sexta-feira, 31 de julho de 2009

Em defesa da Educação Pública - Luta dos Professores Universitários



Abaixo publico artigo retidado do blog da juventude Vamos à Luta, que trata do resultado das discussões e deliberaçãoes dos professores universitários de públicas e privadas de todo o país, que se reuniram em seu 54º Conselho Nacional do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes). A necessidade de se unificar nesse próximo período todos os lutadores é fundamental para se derrotar o plano de destruição e desmonte do ensino público, gratuito e de qualidade no Brasil.
O governo Lula foi muito mais ousado nesse aspecto que até mesmo a Ditadura Militar, que inicou o processo de privatização ao fazer concessões para grupos particulares pudessem explorar através de concessões o ensino suérior. Uma verdadeira catástrofe desde então iniciou-se.

Foi no bojo desses ataques e já no processo de redemocratização do país que surgia o ANDES-SN. Os docentes compreendiam que era necessário dar um passo mais longo, e partiram para a contrução dessa ferramenta, que sem sombra de dúvidas, é um grande exemplo de democracia sindical (talvez nenhuma outra entidade sindical com tão pouco tempo de vida tenha feito tantos conselhos de delegados de base - CONAD's) e autonomia política.
Passados os catastróficos 08 anos de FHC, que significaram ataques e acentuação do plano de rapina do Banco Mundial para a educação superior (há nas academias, bibliotecas, entidades da área, internet, etc. literatura farta sobre o Consenso de Washington e o que significou a aplicação do projeto neoliberal nos países subdesenvolvidos), a coisa só piorou com a chegada de Lula lá.

A política neoliberal é tão criminosa quanto seus implementadores. O imperialismo e as grandes potências não queriam saber de produção de conhecimento e investimentos públicos no ensino superior nos país do "terceiro mundo". O ataque à produção pública e independente de saber foi, e é voraz. Transformou um bem comum à toda a sociedade em comércio. Lula (a malfadada cópia) está se saindo melhor, mais uma vez, que o original: FHC.
O ingrediente "novo" do governo petista é a repressão. Aqueles que ontem apoiavam as greves, atacavam o desmonte do ensino público e defendiam os direitos dos trabalhadores nas suas lutas por melhores salários e condições de trabalho, hoje são os que tentaram de todas as formas quebrar a luta independente do ANDES-SN. Desde as primeiras investidas de Lula, ainda em 2003, quando a maioria dos sindicatos e centrais no país estavam ao lado do governo, o ANDES e combativos sindicatos, entidades do movimento popular e estudantil, faziam no primeiro semestre atos e marchas para barrar a primeira contra-Reforma da Previdência.

A criminalização de quem luta é artigo há muito conhecido na história mundil, mas Lula aproveitando-se de todo a sua história de dirigente sindical, de grevista e trabalhador; a experiência de quem conhece a estrutura sindical por dentro, jogou tudo para acabar com ANDES-SN. O Ministério do Trabalho chegou a descredenciar o ANDES, o governo patrocinou a criação de uma entidade pelega e governista (o PROIFES)para tentar dividir a base do sindicato. Nem no tapetão,a justiça burguesa, o governo conseguiu derrotar o Sindicato.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Carta de Curitiba - Andes-SN

Por Carla Lisboa
A Carta de Curitiba, documento com a síntese das deliberações do 54º Conselho do ANDES-SN (Conad), que ocorreu entre os dias 16 e 19, no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTF-PR), foi editada durante o encontro e lida na Plenária de Encerramento (19/7) para os mais de 100 representantes das seções sindicais que estiveram no evento. Realizado para rever e atualizar o plano de lutas da entidade, o encontro destacou, dentre outros temas considerados relevantes, a defesa da educação pública.

Os dirigentes sindicais reafirmaram o conceito da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão como princípio básico que garanta um padrão unitário de qualidade na educação superior brasileira. Confirmaram, com isso, a essência da luta dos docentes que, há pelo menos três décadas, demonstram que, para a vida do brasileiro melhorar, o primeiro passo é instituir políticas públicas para assegurar educação pública de qualidade no País.

Prova disso é que até mesmo numa pesquisa de opinião, intitulada “Brasil Ponto a Ponto”, realizada este ano para subsidiar a elaboração do Relatório Brasileiro de Desenvolvimento Humano, o PNUD consultou 500 mil internautas sobre o que precisa mudar no Brasil para a vida melhorar de verdade. A educação foi a resposta que liderou o primeiro lugar da consulta eletrônica em todos as 27 unidades da Federação e, na média nacional, ela ficou em primeiro lugar, com 21%.

Reforma universitária – A educação pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada é o eixo da luta do ANDES-S. Por isso, uma das principais deliberações do 54º Conad foi a retomada do Frente de Luta contra a Reforma Universitária para, em conjunto com outras entidades nacionais do campo acadêmico, sindical e estudantil, o movimento docente intensificar o combate às políticas privatizantes do governo federal para a educação, sobretudo, a superior.
Na Carta de Curitiba, os docentes reconhecem e assumem como tarefa urgente a necessidade não só de buscar a rearticulação da Frente de Luta contra a Reforma Universitária, mas também a de discutir, especialmente com o movimento estudantil, as formas de enfrentamento para impedir a aprovação da reforma universitária, que ameaça seriamente a educação superior pública no País.

Além das ações contra a reforma universitária, a qual está em andamento acelerado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, os professores decidiram “articular entidades sindicais, acadêmicas, estudantis e movimentos sociais para definir eixos comuns em defesa da educação pública, com base no Plano Nacional de Educação (PNE) – proposta da sociedade brasileira, que possam subsidiar a construção de jornadas nacionais de luta em 2009”, informa a Carta. Confira aqui a Carta de Curitiba.

A casa da podridão


O carequinha ao lado, Presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque, responde a inquérito por nepotismo, empregado fantasma e atos secretos.

Quer maior avacalhação do que a exposta na notícia abaixo?! Todos os crimes que esses senhores senadores, Lula no caso do mensalão e em tanto outros, assim como os demais responsáveis pela onda de corrupção e escândalos que envolvem nossos representantes, são crimes previstos e passíveis de punição pela atual legislação burguesa de nosso país. Não precisaria inventar nada. Só que no atual sistema, e exemplos são mais numerosos que capim, burguês recebe habeas corpus antecipado e ganha o direito de mentir.

Não à toa, o senador Sarney recorreu a Sófocles (senador romano) e disparou o que a sua experiência de assaltante do estado recomenda em casos como esse: “o silêncio, a paciência e o tempo”. A certeza da impunidade está contida nas palavras de Sarney. Só a mobilização do povo pobre e trabalhador nas ruas pode exigir punição à esses gangsters que há séculos se revesam à rapinar nossos recursos e a promover fome, dor e miséria. Chega! Não importa de quem é o bigode, o fato é que ele não pode mais continuar como está!
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Acompanhem a matéria:



A esperada benevolência do Conselho de Ética com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pode ser explicada, entre outras coisas, pela biografia de seus integrantes. Pelo menos 70% dos membros do colegiado são alvos de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), réus em ações penais e/ou envolvimento com nepotismo e atos secretos nos últimos anos, segundo levantamento feito pela reportagem. Caberá a esses senadores decidir na terça-feira o destino dos pedidos de abertura de processo de cassação de Sarney.

Pressionado a renunciar, o peemedebista é acusado de ligação com boletins administrativos sigilosos, nomeação de parentes e afilhados, além de desvio de recursos da Petrobras pela Fundação José Sarney. A fundação vive hoje a perspectiva de intervenção por parte do Ministério Público (MP) do Maranhão, por causa do desvio de cerca de R$ 500 mil de uma verba de patrocínio de R$ 1,34 milhão concedida pela estatal do petróleo.

A reportagem cruzou a lista de integrantes titulares e suplentes do Conselho de Ética com escândalos recentes semelhantes aos que alcançaram Sarney. Poucos escapam. Dos 30 titulares e suplentes, ao menos 21 estão nessa malha fina. Dos 14 suplentes, dez empregaram parentes, assinaram atos secretos, são alvos de inquérito ou réus em processos.

A tropa de choque do PMDB, por exemplo, marcha unida nesse quesito. Os quatro titulares - Wellington Salgado (MG), Gilvan Borges (AP), Paulo Duque (RJ) e Almeida Lima (SE) - têm algum tipo de ligação com nepotismo, ato secreto ou investigação externa. Outros quatro titulares aliados de Sarney também fazem parte desse grupo: Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Gim Argello (PTB-DF), João Durval (PDT-BA) e Romeu Tuma (PTB-SP). Juntos com João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PC do B-CE), eles somam votos suficientes - entre os 16 titulares - para barrar as cinco representações que já foram protocoladas contra Sarney.

Outros três titulares no Conselho de Ética têm seus nomes em boletins sigilosos ou casos de nepotismo: Demóstenes Torres (DEM-GO), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eliseu Resende (DEM-MG).

Na terça-feira, o Estado publicou a reportagem em afirma que o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), emprega um assessor "fantasma" no próprio órgão desde novembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Esquerda derrota CUT e vence eleições



Eleição do Sindicato dos Químicos SJC/SP (São Jo´se dos Campos e Região)
Esquerda derrota CUT e vence eleições

27/07/2009

Entre os dias 22 e 24 de julho de 2009 ocorreram as eleições do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região. Duas chapas disputaram o pleito. A primeira vinculada a CONLUTAS e a segunda financiada pela CUT.
Os operários não tiveram dúvidas e votaram massivamente na chapa 1, UNIDOS PRA LUTAR. Segundo Wellington Cabral, presidente reeleito do Sindicato, “o UNIDOS PRA LUTAR venceu por 80% dos votos pois a peãozada não aceita pagar pela crise, nem um sindicalismo lulista vendido para os patrões. Querem dirigentes lutando na base, mobilizando e informando os operarios no chão da fábrica”.

Resultado fortalece batalha por nova central
Essa vitória, no berço operário de São Paulo, fortalece a esquerda combativa e classista na construção de uma nova central sindical no Brasil. É uma vitória de todos os ativistas que atuam no processo de reorganização do sindicalismo brasileiro.
A chapa 1 contou com apoio militante de coletivos da CONLUTAS (FOS, Conspiração, PSTU, TLS) e da INTERSIDICAL (ENLACE, CSOL, ASS).
Sindicatos importantes das duas centrais apresentaram seu apoio, como o SINSPREV, Químicos Unificados de Campinas e Região, Metalurgicos e da Alimentação de SJC.
Apoios de outros estados também ajudaram nesse triunfo, particularmente SINTUFF/RJ, SINTSEP-PA, e Rodoviários de Ananindeua e Marituba.

Unidade dos lutadores foi a marca da vitória
Seguir esse exemplo em todo país!
Para Cabral, essa unidade é a marca da pluralidade que deve ter a nova central. “Agradecemos o apoio de todos, pois foram importantes para nosso triunfo. Essa unidade é uma demonstração de que podemos unir todos os sindicalistas que combatem a CUT e as políticas do governo Lula. É uma demonstração de que podemos estar juntos numa nova central. A unidade se deu na base, na porta das fábricas, na conversa com os operários e dessa forma pode seguir para o plano nacional”.


Veja o resultado total e fábrica x fábrica. Votaram 1657 sócios, isto é 65% dos sócios em condições de votar. Votaram 46% dos aposentados.


Nº URNA CHAPA 1 CHAPA2 BRAN. NULOS TOTAL

1 JOHNSON 174 54 1 3 232
2 JOHNSON 149 28 1 1 179
3 JOHNSON 186 12 0 2 200
4 JOHNSON 42 4 0 0 46
5 TI BRASIL 140 4 2 3 149
6 FADEMAC 77 7 0 1 85
7 FLC 29 17 1 0 47
8 PLASTIC OMNIUM 31 1 0 0 32
9 ALLTEC 23 31 2 1 57
10 ROHM & DOW 37 1 0 0 38
11 HEN-COGNIS-PULCRA 100 7 3 0 110
12 MONSANTO-BASF 105 14 2 2 123
13 ITINERANTE JAC. 8 17 0 0 25
14 ITINERANTE TAU. 27 27 0 0 54
15 ITINERANTE CAÇ. 16 11 0 1 28
16 ITINERANTE SJC 9 13 1 0 23
17 SUBSEDE TAUBATÉ 3 1 0 2 6
18 SUBSEDE CAÇAPAVA 11 0 0 0 11
19 SUBSEDE JACAREÍ 61 25 0 0 86
20 SEDE S.J. CAMPOS 68 59 1 0 128

TOTAL 1296 333 14 16 1659

RESULTADO 78,12% 20,07% 0,84% 0,96%

VOTOS VÁLIDOS 79,56% 20,44% 1629

Link: http://www.unidospralutar.com.br/detalha_noticia.php?id=784
Fonte: Unidos pra Lutar

segunda-feira, 27 de julho de 2009

De olho na biografia de quem de ladrão virou "o cara", mas nunca deixou de ser ladrão


Reproduzimos abaixo a fiel radiografia de um coronel chamado José Sarney, a quem Lula um dia chamou de "intocável." Trata-se de artigo do jornalista Jânio Lopo, publicado na edição de sábado (25 de julho) da Tribuna da Bahia:

"Um político, uma farsa

Jânio Lopo

Quando se trata de opinar sobre o caso José Sarney, noto a preocupação da elite brasileira – à frente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – em não atacá-lo frontalmente. Essa classe de privilegiados tem tido o cuidado de recomendar o estudo da biografia do acusado antes de mandá-lo à fogueira. Seria até uma atitude louvável das chamadas cabeças coroadas deste país não querer melindrar os personagens cuja história pessoal e política enriqueceram (falo no bom sentido) as páginas heróicas do Brasil. No entanto, sejamos claros e objetivos: o que devemos a Sarney? Qual a sua contribuição efetiva para que tivéssemos um passado digno e reconhecidamente de conquistas internas e externas? Não somos, verdadeiramente, uma Nação séria. Se fôssemos, não deixaríamos que figura como ele alcançasse os primeiros degraus da vida pública de Pindorama. Sarney é uma farsa. Um engodo.

Falo do ponto de vista das ações práticas. Seu passado e seu presente não o deixam mentir nem tampouco esconder o que representou e o que representa para o conjunto da nossa sociedade. Estamos falando de um homem que serviu à ditadura. Foi um dos seus principais porta-vozes. Graças aos tempos nebulosos comandados pelos militares, Sarney transformou-se num dos maiores e mais temidos coronéis do Nordeste. Acumula uma fortuna cuja origem é duvidosa.

O dono da Maranhão, como é conhecido nacionalmente, caiu de para-quedas na Presidência da República graças à inesperada morte de Tancredo Neves, eleito pelo Congresso Nacional. Sua passagem pelo cargo foi desastrosa. Experimentamos uma fase de inflação de praticamente 100 por cento ao mês. Às vésperas das eleições legislativas, o famigerado Plano Sarney zerou artificialmente os índices inflacionários, que explodiram dramaticamente após o pleito em que seu partido, o PMDB, fez todos os governadores dos estados brasileiros, com a exceção de Sergipe, onde venceu o PDS.

Sarney sempre foi um comandado dos grandes grupos econômicos. Era um fantoche nas mãos do seu escudeiro, amigo e ministro das Comunicações à época, Antonio Carlos Magalhães. Não satisfeito com a capitania maranhense, cujo eleitorado já dava sinais de querer livrar-se do donatário, invade o Amapá, tornando-se seu proprietário e por onde elegeu-se pela segunda ou terceira vez senador da República. É essa, em resumo, a sua biografia. Aliás, ia esquecendo: Sarney imortalizou-se ao ingressar (Deus sabe como) na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Irritante é saber que nossos intelectuais ainda não levantaram a voz para condená-lo pelos escândalos que protagoniza hoje (e no passado) no Congresso Nacional. O Sarney de ontem é igualzinho ao Sarney de hoje. Sarney dos conchavos na calada da noite, Sarney dos atos secretos, Sarney preocupado em bons cargos públicos para a família e apaniguados. Que tipo de biografia é essa que temos de reverenciar ou levar em consideração como sugere Lula?

Estamos diante de um estelionato político. Já disse e repito: a esta altura não basta tirar-lhe da presidência do Senado. É imprescindível a cassação do seu mandato enquanto senador e a suspensão, por tempo indeterminado, dos seus direitos políticos, evitando, assim, que ele retorne à vida pública. Só queremos justiça e mais nada. No entanto, como este é um país injusto e desigual por conta dos sarneys que mandam e desmandam nos destinos dos mais fracos e desprotegidos, nem isso (justiça) podemos esperar."

O dono do Mar: os Sarney's

Há alguns anos, o presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney escreveu um livro chamado O Dono do Mar. Mais direto impossível: O Dono do MarANHÂO. Mas a sede de rapina e violência da família Sarney não se restringiu ao Maranhão, como todo mundo sabe, ela vai mais além.O Senado exemplifica muito a cultura reacionária e funesta da burguesia brasileira, que não tem qualquer milindre em assaltar os cofres públicos. Não à toa, o senador Sarney há muito vem controlando outro Estado da Federação: o Amapá, bem como o próprio Senado que tem o orçamento anual maior do que o orçamento de 23 (vinte e três) capitais brasileiras. Um verdadeiro crime!
Enquanto isso o Maranhão, Amapá, e o Brasil vivem as mazelas na saúde, educação, moradia e segurança decorrentes da patifaria e roubalheira praticadas por esses senhores oligarquas.

Se o povo de fato conhecesse a biografia desses sem vergonhas, certamente eles não estariam mais lá!
Abaixo, publico um texto de Curitiba, sobre como esses senhores se apoderam não só dos recursos públicos, mas também buscam referendar seus poderes impondo seus nomes a prédios e logradouros públicos.
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Do blog cartunista solda

Em respeito à biografia de Sarney, Curitiba deveria atender ao apelo do presidente Lula e prestar homenagem à memória do patriarca maranhense. O título de cidadão honorário é modesto, melhor seria denominar uma rua com o nome de Ribamar. Se avenida é demais para a discrição curitibana, um humilde beco seria de bom tamanho.

Curitiba guarda com reverência as palavras do presidente: "A única coisa que eu peço é que o Ministério Público tenha o direito e a obrigação de agir com o máximo de seriedade, não pensando apenas na biografia de quem está investigando, mas na biografia de quem também está sendo investigado. No Brasil, às vezes, a pessoa é condenada antes, dependendo da carga da manchete da imprensa".

Neste momento constrangedor da ilustre carreira de José Sarney, devemos atender ao apelo do presidente para contradizer o julgamento de Nelson Rodrigues: "O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte". Em respeito ao bigode do senador, Curitiba deve batizar um de seus logradouros públicos com o nome de Ribamar. Especialmente agora, quando no Maranhão a própria família do ex-presidente se preocupa em retirar o nome de parentes e aliados de logradouros públicos. Que não são poucos, ocupam meia lista telefônica.

Em meio a tantas notícias desabonadoras, a governadora do Estado, Roseana Sarney, enviou ofício ao Tribunal de Contas solicitando a retirada de seu nome do prédio da instituição. O edifício foi construído em 2002, durante seu segundo mandato estadual. Roseana assinou o ofício com lágrimas nos olhos, por força de duas recentes decisões do Tribunal de Justiça do Maranhão, que determinaram a retirada dos nomes de políticos vivos (e ladinos) de logradouros públicos, com o argumento de desrespeito ao princípio constitucional da "impessoalidade".

E mais: a Justiça do Maranhão mandou retirar o nome do ex-governador e atual ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, de uma avenida e de uma escola pública no centro de São Luís. Também foi determinada a retirada do nome do vice-governador, João Alberto (PMDB), do Centro de Processamento de Dados do Estado. Em abril, a Justiça já havia mandado retirar o nome de Roseana Sarney da Passarela do Samba. Na década de 90, o prédio do Tribunal Regional do Trabalho em São Luís foi batizado com o nome do senador José Sarney.

No Maranhão, o melhor do Carnaval acontece nas inaugurações de obras públicas de nome Sarney: Vila Sarney Filho, Favela Sarney Sobrinho, Ocupação Sarney Genro, Pinguela Sarney Neto, e a ponte mais famosa de São Luís, inaugurada nos anos 60s com o nome de José Sarney, com uma festa que durou sete dias e sete noites.
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"O brasileiro é um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Nossa tragédia é que não temos um mínimo de autoestima", proclamava também Nelson Rodrigues (o único brasileiro que, mesmo com problemas de visão, enxergava o verso e o reverso da bandeira nacional).

Curitiba não vai cuspir na biografia de José Sarney, justo neste momento em que Lula e Dilma Rousseff agendaram uma visita de apoio ao pai de Roseana. Para compensar as perdas do Maranhão, onde a família e os afilhados estão sendo expurgados do bronze, pelo menos numa plaquinha de alumínio haveremos de perpetuar a dinastia. Se avenida não temos disponível (no momento a fila é grande), que seja um humilde beco.

O Beco do Mijo, por exemplo. Nos fundos da Catedral Metropolitana, é lá que o povo descarrega os pecados da bexiga. É pequeno, escuro como os corredores do Senado, com o cheiro do gabinete secreto onde despachava o ex-diretor Agaciel Maia, mas nem por isso deixa ser uma justa homenagem à altura da biografia ilustre: Beco do Ribamar.
Porém, para não ofender o bispo e que Deus não nos castigue, só mudaremos o apelido. O nome continua o mesmo: Travessa Padre Júlio de Campos.

Escola de Governo do Pará - Pastor sob suspeita

Do blog do Barata no dia 14/07/09

O pastor Divino dos Santos, novo diretor geral da Escola do Governo do Pará e cuja escolaridade não ultrapassaria o ensino fundamental, está sob a suspeita de patrocinar o nepotismo ou, pelo menos, o empreguismo.
O estopim para as suspeitas foram as nomeações, feitas no último dia 7, de Laíra Vasconcelos dos Santos, como gerente de projeto III, um DAS.3, e de Solange do Socorro Pereira dos Santos, como gerente de projetos I, um DAS.1 .
A coincidência dos sobrenomes despertou a suspeita de nepotismo. Sem excluir a hipótese de tráfico de influência.

domingo, 26 de julho de 2009

Os assaltantes se renovam: garoto prodígio no Amazonas

Mais do que nunca é imperioso colocar na ordem do dia a organização dos trabalhadores para derrotar o assalto diário que é protagonizado pela elite desse país. A vergonha só terá fim se conseguirmos impor aqui no Brasil, aquilo que Marx e Engels acertadamente colocaram como fundamento para a classe trabalhadora e empobrecida na sociedade capitalista: tornaram-se os coveiros da burguesia.
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Aos 25 anos, Pereira é um dos empresários mais ricos do Amazonas

Filho do ministro dos Transportes, Gustavo de Morais Pereira construiu um patrimônio de R$ 1,28 milhão em apenas quatro anos
Por Claudio Dantas Sequeira

O Estado do Amazonas é representado na bandeira do Brasil pela estrela Prócion, nome de origem grega que significa "antes do cão" e inspirou Gustavo de Morais Pereira a batizar a agência de publicidade que abriu em 2003, aos 18 anos. Começava ali a trajetória do jovem calouro universitário, filho do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que, em seis anos, se tornou um dos empresários mais ricos do Amazonas. Sua ascensão meteórica, no entanto, não tem sido impulsionada por peças publicitárias de sucesso. Aos 25 anos, o brilhantismo de Pereira está mesmo na capacidade de convencer seus parceiros a aceitar negócios milionários, sobretudo no setor imobiliário. Em 2007, Pereira declarou à Receita Federal um patrimônio de R$ 1,28 milhão, mais que o dobro dos R$ 595 mil declarados por Alfredo Nascimento à Justiça Eleitoral em 2006.

No mapa das constelações, Prócion é um sistema binário, ou seja, por trás da estrela principal há outra menos visível que a acompanha de perto. Assim como no céu do firmamento, o filho do ministro também não está sozinho em suas atividades empresariais. Ele conta com o apoio do advogado Antonio Adalberto Magalhães Martins, amigo da família Nascimento. Os dois fundaram uma agência de propaganda, a G de M Pereira & Cia. Ltda., que nunca chegou a operar. Depois se tornaram sócios numa construtora e numa escola que possui vários terrenos em Manaus, onde agora são erguidos dois empreendimentos de luxo. A empreitada já rendeu a ambos quase R$ 16 milhões.

Em 2006, com apenas R$ 20 mil, Pereira virou sócio da empreiteira Forma Construção Ltda. Dois meses depois, pagou R$ 300 mil pela sociedade no Centro de Estudos Amazônicos. Três anos antes, essa escola foi usada por Magalhães Martins para adquirir quatro terrenos. Duas áreas estão situadas na exclusiva Estrada da Ponta Negra, às margens do Rio Negro. Com calçadão, bares e boates, o local é comparado na região à orla da zona sul carioca. Só esses dois terrenos somam 6.500 metros quadrados, que, segundo corretores, valeria pelo menos R$ 5 milhões. Mas o valor da compra declarado pelo sócio de Pereira foi de irrisórios R$ 300 mil, exatamente o que o filho do ministro pagou ao sócio. O desembolso, de acordo com Pereira, foi feito em três parcelas anuais de R$ 100 mil, a partir de 2005, dois anos antes de a sociedade ser registrada formalmente em cartório.

No mesmo ano em que Pereira virou sócio da Forma, a construtora incorporou um terreno de 50 mil metros quadrados, de propriedade da escola amazônica, onde foi erguido um condomínio de luxo chamado Atlantis.

O complexo arquitetônico tem 86 casas duplex e um shopping center. De acordo com corretores, uma casa ali não custa menos de R$ 400 mil. Em outro terreno do centro de ensino, a empreiteira está construindo o edifício Atlantic Tower, torre comercial de 18 andares, 300 salas e spa. "O prédio mais moderno e inteligente do Norte do País", segundo o folder publicitário do empreendimento. Na declaração de renda de 2007, Pereira informou que obteve R$ 320 mil de "lucros e dividendos" de sua agência de publicidade. O valor é idêntico ao que ele pagou para se tornar sócio de duas empresas para lá de lucrativas.

Numa outra transação, Pereira recebeu R$ 450 mil da transportadora Socorro Carvalho Cia., que embolsou R$ 12 milhões do Fundo da Marinha Mercante, ligado ao gabinete do ministro, de acordo com o Portal da Transparência. A empresa é de Marcílio Carvalho, marido da superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) do Amazonas, Maria Auxiliadora Carvalho. Pereira diz que o dinheiro veio da venda de um apartamento herdado da mãe, Francisca Leonia. Mas certidões negativas dos cartórios de Manaus indicam que o imóvel nunca esteve em nome dele, da superintendente do DNIT ou da transportadora. Claudomiro Carvalho, irmão e sócio de Marcílio, doou R$ 100 mil para a campanha de Nascimento ao Senado, em 2006.

Procurado por ISTOÉ, Pereira informou, por meio da assessoria de imprensa do ministério que não ia comentar os negócios com a Socorro Carvalho Cia. Nascimento também não atendeu ao pedido de entrevista. O assessor de imprensa do ministro, Jefferson Coronel, diz que Pereira é um economista inteligente, estudou arquitetura, fala inglês e tem pós-graduação na Fundação Getulio Vargas - qualificações que, segundo Coronel, dariam ao jovem empresário condições de amealhar seu patrimônio milionário. "Todas as empresas de Pereira atuam exclusivamente no mercado privado. Não há nenhuma interferência do pai", afirma Coronel. Talvez o sucesso empresarial do filho do ministro estivesse mesmo escrito nas estrelas.

R$ 595 mil é o patrimônio declarado do ministro, menos da metade da soma dos bens de seu filho, Gustavo Pereira . Matéria publicada em IstoÉ

sábado, 25 de julho de 2009

O Plano Real e a mídia amestrada


Do blog Inimigos do Rei
FHC (PSDB) lançou o Plano Real e Lula (PT) deu continuidade sem mudar nada: preços sobem e salários ficam congelados. Que dupla!
Por tOny PaCHecO

Sou jornalista, mas, sem dúvida alguma, tenho que admitir que boa parte das misérias que sofremos neste País parte da indiferença ou incompetência da mídia.
Vejam o caso do aniversário de 15 anos do Plano Real. Fiquei esperando, nos últimos dias, que algum jornal, TV, rádio, site ou blog fizesse um balanço do que é este plano para as classes populares, mas, principalmente, para a classe média brasileira.
Monitorei pela Internet e não vi nada.

Nenhum jornalista se deu ao trabalho de pegar os ganhos médios das principais profissões e ocupações dos brasileiros em 1994 e em 2009 e, ao mesmo tempo, comparar com os preços cobrados por alimentos, vestuário, medicamentos e planos de saúde, imóveis (para compra e para aluguel), educação, transporte (público e automóveis particulares), lazer, enfim, tudo que é necessário à vida, acompanhar quanto subiu de 1994 até 2009, fazendo o cotejamento com os ganhos, de operários a empresários.
Do lançamento do real até 2009, a inflação acumulada foi de 244,86%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o índice que, dizem, é manipulado pelo governo, como nos tempos da ditadura militar -. Pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta nos preços foi muito maior: 306,4%. Mas, no meu bolso e no seu, internauta, este índice foi às nuvens e não voltou.

Já os salários, houve categorias, como dos professores federais, que chegaram a ficar mais de cinco anos sem reajuste salarial algum.
Só as classes para lá de baixas tiveram um pouquinho de reposição neste tempo. O salário-mínimo, que era de R$ 196,63 em julho de 1994, hoje está em R$ 465.
Isto é, mesmo usando a inflação manipulada do governo (244,86%), o salário-mínimo deveria ser, hoje, R$481 e não R$465,00.

Já usando o índice da FGV (306,4%), o salário-mínimo já deveria estar em R$602,47.
Mas, segundo o Departamento Interssindical de Estudos Econômicos e Sociais (DIEESE), que era sempre consultado pelo PT e por Lula quando eles eram oposição no Brasil, o salário-mínimo deveria ser, em maio de 2009, R$2.045, para atender às necessidades mínimas de uma família de classe baixa.
Hoje, que estão no poder, Lula e o PT ignoram solenemente as estatísticas do DIEESE...

Isso sem falar na classe média. Essa, coitada, neste Plano Real teve que arranjar um segundo e até um terceiro emprego para fazer frente à subida dos preços, pois os carros e outros bens que ela consome, em alguns casos subiram até 500%.
Só para dar um único exemplo, que afeta todas as classes, pois não vou fazer o trabalho que deveria ser dos conglomerados de comunicação, o botijão de gás de cozinha subiu 695% nestes 15 anos de Plano Real.
Tem alguma coisa para comemorar?

Então, por que jornais, TVs, rádios, blogs e sites não fazem um levantamento, produto a produto, serviço a serviço, salário a salário, para informar o que aconteceu de empobrecimento conosco, NA REAL, nestes 15 anos?
Hein, hein, hein?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

PSOL vence primeira batalha pela democratização da comunicação


Parecer da Procuradoria Geral da República - PGR considera inconstitucional Lei da TV Digital
Redação Convergência Digital

16/07/2009

A Procuradoria Geral da República considerou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelo PSOL contra o Decreto 5.820/2006, que instituiu o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). O parecer, assinado pelo ex-procurador geral Antonio Fernando de Souza e publicada no último dia 19 de junho, coloca novamente em questão a legalidade do dispositivo. O parecer da Procuradoria foi solicitado pelo relator da Adin no Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, que deve definir seu voto até aproximadamente o mês de agosto. A decisão final sobre a ação caberá ao plenário do STF.

A justificativa da Adin, solicitada pelo PSOL, corroborada pela Procuradoria Geral da República, é a de que o SBTVD não se trata de uma simples atualização de tecnologia de transmissão de TV. O espaço de 6 MHz ocupado para transmitir uma única programação no sinal analógico pode ser usado para transmitir de quatro a oito vezes mais conteúdo no sistema digital. A digitalização, portanto, rompe com o paradigma atual da radiodifusão e cria novas possibilidades de comunicação para as empresas concessionárias, de modo a superar a abrangência de suas atuais outorgas.


No parecer, a PGR considera que a transmissão em sinal digital teria de ser considerada como um serviço diverso da transmissão analógica, para o qual seria necessário nova outorga de concessão de canais. Estes novos processos, portanto, estariam sob a competência do Poder Legislativo, responsável pelas concessões e renovações de outorgas.

A Procuradoria Geral da República faz observações ainda sobre vários pontos. Entre eles que a multiprogramação, objeto de desejo das emissoras comerciais – a ABRA está na justiça solicitando o direito de uso, hoje, concedido apenas às emissoras públicas, reforçaria o cenário de oligopolização do setor. O Convergência Digital disponibiliza a íntegra do parecer da PGR.

*Com reportagem Luis Oswaldo Grossman, Ana Paula Lobo e Cristina De Luca



Veja aqui o parecer na íntegra

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Internacional: presidente faz chamado à "insurreição" em Honduras



20 de julio 2009
El presidente Zelaya llamó a la "insurrección" en Honduras, luego de que los golpistas rechazaran la propuesta de Oscar Arias, el presidente costarricence que fue designado como mediador. La propuesta había sido aceptdada por la delegación de Zelaya. Esta aceptación constituía una traición a la lucha democrática del pueblo hondureño. Establecía la vuelta de Zelaya a la presidencia pero en condiciones inadmisibles. Ya que prohibia cualquier consulta sobre Asamblea Constituyente, le quitaba el mando de las Fuerzas Armadas que pasaban a manos de la golpista Corte Suprema, establecia la amnistía para los golpistas y un gobierno conjunto con ellos.
Aunque la deegación de Zelaya en Costa Rica había aceptado esa propuesta, el Comando de la Resistencia en Costa Rica la rechazó. El domingo también la rechazaron los golpistas que niegan que Zelaya pueda volver a la presidencia, incluso en esas condiciones.
En esta situación se puede ver claramente que toda la negociación fue una trampa tendida por Estados Unidos, Hillary Clinton, Obama y su títere costarricense Oscar Arias, para desmontar la movilización popular. El imperialismo yanqui está empeñado en liquidar la movilización democrática del pueblo hondureño e imponer una salida que salve a los golpistas, preserve sus instituciones antipopulares como la Corte Suprema, el Parlamento y la cúpula militar, e impida la Constituyente en Honduras.
Los propios golpistas rechazaron la propuesta de Arias porque comprobaron que, más allá de lo que acepte Zelaya, el pueblo no cejará en su lucha por castigarlos e imponer una Asamblea constituyente democrática y con plenos poderes para liquidar el nefasto sistema de dominación oligárquica. Fue el pueblo hundureño el que con su continuada movilización impidió hasta ahora el pacto antidemocrático que pretendía imponer el imperialismo.
¡Viva la lucha del pueblo hondureño!
¡Todo el apoyo de los pueblos latinoamericanos y del mundo hasta su triunfo!
¡Bloqueo total a los golpistas!
¡Fuera la base militar yanqui de Honduras!
¡Fuera los golpistas! ¡Que vayan a la cárcel!

Por Miguel Lamas
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Honduras

Movimientos sociales siguen en pie de lucha

Los movimientos nunca creyeron en la mesa de "diálogo" encargada por EE.UU., y piensan que hay que seguir con la presión en la calle. Convocan a paro nacional.

Comunicado del Frente Nacional Contra el Golpe de Estado

Golpistas rechazan propuesta de Arias

Agencias y La Haine
http://www.lahaine.org/

Los movimientos sociales hondureños anunciaron este domingo que a partir de este lunes protagonizarán nuevas manifestaciones de resistencia pacífica, así como un paro nacional para el próximo jueves y viernes, al que se suma la Central de Trabajadores del país, tras la suspensión del diálogo en Costa Rica donde no se logró un acuerdo para restituir el orden constitucional en Honduras.

Así lo confirmó el dirigente social, Juan Barahona, en entrevista exclusiva para teleSUR, tras culminar en Tegucigalpa una asamblea popular para establecer las acciones a realizar, por parte de los movimientos sociales contrarios al golpe de Estado.

De igual forma se pudo conocer que estos movimientos sociales contaban con una agenda paralela porque desde su inicio, no creían en la mesa de diálogo instalada en Costa Rica con Óscar Arias como mediador.

"Para nosotros en la agenda sigue estando la resistencia popular contra el golpe de Estado. Las pláticas en Costa Rica eran un paso más en la lucha para nosotros. Pero estas conversaciones fracasaron desde la primera reunión, por eso nosotros no esperábamos nada", apuntó Barahona.

Dijo que los golpistas que ocupan el poder en Honduras, "no tienen interés en un acuerdo, sólo están haciendo tiempo para desgastar la resistencia del pueblo y consolidarse en el poder". Asimismo, anunció que los movimientos sociales han convocado a una concentración en el Congreso Nacional, ubicado en el centro de Tegucigalpa.

Apuntó que con el fracaso de las conversaciones en Costa Rica, también fracasó el presidente Óscar Arias. "Ahora urge el regreso al país de Manuel Zelaya, así fortalecemos la resistencia. Vamos a derrocar a los golpistas, hoy mas que nunca Zelaya debe regresar", enfatizó Barahona.

El dirigente de la Tendencia Revolucionaria afirmó también que “Con las negociaciones que se están llevando a cabo en Costa Rica, nosotros los movimientos sociales creemos que no hay muchas expectativas en las mismas; lo que se está haciendo es ganar tiempo a favor de este gobierno de facto para que ellos se consoliden en el poder y acabar con la resistencia de los movimientos populares.”

Por su parte, Nelson Ávila (Analista político y ex asesor de presidente Zelaya), expresó que la verdad y la justicia se ganan en las calles y en las ideas. El golpe de Estado antipatriótico y anticonstitucional que nos dio la extrema derecha es una verdadera dictadura; pero esta dictadura va a caer con la alianza de todas las organizaciones populares y por la lucha de los pueblos que creen que una Honduras popular es posible, dijo. La única forma de construir una sociedad popular democrática es que sea el pueblo el que se pronuncie y el pueblo se ha pronunciado diciendo que quiere que regrese el presidente Zelaya y que se restituya el orden constitucional en Honduras.

PSOL deve entrar com nova representação contra Sarney


O senador José Nery (PSOL-PA) pediu à assessoria jurídica do partido que analise a necessidade de apresentar uma nova representação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao Conselho de Ética. A nova representação provocaria o colegiado a investigar a revelação feita hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, que mostra a participação de Sarney na edição de atos secretos na Casa.

Diálogos gravados pela Polícia Federal (PF) com autorização judicial mostram conversas entre o presidente do Senado, seu filho Fernando Sarney e Agaciel Maia. Nos diálogos é negociada uma vaga para o namorado da neta do peemedebista no Senado, que acabou contratado via ato secreto. Na avaliação de Nery, a reportagem deixa mais do que clara a ligação de José Sarney e Agaciel Maia. "O caso foi em 2008, quando ele já era senador, o que confirma a quebra de decoro parlamentar", diz o senador.

José Nery também deve recorrer ao Conselho de Ética, na volta do recesso parlamentar, contra a permanência de Paulo Duque (PMDB-RJ) na presidência do colegiado. Após ser eleito presidente da comissão, Duque disse que o PSOL era "um partido pequeno que ainda não existe". "Duque perdeu as condições políticas de conduzir o processo ao se manifestar antecipadamente quanto ao mérito da denúncia e ao dizer que o PSOL não existe", afirmou. "Tanto existe que apresentamos uma representação contra aqueles que há tanto tempo atropelam a moralidade pública", afirmou.

Denúncias


O PSOL já protocolou no Conselho de Ética uma representação responsabilizando Sarney pela edição dos atos secretos no Senado, que foram usados durante os últimos 14 anos para, entre outras medidas, nomear parentes de senadores e aumentar benefícios de servidores sem conhecimento público. Também pesam contra Sarney no Conselho de Ética três denúncias apresentadas pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), responsabilizando o presidente do Senado pela edição dos atos secretos e por suposta participação no esquema de desvio de dinheiro de patrocínio cultural da Petrobras pela Fundação José Sarney. Do Estadão.
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Obviamente que precisamos de muita organização, construir de forma coletiva junto às entidades dos movimentos sociais (Conlutas, Intersindical Br, PSOL, PCB, PSTU, PCR, organizações da oposição de esquerda na UNE, entidades gerais, etc) a luta pelo "Fora Sarney" e também pelo fim do Senado corruPTo! Se depender dos pizzaiolos de plantão, como o Senador Cafeteira, nada vai mudar no Congresso do mensalão. Lula e 80 senadores não estão interessados em investigações, muito menos punição de culpados, mesmo porque eles são mantenedores dessa situação de podridão planaltina. Por isso a construção de um calendário unificado de lutas nesse segundo semestre, que desde os estados possam exigir devolução do dinheiro roubado através dos atos secretos, e acima de tudo, punição para seus responsáveis é fundamental para que não aconteça aquilo que o governo Lulla e Sarney desejam: que o tempo abafe mais esses crimes por eles praticados.

Neto de Sarney zombava com benesses, revela gravação


Qua, 22 Jul, 08h10

Parte dos diálogos gravados pela Polícia Federal (PF) na Operação Boi Barrica mostra que, em privado, integrantes da família Sarney faziam troça das benesses que tinham no Senado. Numa conversa com o pai, Fernando Sarney, o estudante João Fernando Michels Gonçalves Sarney, neto do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), admite que, embora estivesse pendurado na folha de pagamento do Senado como funcionário do gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA), não costumava aparecer para trabalhar. Às gargalhadas, João conta ao pai que foi chamado por Cafeteira no gabinete para uma conversa. "Fui lá achando que era alguma coisa importante (...) e ele falou: 'Não, pô, eu só queria te ver'."



Filho de Fernando Sarney com a ex-candidata a Miss Brasília Rosângela Terezinha Michels, João, de 22 anos, foi nomeado assessor de Cafeteira em 1º de fevereiro de 2007. Ele ficou no cargo, que lhe rendia salário mensal de R$ 7,6 mil, até 3 de outubro do ano passado. Foi exonerado por força da súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu o nepotismo no serviço público. Como revelou o Estado, no mês passado, a exoneração se deu por ato secreto, para não chamar atenção. Para o lugar do estudante, foi nomeada a mãe dele.


Na conversa gravada pela PF em 25 de março de 2008, Fernando diz ao filho, que mora em Brasília, que tinha passado pela cidade naquele dia, em escala rumo a São Paulo. João aproveita para contar a conversa com Cafeteira. "Depois eu te conto o que o senador me aprontou", diz, em tom de galhofa. "Tu ligou pra ele e perguntou se eu tava indo trabalhar, não foi?", pergunta ao pai. Fernando Sarney diz que sim.

João, então, desfia a história: "Pois é. Eu cheguei de viagem ontem, né, só que eu tava com dor de barriga, né (...) Passei o dia inteiro em casa, não fui nem para a faculdade. Aí me ligou a secretária (de Cafeteira), dizendo ela que era pra eu ir pra lá porque ele queria falar uma coisa comigo". Fernando também gargalha. É quando João relata a "peça" que Cafeteira lhe pregou repetindo o que ouvira do senador: "Teu pai perguntou se você tava trabalhando e eu tinha que te ver pra falar pra ele."

Quando o Estado revelou o caso de João, Cafeteira, velho aliado de José Sarney, negou que o neto do presidente do Senado fosse funcionário fantasma. Assessores do gabinete, no entanto, disseram não haver nenhum João entre os servidores que davam expediente ali. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Associaçoes judias da europa se unem a boicote a Israel


13-07-2009 Boicot Desinversión Sanciones: Comunicado conjunto de la UJFP y la IJAN
Por qué, siendo asociaciones judias, boicoteamos los productos israelíes

UJFP- IJAN

Traducido para Rebelión por Rocío Anguiano

Como asociaciones judías que defienden los derechos de los pueblos y como ciudadanos que luchan por la igualdad, la justicia y la libertad, no podemos consentir:

Que el Estado de Israel prosiga su política sionista de colonización, exclusión, desposesión, represión, humillación, apartheid y limpieza étnica contra el pueblo palestino.

Que goce de impunidad política en el ámbito internacional mientras que se burla constantemente del derecho internacional y, en particular, de las resoluciones de la O.N.U., entre ellas la del derecho al retorno de los refugiados.

Que frente a los que se oponen a su política, se entregue al odioso chantaje del antisemitismo, a la vergonzosa manipulación de la memoria del genocidio, chantaje y manipulación que extienden por otros países sus agentes, como por ejemplo el CRIF (“Consejo Representativo de las Instituciones Judías de Francia”), que cuenta con el apoyo activo de la política de Sarkozy.

Puesto que todas las demás formas de acción, por muy útiles que sean (condenas verbales, llamamientos a nuestro representantes políticos y a los gobiernos, testimonios, peticiones...), no bastan para doblegar al Estado de Israel, nuestras dos asociaciones, la Unión Judía Francesa por la Paz y la Red Internacional Judía Antisionista, llaman a participar activamente en la

CAMPAÑA INTERNACIONAL B.D.S.

Boicot Desinversión Sanciones hasta el fin de la ocupación

y hasta que Israel respete el derecho internacional

Esta campaña, iniciada por una gran coalición de organizaciones de la sociedad civil palestina y apoyada por los refugiados palestinos, los palestinos de Israel y la minoría judía anticolonialista israelí, ha empezado a dar sus frutos: la empresa Véolia se ha retirado de la construcción del tranvía que une Jerusalén con las colonias israelíes.

Hoy se producen movilizaciones contra la venta de productos israelíes en las grandes superficies y contra el proyecto de Georges Frêche, Presidente del Consejo Regional de Languedoc Roussillon, de transformar el puerto de Sète en cabeza de puente para la venta en Europa de los productos procedentes de las colonias israelíes.

¡Basta ya de “planes de paz” cínicos, tipo Netanyahu, Kadima o Partido Laborista!

¡No toleraremos que Israel aplaste al pueblo palestino y amenace con su política beligerante la paz en el mundo!

¡No olvidemos los horrores perpetrados en Gaza y exijamos el levantamiento inmediato del bloqueo! Frente a la cobardía de las autoridades políticas, se impone una respuesta moral y política de la sociedad civil.

El boicot a Sudáfrica contribuyó a acabar con el régimen del apartheid: hoy esta acción política es necesaria y posible contra Israel.

París, 7 de julio de 2009

Unión Judía Francesa por la Paz (UJFP)

21 ter rue Voltaire

75011 PARIS

Teléfono: 06 61 33 48 22 – Correo electrónico: contact@ujfp.org

Página web: www.ujfp.org

International Jewish Anti-zionist Network (IJAN)

Correo electrónico: europe@ijsn.net

UJFP- IJAN

NdT:

1. UJFP: Unión Judía Francesa por la Paz. IJAN: Red Internacional Judía Antisionista

Fuente en francés: http://www.protection-palestine.org/spip.php?article7560

Rocío Anguiano es miembro de Rebelión y Tlaxcala. Esta traducción se puede reproducir libremente con fines no lucrativos, a condición de respetar su integridad y de mencionar al autor, a las traductoras y la fuente.

A crise econômica, a corrupção e a política do PSOL


Documento da CST - Corrente Socialista dos Trabalhadores apresentado no Diretorio Nacional do PSOL
Texto votado em minoria na reunião DN - Diretório Nacional do PSOL 21/03/09


I- O último trimestre de 2008 e o primeiro de 2009 não deixam mais dúvida sobre a magnitude da crise econômica. De bolha provocada pelo subprime e localizada nos EUA, passou a “turbulência global” e, hoje, recessão declarada na Europa, Japão e EUA, com temor de depressão na Grã Bretanha. Não descartada, ainda, para outros países do centro do sistema. É mundial e arrasta da China ao Canadá. Provoca reação das colônias francesas no Caribe ao leste europeu. Trata-se de uma crise clássica, provocada pela tendência à queda da taxa de lucro do capital, com sua conseqüente crise de super produção, que explode pelo seu elo mais fraco, a mega especulação nesta época de globalização financeira. Ficou evidente o quanto equivocados estavam aqueles que viam a globalização como uma nova fase de desenvolvimento do capitalismo e, no período anterior ao estouro da crise, sinais de uma longa fase de crescimento, à semelhança do ocorrido entre 48-67. E outros, ainda, que avaliaram ser a superexploração da mão de obra chinesa suficiente para estancar a queda da taxa de lucro e superar a crise crônica. Mesmo a incorporação dos mercados do leste europeu, da URSS e da China ao capitalismo não conseguiram por fim a esta crise. O fio de continuidade e o elemento determinante desde o fim do boom econômico do pós-guerra tem sido a crise e não a superação da mesma. E as recuperações, maiores ou menores acontecidas desde então, nunca conseguiram recuperar a taxa de lucro daquele período. As privatizações da década de 1990 também não foram suficientes para reverter a dinâmica. Na China, sobre a qual recaíam as esperanças de alguns, o crescimento para 2009 havia sido estimado, em queda, para 9% e, agora, aponta para um índice de 6,5%. Suas exportações caíram 25%, as importações 24%, o pacote anticrise ficou aquém do esperado. O que se discute é a possibilidade de manter o financiamento do déficit americano. Não só não foi suficiente instalar a grande manufatura chinesa, como, também, o imperialismo teve reveses políticos e militares importantes. Podemos afirmar que existe uma crise de dominação. O império americano vive o pior período de sua existência. Internamente, ressurgem as lutas sociais, como as greves dos imigrantes de 2006, começaram algumas greves operárias e a população votou em Obama expressando rejeição aos anos de Bush e anseios de mudança que com o novo presidente serão mais uma vez frustrados, uma vez que foi apoiado pelas grandes corporações capitalistas para afrontar com cara nova este período de crise. No plano internacional, a resistência afegã controla 70% do país, o Iraque transformou-se em um novo Vietnã. Na Palestina, segue de pé a resistência mesmo após os constantes ataques à Gaza. Israel sofreu uma derrota militar no Líbano em 2006. Na América latina, os EUA não conseguiram impor a derrota dos processos revolucionários e dos governos de Chávez na Venezuela e Morales na Bolívia. As teorias da nova ordem mundial e do triunfo do capitalismo são hoje insustentáveis. O imperialismo europeu, por sua vez, se depara com um movimento de massas que não ficou passivo à onda de retirada de direitos. Com vanguarda nas poderosas mobilizações da França, onde na próxima quinta feira acontecerá uma nova greve geral, a segunda em dois meses e que conta com o apoio da maioria da população. As lutas de resistência têm sido fundamentais para dificultar o aumento da superexploração no nível necessário para que saiam da crise e revertam a queda da taxa de lucro.


II - Mas, sem dúvida, as conseqüências do colapso neoliberal já são avassaladoras para a classe trabalhadora. Impossibilitados de deflagrar uma nova guerra mundial para a destruição em massa de forças produtivas, reforçaram sua “guerra” de classe contra os trabalhadores e os povos. Nos Estados Unidos, o desemprego é o pior desde a Segunda Guerra. E o fundo do poço ainda não chegou. Pesquisa feita pela Reuters indica que a taxa de desemprego dos EUA - atualmente em 8,1%, maior patamar em 25 anos - vai avançar para 9,6%, provavelmente no início do ano que vem. Agora, Obama anuncia injetar mais um trilhão de dólares na economia, dinheiro que deve ser sangrado para o sistema financeiro, enquanto milhares perdem suas casas, não têm acesso a programas de saúde e estão desempregados. Na Europa, os países do leste têm sido o elo mais fraco deparados com as conseqüências de uma integração rápida e voraz ao mercado capitalista, em muitos casos dependentes do capital especulativo. Na região, convulsões provocadas pela queda brusca de poder aquisitivo, desvalorização das moedas frente aos ataques especulativos, desemprego, corrupção e crise social, já provocaram a queda do governo da Letônia, ameaça de sublevação na Hungria e temores na Romênia e Lituânia. Em outra parte do continente, países considerados exemplos surpreendentes de desenvolvimento, como a Irlanda, sucumbiram. Na Espanha, é evidente o pessimismo governamental. É previsto um índice de desemprego para a casa dos 20% até o final deste ano. Na França, Sarkozy vê o apoio a seu mandato enfraquecido. A resistência organizada do movimento de massas tenta impedir um maior nível de ataque sobre a classe e setores da juventude. No Japão, onde já estava instalada uma séria crise, a contração da economia entre outubro e dezembro foi a pior em 35 anos e segue em deterioração, conforme seu banco central.


Na América Latina, a Argentina, um dos mais atingidos, deixa entrever possibilidade de novo default, igualmente com desgaste e confrontos com o governo. Cristina Kirchner sinaliza adiantar eleições como forma de driblar os problemas causados pela crise econômica. Na Venezuela, os trabalhadores realizam greves e enfrentam às multinacionais, apesar da repressão e assassinato de dirigentes operários. Exigem seus contratos coletivos de trabalho, desrespeitados por empresários e governo, especialmente no setor estatal.


III- No Brasil, a crise aumenta. Uma queda “muito grande do PIB” foi a exclamação da pré-candidata do governo, Dilma Roussef. Por seu turno, Lula declarou “não esperar que os números fossem tão ruins”. Em comparação com vários países, entre os quais Alemanha, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Japão, Canadá, China, México e Coréia, o Brasil foi o que apresentou maior retração acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) desde o início da desaceleração mundial. Não se confirmou a crença - de setores da esquerda, inclusive -, sobre a qual o Brasil, sob a Era Lula, tinha novos fundamentos. Tão diferenciados que possibilitariam ficar fora da crise ou... Que fosse apenas uma “marolinha”. Uma pesquisa da CNI mostrou que, entre as 431 empresas consultadas, 80% disseram ter adotado alguma ação em relação a seus trabalhadores por conta da crise. Desse total, 54% (43% do total de entrevistados) informaram ter demitido empregados ou suspendido serviços terceirizados.

As indústrias de São Paulo fecharam cerca de 200 mil postos de trabalho desde outubro de 2008 até fevereiro deste ano. O valor é seis vezes superior ao verificado no mesmo período entre 2007 e 2008.


IV - A política do governo em nada alterou o substancial, ao contrário, manteve a extrema subordinação ao capital financeiro e às multinacionais. A opção de preservar os negócios do grande capital mantém-se presente nas ações do governo em resposta à crise. O economista e professor da UFRJ, Reynaldo Gonçalves comenta: “... o governo Lula – via Tesouro e BNDES – usa os escassos recursos nacionais para financiar as filiais de empresas estadunidenses que atuam no Brasil, e que continuarão enviando bilhões de dólares para as suas matrizes.” Benesses, conivência com empresários, nenhuma medida concreta para defender os milhares de empregos ameaçados. Se alguém duvidava, a resposta de Lula, na ocasião da conversa com o diretor da Embraer, para discutir as 4.200 demissões anunciadas, foi clara: Declarou compreender as razões da medida brutal adotada contra os metalúrgicos. Apesar das declarações sobre a manutenção de programas sociais e obras do PAC, o governo já anunciou corte de 45 bilhões no orçamento, cuja conseqüência é direta nos repasses para saúde, educação, acordos salariais dos servidores, estados e municípios. A crise social agrava-se no país. A violência urbana, o drama dos hospitais, do SUS, como em Alagoas, da educação, como no RS, a desassistência social. Somente na capital paulista a Prefeitura decretou o congelamento do orçamento - 20% -, o maior dos últimos anos, chegando a 5,5 bilhões. Enquanto isso, Lula mantém a pressão do superávit para cumprir os juros dos banqueiros, que somente em 2007 drenaram 237 bilhões de dólares.


V - Com o propósito de desviar o foco da crise e das demissões, e para fortalecer sua candidata, Lula colocou em marcha o calendário das eleições 2010. Como se nada estivesse acontecendo, saiu pelo país, usando a máquina do governo, para fazer campanha de sua candidata e Chefe da Casa Civil. No Congresso, para manter sua base, articulou a eleição de Sarney, negociação da qual resultou o ressurgimento, com holofotes, de ninguém menos do que Fernando Collor, o novo gerente do PAC. A reação tucana e dos partidos da oposição de direita, como o DEM, com vistas a entrar em condições na disputa presidencial vem em ritmo crescente. Aproveitam para fustigar o governo, apostando numa dificuldade maior de crescimento eleitoral de Dilma, pois esta não é Lula. Querem ganhar mais espaço no páreo para 2010 a partir da possibilidade de desgaste do governo. Desgaste pela crise, ou provocada com denúncias. Nesse contexto, podemos compreender o “surgimento do caso do diretor-geral da Câmara e sua mansão”, ou do nepotismo disfarçado de terceirização, e mesmo o do celular pago pelo Congresso para viagem da filha do Senador petista Tião Viana. O certo é que, ainda que num terreno difícil para a oposição de direita, já que todos chafurdam na lama da corrupção e privilégios com dinheiro público, as denúncias acirram as contradições, e aprofundam o descrédito da população em relação ao Congresso Nacional.


VI – A onda de denúncias sobre benesses e privilégios de todos os tipos, com foco no Senado da República, tem provocado a rejeição por parte do povo. Da mesma forma, assume relevância a defesa do Delegado Protógenes, que botou a descoberto o caso do banqueiro ladrão - Daniel Dantas. O jornalista Luis Nassif destaca, em coluna intitulada “O Sistema Brasileiro de Inteligência e o jogo político” como o caso do Banco Opportunity, entre outros, demonstrou uma ampla cumplicidade entre autoridades e transgressores, na verdade uma rede de controle do Estado, desde FHC, envolvendo o governo Lula por meio de José Dirceu e Palocci quando à frente do Ministério da Fazenda. A cumplicidade em relações de corrupção, as quais envolvem os principais políticos do país, as instituições, os partidos, o governo, o judiciário, numa verdadeira organização criminosa, provoca, desses, a reação para, por exemplo, indiciar Protógenes. Nesse marco, de defesa do status quo, está a tentativa de amordaçar o PSOL, como a representação do PSDB contra Luciana ou a tentativa de enlamear Chico Alencar.


VII – O PSOL tem perdido a oportunidade de, a partir desse cenário, levantar as propostas do partido para responder, política e globalmente, ao problema da corrupção nas instituições. O próprio José Sarney reconhece que, desde o início de seu mandato à frente do Senado, este vive mergulhado em uma crise (agora é o problema dos 181 diretores). Por todos os lados, começa o questionamento sobre a existência dessa verdadeira excrescência aristocrática do regime democrático burguês. Como resposta ao ódio crescente frente às denúncias de nepotismo disfarçado, contratações milionárias, etc., nosso partido deveria colocar no centro uma forte denúncia do regime e levantar um conjunto de medidas radicais, tais como: a extinção do Senado e a defesa da Câmara Única proporcional, os salários de parlamentares e cargos eletivos definidos em consulta direta pela população e sua vinculação ao salário mínimo, eleições diretas para membros do Tribunal de Contas e juízes dos tribunais, além do financiamento público, restrito e igualitário das campanhas políticas. Porém, o PSOL dilui o problema político em iniciativas dirigidas a Jarbas Vasconcellos, reuniões com Pedro Simon, articulações pontuais sobre a Reforma Política. E, a mais grave delas, votar nos candidatos do PT e PCdoB, Tião Viana e Aldo Rebelo, para as mesas do Senado e da Câmara dos Deputados, fato sobre o qual já enviamos um texto. Deixamos de apresentar, dessa forma, uma denúncia contundente e uma alternativa global, levando ao questionamento mais profundo desses podres poderes. E o pior, numa conjuntura em que não só isto é uma exigência, mas na qual seríamos compreendidos e apoiados por amplos setores do povo.


VIII - É urgente rever o eixo político do partido. É preciso responder à crise capitalista em nosso país. Pelo mundo, as mobilizações, com destaque para a retomada da greve geral como forma de luta, mostram que é possível lutar e resistir. Sobretudo na Europa, com diferentes níveis nos diversos países e continentes, mas que demonstra haver disposição para resistir à tentativa de fazer com que os trabalhadores paguem pela crise. Fora a França, que como já afirmamos está na vanguarda, na Itália e na Grécia também houve greves e manifestações importantes. Do Japão às colônias francesas do Caribe e do oceano Índico, noticiam-se mobilizações. Em Guadalupe e Martinica, uma greve geral obteve conquista. Em 11/03, no blog do Le Monde Diplomatique, foi destaque artigo intitulado “A Europa veste camisa-de-força” onde se chamou atenção para os exemplos da Letônia, onde o governo já caiu; Lituânia, Estônia, Hungria e Romênia, os quais, em breve, podem viver insolvência financeira, dramas sociais e turbulências políticas. Em nosso país, o papel da CUT e da Força Sindical está na base dos fatores que explicam a inexistência, até este momento, de um processo de lutas unificado e a persistência de uma conjuntura da luta de classes em defasagem clara se comparada com outros países. A aceitação dos acordos de rebaixamento salarial tem deixado os trabalhadores órfãos frente às demissões. Contudo, o caminho apontado na Vale, em Minas Gerais, e a recusa a negociar demissões do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, são fatos da realidade nos quais devemos nos apoiar para buscar forjar todas as ações unitárias que possam dar ânimo ao movimento para resistir. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos levantou um conjunto de reivindicações - da defesa do emprego à exigência da reestatização da EMBRAER. A justiça que havia suspendido as demissões, resolveu mantê-las em julgamento no TRT nesta quarta-feira. Está, concretamente, colocado ao PSOL apoiar e trabalhar unitariamente para frear o ataque brutal.


IX - Mas, para que o PSOL esteja à altura do desafio central da conjuntura, é preciso uma VIRADA na orientação política de setores da direção, em especial, a que os companheiros do MES e do MTL estão impondo ao partido. A definição do FSM em Belém, de realizar um ato unitário, cuja data, agora, será 30/03, deve ser incorporada com toda a força desde os quadros dirigentes do PSOL. Não é possível, que frente à crise, a resposta do PSOL seja um ato que na sua data colide com aquela que unificou a maior parte das entidades e movimentos sociais, e que tenha como eixo a luta contra a corrupção.


Nosso centro deve ser intervir com nossos sindicalistas, parlamentares e militância, nas iniciativas de unidade da Conlutas/Intersindical, em conjunto com outros setores do movimento. A política de ações superestruturais e institucionais, com centro no Congresso, no eixo quase exclusivo da corrupção, faz o PSOL perder sua identidade e resumir sua atuação numa “nova versão mal formulada, já analisamos, da ética na política” antiga marca do PT. Ao contrário, do votado em 14/12, na Executiva Nacional, na prática, o eixo do partido não foi de lá para cá, dar a resposta à crise. Nem no terreno programático, nem no terreno da mobilização. Segue tendo como centro absoluto a corrupção e a reforma política. Dessa forma, estamos deixando de disputar no terreno político a construção da alternativa à crise sob o ponto de vista da maioria explorada. O mesmo ocorre com a atividade marcada para o Rio de Janeiro em 2/04. A realidade, afortunadamente, após a indicação desta data para um ato movido pelo PSOL, apontou para a unificação de forças com outros setores, antes em 01/04, agora em 30/03. As ações do PSOL têm que estar coladas nos processos dinâmicos que ajudam na reorganização das forças para a luta de classes. Não se contrapor a essas iniciativas. Foi proposto adiar o ato do PSOL, o qual se vê, claramente, que, embora chamado contra a crise, caso prevaleça a política do MÊS/MTL, terá como eixo a defesa de Protógenes e a corrupção. É um erro, que dispersa as forças e nos mantém de costas para o problema das demissões e da crise. A corrupção, o fato do delegado que denunciou a Daniel Dantas esteja sendo alvo de ataques e a Reforma Política, são problemas importantes. Devem ser combatidos pelo Partido. Mas, resta saber com quem queremos combatê-los, em qual terreno e em qual posição frente ao movimento de massas pretendemos fazê-lo. Da mesma forma, não se vê uma palavra de denúncia do governo Lula. Lula traz de volta Fernando Collor e o promove a “vampiro para tomar conta do banco de sangue”, nomeado gerente do PAC. Lula pactua com as demissões na Embraer, somente recebe aos trabalhadores após serem rechaçados pela guarda do Planalto, destina bilhões para salvar bancos e multinacionais e mantém um torniquete fiscal brutal para pagar juros ao sistema financeiro, piorando a grave crise social do país. E do PSOL, nenhuma vírgula de denúncia sobre o governo Lula nos panfletos e cartaz de convocatória para o ato de 2/04, por exemplo. Seguimos privilegiando a ação institucional, sem nem mesmo levantar o programa votado de saída para a crise na reunião da Executiva.


X- A necessidade objetiva de responder às demissões já demonstrou o acerto do chamado aos atos do próximo dia 30. Não à toa, setores da CUT e do MST irão participar nos estados, com destaque para SP. Não pode haver outra prioridade para o PSOL! É fundamental saber a hierarquia dos problemas a enfrentar na conjuntura para que sejamos de fato a alternativa de oposição de esquerda. A recusa por parte do MÊS/MTL e a forma como estão encaminhando o ato previsto para 2/4 no Rio, cujo eixo foi modificado de forma unilateral, acabarão confundindo a militância psolista, pois todos sabemos o quanto difícil será mobilizar nossos companheiros para duas atividades tão próximas no calendário. Ao invés de discutirem com o partido, impõem seus fatos consumados e jogam para a militância uma contradição, pois terá que dividir suas forças. Repetimos: frente à realização de uma ação unitária com as demais organizações da classe, não há outra prioridade, a nosso ver, para o PSOL, com vistas a passos de maior fôlego na resistência às demissões e às ameaças sobre salários e direitos. O contrário é fazer das ações midiáticas e limitadas ao aspecto democrático da luta contra a corrupção a trilha para seguir o caminho proposto pelo governo – adiantar, também para o PSOL, o calendário eleitoral, com o único objetivo (por parte do governo) de jogar uma cortina de fumaça sobre a crise e suas conseqüências nefastas para os trabalhadores. Soubemos pela troca de e-mail que o PSOL está convocando caravanas para ir ao depoimento do delegado Protogenes, aparecem cartazes, out dor e caravanas (saem de aonde? Qual o orçamento e que instância o aprovou?) em nome do PSOL para escutar no RJ Heloísa Helena e Protogenes, mas não existe nenhuma iniciativa, cartaz, caravana, orçamento nem out dor do PSOL com algumas das consignas votadas na ultima reunião do Executivo, chamando a unificar no ato do dia 30 para enfrentar o governo Lula que pretende que a crise a pague o povo.


Por isso, assim como rechaçamos o método do fato consumado que já o MES impôs ao pedir e receber o dinheiro da multinacional GERDAU, devemos adiar o ato do partido, que terá que ter seus eixos rediscutidos, e colocar todas as forças e recursos, com out dor, panfletos, caravanas para garantir uma forte presença partidária nos atos unitários do dia 30 de Março.


Rio de Janeiro, 18 de março de 2009.


Após o debate, na hora da votação dos textos, modificamos a proposta para o Ato do dia 02/04, uma vez que não houve condições para adiar o ato. Incluímos assim a proposta que o chamado ao ato, sua divulgação, material gráfico e o próprio ato, fosse realizado nos moldes do discutido na reunião do Executivo de 14/12: Seu eixo contra que os trabalhadores paguem pela crise – A participação, oradores, etc. devem refletir este conteúdo, incorporando é claro, a luta contra a corrupção.


Babá e Silvia Santos – Executiva Nacional
Data de Publicação: 25/5/2009 21:50:31 em www.cstpsol.com

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A tragédia não pára - Gripe do porco mata mais um


A tragédia não pára. O que parecia estar distante e além da realidade de muitos brasileiros, hoje é a expressão de desespero e pânico que acomete a população em vários municípios do estado do rio Grande do Sul e nas localidades e nos estados onde tem surgido casos da gripe suína. No Pará, vergonhosamente a SESPA anunciou sua incapacidade de conter a ampliação de pessoas infectadas, e já existem 22 casos confirmados.

Também pudera, no Brasil, doenças como a dengue, que o sanitarista Oswaldo Cruz desenvolveu uma política capaz de erradicar do mapa brasileiro, voltaram a surgir na década de 1970, e nesses últimos anos tem matado mais que infarto e/ou câncer. Expressão maior de subdesenvolvimento e de miséria não pode haver. Doenças tropicais são cada vez mais comuns por aqui. Basta darmos uma olhada nas periferias, onde a ausência de políticas de prevenção, educação em saúde e saneamento básico são pra lá de conto de fadas.

Em pleno século XXI apenas 3% (isso mesmo, só 3%!)da cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará tem saneamento básico. Não poderia dar em outra: postos de saúde, hospitais de pronto-socorros, etc. abarrotados com pacientes em crise devido a situação de risco em que vivem.

Enquanto a mídia tenta transformar Lula em uma espécie de jornalista popstar acima da crise, ela mesma mídia burguesa encobre que Lula é o comandante deste país e responsável por essa tragédia.

A cara de pau do governo Lula é tão grande, que de forma pra lá de eleitoreira, ele solicitou a retidade do PAC dos cálculos do superávit primário (economias que o governo faz nas áreas sociais para enviar dinheiro para os parasitas do sistema financeiro, através do pagamento de serviços da dívida: juros e amortizações), isso porque a compra de votos, ou seja, a corrupção institucionalizada já anda a largos passos. Mas da área da saúde, que há muito anda na UTI, ou da educação Lula não fez qualquer menção para retirá-lo dessa terrível ação de rapina que rouba dinheiro público para saciar a sede de rapina da banca internacional.

Está mais do que na ordem do dia, a necessidade de exigirmos o fim do superávit primário, o fim da abominável Lei de Responsabilidade Fiscal (que determina por exemplo, que não pode haver melhores salários ao funcionalismo) - pela adoção da Lei de Responsabilidade Social, bem como o fim da Desvinculação das Receitas da União (que desgraçadamente retira 20% do orçamento da saúde, educação, segurança, moradia e emprego. Tudo para o pagamento dos famigerados serviços da dívida).

Unidos pra Lutar contra a crise que os ricos e poderosos criaram!
Não ao pagamento da imoral dívida pública (interna e externa)!


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pacientes agonizam sem atendimento em Belém



Segue a rotina de caos na saúde de Belém e do Pará.

Três horas. Este foi o tempo que uma criança recém-nascida passou peregrinando pelos hospitais de Belém para conseguir atendimento de urgência. A menina foi encaminhada para Belém do município de Tomé-Açu, no nordeste paraense, após os médicos do município constatarem má formação dos órgãos.

Ao chegar à capital, a ambulância seguiu para a Santa Casa de Misericórdia, referência em atendimento pediátrico no Estado. No entanto, não foi recebida, com a justificativa de que não havia leito e nem atendimento pediátrico.

“Eles disseram que não tinham como receber porque não tinham onde colocá-la. Fomos para o Pronto Socorro Municipal da 14 de Março. Lá a pediatra até avaliou, mas disse que se ela entrasse iria ficar em um corredor, na maca, e corria risco de adquirir uma infecção. Tentamos no Gaspar Viana, mas também não tinha leito”, afirmou a técnica de enfermagem que acompanhou a criança, Tarciane Fernandes. Ela temia pela vida da recém-nascida.

INFECÇÃO

“Essa criança não vai resistir, ela já está fraca e as vísceras estão todas expostas, correndo o risco de pegar uma infecção. Ela vai morrer dentro da ambulância. Nós fomos em vários hospitais, mas dizem que a Santa Casa que é referência”. Já sem esperanças, a mãe da recém-nascida, Maria Vitalina da Silva, de 14 anos, pediu ajuda à imprensa, que acompanhou mais uma tentativa de atendimento na Santa Casa.

Já em frente ao hospital, a equipe do DIÁRIO foi informada de que não havia atendimento de urgência pediátrica aos sábados e domingos. “Não tem vaga para essa criança e nós não temos atendimento para crianças hoje, apenas para obstetrícia”, afirmou o inspetor de segurança da Santa Casa, de prenome Lourival.

>> Postos de saúde sem médicos

O inspetor disse que foi designado pela coordenadora do plantão, Socorro Ruiva, para informar à imprensa que quando o hospital de Tomé-Açu contatou a Santa Casa para a internação da criança, o município foi informado de que não havia vaga e nem atendimento médico no domingo.

“Como é que a criança vai poder esperar um leito vagar. Não tem como. Ela está há duas horas dentro da ambulância nesse calor e sem oxigênio. Já está ficando fraca demais”, reclamou Tarciane Fernandes.

Sem alternativa, às 16h, a técnica decidiu retornar ao Hospital Gaspar Viana, onde finalmente conseguiu internar a criança.

Segundo a médica de plantão, Milena Matos, o estado de saúde da criança é estável. “É um bebê prematuro, mas a mãe não sabia porque na ultrassonografia estava aparentemente normal. Agora ela está aguardando uma cirurgia para correção da evisceração (vísceras expostas), porque ela não formou o aparelho abdominal”, explicou a médica.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

UNIDADES

Nos postos de saúde, a situação não era diferente. Antônio de sena Pereira Rodrigues, 42 anos, estava com fortes dores na coluna e foi tentar atendimento no posto de saúde da Marambaia, mas, quando chegou, encontrou apenas seguranças informando que não havia médico.

“Mandaram eu procurar outras unidades. Fui à da Sacramenta, mas lá estava tudo fechado e escuro. De longe o guarda só acenou dizendo que não tinha médico”, contou.

Em nota, a Sesma disseque “não procede a denúncia da falta de médico na Unidade Municipal de Saúde da Marambaia. Até as 19 horas foram realizados 87 atendimentos no setor de urgência e emergência da unidade”. Em relação à unidade da Sacramenta, a Sesma informa que houve um atraso na troca do plantão médico. O profissional deveria estar na unidade às 19h e chegou às 19h45.

(Diário do Pará)
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Esta imagem de horror é de uma criança que se afogou, chegou ainda com vida ao Pronto Socorro da 14 Março, o maior do Estado, mas não resistiu, pois devido a falta de uma sonda específica que pudesse ser usada para salvar a vida da criança, os profissionais tiveram que usar uma outra, mas o óbvio aconteceu. Mais uma pessoa que teve o curso de sua vida cortada por falta de investimentos na saúde. Para piorar ainda mais, o corpo da criança fora deixado, como atesta a imagem, em uma pia do Pronto Socorro. Um verdadeiro crime contra a dignidade da pessoa humana.

Precisamos fazer muito barulho para acabar com essa situação de barbárie a que é submetida a maioria dos paraenses. Só a organização e luta dos trabalhadores e do povo pobre imporá uma mudança nesse quadro.
Cadeia para Duciomar Costa e toda a sua panelinha, já!!

Farra com o dinheiro do contribuinte - o caso do coronel


Do blog de Lúcia Hipólito

As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.

Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado.

Culpa da burocracia do Senado.

Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral.

Culpa do contador.

Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá.

Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.

Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.

Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.

Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney.

Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.

Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.

Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado.

Não é um fofo?

Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram... desviados.

Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas.

Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação.

Culpa dos administradores.

E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina.

Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.

Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.

Tal como os dinossauros.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Só a luta muda a vida - polêmica com Lúcio Flávio Pinto



Em seu JP (Jornal Pessoal) da segunda quinzena de maio de 2009, o jornalista Lúcio Flávio Pinto - LFP deixou extravasar uma grande contradição de sua análise. Esse número do JP trouxe como matéria de capa uma extraordinária e profícua análise sobre o nosso intendente municipal, o Duciomal Costa, bem como fez uma boa exposição e discussão do caos na saúde em nosso município e estado.

Com todo respeito à luta e ousadia do jornalista, que coerentemente vem denunciando há anos o saque que empresas (como a Vale do Rio Doce) sob as bênçãos de nossos subservientes mandatários submetem o Pará e sua população; Lúcio Flávio foi infeliz nesse artigo. Ele afirma que os trabalhadores que ocuparam os canteiros de obras de ampliação das eclusas de Tucuruí/PA fizeram um crime, portanto, "A ação tinha clara caracterização como abusiva. Mesmo sujeita a excessos e erros, a ação do governo foi, desta vez, legítima e legal." (JP - 2ª Quinzena de maio).

LFP acha positivo que homens e mulheres que nunca roubaram, mataram, ou desviaram recursos públicos sejam "presos e imediatamente transferidos para Belém e autuados no inquérito policial". Esses homens e mulheres foram tratados com a maior truculência, desrespeito aos Direitos Humanos e jogados em um presídio de segurança máxima no entorno da capital paraense. Pela primeira vez, o governo de Ana júlia foi ao limite, indiciando aqueles que lutam por justiça social. Utilizou a polícia militar do Pará, que mundialmente é reconhecida por sua truculência e intolerância, humilhou, e jogou esses 18 lutadores sociais em Americano.

O jornalista constrói um mixto de contradições nesse artigo. Obviamente que o primeiro deles é reconhecer alguma legalidade na ilegal ação do governo. Segundo, é não problematizar qualquer motivo que possa ter levado o Movimento de Atingidos por Barragens a ocupar as eclusas, mas o pior é a saída apresentada pelo jornalista a esses trabalhadores. Ele os convoca a assumir seu "niilismo": "Parece que, independentemente do objetivo a alcançar e do estado de coisas contra o qual se insurgem, estão enfrentando um governo (ou um establishment) de exceção, ou mesmo uma ditadura, que se movimenta à margem - e acima - da lei". Segundo se pode deduzir da construção desse artigo de LFP é o fato de que contra essa "didadura" nada se pode fazer.

E pior! Lúcio em um vai e vem sem sentido e paradoxal deixa seu conceito de ditadura reinante hoje e convida o movimento paredista a aceitar esse estado de coisas, o qual os relegou a essa condição de desumanidade: "O parâmetro legal precisa ser considerado e respeitado, ainda quando para questioná-lo ou negá-lo. E não esses movimentos partirem do pressuposto errado, de que não há um regime legal e democrático estabelecido no país.". Quanta confusão...

Nós estamos lado a lado com os atingidos de barragens e com todos aqueles que reclama justiça social nesse país. Esse "parámetro legal" que o jornalista tanto reivindica, é o mesmo que o condenou dia 06/07/2009 a pagar uma absurda idenização por danos morais ao milionários Maioranas. Lúcio foi vítima da "ditadura" das elites, e inclusive a justiça serve à esse propósito. E seja onde for, se há ditadura a única altrnativa é a luta. Na história da humanidade nenhuma conquista veio para os trabalhadores sem que esses questionassem e se enfrentassem contra o "establishment". Lúcio fala muito, mas convida a todos a se apaziguarem e aceitar as decisões injustas dos donos do poder. Lúcio reagiu com "estupefação, perplexidade e indignação a sentença que ontem (dia 06/07/2009)[lhe] impôs o juiz Raimundo das Chagas", mas espera que esses homens e mulheres, que desde a construção dessa famigerada usina, aceitam a pobreza e a miséria que dela emanaram... Muita contradição...

Assim como a justiça erraou multando o nobre jornalista por ter a valentia de emitir sua opinião e tentar furar o cerco da ditadura da informação nesse estado e país. Assim também agiram certos os ocupantes da eclusa de Tucuruí. Não podemos mais aceitar a criminalização evidente e escancarada que desferem contra os movimentos sociais os governos de Lula e Ana Júlia Carepa. Só a luta muda a vida, e quem luta pela vida não é criminoso. Diferente de LFP não vejo nos 16 homens e nas 02 senhoras presos ndurante a ocupação do canteiro de obras da eclusa, prsos comuns. Foram presos políticos, ameaçados por esse governo da traição e colocados nas selas onde deveriam estar os novos aliados do Partido dos Trabalhadores. Na penitenciária de Americano deveria estar Almir Gabriel por ter autorizado em 1996 a Chacina de Eldorado dos Carajás. Lá deveria estar Jáder Barbalho por desviar recuros do Banpará e da Sudam. Lá deveriam estar os que geraram p caos que precisamos viver todos os dias nesse estado e país.



Todo apoio ao MAB!!
Pela não construção de Belo Monte!
Não à criminalização dos movimentos sociais!