domingo, 16 de janeiro de 2011

Solidariedade aos familiares das vítimas das chuvas na Região Serrana do RJ

Imagens do blog Faca Amolada

Todos os anos as chuvas de verão castigam o País, todos os anos o Rio de Janeiro tem regiões inteiras destruídas, pessoas perdem vidas e casas. Dessa vez, infelizmente a tragédia aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro, uma das mais belas extensões de terra formada por montanhas, mata atlântica e rios. As vitimas já são 381 mortos, dos quais os municípios mais atingidos são Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, mas já se fala que este número pode chegar a 500, visto que bairros inteiros foram destruídos.

Prestamos nossa total solidariedade aos familiares das vitimas dessas enchentes, aos desabrigados que perderam tudo o que tinham, sendo que muitos deverão recomeçar sua vida de novo. Acompanhamos pela televisão e torcemos para que as pessoas sejam encontradas com vida. Em Nova Friburgo, um bebe de seis meses foi resgatado com vida, junto com seu pai após 10 horas em baixo dos escombros.

Mas porque todos os anos, milhares de pessoas perdem suas casas e centenas perdem suas vidas, sem que nada seja feito para evitar essas tragédias? É sabido que as chuvas de verão são intensas, quanto mais calor mais chuvas.

Segundo as denuncias do Contas Abertas, o governo Lula, no ano passado investiu apenas R$ 167,5 milhões dos R$ 425 milhões previstos no Programa de Prevenção e Preparação para Desastres. E mais da metade desse recurso foi parar na Bahia, do Ministro de Integração Geddel Viera Lima, como bem denunciou o TCU, relatando que não havia dados técnicos que justificassem essa medida. Não podemos permitir que o dinheiro seja usado para fins eleitoreiros.Gasta-se mais com recursos para reparos dos que com prevenção. Isto tudo porque as obras para os reparos é o que garante a propaganda eleitoreira dos políticos e dinheiro para as empreiteiras amigas do governo. Enquanto gastam-se bilhões nas obras que beneficiam essas empresas a exemplo do trem bala que só servirá para os ricos.

As causas das tragédias não são apenas as chuvas, como tentam passar os sucessivos governos. A responsabilidade é dos governos federal e estadual e das sucessivas Prefeituras, que tratam os problemas com descaso, nada fazem para garantir obras de prevenção e liberam a construção de casas irregulares em encostas e margens dos rios. Falta uma política responsável de programas de prevenção de desastres e catástrofes e de transparência e controle desses gastos que na maior parte das vezes acaba sendo desviado. O maior exemplo do descaso com o dinheiro público é a liberação de mais de 1 bilhão de reais, votados na calada da noite pela Assembléia do Rio de Janeiro, para compra de trens que serão cedidos à empresa privada Supervia ao invés de exigir que a empresa faça o investimento. Cabe destacar que o único voto contra esse nefasto projeto foi de nosso deputado Marcelo Freixo.

Enquanto isso, o Programa de Drenagem Urbana e Controle da Erosão Marítima e Fluvial em 2010 teve orçamento de R$ 1,011 bilhão, e só liberados R$ 163 milhões (16%), de acordo com dados do Siafi. Até no PAC, carro chefe da política do governo, só foram gastos 21% de um total de 760 milhões dos programas que deveriam ser executados.

A desculpa para não liberar verbas aos estados é a falta de projetos. Mas a razão é outra: o governo Lula pagou em oito anos R$ 851 bilhões apenas em juros e amortizações da Dívida aos banqueiros, sendo que a dívida só aumenta, passando para R$ 1,73 trilhões. O que mostra como o governo privilegia os ricos do sistema financeiro.

No ano passado as vitimas foram em Niterói, na cidade do Rio de Janeiro e em Angra dos Reis. Hoje a tragédia é na região serrana. O verão está apenas começando. O governo deve garantir todos os recursos necessários para os reparos nessa região, apoio médico, sanitário e alimentício assim como abrigo decente para os milhares de desabrigados. Junto com isso, uma política de construção de casas para que essas famílias possam recomeçar suas vidas. É necessário evitar que essa tragédia caia no esquecimento! Até hoje os desabrigados de Niterói continuam sem solução, em abrigos improvisados, com constantes ameaças de despejos.

Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 2010.

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