quarta-feira, 11 de junho de 2014

25 bilhões para a Copa. Vai ter saúde?

Por Paulo Eduardo Gomes*

A poucos dias da Copa do Mundo os hospitais tidos como “de retaguarda” para o evento, localizados nas cidades sede, ao contrário dos estádios, se encontram em total estado de abandono. A Federação Nacional dos Médicos alertou que há estudos que apontam que em dias de jogo cerca de 100 mil pessoas vão circular no entorno dos estádios e que até 2% delas precisarão de atendimento hospitalar de urgência ou emergência, sendo 0,5% em estado grave. 

As unidades hospitalares visitadas no traçado da Copa não apresentam nenhuma condição de dar atendimento digno nem aos moradores das cidades sede e muito menos para os turistas e visitantes que estarão no evento.


É vergonhosa a situação da saúde no Brasil e enquanto isso os gestores públicos se vangloriam de estar recebendo a Copa do Mundo.

Recentemente a cidade de Estocolmo, na Suécia, se recusou a receber as Olimpíadas de 2022 porque não quis se comprometer em gastar dinheiro público. Os suecos disseram ter outras necessidades importantes e citaram os investimentos em moradia como um dos mais urgentes. Nova Iorque também se recusou a receber os Jogos Olímpicos de 2024 e alegou que não seria razoável concentrar tantos recursos em um evento que dura apenas 17 dias.

No Brasil o povo sofre com o desemprego, com a falta de habitação, com a precariedade no ensino e o abandono da saúde pública. No entanto, o PT e seus aliados decidiram investir bilhões dos cofres públicos para pagar e/ou financiar gastos privados. A falta de investimento em saúde é, infelizmente, parte de um projeto daqueles que querem lucrar com as verbas públicas.

As privatizações que temos visto em todo o país, através das Organizações Sociais, Fundações Privadas e até da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, além de não trazer benefícios para a população e trazer riscos para os usuários, representa uma possibilidade de escoamento de verba pública para a iniciativa privada através de contratações sem concurso, relações de trabalho precárias e compra de insumos, máquinas e medicamentos sem processo licitatório e sem controle social.

Precisamos denunciar o descaso do governo com a saúde, lutando contra as privatizações e exigindo investimentos suficientes para garantir um SUS público e de qualidade para todos!

Acompanhem a matéria que saiu em 31.05 n'O Globo :http://goo.gl/7g8EMY
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*Paulo Eduardo Gomes/PSOL é engenheiro e nas últimas eleições foi o vereador mais votado de Niterói/RJ

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