sexta-feira, 11 de março de 2016

Dilma e Jader querem privatizar a BR 316 e instalar pedágios

Unidos pela privataria.
Na última terça-feira, 8, o Ministério dos Trasportes publicou no Diário Oficial da União o autorizo de estudos para a duplicação da BR 316. O pedido foi feito ainda em 2014 pelo senador Jader Barbalho (PMDB). Inicialmente poderia parecer algo benéfico, contudo onde tem Jader, os dois pés atrás é mais do que recomendável.

A notícia foi comemorada pelo parlamentar e foi destaque nos veículos de comunicação de sua propriedade. O Diário do Pará assim destacou a notícia dia 09 de março: "Mais recentemente, por meio de ofício endereçado diretamente à presidente Dilma Rousseff, no início deste ano, o senador solicitou, ao governo federal, a inclusão da BR-316 no Programa Nacional de Desestatização (PND) e no Programa de Investimento em Logística (PIL). Este último prevê, por sinal, uma série de ações para desenvolver e integrar os modais de transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e hidroviário, dentro do moderno conceito de multimodalidade que o senador vem defendendo obsessivamente para integrar as diferentes regiões do Estado.".

Eis o x da questão! Trata-se de solicitação de estudo para viabilidade técnica das duplicação da BR 316 em um trecho de cerca de 200 KM (de Castanhal a Capanema) que será incluso no temerário Programa Nacional de Desestatização, eufemismo grosseiro para privatização. Esta sim é a verdadeira obsessão do ex governador Barbalho. 

O Pará tem um dos piores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a quarta cesta básica mais cara do país. Esta semana a imprensa divulgou que o estado é o segundo que mais perdeu postos de trabalho na indústria. A economia do Pará nunca esteve tão fragilizada e a concentração de renda tão alta, no entanto, o que vislumbram as elites? Transferir a conta dessa crise para a população. 

Com a duplicação da BR, cujo argumento seria salvar vidas e reduzir o número de acidentes na "região mais movimentada do Pará", o que Jader e o governo Dilma (PT-PMDB) pretendem é instalar uma série de postos de pedágio, privatizando o direito, sagrado na Constituição Federal (1998), de ir e vir da população.

O que resta é saber se os paraenses estão dispostos a mais esse ato de lesa pátria, pois dinheiro dos cofres públicos, como do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), serão utilizados para esse gigantesco investimento, para que no final, a estrada, toda duplicada e pavimentada, seja entregue "de mão beijada" a algum grupo econômico ligado aos políticos interessados nesse pleito.

O sinal de alerta está ligado. Ou a população se apodera dessa traquinagem ou todo mundo vai saber o quanto dói no bolso ter que dar um pulo aqui do lado.

Relação do Santander com a UNICAMP: o problema está apenas na carteirinha?

A relação entre o público e o privado

Devemos começar refletindo sobre porquê as carteirinhas (registro de aluno, ou RA) da Unicamp têm hoje essa vinculação com o Santander. Sobre pra quê um banco faz esse tipo de convênio com uma universidade pública, e qual o seu interesse real para com uma instituição de ensino público. Não é novidade, e mesmo os que se declaram a favor do “RA-Santander” concordam que o banco tem como objetivo o lucro. Porém, muitos acreditam no discurso enganoso do reitor e do banco, de que a “parceria” pode ser proveitosa “para todos”, onde os estudantes concorreriam a bolsas de estudo que serviriam de apoio à pesquisa científica. E isso não é nem de longe verdade.
Propaganda da política privatista disfarçada de apoio à pesquisa científica
Nas palavras do reitor José Tadeu e do diretor-geral do Santander Universidades, Jamil Hannouche, na Unicamp em 2014, o convênio com o banco “ajuda a fortalecer a pesquisa da Universidade”. Com este argumento, o reitor tenta fazer crescer a aceitação da política privatista entre os estudantes. Não é diferente do discurso da implementação da EBSERH feito por reitores de outras universidades, onde as “Organizações Sociais” (OSs), que são privadas, buscam administrar os Hospitais Universitários lucrando com o trabalho gratuito dos estudantes, restringindo a autonomia universitária para realização de projetos de pesquisa e extensão.
Os dois principais programas de bolsa oferecidos pelo banco são falaciosos. Os programas “TOP” e o “Fórmula Santander” iludem os universitários. Para o “TOP China“, as três semanas de viagem com tudo pago são para assistir um irrelevante curso chamado “China e Brasil, um resumo de Política, Economia e Cultura”. Uma viagem para a China, somente para ver um “resumo”. O caso do “TOP España” é mais intrigante. O estágio de três semanas se trata de um curso de espanhol fast-food.
Já o “Fórmula Santander” obriga os estudantes a disputarem migalhas. Em um universo de mais de 18 mil estudantes de graduação da Unicamp, apenas três foram escolhidos em 2015. Enquanto isso, esse ano 3.320 mil calouros e calouras não tiveram a opção senão carregar a logotipo do banco nos seus RAs, e nem sequer sabem quais de seus dados pessoais foram divulgados ao banco.
A verdadeira relação dos bancos com a Educação Pública
O Santander, na posição de quarto maior banco do país, e os seus semelhantes, Itaú, Bradesco, dentre outros bancos e fundos de investimento, batemrecordes de lucro no Brasil em plena crise, vindo grande parte do pagamento dos juros de títulos da dívida pública, que a cada ano chegam a 47% do PIB, consumindo quase R$ 1 trilhão por ano do orçamento público. Sendo que, a educação e saúde recebem juntas apenas 8%. O Brasil entrou de vez na crise econômica mundial. O Governo Dilma (PT) aplica um ajuste fiscal que demite os trabalhadores e retira direitos, promete a volta CPMF, que é uma tributação sobre todas as movimentações bancárias, e quer fazer uma nova Reforma da Previdência.
Em 2015, o governo do PT cortou R$ 10,5 bilhões do orçamento da Educação, nada menos que 20% de todo o recurso da área; Saúde, Transportes e Ciência também foram gravemente afetados. Agora em 2016, as mesmas áreas tiveram ainda mais cortes federais bilionários. O ajuste aplicado também pelo governador Alckmin (PSDB) diretamente sobre a Unicamp, USP e Unesp soma R$ 457 milhões nos dois anos. Todo esse ajuste sempre para garantir o lucro dos banqueiros, como o Santander. Não é a toa que esse ano Dilma vetou a emenda no Projeto do Plano Plurianual (PPA), proposta do PSOL, que previa a realização de auditoria da dívida pública com participação da sociedade civil.
Resumindo: na prática, o investimento do banco nas bolsas serve apenas para sua própria propaganda e não acrescenta em nada para o desenvolvimento acadêmico e conhecimento científico dos estudantes. A política privatista que a reitoria, governo Dilma e Alckmin apresentam não é a solução dos problemas. A Educação tem que ser um direito público, assegurado pelo governo, e não são os bancos que devem realizar programas e projetos para a universidade pública. O conhecimento produzido na Unicamp não pode estar a serviço dos interesses dos bancos, mas sim da maioria da sociedade que é a classe trabalhadora, que é quem mais precisa do conhecimento.
É através dos juros e da dívida pública que os banqueiros lucram. É com a miséria e a exploração do povo trabalhador e da juventude. Se não pagássemos metade do PIB para esses bancos, poderíamos dobrar o orçamento da Educação, Saúde, Saneamento e outras áreas de relevância. Só com a auditoria e suspensão da Dívida Pública conseguiremos ter universidades públicas de qualidade, assistência estudantil para todos, a garantia dos estudos de iniciação científica.
Seguir mobilizando os estudantes para garantir o caráter público da universidade
No retorno das aulas de 2016 os estudantes da UNICAMP foram surpreendidos com o logo do Santander em seus RAs. Isso gerou bastante indignação, e logo o DCE organizou um catracaço no Bandejão. Estivemos no ato e achamos uma atividade bastante importante, mas vemos a necessidade de que se façam debates, atividades, panfletagens para que os estudantes e os CAs ampliem o debate sobre o que há por trás das “parcerias” do reitor. Assim, fortalecendo o debate e a argumentação, cada vez mais estudantes tomarão consciência da importância de se mobilizar em defesa do caráter público da UNICAMP.
É necessário seguir o exemplo de luta do catracaço! É com mobilização que podemos barrar a política privatista da reitoria e do governo, contra as parcerias que são impostas para servir não a maioria da sociedade, mas a bancos e grandes empresas. É lutando contra o ajuste fiscal de Dilma e Alckmin que conseguiremos mais verbas para a UNICAMP.

Ato do 8 de março em SP | Defensores de Dilma e Lula agridem mulheres que criticam o governo, mas não calam a primavera feminista

Estudante da USP e ativista do Vamos à Luta no momento em que é agredida por petistas decadentes. Foto: O Globo
Os atos do 8 de março tinham uma importância fundamental no país inteiro de levar pras ruas as pautas das mulheres, principalmente das mulheres trabalhadoras, frente a uma situação de crise econômica, cortes de verbas das áreas sociais, aumento da inflação, demissões, retirada de direitos, medidas aplicadas pelos governos de todos os partidos da ordem, do PT ao PSDB. Somado a isso, a questão da crise do zika vírus e do surto dos casos de microcefalia deixando mais claro a necessidade da legalização do aborto, que o PT, após 13 anos no governo, segue se negando a implementar.
Nesse sentido, o ato do 8 de março aqui em São Paulo, construído de uma forma unitária por diversas organizações, partidos e militantes independentes, tinha como eixos: defesa da autonomia e da liberdade das mulheres, pela legalização do aborto, contra o ajuste fiscal e a reforma da previdência, por democracia pra lutar e pelo fim da violência contra as mulheres. Esse foi acúmulo que se construiu nas reuniões de organização do 8.
O governismo sequestrou a pauta do ato
Após os fatos da delação premiada do Delcídio Amaral e a operação da Polícia Federal na casa de Lula, as mulheres governistas passaram a convocar o 8 de março com um outro eixo, em defesa do Lula e da Dilma. Mais uma vez jogaram no lixo a defesa das mulheres para defender nossos inimigos.
No sábado anterior ao ato, a CUT divulgou uma nota que colocava o 8 de março no calendário dos atos em defesa do Lula. A secretaria de mulheres do PT divulgou uma arte convocatória do ato das mulheres com os dizeres “Somos todas Jararacas”. Ou seja, desde antes já estava claro que o governismo queria transformar o nosso ato numa defesa do governo, de Lula e do PT.
O que ficou claro na concentração do ato no MASP foi que o PT e o PCdoB sequestraram o ato, colocando uma faixa com os dizeres “Somos todas Dilma” na frente do ato, com vários cartazes e faixas espalhados em defesa do Lula e da Dilma, controlando o carro de som, cantando palavras de ordem “não vai ter golpe”, e vaiando a fala de uma companheira do PSOL que falou que o ato não era pra debater o golpe e sim a pauta das mulheres.
A política e as agressões governistas geram a divisão
Quando a companheira Silvia Ferraro, ligada à CSP-Conlutas, fez sua fala denunciando que a presidente Dilma ataca os direitos das mulheres e chamando o Fora Todos, as mulheres do PT e PCdoB tentaram arrancar o microfone pra que ela não terminasse fala, e ela e outras companheiras do PSOL tiveram que descer escoltadas do caminhão de som. Embaixo, as mulheres governistas jogavam copos e garrafas de água e tentavam acertar com bandeiras. A companheira da juventude Vamos à Luta (CST-PSOL) e estudante de Letras da USP, Priscila Guedes, também foi agredida por mulheres e homens dos setores governistas.
As agressões verbais e físicas dos governistas do PT e PCdoB contra diversas mulheres do campo de oposição de esquerda ao governo não nos calaram e nos intimidaram. Lutamos e mostramos que defenderemos de todas as formas possíveis nosso direito democrático de denunciar o governo inimigo das mulheres trabalhadoras.
Aos defensores de Dilma e Lula não restam argumentos para a defesa do indefensável, já que este governo arrebenta com os direitos das mulheres, não pauta a legalização do aborto e agora quer realizar uma nova reforma da previdência para nos atacar ainda mais.
Precisamos tirar as conclusões deste episódio. As correntes governistas estão há muitos meses com um eixo claro, que é a defesa deste governo traidor. Não à toa, os principais atos que constroem são “contra o impeachment” e um suposto “golpe”. Isso tudo se acentuou após o “intocável” Lula ter sido denunciado pelas relações espúrias que mantém com as empreiteiras.
Após as agressões e a política governista no 8 de março não pode restar dúvidas dos verdadeiros interesses por trás dos atos que estão sendo chamados para os dias 18 e 31. Serão mais duas manifestações em defesa de Lula e Dilma e por isso não servem para apontar uma saída para as mulheres e o conjunto da classe trabalhadora. É evidente que para as mulheres lutadoras este não é o caminho, pois a governabilidade de Dilma que os governistas tanto defendem, hoje significa mais facilidades para aplicar o ajuste fiscal e atacar nossos direitos.
Mais de 3 mil mulheres marcham sem o governismo e fortalecem a luta por um campo alternativo da classe trabalhadora
Diversas organizações, partidos políticos, como nós da CST-Psol, PSTU, PCB, entre outros, coletivos feministas e de juventude, como Juntas e Rua, estudantes da USP, secundaristas das ocupações das escolas, independentes saímos em ato próprio pela Paulista até à Praça Oswaldo Cruz para colocar nas ruas as pautas das mulheres e denunciar todos os governos que atacam os nossos direitos. Nosso ato foi muito vitorioso, pois reuniu mais de 3 mil pessoas que mostraram que temos um lado claro que é o das lutas e greves das mulheres trabalhadoras, como a que hoje é protagonizada pelas professoras do Rio de Janeiro, e que não vamos marchar pra defender um governo que ataca os nossos direitos para garantir o lucro dos banqueiros e empresários.
A primavera feminista segue nas ruas e precisamos avançar pra construir uma verdadeira alternativa de oposição aos petistas e tucanos, que aponte uma saída pela esquerda pras milhares de mulheres combativas e lutadoras que não se venderam e seguem mobilizadas pra defender nossas pautas.
Fonte: http://cstpsol.com/home/index.php/2016/03/09/ato-do-8-de-marco-em-sp-defensores-de-dilma-e-lula-agridem-mulheres-que-criticam-o-governo-mas-nao-calam-a-primavera-feminista/

Nem 13/03 com PSDB, Nem 31/03 com PT! Fora Todos! Fora Dilma, Temer, Cunha e Aécio! Construir um terceiro ato da esquerda em março

Na última sexta-feira, 04/03, a Policia Federal levou o ex-presidente Lula para depor em meio a 24ª fase da operação Lava-jato. Em meio à crise política que vivemos, fica evidente que Lula e Dilma governam com os mesmos métodos corruptos do PSDB ou do PMDB. O PT se tornou instrumento das empreiteiras, dos banqueiros e do agronegócio.
Ao mesmo tempo que roubam as estatais para financiar campanhas eleitorais e enriquecer, eles aplicam medidas amargas contra o povo. O ajuste fiscal de Dilma aumenta o desemprego, o arrocho salarial, o desmonte das escolas e com epidemias como o Zika, fica mais evidente a debilidade da saúde no país. Agora, o governo Dilma anunciou um pacote que pode cancelar o aumento dos servidores e prepara uma reforma na previdência para retirar direitos. Além de articular com José Serra (PSDB) a entrega do Pré-Sal e mais desmontes na Petrobras.
Os trabalhadores e a juventude estão revoltados. Por isso ocorrem protestos em vários estados. Atualmente o maior exemplo desse enfrentamento é a forte greve da educação do Rio de Janeiro, que acaba de realizar uma manifestação unificada com os secundaristas e outras categorias. Esse é o caminho! Coordenar as lutas e construir uma greve geral para barrar os ataques e a corrupção.
Chega de ajuste e corrupção! Construir uma alternativa da esquerda, contra PT e PSDB!
Dilma, Lula e o PT não têm moral para seguir governando, pois são repudiados pelos trabalhadores e jovens. Defendemos que essa indignação se transforme em ações de rua, greves e ocupações para acabar com o governo do PT. Porém o Congresso Nacional de Cunha e Renan não possui legitimidade para realizar um impeachment. Principalmente quando o presidente da Câmara é réu na lava jato e o vice Michel Temer compartilha com Dilma o ajuste e a corrupção. Por outro lado criticamos a proposta de novas eleições, feita por Aécio, que visa o retorno do PSDB para a presidência da república. É preciso construir uma saída dos trabalhadores e do povo, organizada pela esquerda e os educadores, secundaristas, operários e sem-teto em luta.
Que o PSOL, a CSP-CONLUTAS e demais organizações da esquerda convoquem uma manifestação nacional!
O PSDB, juntamente com outros partidos, convoca uma manifestação pelo impeachment no dia 13/03. Sabemos que muitos trabalhadores começaram a ver essa manifestação como um canal para protestar contra Lula e Dilma. No entanto alertamos que essa atividade não é uma alternativa para expressar nossa indignação.  Esse ato é liderado por Aécio, Cunha, Bolsonaro, Caiado e outros empresários.  Eles querem voltar para o poder e manter o ajuste fiscal e o roubo nas estatais, como fazem em São Paulo.
O PT, juntamente com as direções da CUT, UNE e MST, convoca uma manifestação em defesa de Lula e Dilma para o dia 31/03. O PT quer manter tudo como está, para seguir governando contra o povo. Algo absurdo que deve ser repudiado. Infelizmente muitos setores da esquerda estão construindo essa manifestação governista, caso do MTST e da direção da US-PSOL, o que é um erro.
Está nas mãos do PSOL, da CSP-CONLUTAS, liderar a organização de uma reunião nacional com o PSTU, PCB, PCR, a INTERSINDICAL, o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, o SEPE/RJ, o SINTEPP (Pará), sindicatos independentes e comando de greve para debater uma agenda para combater a crise e batalhar por uma greve geral.
Nossa tarefa imediata é a construção de uma terceira manifestação, alternativa ao dia 13/03 do PSDB e ao 31/03 do PT. Nós da CST-PSOL apresentamos essa proposta de um terceiro ato nacional nas reuniões em que estivemos. Infelizmente não obtivemos o apoio das demais organizações da esquerda. Seguimos chamado a unidade para construir uma manifestação alternativa. Esperamos que essas direções reavaliem sua postura e construam essa atividade nacional unificada.
Defendemos a necessidade de lutar por um Governo de Esquerda, dos Trabalhadores e do Povo para aplicar um plano econômico contra as demissões, por reposição das perdas salarias e redução da jornada sem redução do salário. Por um plano de obras públicas, de reconstrução dos serviços estatais e de investimento nas áreas sociais custeado pela suspensão do pagamento da dívida externa e interna. Por congelamento das tarifas e estatização dos transportes com tarifa zero pra população. Para punir os corruptos, estatizando as empreiteiras envolvidas na Lava-jato, transformando a Petrobras em uma empresa 100% estatal e sob controle dos trabalhadores.
Executivo Nacional da CST-PSOL (Corrente Socialista dos Trabalhadores – Tendência do PSOL)

terça-feira, 8 de março de 2016

Incêndio no Colégio Universo: tragédia anunciada


O que se viveu hoje no Colégio Universo "Kids" em Belém do Pará é a expressão do que melhor a ganância capitalista produz: destruição e tragédia.

Por volta das 09h da manhã desta terça-feira, 08 de março, Dia Internacional da Mulher, pais e responsáveis chegavam desesperados de todos as partes da Região Metropolitana de Belém para apanhar seus filhos. Um incêndio de grandes proporções, conforme comprova o vídeo conseguido pelo blog, atingiu a cantina da escola.

Ao ver o desespero das crianças e adolescentes no vídeo, a gente tem ideia da gravidade do sinistro e mais, do tamanho da irresponsabilidade e crimes cometidos pelos mantenedores do Colégio Universo. 

1) Crianças e adolescentes do ensino fundamental, bem como os funcionários, correm apavorados e aos berros por todos os pátios e dependências da escola na tentativa de fugir das imensas labaredas. A falta de qualquer preparo da equipe de funcionários é evidente.

2) As crianças do pré escolar e da creche, assim como seus professores, na impossibilidade e na ausência de saídas de emergências, foram obrigados a recorrer a um portão (que estava fechado) que fica por trás da escola e dá acesso à Igreja Presbiteriana. Felizmente um funcionário da Igreja, ao ouvir gritos de socorro e choro de crianças, correu para ver o que era e prontamente abriu o portão.

Uma mãe nos informou que a escola precariza muito as condições de trabalho dos funcionários e que explora sobremaneira seus professores. Uma sala de aula tem dezenas de crianaças e apenas dois profissionais. Encontramos na porta da escola um professor chorando ao entregar um aluno para sua mãe. Chorava porque ficou desesperado ao ver muitas crianças em condição de vulnerabilidade e poucos profissionais para orientá-los, ajudá-los e protegê-los.

Tragédia anunciada

Enviado pelo WhatsApp/DOL
Essa não foi a primeira vez que isso aconteceu. Segundo pais, professores e responsáveis ouvidos pelo blog, ano passado a tragédia poderia ter sido maior, na ocasião em que toda a escola ficou impregnada de gás butano que vazava da mesma cantina que hoje fora consumida pelo fogo.

Segundo um professor, que por motivos óbvios vamos preservar a identidade, "a escola nunca criou um plano de contenção ou de evacuação da escola em caso de tragédias como essa". Na escola, que têm centenas de alunos de diversas séries da educação básica e ensino fundamental, não existem bombeiros civis e até hoje nenhum funcionário fora treinado em caso de sinistros como o ocorrido.

Nas imagens (que tem a duração de pouco mais de um minuto), que são revoltantes e fortes, fica claro que, se haviam equipamentos para fazer o combate das chamas, nenhuma extintor fora usado. Na verdade o que se vê é o desespero humano que faz a gente lembrar imediamente do bárbaro incêndio que vitimou quase trezentos jovens na boate Kiss, em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul.

Relação promíscua, sede de lucro, morte

O ano passado assistimos estupefatos as tenebrosas cenas de pacientes sendo retirados em macas pelas janelas do maior  Hospital de Pronto Socorro Municipal da região Norte do país, o PSM Mário Pinotti, em decorrência de um  incêndio, que também era uma tragédia anunciada.

O prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) tinha conhecimento das péssimas condições de infraestrutura e segurança do prédio do PSM. Inclusive, em virtude de denúncias feitas pela Associação dos Servidores da Saúde do Município de Belém (ASSESMUB), o Ministério Público Federal, através de uma de suas promotorias, havia feito Termo de Ajustamento de Conduta obrigando a Prefeitura de Belém a promover reformas e garantir condições mínimas que impedissem que um sinistro se precipitasse ali.

Ciente dos problemas e em vez de resolvê-los, Zenaldo Coutinho fraudou junto a três bombeiros militares uma inspeção do PSM e liberaram o uso do espaço de forma irresponsável. Por conta do incêndio, das 3 mortes e das fraudes, Zenaldo e os militares respondem criminalmente na Justiça (civil e Militar).

Novamente um incêndio acomete um estabelecimento que já mativera próximas relações com o tucanato paraense. O ano passado, foi necessário o Ministério Público do Estado agir para impedir que o governador Simão Jatene (PSDB), através da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), contratasse o Grupo Universo para a oferta de aulas de reforço para alunos das escolas públicas. Essa nada idônea atividade levaria dos cofres públicos a estratosférica soma de cerca de R$ 15 milhões de reais.

Como o lucro é o que define as atitudes/ações do empresário da educação, a ética, o denodo, o zelo e o respeito para com a coisa pública e para com a vida das pessoas ficam em segundo e terceiro planos.

Omissão e crime

 O Além da Frase esteve na escola e um funcionário da equipe técnico-pedagógica nos informou que um Boletim de Ocorrência foi feito e que uma equipe do Corpo de Bombeiros Militares do Pará se encontra no estabelecimento fazendo perícia das dependências da escola que foram consumidas pelo incêndio. As aulas foram suspensas por tempo indeterminado ou até que se conclua a reforma do espaço e se tenha uma resposta das autoridades.

Acreditamos que pais e responsáveis exijam todos os esclarecimentos possíveis, realizem assembleias, mas acima de tudo cobrem na justiça a criminalização dos diretores (donos) do Grupo Universo, que desde o ano passado, sabedores do vazamento de gás butano na cantina que hoje ardeu em chamas, nada ou pouco fizeram para evitar que esse terror se abatesse sobre a vida de familiares e alunos que viveram um terrível trauma.

Das autoridades, esperamos rigor nas apurações, mas que acima de tudo o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e demais órgãos competentes façam seus trabalhos e um verdadeiro mutirão de averiguação das condições de segurança dos estabelecimentos de ensino ou não de todo o estado, sejam eles, públicos ou particulares. Só assim, as famílias terão tranquilidade e as pessoas poderão desenvolver seus ofícios sem o medo de uma tragédia desse porte.

CUIDADOS

Toda a atenção dos pais e responsáveis nesse momento é fundamental. Como se vê das imagens, o incêndio produziu muita fumaça, e certamente, com a queima de produtos tóxicos. A fumaça é altamente nociva para o corpo humano. Nas crianças pode produzir efeitos devastadores.

As autoridades médicas indicam que em casos como esse, que se redobre os cuidados e a atenção junto às vítimas, pois os problemas advindos da inalação da fumaça só se manifestam em cerca de 2 a 3 dias depois.