segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Discurso de Dilma a anos luz da realidade


Por Joice Souza

Penso que nem a própria Dilma acreditou no seu discurso de ontem, que mais parecia uma tentativa desesperada de fazer o brasileiro crer que as coisas vão bem, quando é nítido o caos em que vivemos. 

Com justificativas vagas do tipo: "nenhuma economia é perfeita", a presidenta enrolou, enrolou e disse quase nada.
Depois de junho de 2013, nada será como antes. 
 A realidade é que cresce o caos social e com ele cresce a insatisfação com os governos. Segundo Pesquisa do IBOPE apenas 3 dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal tem o governo estadual avaliado como bom ou ótimo por mais de 50% de sua população e em 19 estados, mais de 50% da população não confia no seu governador.

Também cresceu a desconfiança no governo federal, de 25% em 2012 para 41% agora no final de 2013. O governo comemora a pesquisa em que 43% da população avalia o governo de Dilma como ótimo ou bom, mas finge não levar em conta que antes de junho esse índice era de 54% e a aprovação da maneira de governar da presidenta que em 2012 era de 77% chegando a 79% em março deste ano, despencou para 56% nos últimos noves meses.

Se os resultados gerais já não bons para o PT, piora quando passamos para a avaliação de políticas específicas. A política [neoliberal] de DILMA para a educação é desaprovada por 58% da população , 72% desaprova a política do governo para área da saúde e 70% para a segurança pública. Mesmo no combate à pobreza ( carro-chefe da propaganda do governo do PT) houve queda na aprovação de 11 pontos percentuais em relação ao mês de março.( de 64% para 53%). 

Essa pesquisa pode ser até ser contestada, dado o histórico de manipulações nas pesquisas de opinião, mas os fatos que levam a resultados como esses estão aí e sentimos na pele todos os dias. 

Enquanto Dilma pede tranquilidade e promete melhoras na qualidade de vida, o salário mínimo aumenta míseros R$ 46,00 (aumento real de 1,18%, segundo o DIEESE) e logo esse aumento deve ser engolido pela inflação.

Enquanto Dilma fala em equilíbrio na economia que beneficie “tanto as classes trabalhadoras como o setor produtivo”, quase metade do orçamento da União para 2014 irá para o pagamento da dívida pública, ou seja, para os bolsos dos banqueiros.

Enquanto Dilma fala carinhosamente das populações tradicionais, nossos povos indígenas seguem sendo cruelmente atacados pelo agronegócio com a conivência da presidenta, que aliás foi muito elogiada pelos ruralistas em 2013.

O tom cambaleante de Dilma não engana ninguém. O ano de 2014 não será o ano da copa e de brasileiros no sofá como sonhava os governos e os patrões. 2014 será ano de muita luta, será o ano dos trabalhadores e da juventude indignada não só no Brasil, como no mundo inteiro.

Joice Souza é jornalista e faz parte da assessoria de imprensa do SINTSEP-PA.

Atualizado às 23h45, dia 07/01/2014.

10 anos de PT: um balanço macabro

Assassinato de índios aumenta 168% nos governos Lula e Dilma


Mortes já chegam a 560 em dez anos; demarcação de terras é lenta

Por André de Souza

BRASÍLIA - Nos oito anos de governo do ex-presidente Lula e nos dois primeiros da presidente Dilma Rousseff, 560 índios foram assassinados no Brasil — média de 56 por ano. Isso representa um crescimento de 168,3% em relação à média dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Os números fazem parte de levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nos dois primeiros anos do governo Dilma, 108 índios foram assassinados no país, uma média de 54 por ano. Foram 51 mortes em 2011 e 57, em 2012. A média fica um pouco abaixo dos 56,5 homicídios anuais registrados nos dois mandatos de Lula, mas está bem acima do observado nos oitos anos de FH. No governo do tucano, a média foi de 20,9 assassinatos de índios por ano.

Segundo o Cimi, 167 índios foram mortos no período FH. O número subiu para 452 no governo Lula (2003-2010), um crescimento de 170,7%. O secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto, criticou o ritmo de demarcação das terras indígenas nos governos petistas, menor do que o observado nos governos tucanos.

— Na nossa avaliação, isso (o aumento das mortes) foi causado por diferentes fatores, mas principalmente em função da retração nos procedimentos de demarcação das terras indígenas, somada a uma expectativa inicial por parte dos povos de que, com o governo Lula, haveria uma aceleração desses procedimentos — afirmou Buzatto.

Segundo ele, Lula e Dilma se aproximaram do agronegócio, provocando reação dos índios.

Cinco pontos de bloqueio

Agentes da Força Nacional chegaram nesta sexta-feira à tarde a Sidrolândia (MS), palco de conflitos entre fazendeiros e indígenas pela posse da terra. Serão montados cinco pontos de bloqueio nas estradas que cruzam as fazendas da região. A ação não visa a saída dos índios das áreas ocupadas, mas deve inibir novas invasões.

Desde terça-feira em Brasília, onde tentam negociar com o governo federal a suspensão da construção de hidrelétricas na Amazônia, os mundurukus ameaçam fazer novas invasões ao canteiro de obras da usina de Belo Monte, no Pará. Eles ocuparam a hidrelétrica no mês passado, mas saíram do local como parte do acordo para serem recebidos em Brasília pelo governo.

— Se não parar (as obras), com certeza, vamos fazer novas ocupações. Se não parar, não vamos aceitar as consultas, que deveriam ter sido feitas antes de qualquer coisa. Já que as obras estão em andamento, é preciso que elas parem, o governo faça a consulta — disse nesta sexta-feira Valdenir Munduruku, líder da aldeia Teles Pires, em Jacareacanga (PA).

Fonte: O Globo.com

Do Coliseu ao UFC: a manutenção de um circo dos horrores


Olhem bem e enxerguem onde está nossa humanidade
Por Flávio Lúcio Vieira 

Eu sempre me indaguei a respeito dos motivos de tanta audiência que tem o UFC. Uma luta que a realização plena da transformação da violência, da força bruta sem limites, em espetáculo. 

Multidões se reúnem para admirar esse show pelo mundo afora. Aqui no Brasil, ficam acordadas madrugada adentro para assistir homens e mulheres destruindo-se mutuamente, como se estivessem num Coliseu eletrônico. 

Do outro lado da tela, romanos contemporâneos entorpecidos pelo gosto da violência. Quanto mais hematomas, quanto mais sangue, melhor. 

Eu lembro dos debates a respeito da violência do boxe de décadas atrás. Hoje, eu vejo que o boxe é uma luta entre cavalheiros, cheia de regras e de limites. 

É possível até mesmo enxergar hoje alguma arte no boxe, alguma beleza nos movimentos dos lutadores, alguma ética que limita os ataques e lembra sempre que aquilo se trata de um esporte. 

Eu lembro da ingenuidade do telequete, onde a violência era apenas simulada, mas já me causava essa sensação de desconforto. 

Já o UFC, é a força bruta transformada em arte-marcial, onde lutadores já inconscientes continuam a receber sem misericórdia violentos golpes na cabeça, como se vencer justificasse tamanho ato de animalidade. 

E é exatamente nesse momento que a massa entra em delírio, como se desejasse que o juiz jamais parasse a luta. 

Quando eu vi hoje a foto da perna de Anderson Silva se partindo ao meio e os vídeos mostrando em câmera lenta como isso aconteceu, eu percebi que não era um membro de um lutador brasileiro e seu destino que estavam em jogo: era nossa humanidade, de quem nos distanciamos mais a cada dia. 

Por isso, foi inevitável a lembrança da eterna frase de Chaplin e do quanto ainda vale que ela seja repetida hoje: 

 "Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar. Os que não se fazem amar e os inumanos!"

Conflito em Humaitá tem motivação econômica, diz indigenista

Barco que servia aos indígenas: criminosamente incendiado dia de Natal por ruralistas de Humaitá/AM.


Do Portal D24AM

Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado.

Manaus - De acordo com o indigenista Egydio Schwade, o conflito envolvendo o povo Tenharim é o reflexo da falta de atenção dado à causa indígena pelo governo federal e tem motivações econômicas.


“Este caso é muito grave por causa dos interesses econômicos. Aquela terra é cobiçada por causa de minérios e acredito que também há a intenção de grandes latifundiários que querem invadir aquela área. O melhor caminho para conter o conflito é a intervenção direta do Ministério Público Federal porque a União não tem, nas condições atuais, crédito nem moral para proteger este povo porque sempre faltou vontade política para resolver as questões indígenas”, opinou.


Schwade explicou que o povo Tenharim está passando por um período de reorganização após ter as terras exploradas pela mineração e agressões sofridas durante a construção da rodovia Transamazônica (BR-230) na década de 70.


“A raiz é mesma do que ocorreu com o povo Waimiri Atroari, em Presidente Figueiredo. Em Humaitá, abriram a rodovia em meio à terra indígena e nem sequer ouviram os indígenas. Os Tenharim foram extremamente reduzidos. Iniciou também a exploração mineral naquela área e chegaram a construir uma estrutura administrativa no meio da aldeia”, explicou o indigenista.


Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado, pertencentes a um conjunto mais amplo de povos que chamam a si mesmos de Kagwahiva.

Fonte: http://www.d24am.com/amazonia/povos/conflito-em-humaita-tem-motivacao-economica-diz-indigenista/103252

Índios serão escoltados às aldeias no sul do Amazonas


Índios tenharim na estrada que corta reserva no AM (Foto: Funai de Humaitá)
Índios tenharim na estrada que corta reserva no AM (Foto: Funai de Humaitá)

Por Kátia Brasil
 
A força-tarefa, formada por homens das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar do Amazonas, Força Nacional de Segurança e Exército, vai escoltar amanhã (30) ônibus com um grupo de ao menos 120 índios, a maioria da etnia tenharim, até as aldeias, que ficam ao longo da BR 230 (Transamazônica), por medida de segurança solicitada pela Presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio).  

 

Com a medida, a Funai cumpre liminar da juíza plantonista Marília Gurgel R. de Paiva e Sales, da Justiça Federal do Amazona, que determinou proteção aos índios nas próximas 24 horas, acatando pedido do Ministério Público Federal do Amazonas.
Esses índios pertencem ao grupo de 140 pessoas das etnias tenharim, parintintin, jiahui, uru-eu-wau-wau, jiahui e piranhã, além de funcionários da Funai, que foram refugiados na madrugada de quarta-feira (25) no 54° Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) do Exército. Eles foram ameaçados de mortes por manifestantes não-índios durante uma revolta na cidade Humaitá (a 591 quilômetros de Manaus).
O retorno dos índios às aldeias deve acontecer no início da tarde desta segunda-feira, disse ao portal Amazônia Real o secretário municipal Indígena da Prefeitura de Humaitá, índio Ivanildo Tenharim, 34, que também está refugiado. Neste domingo, segundo ele, cerca de 20 índios, sendo 15 doentes, foram levados para hospitais e casas de saúde em Porto Velho (RO), na divisa com o Estado do Amazonas.

“Tivemos uma reunião com representantes da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança e da Presidência da Funai de Brasília. Ficou decidido que amanhã, depois do almoço, vão nos escoltar em três ônibus até as aldeias”, afirmou o secretário Ivanildo Tenharim.
Ele disse que as aldeias dos índios, que estão refugiados no quartel, ficam entre os quilômetros 90 ao 150 da BR 230, dentro da reserva. Ivanildo Tenharim disse que, com a escolta da força-tarefa, os índios estão tranquilos para o retorno às aldeias. “Estamos calmos e nos sentindo seguros. Esperamos que não tenhamos nenhum problema amanhã”, afirmou o secretário.
A revolta na cidade de Humaitá foi motivada pela falta de investigações aos três homens desaparecidos dentro da Terra Indígena Tenharim Marmelos há 14 dias. Durantes os protestos, cerca de 3.000 manifestantes atearam fogo em carros e barcos da Funai, na sede do órgão, na Casa do Índio da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), único local de tratamento de saúde indígena.
Na sexta-feira (27), cerca de 300 pessoas invadiram aldeias da Terra Indígena Tenharim com a justificativa de  buscarem os corpos dos homens desaparecidos. Em outro ponto da reserva, os manifestantes destruíram com machados, facões e fogo o posto de cobrança de pedágio ilegal mantido pelos tenharim há sete anos. O pedágio também seria o motivo da revolta popular em Humaitá.
As famílias de Stef Pinheiro de Souza, professor da rede pública municipal de Apuí, Aldeney Ribeiro Salvador, gerente da Eletrobrás Amazonas Energia em Santo Antônio do Matupi, e de Luciano da Conceição Ferreira Freire, representante comercial de Humaitá, responsabilizam os tenharim de Marmelos por sequestro e morte deles.
Os tenharim negam envolvimento no caso. “Eles afirmam que não viram esses três homens na aldeia. Também dizem que não viram carro”, afirmou o secretário municipal Ivanildo Tenharim
Buscas
A força-tarefa, formada por homens 426 homens das Polícias Federal (30), Rodoviária Federal (40), Militar do Amazonas (226), Força Nacional de Segurança (100) e Exército (não divulgou o número e soldados), ainda não teve sucesso na operação de buscas aos três homens desaparecidos e ao veículo deles.
A Polícia Militar do Amazonas deslocou um cão farejador para auxiliar a operação.Segundo o comandante geral da coorporação, coronel Almir David Barbosa, as buscas começaram às 7h do sábado (28). Como a reserva é muito extensa, ele disse que as forças foram divididas entre trechos ao longo da rodovia Transamazônica do km 8, no porto de Humaitá, até o km 180, em Manicoré, cortando a Terra Indígena Tenharim/Marmelo.
Um gabinete de gestão de crise foi instalado na localidade pelo governo federal. Esta reserva tem 497.521 hectares, cercada de floresta nativa, rios e lagos. Helicópteros apoiam os militares em campo.
As investigações estão centralizadas em duas suspeitas para o motivo do desaparecimento dos três homens: homicídio e acidente de trânsito. O homicidio seria uma vingança dos índios pela morte do cacique Ivan Tenharim, no dia 02 de dezembro. “Ao longo da estrada há muitos igarapés e lagos, pode ter ocorrido um acidente. Mas, estamos checando a situação de uma ação dos indígenas”, afirmou o coronel Almir David Barbosa.

Em relação ao clima de tensão no sul do Amazonas, o comandante da PM afirmou que ainda existe um foco de tensão de manifestante na localidade de Santo Antônio de Matupi, Distrito de Manicoré. No quilômetro 150 da estrada um grupo de 30 pessoas permanece acampado. “Eles aguardando respostas das investigações da Polícia Federal, que coordenada a força-tarefa na localidade”, disse o coronel Davi Almeida.

A reportagem procurou o superintendente da Polícia Federal de Rondônia, Carlos Manoel Gaya da Costa. Ele disse que a investigação é coordenada pelo delegado Alexandre Alves, mas se recusou a prestar esclarecimentos sobre o trabalho da PF por telefone ao portal Amazônia Real. Também se recusou a informar o número do telefone do delegado Alexandre Alves ao site.
Violação
Em nota divulgada neste domingo, o Ministério Público Federal do Amazonas denunciou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos indícios de omissão por parte da União e da Funai em garantir a proteção dos direitos dos povos indígenas durante o conflito em Humaitá (AM).
O MPF envio uma carta a comissão pedindo para que o órgão internacional tome ciência dos fatos envolvendo possíveis violações aos direitos humanos e analise se a postura do Estado brasileiro no caso descumpre as obrigações assumidas em tratados e compromissos internacionais junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA), dos quais o Brasil é signatário.

Fonte: http://amazoniareal.com.br/indios-serao-escoltados-as-aldeias-no-sul-do-amazonas/

Cotidiano marajoara - Muaná-PA

Por Marcus Benedito 
Dias 26, 27 e 28 de novembro de 2013.


















segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Polícia Federal investiga Grupo Yamada por desvio de R$ 20 milhões



Investigação conjunta que envolveu 40 servidores da Receita Federal do Brasil e 120 membros da Polícia Federal foi deflagrada dia 28 de novembro para cumprir 56 mandados judiciais, sendo 7 de prisões provisória.

Isso quase todos os jornais disseram ou reproduziram dos releases. No entanto, até ser deflagrada sob determinação do juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, ninguém sabia efetivamente quem eram os investigados, pois corria sob segredo de justiça. O mais curioso é que o nenhum veículo da grande imprensa e da alternativa tenha divulgado que a "operação Manirroto, que tem como foco combater esquema perpetrado por organização criminosa suspeita de utilizar empresas de factoring para o cometimento de crimes contra a ordem tributária, contra o sistema financeiro nacional, além de lavagem de dinheiro, em Belém" visava fundamentalmente a empresa de factoring CCCS Fomento Mercantil Ltda, que pertence ao Grupo Y. Yamada, uma das maiores redes varejistas do país.

Relações perigosas

Novamente o Grupo Y. Yamada é alvo de uma investigação por crime financeiro e contra o sistema tributário nacional. O jornal O Globo publicava matéria dia 18/08/2004 na qual anunciava a prisão do principal executivo do Grupo Y. Yamada, Fernando Yamada, assim como de mais sete empresários paraenses na Operação Atenas. O obetivo dela, executada em conjunto pela Receita e PF, era o de desvendar o esquema de remessas de dólares para o exterior.

A PF e a Receita chegaram aos nomes dos empresários do Pará, segundo O Globo, por meio de investigações do Banestado. Os empresários paraenses usariam uma conta CC-5 para enviar dólares para contas no exterior sem declarar as remessas à Receita Federal.

Operação Manirroto

O nome da operação faz alusão a uma pessoa perdulária, esbanjadora. Justamente aquilo que motivou as investigações. Segundo informações no site da Superintendência da Polícia Federal (SPF), as investigações “começaram há um ano, após suspeitas de que diversas pessoas físicas e grupos empresariais apresentavam bens originados de atividades ilícitas. Durante os trabalhos de investigação, foi apurado que pessoas ligadas ao grupo suspeito seriam beneficiárias 'laranjas' que emprestavam suas contas bancárias para servir de entreposto ao dinheiro movimentado pelo grupo, para posteriormente seguir para os verdadeiros destinatários”. 

Ainda segundo nota da SPF, “os acusados também possuem bens incompatíveis com os rendimentos declarados à Receita Federal. Há, ainda, indícios da prática de condutas que contrariam as normas do sistema financeiro nacional, além de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro”.

Reviravolta inédita

Após haver autorizado operação, que como vimos, há um ano vinha reunindo material e provas suficientes, que foram capazes de convencer o magistrado da 4ª Vara de Justiça Federal a autorizar buscas, apreensões e prisões provisórias na Operação Manirroto, o mesmo magistrado determinou na última sexta-feira, 19,  que todo o material apreendido fosse imediatamete devolvido até as 19h daquele dia sob pena de responsabilidade. Ao que nos consta, fato inédito, e no mínimo incoerente.

Munidos de farto material, que poderia indicar o caminho da organização criminosa que a levou a realizar o desvio de 20 milhões de reais dos cofres públicos e a punir os responsáveis, a PF e a Receita Federal foram impedidas de realizar seu trabalho, justamente por quem o havia autorizado.

O juiz deve uma explicação à toda a sociedade paraense e ao povo do Brasil. Esperamos que as investigações sigam e que os culpados por esse escandaloso desvio de dinheiro, que faz falta na merenda escolar, no posto de saúde e no saneamento básico, sejam punidos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Reitoria da UFPA convoca novo Consun para PRIVATIZAR Barros Barreto e Bettina Ferro


Nesta terça-feira (17) acontece novo Conselho Superior Universitário (Consun), às 9h, no prédio da Reitoria (terceiro andar), convocado pelo reitor Carlos Maneschy para deliberar sobre a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para gestão dos Hospitais Universitários da UFPA.

O último Consun, realizado na quarta-feira (11), foi suspenso após pedido de vistas da Adufpa sobre o parecer apresentado pela questionável Comissão da reitoria designada para avaliar a adesão ou não da universidade à EBSERH.

Dezenas de professores, estudantes e técnicos administrativos ocuparam a sala de reuniões e protestaram contra a privatização. A reitoria chegou a afirmar que os ‘detalhes’ sobre a adesão da universidade serão discutidos após sua aprovação. Porém, ao contrário do que pensa o reitor, para a Adufpa, o levantamento sobre o patrimônio, bem como tudo o que se refere ao ensino, pesquisa e extensão; autonomia universitária e à saúde pública, gratuita e de qualidade, são questões cruciais, que jamais podem ser menosprezadas, pois não se tratam de 'detalhes'.

Por isso, para impedir que este crime contra a saúde pública, ataque à autonomia universitária e ao ensino, pesquisa e extensão seja aprovado pela Administração Superior, precisamos mais uma vez mostrar nossa força de mobilização e lotar o Conselho com docentes, técnicos administrativos, estudantes e usuários dos hospitais. 

Todos ao Consun na próxima terça-feira (17/12), às 9h, na reitoria da UFPA!

Fonte: Site da ADUFPA-SS.

CAOS NA SAÚDE: muito antes de virar notícia nacional, entidades e usuários organizaram mobilizações no PSM Mário Pinotti

Basta de caos no PSM! Derrotar a privatização de Zenaldo para salvar vidas!

Três secretários de saúde em um ano. Pacientes há 19 dias esperando atendimento. Jovens morrendo porque o hospital não atende a determinados tipos de doença. Banheiros e elevadores sem condição de uso. Esses são apenas alguns dos muitos problemas do Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14, denunciados pela Assesmub no Globo Repórter da última sexta (13/12). A solução, segundo o ex-diretor do hospital, é rezar o pai nosso e para a prefeitura de Zenaldo é privatizar.
Entra governo e sai governo e a situação da saúde pública municipal só se agrava. A ASSESMUB e a Unidos Pra Lutar estão desde o início do ano com a campanha “SOS PSM”, pedindo intervenção do governo federal no hospital e denunciando a privatização que intenta o prefeito Zenaldo Coutinho.
Recentemente empossado, o agora ex-diretor do PSM, José Maria Gonçalves, perseguia a Associação e não queria permitir que os servidores fizessem suas assembleias para lutar contra o caos na saúde. Foi preciso entrar na justiça para garantir o direito de nossa organização.
O caos do PSM virou notícia nacional
Foram várias paralisações, atos e até greves que fizemos de 2012 pra cá e as medidas tomadas pela administração municipal foram todas paliativas. Os trabalhadores ao irem pra rua sempre deixaram claro que sua luta naquele momento era pra além da questão salarial, mas por INVESTIMENTO na saúde para garantir as condições mínimas de atendimento para os pacientes que sofrem nas filas. Na reportagem da Globo, a técnica de enfermagem Rosana Oliveira, presidente da ASSESMUB (Associação de Servidores da Saúde do Município de Belém), denunciou que os maqueiros estavam sendo obrigados a levar os enfermos pelas escadas com o apoio de uma prancha, já que o elevador não funcionava há mais de um semestre. O elevador voltou a funcionar, mas de forma precária, pois o motor é velho.
Zenaldo quer privatizar a saúde
Não bastasse a situação de caos instalada, a saída proposta pela prefeitura é no mínimo desrespeitosa e paliativa. Zenaldo, em tom sereno, fala que o pronto socorro passará por uma reforma gradual, como se isso tivesse sido anunciado agora. Fala em adicionar profissionais via concurso público quando mais de 600 aprovados no último concurso realizado pela SESMA ainda aguardam nomeação da prefeitura. O prefeito se esqueceu de dizer que pretende utilizar o Porto Dias, hospital que comprou para ser o novo PSM, sob administração de uma Organização Social (OS) que significa na prática privatizar o PSM e precarizar o Hospital Mário Pinotti quando diz que vai ser retaguarda com reformas mínimas.
Estamos todos, servidores e usuários cansados do teatro da prefeitura e seus aliados que fingem que está tudo bem, enquanto jovens como Jéssica Rodrigues, de 16 anos, tem suas vidas perdidas por falta de atendimento. Vinte e seis dias depois de dar entrevista ao Globo Repórter, a jovem, que tinha lúpus e albumina faleceu sem atendimento adequado. A parte hidro-sanitária do hospital está condenada e no último fim de semana, com a chuva, o chão do foi contaminado com água com fezes.
A prefeitura ainda não esclareceu como fica a situação dos servidores no remanejamento para o Porto Dias. Já houve três reuniões com o Ministério Público Federal e a prefeitura não conseguiu responder para o Procurador Alan Mansur sobre o remanejamento e o quantitativo. O que leva diretamente a idéia que o novo hospital funcionará com servidores terceirizados ao invés de concursados.
PSM 100% público e reestruturado!
Defendemos que o Hospital Porto Dias seja administrado 100% pela Prefeitura (Administração Pública) e que os trabalhadores sejam servidores concursados de carreira. Quanto ao Mário Pinotti, defendemos a reestruturação completa dele, o transformando em um moderno hospital portas abertas para a população. Nossa campanha pela intervenção federal e contra a privatização de Zenaldo continua e convidamos os servidores nesse momento de grande debate sobre os rumos do PSM para nossa assembleia extraordinária, que ocorre nessa terça-feira, 17/12, às 18h em frente ao PSM. Participe a fortaleça nossa luta. Unidos, somos fortes!
Todos à Assembleia Geral
Quarta, 18/12 18h, no HPSM Mário Pinotti (14 de Março)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Cotidiano do marajoará - São Sebastião da Boa Vista

Por Marcus Benedito
Na sede do município, ribeirinhos compram mantimentos e gêneros de primeira necessidade. 06/12/2013

Rio Jaçuana. Que também é "minha rua"; SSBV /Marajó-Pará. 06/12/2013
No balé das águas, a dança e o colorido das sombrinhas. SSBV/Marajó-Pará. 07/12/2013

Quebrar vidraça é vandalismo, atirar em índio não

Por Camila Pavanelli
 
O pacifismo e o amor à ordem por parte de certos governantes é realmente comovente. São muito pacifistas quando se trata de condenar danos infligidos a objetos, e consideram que até mesmo as críticas verbais que lhes são dirigidas primam pela violência – ou, para usar um termo que lhes é caro, pela “baderna”.
 
Para a Senadora Kátia Abreu, por exemplo, foram autoritárias e antidemocráticas as manifestações populares contra o Código Florestal e contra a presença da Polícia Militar na USP – tudo isso em 2011, bem antes de qualquer prenúncio de junho de 2013. (O pacifismo seletivo de nossos governantes vem de muito longe.)
 
O texto é revelador porque, quando a Senadora critica a depredação da Reitoria da USP, o leitor se vê obrigado a perguntar qual seria, então, uma forma pacífica e democrática de manifestação e reivindicação de direitos. Não é difícil concluir que, se os estudantes tivessem se limitado a expor verbalmente seu ponto de vista, sem quebrar coisa alguma, tal ação deveria necessariamente ser considerada pacífica.
 
Mas foi exatamente isso que fizeram os estudantes da UNB com relação ao Código Florestal: dirigiram-se ao Congresso e ergueram a voz contra Kátia Abreu. Não quebraram nada, mas não importa: para a Senadora, também eles foram violentos e baderneiros.
 
A baderna, portanto, não consiste propriamente na destruição de determinados objetos: a baderna, para certos governantes, consiste em toda e qualquer crítica à ordem vigente. 
 
Para certos governantes, esta é a única paz e a única ordem possível: a paz e a ordem de quem não ousa discordar deles.
 
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Em um ano marcado pela emergência de manifestações populares reivindicando as mais diversas melhorias na administração pública, poderíamos imaginar que esse dinheiro, arrecadado por empresários com o apoio de políticos, seria destinado para investimentos em saúde, educação, saneamento básico, moradia, transporte…
 
Não: o leilão foi organizado para “arrecadar recursos contra ocupações indígenas”.
 
Em bom português, o dinheiro arrecadado será usado para comprar armas – que, por sua vez, serão usadas para atirar em índios.
 
A mensagem de Kátia Abreu e seus amigos é bem clara:
 
Quebrar vidraça – não pode, é vandalismo.
 
Criticar o governo sem quebrar vidraça – também não pode, é autoritarismo.
 
Atirar em índio – ah bom, aí pode sim.
 
Não é novidade que, em nosso país, certas vidas humanas valem menos do que vidraças.
O que é novo é a organização de um leilão que nem sequer disfarça seu objetivo último: atirar em índios.
 
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Se você ainda não compreendeu a gravidade disso, só tenho uma sugestão a lhe fazer: substitua “índios” por outro grupo étnico – leilão para atirar em negros, leilão para atirar em brancos – e veja como soa.