segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Conflito em Humaitá tem motivação econômica, diz indigenista

Barco que servia aos indígenas: criminosamente incendiado dia de Natal por ruralistas de Humaitá/AM.


Do Portal D24AM

Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado.

Manaus - De acordo com o indigenista Egydio Schwade, o conflito envolvendo o povo Tenharim é o reflexo da falta de atenção dado à causa indígena pelo governo federal e tem motivações econômicas.


“Este caso é muito grave por causa dos interesses econômicos. Aquela terra é cobiçada por causa de minérios e acredito que também há a intenção de grandes latifundiários que querem invadir aquela área. O melhor caminho para conter o conflito é a intervenção direta do Ministério Público Federal porque a União não tem, nas condições atuais, crédito nem moral para proteger este povo porque sempre faltou vontade política para resolver as questões indígenas”, opinou.


Schwade explicou que o povo Tenharim está passando por um período de reorganização após ter as terras exploradas pela mineração e agressões sofridas durante a construção da rodovia Transamazônica (BR-230) na década de 70.


“A raiz é mesma do que ocorreu com o povo Waimiri Atroari, em Presidente Figueiredo. Em Humaitá, abriram a rodovia em meio à terra indígena e nem sequer ouviram os indígenas. Os Tenharim foram extremamente reduzidos. Iniciou também a exploração mineral naquela área e chegaram a construir uma estrutura administrativa no meio da aldeia”, explicou o indigenista.


Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado, pertencentes a um conjunto mais amplo de povos que chamam a si mesmos de Kagwahiva.

Fonte: http://www.d24am.com/amazonia/povos/conflito-em-humaita-tem-motivacao-economica-diz-indigenista/103252

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