadas no portal da Transparência se referem, em geral, a uma viagem de 23 a 31 de maio).

E mais: a Perereca vasculhou os sites dos governos de 7 outros estados que receberam, junto com o Pará, no dia 29, esse certificado de área livre de aftosa (Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte).

No entanto, não há notícia do comparecimento de qualquer  governador àquela solenidade, a exceção de Simão Jatene. 

Todos os demais estados mandaram a Paris, quando muito, o secretário de Agricultura. Os demais integrantes das comitivas estaduais foram  empresários e lideranças do setor agropecuário, que não tiverem, pelo menos até onde se sabe, passagens, alimentação e hospedagens pagas com dinheiro público. 

Um aumento de 360% em viagens internacionais. 

O pior, porém, é que a viagem de Jatene a Paris é apenas a ponta de uma inexplicável gastança em viagens internacionais.

Só nos últimos três anos, os gastos com viagens internacionais já consumiram mais de R$ 1,9 milhão.

Pior: enquanto as despesas totais do Governo com diárias, passagens e locomoção cresceram 32,42% entre 2010 e o ano passado, os gastos só com viagens internacionais aumentaram, no mesmo período, 360,82%. Isso mesmo: 360,82%.

E tudo isso em um estado que, além de possuir alguns dos piores indicadores sociais do Brasil e de amargar a lanterninha de investimentos da Região Norte, ainda vive anunciando cortes de gastos – o que quase sempre atinge, apenas, os ganhos do funcionalismo público, como aconteceu, há alguns meses, com a Gratificação de Tempo Integral (GDI).

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Prefeitura de Jacareacanga (PT) manipula para dividir Munduruku, denuncia documento

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Uma carta escrita no final de maio mas divulgada apenas nesta segunda, 9, pelo Movimento Munduruku Ipereng Ayu, aponta uma grande preocupação, por parte da comunidade indígena da região de Jacareacanga, PA, de que a prefeitura do município está tentando interferir na organização dos Munduruku, acirrando conflitos internos e com a população da cidade.
Assinada a punho por lideranças, caciques, estudantes e professores indígenas, a carta denuncia uma reunião, convocada pelo Secretário de Assuntos Indígenas de Jacareacanga, Ivânio Alencar Nogueira, com o apoio da associação indígena Pusuru, que dizia ter como objetivo discutir a “organização social” do povo Munduruku. Ocorrida nos dias 1 e 2 de junho na aldeia Karapanatuba, às margens do Tapajós, segundo texto no blog de Alencar a reunião teria decidido que a Pusuru, associação que tem participado de processos de negociação sobre o complexo hidrelétrico do Tapajós com o governo federal – à revelia de grande parte da população Munduruku, que optou pela resistência contra as usinas- é a única representante do povo Munduruku.
“O Secretário de Assuntos Indígenas está pressionando alguns representantes Munduruku da Associação Pusuru para se posicionarem contra os demais indígenas que não concordam com as posições do governo”, denuncia o documento divulgado hoje. A carta também deslegitima a reunião de Karapanatuba, acusando a Prefeitura de Jacareacanga – que está nas mãos do PT e foi acusada de compra de votos de indígenas nas ultimas eleições – de tentar desestabilizar a resistência dos Munduruku para implementar as hidrelétricas na região, e não garantir sua principal reivindicação de recontratação de 70 professores munduruku, demitidos no final de fevereiro. “Entendemos que a reunião na aldeia Karapanatuba não poderá decidir sobre as atividades que impactem o povo Munduruku, como por exemplo fazer acordos, aprovar projetos ou autorizar coisas sem conversar e consultar com o povo Munduruku”.
Secretário é acusado de incitar atos de violência
Segundo lideranças Munduruku, Ivânio Alencar é o principal mentor da manifestação anti-indígenaocorrida em Jacareacanga há menos de um mês, quando comerciantes e garimpeiros locais atacaram com paus e fogos de artifício cerca de 20 indígenas que reivindicavam a recontratação dos professores demitidos. “A manifestação do dia 13.05.2014 foi organizada pelo Secretário de Assuntos indígenas, que chamou os comerciantes da cidade para participarem”, denunciam.
A Prefeitura de Jacareacanga acusa os Munduruku de colocar fogo em uma casa destinada aos professores durante as manifestações contra a demissão dos docentes indígenas. Os Munduruku alegam que foram membros da Prefeitura que atearam fogo no local para incriminá-los.
Segundo um morador que vive próximo à casa dos professores, nenhum indígena esteve perto do alojamento no dia do incêndio. “Eu apaguei o fogo e não vi nenhum índio passar perto da casa. Não vi nenhum índio colocar fogo em nenhuma casa de professores”, afirma o morador que preferiu não se identificar com receio de represália por parte da prefeitura.
Clique aqui para ler o documento na íntegra

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Esses rios são nossas ruas. Chega de racismo ambiental!

Rio Igarapé-Miri. Foto: Aluísio/IEC-SEMSA
A população amazônida sempre foi vítima de preconceito e racismo ambiental. Prova disso é que até hoje o governo Federal nunca financiou uma campanha do tipo: "Se beber, não dirija seu barco" ou "Nunca deixe seu motor sem proteção" ou "Não esqueça do colete salva-vidas". 

Nós estamos lutando, em pleno século XXI, para que o poder público e as autoridades federais, estaduais e municipais compreendam que "Esse rio é nossa rua!".

Imagens da campanha de combate aos acidentes em embarcações fluviais, como o terrível escalpelamento, realizadas em Igarapé-Miri no dia de ontem. 
Créditos das fotos: Aluísio/IEC-Secretaria Municipal de Saúde de Igarapé-Miri/PA.