segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre caos urbano e rural

Escritório de construtora é interditado pela PM

Uma equipe da Polícia Militar interditou hoje (30) o escritório da Real Engenharia, localizado na travessa Timbó, em Belém, em cumprimento a uma ordem de busca e apreensão de documentos expedida pela juíza... Leia mais.
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Laudo indicaria problemas no Real Class em março do ano passado. MP abre inquérito civil. Polícia interdita sede da construtora. Operários realizam manifestações.
Um laudo técnico para “avaliar a capacidade de carga das vigas do Edifício Real Class” pode indicar que o prédio, que desmoronou ontem em Belém, teria apresentado problemas estruturais já em março do an... Leia mais.
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Conflitos fundiários se agravam em Anapu, no oeste do Pará

*Inês Zanchetta** O agravamento das tensões e a iminência de um conflito no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança, o mesmo onde a irmã Dorothy Stang foi assassinada por pistoleiros em ... Leia mais.
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Adriano Vizoni/Folhapress *Seis anos após morte de missionária no Pará, programa de agricultura familiar enfrenta ameaças e desmatamento ilegal. **Antes unidos em torno da religiosa, assentados perderam co... Leia mais.


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Chiquinho do PT, quem te viu, quem te vê!

*No vídeo acima, gravado um mês antes de seu assassinato, a missionária Dorothy Stang denuncia o roubo de madeira na área do PDS Esperança (06 de janeiro de 2005).* *Sentado atrás dela (de camisa da cor... Leia mais.
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 Por que trabalhador briga com trabalhador em Anapu?
Por Edilberto Sena* Um grave conflito, mais um, está tenso e pode explodir a qualquer momento em Anapu, no sul do Pará. Sobre o sangue derramado da irmã Dorothy, pode rolar mais sangue de pobres trabalh... Leia mais.
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 O tamanho do pepino...

O único momento de descontração na audiência pública para discutir a extração ilegal de madeira em Anapu foi a apresentação por parte dos ocupantes da reserva legal do PDS daquilo eles estariam produzindo ... Leia mais.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nota de repúdio: Licença de Belo Monte é brutalidade sem precedente contra o povo do Xingu

Por Xingu Vivo


A liberação das obras de Belo Monte, assinada nessa quarta, 26, pelo Ibama, é o primeiro grande crime de responsabilidade do governo federal neste ano que nem bem começou.


Foi dado sinal verde para que um enorme predador se instale às margens do Xingu para devorar a mata, matar o rio e destruir nossas casas, plantações e vidas, atraindo centenas de milhares de iludidos, que este mesmo governo não consegue tirar da miséria. Em busca de trabalho, que poucos encontrarão, eles chegarão a uma região sem saneamento, saúde, segurança e escolas.


Denunciamos esta obra, que quer se esparramar sobre nossas propriedades, terras indígenas e a recém reconhecida área de índios isolados, como um projeto genocida. Denunciamos essa obra como um projeto de aceleração da miséria, do desmatamento, de doenças e da violação desmedida das leis que deveriam nos proteger. Denunciamos que toda essa miséria, violência e destruição será financiada com dinheiro público dos contribuintes, através do BNDES.


Denunciamos a liberação de Belo Monte como um ato ditatorial da pior espécie. O Ibama afirma que se reuniu com “organizações da sociedade civil da região”, mencionando nossos nomes. Nestas reuniões, deixamos claro o que pensamos da usina. Deixamos claro que não queremos seu lixo, seus tratores, sua poluição, sua violência, sua exploração, seu trabalho escravo, suas doenças, sua prostituição, suas poças de água podre e seu desmatamento nos nossos quintais (ou naquilo que nos restará de nossas terras e não nos for roubado pelo governo). Porque observamos perplexos, enojados e aterrorizados o que vem acontecendo nas obras de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, em Rondônia.


De que adiantou falarmos? Não fomos ouvidos, e ainda travestem nossos protestos em “diálogo” para legitimar uma aberração engendrada para retribuir favores a financiadores de campanha. Denunciamos como uma brutalidade sem precedentes a forma pela qual fomos atropelados e ignorados, e tivemos nossos direitos ridicularizados pelo governo.


Anunciamos que vamos continuar enfrentando este projeto com todas as nossas forças. Temos a lei do nosso lado, e cresce de maneira vertiginosa o apoio de milhares de brasileiros e cidadãos conscientes do mundo todo à nossa causa. E responsabilizamos desde já o Governo Brasileiro por qualquer gota de sangue que venha a ser derramada nesta luta.

Assinam e apóiam:

Movimento Xingu Vivo para Sempre
Prelazia do Xingu
CIMI
Associação dos Povos Indígenas Juruna do Xingu km 17 – APIJUX KM 17
Associação do Povo Indígena Arara do Maia – ARIAM
Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Para – AITESAMPA
Comissão Pastoral da Terra – CPT
SOCALIFRA
SOS Vida
SINTEPP Regional
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Associação dos agricultores Ribeirinhos do PDS Itatá
Associação dos agricultores ribeirinhos do Arroz Cru
Movimento Negro Altamira e Região
Movimento de Mulheres Campo e Cidade – PA
Colônia de Pescadores de Porto de Moz Z-64
União da Juventude Organizada do Xingu – UJOX
MPA/Via Campesina
PJR/Via Campesina
Comissão de Justiça e Paz – CJP
Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul/Ba.
AARPI
Associação Radio Comunitária de Altamira
Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Altamira Campo e Cidade
Associação dos Agricultores Familiares do Canoé e Cutião
Fundação Tocaia
Comité de Desenvolvimento Sustentável de Porto Moz
Associação dos Agricultores da Volta Grande do Xingu
Associação dos Pequenos Produtores, Extrativistas e Pescadores da Região do Arroz Cru
Associação dos Produtores Orgânicos da Volta Grande do Xingu
Associação dos Pequenos Agricultores da Gleba Paquiçamba
Moradores da Comunidade Belo Monte
Aldeia Paquiçamba
Comitê em Defesa da Vida das Crianças Altamirenses
Movimento de Mulheres Trabalhadores de Placas
Movimento das Mulheres Campo e Cidade – Transamazônica e Xingu
Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre – Belém
Fórum da Amazônia Oriental – Rede FAOR
Associação Brasileira de Ongs – Regional Amazônia (ABONG/Regional Amazônia)
Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes – APACC
Frente em Defesa da Amazônia, Santarém
Rádio Rural de Santarém, PA
Aliança Tapajós Vivo
Rede Brasileira de Arteducadores
Instituto de Transformance: Cultura e Educação
Instituto Amazônia Solidária e Sustentável-IAMAS
Jornal A Verdade
Partido Comunista Revolucionário – PCR
União da Juventude Rebelião – UJR
Movimento Luta de Classes – MLC
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB
União dos Estudantes Secundaristas de Belém – UESB
Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana do Pará – Sindilimp/PA
Instituto Humanitas de Belém, Pará
Comitê Independente por Justiça Ambiental/RJ
Fundação Tocaia, Altamira, Pará
Terra de Direitos
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte, UFMT
Instituto Caracol
Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos (SDDH)
Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)
Elo, Ligação e Organização
Instituto Indígena Maiwu de Estudos e Pesquisa de MT
Amigos da Terra Brasil
Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF
Fundação Tocaia
Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará
Fórum Carajás
Fase Amazônia
Forum de Mulheres da Amazônia Paraense
Instituto Justiça Ambiental
Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva – CEDEFES
Rede Costeiro-Marinha e Hídrica do Brasil – REMA
Justiça Global
Instituto Terramar
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia – MAMA
Articulação de Mulheres Brasileira – AMB
Federação das Organizações Quilombolas de Santarém
Terræ Organização da Sociedade Civil
Iterei- Refúgio Particular de Animais Nativos
Centro de Referência do Movimento da Cidadania Pelas Águas Florestas e
Montanhas Iguassu Iterei
Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte / Paraná
Associação de Saúde Ambiental / Paraná
Instituto Universidade Popular – Unipop/Belém
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará-CEDENPA
Central de Movimentos Populares
Ong Novos Curupiras
Ong Guarcuru
Grupo Ambientalista da Bahia – Gamba
Assesoar/PR
ONG Miraserra/RS
Conservação Internacional Brasil
IGRE- Associação Sócio-Ambientalista/RS
Instituto Matogrossense de Direito e Educação Ambiental
Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares no Ceará
Reporter Brasil, SP
Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia, ENEBio
Grupo de Trabalho de Mobilização Social, GTMS
Rede Axé Dudu
Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental, REMTEA

domingo, 23 de janeiro de 2011

Notícias sobre o epitáfio do rio Xingu chamado Belo Monte

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cerca de 3.000 protestam na Paulista contra aumento na passagem de ônibus em SP

Julia Chequer/R7
Manifestantes queimaram uma bandeira de SP em protesto contra o aumento da passagem de ônibus para R$ 3 - foto: Julia Chequer



Cerca de 3.200 pessoas participavam de uma manifestação na avenida Paulista, na noite desta quinta-feira (20), contra o aumento das passagens de ônibus para R$ 3 na capital. A estimativa de público foi informada pela organização do Movimento Passe Livre de São Paulo. Durante o ato, os manifestantes queimaram uma bandeira da cidade e bloquearam a avenida Brigadeiro Luiz Antônio.

A PM informou que não contará o número de participantes.

A CET informou que, por causa do protesto, havia lentidão de 2 km entre a avenida Doutor Arnaldo e a alameda Joaquim Eugênio de Lima. Três das quatro faixas da pista estavam bloqueadas.

Por volta das 19h30, parte dos manifestantes bloquearam o cruzamento das avenidas Paulista e a Brigadeira Luis Antonio. Eles sentaram na pista por 15 minutos. O público também queimou uma bandeira de São Paulo para demonstrar a insatisfação com o aumento da tarifa de ônibus.

O manifesto deverá terminar na praça Oswaldo Cruz, próxima à estação Paraíso do Metrô.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Belo Monte, herança maldita da Ditadura que Dilma apóia

Índios pescando no Xingu. Vida amazônida ameaçada por barragem.
Dilma Rousseff, antes mesmo de assumir, junto ao seu vice, foram pedir bênçãos a nada mais nada menos que o homem do bigodinho, o 'honorável bandido' ( parafraseando o jornalista e escritor Palmério Doria que deu mesmo titulo ao seu seu livro) José Sarney. Este dispensa apresentações. Uma figura que há mais de 40 anos assombra como uma múmia a política brasileira, foi aliado da Ditadura Militar e hoje continua dando as cartas no Congresso Nacional.

Com companhias do tipo de Michel Temer, Sarney, Edson Lobão, Nelson Jobim e uma lista enorme de apoiadores e beneficiários dos anos de chumbo no Brasil, Dilma dá as pistas que governará com mãos de ferro para os trabalhadores e com luva de pelica quando se tratar de assuntos da burguesia.
Foi essa a tônica do Governo Lula e até aqui, passados 20 dias quase de sua posse, tem sido assim com Dilma também. Para exemplificar temos já um sem-número de escândalos e absurdos que vão desde o caso dos escândalos nas provas do ENEM que até agora segue sendo reprovada por toda a sociedade, o caos na Região Serrana do Rio de Janeiro e mais recentemente no que se refere a licença definitiva para a construção do "elefante branco" (um baita mostrengo) que será a hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu/Pará.

Dilma e Edson Lobão (ministro das Minas e Energia) não escutam nada nem ninguém que defenda a vida e o verde, a não ser os senhores que chegam em seus gabinetes com as malas pretas recheadas de verdinhas, em nome das empreiteiras. Toda a sociedade, os ministérios públicos, associações civis, petições e abaixo assinados estão sendo feitos para alertar do crime que representa para a humanidade, não só para a Amazônia, a realização desse empreendimento. No entanto, o coração de Dilma e o de Lobão mau só escutam as vozes da morte.

A televisão todo dia, as objetivas dos jonalões à exautão, mostram que há uma "estrada" de umidade que vai da Amazônia para a região sudeste do Brasil e que foi responsável pelas chuvas em demasia na Região Serrana/RJ, precipitando as quedas de barreiras e enhentes, e resultando na catátrofe de mais de 700 mortos que o shownarlismo diariamente exibe. Mas esquecem de dizer que isso essas está fora do normal. E não dizem porque inevitavelmente teriam que explicar e informar à população que essa umidade efusiva que sái da região Norte deve-se ao fato das epidêmicas queimadas, avanço do deserto verde (com a soja no Oeste do Pará e norte do Mato Grosso), com o avanço da pecuária, as derrubadas de madeira, e obviamente, a construção das criminosas barragens hidrelétricas, que às dezenas são contruídas na Região.
O Presidente do Ibama foi mais uma vítima dessa lógica perversa do mercado e do governo. Ele pediu demissão há uma semana, pois conhecedor das infindáveis irregularidades por trás do Projeto de Belo Monte, negava-se a ceder às pressões de Dilma, Lobão e empreiteiras e assinar a emissão do Ibama para licença definitiva de realização da obra. Era uma voz coerente nesse oceano de maldades que é o governo do PT/PMDB.

Contra esse crime, conclamamos toda a sociedade a se inteirar dessa vergonha e apoiar as lutas e vozes do Xingu e do mundo que se levantam contra Belo Monstro. Essa hidrelétrica trará efeitos catastróficos para a humanidade, povos do Xingu, populações ribeirinhas, e moradores de 09 cidades que serão diretamente atingidas no Pará. Ajude-nos com a assinatura de petição on-line e vamos a luta.

O que está acontecendo na Tunísia é fichinha perto do que poderá acontecer em Altamira caso o governo e justiça continuem a seguir esse caminho de morte.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Imagem da vitória do povo na Tunísia que derrubou presidente ditador

Um tunisino com um escudo roubado da polícia 

A quadrilha

Do blog Atrás da Rima

Carlos Drumond de Andrade um dos maiores poetas do mundo, escreveu o poema "Quadrilha", talvez com intenção de fazer uma passagem da dança de quadrilha tentando mostrar como os casais se relacionam entre si, se alternando na "dança" e por isso, tratando com certo desdém o casamento, pois apenas uma das personagens se casa explicando o porquê da personagem que não entra na história já surge com sobrenome, dando a noção de garantia de um status social ou qualquer posição na sociedade através de um convenção social , o casamento. Podemos conceber, ainda do poema é, que talvez o futuro não seja o que esperamos e por isso as esperanças muitas vezes frustram. o poema:

Quadrilha


João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

E se hoje Carlos Drumond de Andrade fosse vivo e morasse no Pará? Seu poema continuaria com a mesma rima? Manteria o mesmo sentido? Posto isso, pensei algumas adaptações:

QUADRILHA

Jáder Barbalho, que é FICHA SUJA, que amava Ana júlia
que odiavam Almir, que assassinou trabalhadores do campo,
que amava Jatene, que desviou verba da CERPASA
que amava Duciomar que afundou Belém.

Jáder Barbalho, que é FICHA SUJA, que rompeu com Ana Júlia
que se juntaram com Almir, que assassinou sem terras
e junto com Duciomar que afundou Belém
odiavam Jatene, que foi condenado por improbidade administrativa
todos afundaram o Pará e fazem parte da mesma QUADRILHA...
quem sofre o Povo que não tinha entrado na história.
*Em homenagem ao camarada Marcus Benedito, que vem surgindo como uma nova liderança política no Estado. À este soldado que denuncia todas as quadrilhas que matam sonhos e anseios; ele derruba as barreiras cada vez mais altas que separa a sociedade dos seus direitos; enxerga ALÉM DA FRASE, segue ATRÁS DA RIMA e VAI À LUTA, construir o amanhã desejado.

Imprensa rompe silêncio e começa a apontar responsáveis pelo caos na Região Serrana

A natureza da culpa
RICARDO MELO – FSP 14/01/11


SÃO PAULO - Autoridades adoram repetir que tragédias, assim como acidentes de avião, nunca têm uma única causa. Seriam resultado de uma soma inesperada de fatores.

Após cada temporal, os políticos, por motivos conhecidos, carregam nas tintas do imponderável. "Nunca choveu tanto", "a água dos rios atingiu volume recorde", "fomos pegos de surpresa": desculpas que tratam os cidadãos em pleno século 21 como se não passassem de reféns indefesos da natureza.

Mas mesmo grandes acidentes de avião, quando examinados em minúcias, mostram que defeitos menores não resolvidos desencadearam catástrofes. Uma peça mal projetada, um parafuso não apertado -várias vezes percebe-se que a negligência humana foi a principal razão de enormes desastres.

À custa de centenas de mortes e prejuízos incalculáveis, impõe-se outra vez a dura realidade: o descaso do poder público é o fator primordial a explicar a dimensão dos estragos causados pela chuva não apenas no Rio, mas também em São Paulo, Minas e país afora.

Isso é tão certo quanto é falacioso dizer que os danos atingiram indistintamente ricos e pobres. A dor de quem perdeu um parente sempre será lancinante e motivo de igual respeito de todos, mas o balanço geralmente indica que a maioria das vítimas é gente humilde.

A única diferença que verdadeiramente desaparece é entre os que governam o país no mínimo há quatro décadas. Foram eles que autorizaram e incentivaram ocupações desordenadas, viram proliferar áreas de riscos, desviaram ou deixaram de usar verbas de caráter preventivo e engavetaram promessas assim que as águas refluíram.

PT, PSDB, PMDB, DEM e os demais partidos são igualmente culpados por tragédias como a atual. Por ação, por omissão, quando não pela combinação de ambos. Enquanto inexistir punição para a cadeia de desmandos, é perda de tempo traçar prognósticos favoráveis.
Falta de planejamento fez chuva no Brasil matar mais que na Austrália, diz especialista da ONU

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Falta de planejamento fez chuva no Brasil matar mais que na Austrália, diz especialista da ONU
Bianca Rothier
Da BBC Brasil
Em Genebra (Suíça)

Tragédia das chuvas no Rio de Janeiro

A falta de “comunicação” e de um plano de emergência fez com que as fortes chuvas na região serrana do Rio resultassem em uma tragédia maior do que a ocorrida em Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas. A opinião é de Margareta Wahlström, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

“Por causa da ocorrência de ciclones, a Austrália já tinha começado a se preparar para o imprevisível. As autoridades sabem como evacuar as áreas e a população escuta as orientações pelo rádio”, explicou à BBC Brasil.

No país da Oceania, inundações em três quartos do Estado de Queensland haviam provocado 13 mortes até a última quarta-feira. Na serra fluminense, o saldo de mortos passou de 500 na noite de quinta-feira.

Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que "apesar de ser uma nação pobre, têm planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo".

"São iniciativas que salvam vidas", diz ela.

Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta - com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores - são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.

“As pessoas precisam saber para onde ir e como ir, qual seria o caminho mais seguro. Uma solução comum são centros comunitários preparados para receber a população”, afirmou à BBC Brasil.

Wahlström tem mais de 25 anos de experiência em gestão de catástrofes e coordenou pelas Nações Unidas a assistência às comunidades atingidas pelo tsunami de 2004 na Ásia. Em 2010, viu de perto no Rio de Janeiro as consequências da chuva no início do ano. No mês passado, esteve em Queensland, no local que está sendo assolado pelas enchentes.


“No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas”, disse a subsubsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

Segundo Wahlström, os desastres naturais nos últimos 10 anos provocaram prejuízos de quase US$ 1 trilhão na economia global. São perdas que poderiam ser em grande parte evitadas. Um estudo citado pela representante da ONU aponta que, para cada US$ 1 investido em prevenção, é possível economizar pelo menos US$ 7 em resgates e reconstrução.

“Não é necessário sofrer assim. Há uma escolha (a ser feita), e a escolha é planejar. O número de desastres vai continuar crescendo, e todo investimento em planejamento é um bom investimento”, opinou.
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A maior tragédia

editoriais@uol.com.br

Embora superando recordes históricos, mortandade no Estado do Rio inscreve-se numa rotina de omissão e descaso das autoridades A calamidade que se abateu sobre a região serrana do Estado do Rio de Janeiro, na madrugada da quarta-feira, não se dimensiona apenas pelo número de mortos -passavam de 500 ao término desta edição- nem pelas imagens impressionantes do rastro de água e lama que, em poucas horas, transformou chalés turísticos e moradias simples num cenário de desespero e destruição.

No que tange ao cômputo das vítimas, Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo já superam o recorde de meados dos anos 60, quando 300 pessoas morreram em temporais no Rio e mais de 400, estima-se, perderam a vida em Caraguatatuba (SP). Essas haviam sido as maiores catástrofes atribuídas a causas naturais no país.

Mas a expressão "causas naturais" é enganosa quando se fala em acontecimentos deste tipo. Se a violência das chuvas foi excepcional, não se deve a nenhum fenômeno atmosférico o fato de que encostas tenham sido ocupadas descontroladamente -a exemplo, aliás, do que acontece em muitas outras cidades do país.

Não depende da meteorologia a ausência de mapeamento adequado das áreas de risco. Não constitui, por fim, culpa de são Pedro (para usar o clichê das autoridades nesta época do ano) que menos da metade das verbas federais para prevenção de desastres tenha sido aplicada em 2010.

Segundo o Ministério das Cidades, de 99 municípios com histórico de tragédias apenas 45 apresentaram projeto que os habilitasse a receber dinheiro para obras de prevenção. Isso não justifica desvios políticos do governo federal, como os praticados pelo ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira, que destinou metade das verbas a seu Estado, a Bahia, em 2009. Tampouco explica os atrasos ou a retenção de recursos -já escassos- prometidos quando ocorrem os desastres.

Não se trata apenas de incompetência técnica nem de falta de recursos. Por motivos políticos, autoridades nas mais diversas regiões do país não se dispõem a pagar o preço de remover os habitantes das áreas ameaçadas. Facilitaram, muitas vezes, a sua ocupação, criando redutos eleitorais em terrenos predestinados à tragédia. Ignoraram normas de edificação, consideraram dispensáveis os cuidados com a cobertura florestal e com a impermeabilização do solo.

Soluções técnicas podem ser diferentes, no vale do Itajaí (SC) ou na região metropolitana de São Paulo, em Pernambuco ou no Rio de Janeiro. Igual, entretanto, em toda parte, parece ser a omissão das autoridades -que só pode ser chamada de criminosa, quando suas vítimas, mais uma vez, se contam às centenas nestes dias.

Fonte: http://folha.com.br/

Solidariedade aos familiares das vítimas das chuvas na Região Serrana do RJ

Imagens do blog Faca Amolada

Todos os anos as chuvas de verão castigam o País, todos os anos o Rio de Janeiro tem regiões inteiras destruídas, pessoas perdem vidas e casas. Dessa vez, infelizmente a tragédia aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro, uma das mais belas extensões de terra formada por montanhas, mata atlântica e rios. As vitimas já são 381 mortos, dos quais os municípios mais atingidos são Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, mas já se fala que este número pode chegar a 500, visto que bairros inteiros foram destruídos.

Prestamos nossa total solidariedade aos familiares das vitimas dessas enchentes, aos desabrigados que perderam tudo o que tinham, sendo que muitos deverão recomeçar sua vida de novo. Acompanhamos pela televisão e torcemos para que as pessoas sejam encontradas com vida. Em Nova Friburgo, um bebe de seis meses foi resgatado com vida, junto com seu pai após 10 horas em baixo dos escombros.

Mas porque todos os anos, milhares de pessoas perdem suas casas e centenas perdem suas vidas, sem que nada seja feito para evitar essas tragédias? É sabido que as chuvas de verão são intensas, quanto mais calor mais chuvas.

Segundo as denuncias do Contas Abertas, o governo Lula, no ano passado investiu apenas R$ 167,5 milhões dos R$ 425 milhões previstos no Programa de Prevenção e Preparação para Desastres. E mais da metade desse recurso foi parar na Bahia, do Ministro de Integração Geddel Viera Lima, como bem denunciou o TCU, relatando que não havia dados técnicos que justificassem essa medida. Não podemos permitir que o dinheiro seja usado para fins eleitoreiros.Gasta-se mais com recursos para reparos dos que com prevenção. Isto tudo porque as obras para os reparos é o que garante a propaganda eleitoreira dos políticos e dinheiro para as empreiteiras amigas do governo. Enquanto gastam-se bilhões nas obras que beneficiam essas empresas a exemplo do trem bala que só servirá para os ricos.

As causas das tragédias não são apenas as chuvas, como tentam passar os sucessivos governos. A responsabilidade é dos governos federal e estadual e das sucessivas Prefeituras, que tratam os problemas com descaso, nada fazem para garantir obras de prevenção e liberam a construção de casas irregulares em encostas e margens dos rios. Falta uma política responsável de programas de prevenção de desastres e catástrofes e de transparência e controle desses gastos que na maior parte das vezes acaba sendo desviado. O maior exemplo do descaso com o dinheiro público é a liberação de mais de 1 bilhão de reais, votados na calada da noite pela Assembléia do Rio de Janeiro, para compra de trens que serão cedidos à empresa privada Supervia ao invés de exigir que a empresa faça o investimento. Cabe destacar que o único voto contra esse nefasto projeto foi de nosso deputado Marcelo Freixo.

Enquanto isso, o Programa de Drenagem Urbana e Controle da Erosão Marítima e Fluvial em 2010 teve orçamento de R$ 1,011 bilhão, e só liberados R$ 163 milhões (16%), de acordo com dados do Siafi. Até no PAC, carro chefe da política do governo, só foram gastos 21% de um total de 760 milhões dos programas que deveriam ser executados.

A desculpa para não liberar verbas aos estados é a falta de projetos. Mas a razão é outra: o governo Lula pagou em oito anos R$ 851 bilhões apenas em juros e amortizações da Dívida aos banqueiros, sendo que a dívida só aumenta, passando para R$ 1,73 trilhões. O que mostra como o governo privilegia os ricos do sistema financeiro.

No ano passado as vitimas foram em Niterói, na cidade do Rio de Janeiro e em Angra dos Reis. Hoje a tragédia é na região serrana. O verão está apenas começando. O governo deve garantir todos os recursos necessários para os reparos nessa região, apoio médico, sanitário e alimentício assim como abrigo decente para os milhares de desabrigados. Junto com isso, uma política de construção de casas para que essas famílias possam recomeçar suas vidas. É necessário evitar que essa tragédia caia no esquecimento! Até hoje os desabrigados de Niterói continuam sem solução, em abrigos improvisados, com constantes ameaças de despejos.

Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 2010.

Povo nas ruas derruba presidente da Tunísia

Ben Ali, no poder desde 1987, fugiu do país. Primeiro-ministro Mohammed Ghanouchi assume interinamente a Presidência e convoca eleições. Residência da mulher do presidente foi saqueada.

Manifestantes chamam mentiroso a Ben Ali. Foto EPA/LUCAS DOLEGA
Na quinta-feira à noite, Ben Ali anunciara que abandonaria a presidência em 2014, numa tentativa de acalmar a revolta iniciada há um mês. Mas as manifestações, na manhã desta sexta-feira, irromperam com mais força em Tunes e nas principais cidades. Na tarde desta sexta, o primeiro-ministro chegou a anunciar que Ben Ali decidira demitir o governo e convocar eleições legislativas antecipadas num prazo de seis meses. Ao mesmo tempo, era decretado o estado de emergência.


Mas por volta das 18 horas chegou a notícia-bomba: Ben Ali, no poder desde 1987, saíra do país.

A notícia foi confirmada na TV pelo primeiro-ministro Mohammed Ghanouchi, que em pouco tempo passou de demissionário a presidente interino, prometendo cumprir a Constituição e convocar eleições.

Segundo o correspondente do Guardian em Roma, Ben Ali terá fugido para Malta sob protecção da Líbia.

Durante todo o dia, as manifestações não pararam de crescer em Tunes e nas principais cidades do país. Na capital, o povo tomou a avenida Bourguiba, a principal da cidade, que ficou completamente cheia, com a maior concentração diante do ministério do Interior. Larga, ladeada de árvores frondosas, a avenida pode juntar centenas de milhares de pessoas.

Ouviam-se palavras de ordem contra o presidente, como "Ben Ali para a rua" ou "Ben Ali assassino", numa alusão aos manifestantes mortos pela polícia na última semana – mais de 70, desde o início da revolta, segundo uma organização de direitos humanos. No final da tarde houve choques entre a polícia e os manifestantes. A polícia usou gás lacrimogéneo.

“É uma grande alegria, alegro-me, como todos os tunisinos, pela saída do ditador. A transição deve ficar sob vigilância: não podemos dar carta branca a este governo que acompanhou Ben Ali todos estes anos”, disse ao Le Monde Kamel Jendoubi, militante dos direitos humanos tunisino.

Segundo o Libération, a residência da família de Leïla Trabelsi, mulher do presidente, foi invadida e saqueada pelos manifestantes, que tiraram o Mercedes da garagem e saquearam e incendiaram a casa, depois de expulsar os seus habitantes.

Leïla Trabelsi é detestada e simboliza o confisco das riquezas do país pelo “clã Ben Ali”.

Fonte: http://www.esquerda.net/artigo/povo-nas-ruas-derruba-presidente-da-tun%C3%ADsia

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Promotor processa Jatene por improbidade. E quer que ele devolva dinheiro aos cofres públicos.

O promotor estadual de Justiça Marcelo Batista Gonçalves, da área dos Direitos Constitucionais e Patrimônio Público, ajuizou Ação Civil Pública, por improbidade administrativa, contra o governador do estado do Pará, Simão Jatene (PSDB).


Gonçalves acusa Jatene de ter cometido improbidade ao nomear o coronel João Paulo Vieira, que já se encontrava na reserva, para o Comando da Polícia Militar do Estado, entre os anos de 2003 e 2006 – o primeiro governo do tucano.

Além disso, ao longo de todo aquele período, Vieira teria acumulado os vencimentos da reserva e da ativa.

O processo foi ajuizado em 9 de novembro do ano passado, mas não foi noticiado nem mesmo no site do Ministério Público Estadual. Segundo informações, porque Gonçalves teria entrado de férias logo depois.

A ação foi parar nas mãos de Gonçalves a partir do desmembramento das investigações realizadas pela Promotoria Militar sobre possíveis irregularidades na aquisição de trailers e de uma lancha para a PM.

A transação teria como responsáveis o coronel João Paulo Vieira e o então secretário de Defesa Social, o procurador de Justiça Manoel Santino.

A denúncia da nomeação irregular e acumulação de vencimentos por Vieira, que também constava nos documentos que originaram as investigações, acabou encaminhada à Promotoria dos Direitos Constitucionais e Patrimônio Público, que é a responsável por investigar possíveis atos de improbidade administrativa.

A ação ajuizada pelo promotor tem 19 páginas e nela ele pede, além da condenação de Jatene, o ressarcimento dos danos que teriam sido causados ao erário, já que o ex-governador foi o autor da nomeação e o ordenador da despesa.
Não se sabe o valor desse possível prejuízo – e na ação o promotor pede que a Justiça determine à Secretaria Estadual de Administração (Sead) o cálculo do montante.

No entanto, fontes do MP acreditam que a conta pode chegar a meio milhão de reais, tendo em vista a remuneração de um coronel da ativa, a atualização monetária e a duração desses pagamentos irregulares (quatro anos).

O processo tramita na 3ª Vara da Fazenda de Belém, sob o número 0043517-38.2010.814.0301.

Em 18 de novembro, conforme informações do site do TJE, o juiz da 3ª Vara, Sílvio César dos Santos Maria, determinou que Jatene fosse notificado a se manifestar por escrito, num prazo de 15 dias, conforme prevê o parágrafo 7, do artigo 17 da Lei 8.429/92 - a Lei de Improbidade Administrativa.

Só depois dessa manifestação inicial de Jatene é que o juiz decidirá, num prazo de 30 dias, se aceita ou não a denúncia do MP.

De acordo com o site do TJE, o processo foi o encaminhado pela Secretaria da 3ª Vara à Central de Mandados, em 26 de novembro.

Veio depois o recesso do Judiciário e a posse de Jatene no Governo.
Por isso, como o tucano voltou a ter foro privilegiado, a ação pode acabar no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O blog tentou contato com o publicitário Orly Bezerra, mas, não conseguiu.
E nem sequer vai tentar falar com a Assessoria de Imprensa do Governo, já que a assessoria de Jatene, há muito tempo, não encaminha nem mesmo simples sugestões de pauta a este blog, apesar de fazê-lo em relação a todo o restante da blogosfera
 
Postado dia 08/01/2010 pela jornalista Ana Célia Pinheiro em seu blog A Perereca da Vizinha

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Belém aos 395 anos: a tradução do estilo Duciomar

Foto do blog Espaço Aberto
Belém - na foto do blog - faz hoje 395 anos.
Comemorar o quê?
Nada há que justifique comemorações.
Nada há que justifique festejos.
Belém, é certo, é uma cidade linda.
É prazerosa.
É agradável.
Tem um povo afetuoso.
Mas está destroçada.
Está distiorada.
Como nunca antes, jamais, em sua História, Belém está sendo maltratada pela pior administração que já passou por aqui.
Duciomar Costa, o prefeito de Belém, há seis anos se notabiliza como o pior prefeito que esta cidade já teve.
Como um huno, faz uma administração devastadora.
É um prefeito ausente.
A cidade é uma imundície.
A cidade é um canteiro de obras inacabadas.
Até para fazer uma calçada é um parto. Um parto feito a fórceps.
A Saúde é um caos.
Não apenas é um caso como se transformou num caso de polícia.
Sua administração é tão inoperante que o povo, a muque, faz o que ele não faz, mas deveria fazer - e com urgência.
Mesmo assim, Duciomar Costa concilia o sono com a tranquilidade de quem está em Pasárgada, na condição de amigo do rei e longe, bem longe dos atropelos que sua administração causa aos que moram em Belém.
O melhor presente que Belém poderia conceder-se a si mesma seria não ter reeleito Duciomar.
Mas reelegeu.
É uma pena que tenha sido assim.
E mais do que isso, é deprimente que Duciomar tenha retribuído dessa forma - com uma administração inoperante e destruidora - a confiança democrática que a maioria dos eleitores depositou nele.
É uma pena, enfim, que Belém tenha se traduzido na expressão perfeita do estilo Duciomar de governar.

Fonte: http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

¡Saludamos el triunfo del pueblo boliviano!


 
  
¡Gasolinazo neoliberal del gobierno tuvo que ser anulado!
 
La Unidad Internacional de Trabajadores - Cuarta Internacional (UIT-CI)  saluda al triunfo del pueblo boliviano que, dando un ejemplo al mundo, se lanzó a las calles en una impresionante movilización obligando al gobierno de Evo Morales a anular en 5 días un decreto que establecía la “nivelación” de la gasolina y diesel a precio internacional.
Este decreto fue la cara del ajuste capitalista mundial en Bolivia. Por eso es muy importante para los trabajadores y pueblos del mundo sacar lecciones de lo que ocurre en Bolivia y solidarizarse con la lucha de su pueblo.
Los últimos días del año, entre el 26 y el 31 de diciembre, una gigantesca movilización crecía en todas las ciudades de Bolivia. El 30 de diciembre ya se escuchaba en las calles “¡O retiran el decreto o se van ellos!”. La “guerra de la gasolina” era anunciada para el lunes 3. La contundente movilización y su programa radical de amenazar con derrocar al gobierno si no retiraba el gasolinazo, fue lo que logró que el gobierno retrocediera asustado.  
El 31 de diciembre, mientras las familias estaban reunidas en la cena de fin de año, habló Evo Morales en cadena nacional, anunciando la anulación del decreto 748. Evo dijo que “mandaba obedeciendo” y que esa era la “voluntad del pueblo”. Suena lindo, pero pocos le creyeron en Bolivia. Ni Evo ni su vicepresidente Alvaro García Linera se acordaban de la “voluntad del pueblo” cuando el domingo 26 de diciembre, dictaron la brutal medida de llevar la gasolina a 1 dólar en un país adonde el salario mínimo es de 98 dólares y pocos ganan más de 300 dólares.
El decreto fue dictado como lo hacían las antiguas dictaduras y gobiernos neoliberales, aprovechando las fiestas de fin de año, esperando que así no pudiera articularse la movilización de repudio.
El contenido es una típica medida neoliberal, afirmando que la economía era “artificial” porque el precio de la gasolina debía ser “subsidiado”. Ese fue el argumento de todos los gobiernos neoliberales para quienes es el “mercado” el que dicta los precios.
La excusa del gobierno que tiene que importar 660 millones de dólares en petróleo, gasolina y diesel, y que 150 millones se van en contrabando a países vecinos. Para “eliminar” ese contrabando de 150 millones de dólares, es que, según ellos, dictaron esa medida que aplica un brutal ajuste inflacionario a todo el pueblo pobre boliviano “nivelando” el gas a precio internacional. ¡Una excusa burda!
Lo sucedido muestra que, pese a su origen popular, el gobierno de Evo Morales gobierna con las transnacionales y contra el pueblo, al igual que lo hicieron los antiguos gobiernos neoliberales.
La medida obedeció a una exigencia pública de las transnacionales petroleras, a través de la Cámara Boliviana de Hidrocarburos (que de “boliviana” sólo tiene el nombre del país al cual saquea), encabezada por la transnacional Petrobrás (americana-europea-brasileña) y la Repsol (española, con sede principal en Argentina).
La cuestión es que Bolivia, que hace 10 años se autoabastecía de todos los hidrocarburos, ahora exporta gas, pero tiene que importar petróleo crudo, gasolina y diesel. Sin embargo es un país de grandes reservas petroleras. La mitad del territorio boliviano es potencialmente petrolero y sólo está explorado el 4% de esa mitad. Es decir, si hubiese habido inversión en explotación habría producción suficiente de gasolina y diesel. Si la producción bajó y hay que importar es porque las transnacionales siguen manejando todo y decidieron no explorar. Han bloqueado la producción de petróleo. Por otra parte a las transnacionales no les interesa producir para el mercado interno porque es muy chico. Sólo les interesa el gas para la exportación. Entonces han invertido en pozos para mantener la exportación de gas sin industrializar a Brasil y Argentina (que a su vez es para Petrobrás y Repsol, que lo industrializan en ambos países multiplicando por 7 su valor).

¿Y la nacionalización?
El gran reclamo de la insurrección popular de octubre del 2003, fue la nacionalización total de los hidrocarburos, la expulsión de las transnacionales y la industrialización en Bolivia del gas para que haya trabajo. Este fue el centro de la llamada “Agenda de Octubre”, un programa que al ir contra las empresas imperialistas que dominan históricamente Bolivia, es un programa revolucionario que apunta a una transición al socialismo. Este programa fue adoptado por grandes sectores de masas. Este es uno de los avances extraordinarios del proceso revolucionario boliviano.
Evo Morales asumió el gobierno en enero del 2006 prometiendo la nacionalización. El 1º de mayo del 2006 decretó la llamada “nacionalización”. Pero esta no fue tal. La “nacionalización” fue parcial, es decir el Estado indemnizó con 1500 millones de dólares a las petroleras para obtener el 51% de las acciones y aumentó los impuestos. Pero YPFB, la empresa nacional, no fue convertida en una empresa operativa. ¡No produce nada! Los directivos tanto de YPFB como de las empresas mixtas, son personeros de las transnacionales (con enormes sueldos pagados por el Estado). A fines del 2006 se firmaron 44 contratos de concesión con las transnacionales que le permiten por 30 años, manejar el negocio en forma monopólica, fundamentalmente a Petrobrás y Repsol que quedaron con los principales campos. Estos contratos fueron luego reafirmados por la nueva Constitución aprobada en acuerdo con la derecha en octubre del 2008. Así las transnacionales siguen llevándose la mayor parte del excedente hidrocarburífero, fundamentalmente por la exportación de gas sin industrialización.
Es decir, la nacionalización fue en gran medida una farsa. Hubo sí aumento de ingresos al Estado y, en base a esto, algunas concesiones pequeñas a las masas, fundamentalmente en bonos para los jubilados (30 dólares mensuales a los mayores de 60 años que no tenían jubilación) y a niños en edad escolar con un pequeño bono anual.
“O retiran el decreto o se van”
Conocido el decreto, la conmoción económica y social fue inmediata. Al día siguiente subieron los transportes (buses urbanos y de larga distancia) entre un 50% y un 100%, también aumentaron el pan, la carne, frutas y verduras en un 20%, algunos alimentos un 50%. Cabe destacar que los alimentos ya habían subido alrededor de un 20% en los últimos meses.
Pasada la sorpresa inicial, la reacción popular no se hizo esperar. Ya el lunes comenzaban las primeras movilizaciones y pronunciamientos de organizaciones. “Fuera el gasolinazo neoliberal” tituló su volante La Protesta, organización de izquierda en la que militan los adherentes a la UIT-CI en Bolivia. “Fuera el gasolinazo” fue la consigna unánime que se escuchaba en cada mercado o reunión familiar.
Pedro Montes, dirigente de la COB, que viene apoyando todas las medidas del gobierno, incluso la ley de pensiones (jubilaciones) de contenido neoliberal, declaró que era un “decreto maldito” que debía ser abrogado (anulado).
Se pronunciaron por la derogación la CONOMAQ (la principal organización indígena del país), centrales obreras departamentales, los mineros, los sindicatos departamentales de maestros, de salud, la Federación Campesina Tupac Katari de La Paz, organizaciones estudiantiles. En la calle todos estaban indignados.
Sólo la ultraburocrática conducción de la CSUTCB (Central Campesina) y de la Confederación Nacional de Maestros (Pinaya del PC) se atrevieron a declararse a favor del decreto. Pero sus bases ya se estaban movilizando en contra.
La CAO (Cámara Agropecuaria de Oriente), que reúne a la oligarquía terrateniente, dijo que la medida era necesaria pero que hacían falta medidas “compensatorias” para ellos que utilizan el diesel en sus maquinarias. El jueves 31, mientras arreciaba la movilización popular, 3 ministros se pasaron 4 horas reunidos con la CAO para discutir dichas medidas compensatorias. Al final sacaron un comunicado amistoso, de que continuaban otro día las conversaciones.
La movilización creció en Santa Cruz, Cochabamba, Oruro y El Alto. Hasta en el Chapare, lugar de origen de Evo y adonde sigue siendo presidente de su Federación del Trópico, los campesinos de Ivirgazama comenzaron un bloqueo total de la carretera troncal de Bolivia (la que une a Cochabamba y Santa Cruz) exigiendo la anulación del decreto.  El 30 de enero la movilización se hizo masiva en casi todas las ciudades del país. En El Alto decenas de miles de personas chocaron con la policía, quemaron las casillas de peaje de la autopista y marcharon hacia La Paz. La policía pudo contener reprimiendo. Pero todas las organizaciones anunciaron movilización desde el lunes 3. Las juntas vecinales de El Alto (hay 600 juntas vecinales agrupadas en la FEJUVE) comenzaron a pronunciarse por un “paro cívico por tiempo indefinido”. Los combativos mineros de Huanuni anunciaron que marchaban a La Paz. El “paro cívico” en El Alto significa bloqueo total y esto incluye el Aeropuerto y las entradas a La Paz. Esto en Bolivia significa insurrección popular. La consigna que crecía era: “O retiran el decreto o se van ellos”.
Esto fue lo que llevó a Evo Morales a anular el decreto. Evidentemente de mala gana y diciendo que había que “aplicarlo de a poco y consultando al pueblo”.
En verdad de lo que se trata no es de “aplicar de a poco” un decreto que es un desastre para el país. ¡Y el pueblo ya dijo NO en forma muy clara!
El 4 de enero un nuevo decreto establece que el Estado boliviano va a pagarle a las transnacionales, reintegrándole todo lo que inviertan en exploración para encontrar petróleo. ¡Un escándalo que seguirá sangrando el presupuesto nacional a favor de las transnacionales!

La lucha recién comienza
Es por eso que la lucha no ha terminado. Como lo señala el volante de Agrupación La Protesta, en la que militan los compañeros de la UIT-CI en Bolivia:  “Ahora hay que exigir que se cumpla con todos los reclamos populares, centrados en una verdadera nacionalización sin indemnizaciones de transnacionales de hidrocarburos y minería, expulsando a las transnacionales y a los gerentes de YPFB que sirven a las empresas extranjeras, YPFB controlada por el pueblo debe producir gas y petróleo, que hay en Bolivia en gran cantidad, para utilizarlo para industrializar y crear trabajos con sueldos dignos para todos, crear una gran petroquímica y fábricas en El Alto, en Potosí, en Oruro, expropiar a los terratenientes y entregar tierra a los campesinos para que produzcan alimento barato para el pueblo”.
   
Contra la inflación y el hambre, a luchar por aumento general de salarios y congelación de precios y trabajo para todos
Bolivia es un país gran parte de los trabajadores empleados devengan un salario mínimo de hambre equivalente a 98 dólares y son azotados por una brutal inflación que superó el 20% durante el año 2010 antes de del decreto neoliberal. Pero el 70% no tienen trabajo formal y en general tienen un ingreso aún menor. Frente a esta situación es urgente la movilización unitaria del pueblo exigiendo un aumento general de sueldos y salarios del 100% y se anule el decreto neoliberal 21060 que impide el control de precios y establece la flexibilización laboral. Que se anule el IVA, un injusto impuesto al consumo popular. Que se congele el precio del transporte de personas y que el Estado subsidie el transporte popular”.
Este reclamo debe ir acompañado de un proyecto de Plan Económico de Emergencia elaborado por las organizaciones sindicales, campesinas, indígenas estudiantiles y populares para enfrentar y superar la grave crisis económica que afecta a la nación, de tal forma que se genere empleo productivo y digno; se nacionalice 100% la industria de los hidrocarburos y se promueva la inversión estatal en la industria petrolera sin ninguna injerencia de las multinacionales; se desarrollen obras de infraestructura, vivienda, salud y educación; y se apoye con créditos baratos la producción agrícola y pecuaria.
 Este Plan económico Alternativo, que no es otra cosa que la continuidad y profundización de la Agenda de Octubre debe ser discutido y aprobado por todo el pueblo y debe ser impuesto por la vía de la movilización unitaria, de la misma forma en que se derrotó el infame Gasolinazo.
 
Coordinación para la lucha
En El Alto, vanguardia de esta rebelión, se comenzaron a dar pasos para convocar a una coordinación nacional de sindicatos, movimientos campesinos, trabajadores urbanos y rurales, estudiantes y organizaciones de izquierda, para luchar por la Agenda de Octubre, por salarios y un programa económico al servicio del pueblo.
Alertamos y denunciamos  que el gobierno de Evo Morales está intentando procesar legalmente con jueces obsecuentes a dirigentes populares que se opusieron al gasolinazo neoliberal. Entre ellos a la dirigente de la Fejuve de El Alto Fanny Nina, que además fue lesionada al ser atropellada por un automóvil mientras transitaba por la acera en La Ceja de El Alto, lo que hace suponer un atentado. Exigimos que no se procese a nadie por apoyar la protesta del pueblo y el gobierno se haga responsable de investigar el atentado a Fanny Nina y de garantizar la seguridad de los dirigentes populares.  
El gobierno acusó a la vieja derecha de propiciar “disturbios”. La realidad es que la vieja derecha neoliberal fue y es repudiada por las mayorías populares. Y que este movimiento fue protagonizado por el pueblo pobre, trabajadores y campesinos.   
Apoyamos la propuesta de La Protesta, agrupación en la que militan los compañeros de la UIT-CI de Bolivia
Desde la UIT-CI saludamos al pueblo boliviano y a sus organizaciones de base, a las Juntas Vecinales de base de El Alto, a los gloriosos sindicatos mineros, a sus sindicatos de trabajadores combativos, como fabriles y maestros de La Paz, Cochabamba y Oruro, a la COD de Oruro, a organizaciones indígenas como la CONOMAQ, a organizaciones campesinas, a la Agrupación La Protesta y a los partidos de izquierda y revolucionarios que han estado en la movilización contra el gasolinazo, por este gran triunfo. Y los llamamos fraternalmente a concretar ese camino de unidad que permita crear una alternativa popular, obrera y campesina para enfrentar el plan de hambre capitalista del gobierno de Evo. La UIT-CI con sus partidos nacionales se coloca al servicio de la solidaridad internacional con esa justa lucha.
7 de enero del 2010.