Investigação
conjunta que envolveu 40 servidores da Receita Federal do Brasil e 120 membros
da Polícia Federal foi deflagrada dia 28 de novembro para cumprir 56 mandados
judiciais, sendo 7 de prisões provisória.
Isso quase
todos os jornais disseram ou reproduziram dos releases. No entanto, até ser
deflagrada sob determinação do juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, ninguém
sabia efetivamente quem eram os investigados, pois corria sob segredo de
justiça. O mais curioso é que o nenhum veículo da grande imprensa e da
alternativa tenha divulgado que a "operação
Manirroto, que tem como foco combater esquema perpetrado por organização
criminosa suspeita de utilizar empresas de factoring para o cometimento de crimes contra a ordem tributária,
contra o sistema financeiro nacional, além de lavagem de dinheiro, em
Belém" visava fundamentalmente a empresa de factoring
CCCS Fomento Mercantil Ltda,
que pertence ao Grupo Y. Yamada, uma das maiores redes varejistas do país.
Relações perigosas
Novamente o Grupo Y. Yamada é alvo de uma investigação por crime
financeiro e contra o sistema tributário nacional. O jornal O Globo publicava
matéria dia 18/08/2004 na qual anunciava a prisão do principal executivo do
Grupo Y. Yamada, Fernando Yamada, assim como de mais sete empresários paraenses
na Operação Atenas. O obetivo dela, executada em conjunto pela Receita e PF,
era o de desvendar o
esquema de remessas de dólares para o exterior.
A PF e a
Receita chegaram aos nomes dos empresários do Pará, segundo O Globo, por meio
de investigações do Banestado. Os empresários paraenses usariam uma conta CC-5
para enviar dólares para contas no exterior sem declarar as remessas à Receita
Federal.
Operação Manirroto
O nome da operação faz alusão a uma pessoa perdulária, esbanjadora.
Justamente aquilo que motivou as investigações. Segundo informações no site da
Superintendência da Polícia Federal (SPF), as investigações “começaram há um ano, após suspeitas de que diversas pessoas
físicas e grupos empresariais apresentavam bens originados de atividades
ilícitas. Durante os trabalhos de investigação, foi apurado que pessoas ligadas
ao grupo suspeito seriam beneficiárias 'laranjas' que emprestavam suas contas
bancárias para servir de entreposto ao dinheiro movimentado pelo grupo, para
posteriormente seguir para os verdadeiros destinatários”.
Ainda segundo nota da SPF, “os acusados também possuem bens
incompatíveis com os rendimentos declarados à Receita Federal. Há, ainda,
indícios da prática de condutas que contrariam as normas do sistema financeiro
nacional, além de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro”.
Reviravolta
inédita
Após haver
autorizado operação, que como vimos, há um ano vinha reunindo material e provas
suficientes, que foram capazes de convencer o magistrado da 4ª Vara de Justiça
Federal a autorizar buscas, apreensões e prisões provisórias na Operação
Manirroto, o mesmo magistrado determinou na última sexta-feira, 19, que
todo o material apreendido fosse imediatamete devolvido até as 19h daquele dia
sob pena de responsabilidade. Ao que nos consta, fato inédito, e no mínimo
incoerente.
Munidos de
farto material, que poderia indicar o caminho da organização criminosa que a
levou a realizar o desvio de 20 milhões de reais dos cofres públicos e a punir
os responsáveis, a PF e a Receita Federal foram impedidas de realizar seu
trabalho, justamente por quem o havia autorizado.
O juiz deve
uma explicação à toda a sociedade paraense e ao povo do Brasil. Esperamos que
as investigações sigam e que os culpados por esse escandaloso desvio de
dinheiro, que faz falta na merenda escolar, no posto de saúde e no saneamento
básico, sejam punidos.
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