segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pacientes agonizam sem atendimento em Belém



Segue a rotina de caos na saúde de Belém e do Pará.

Três horas. Este foi o tempo que uma criança recém-nascida passou peregrinando pelos hospitais de Belém para conseguir atendimento de urgência. A menina foi encaminhada para Belém do município de Tomé-Açu, no nordeste paraense, após os médicos do município constatarem má formação dos órgãos.

Ao chegar à capital, a ambulância seguiu para a Santa Casa de Misericórdia, referência em atendimento pediátrico no Estado. No entanto, não foi recebida, com a justificativa de que não havia leito e nem atendimento pediátrico.

“Eles disseram que não tinham como receber porque não tinham onde colocá-la. Fomos para o Pronto Socorro Municipal da 14 de Março. Lá a pediatra até avaliou, mas disse que se ela entrasse iria ficar em um corredor, na maca, e corria risco de adquirir uma infecção. Tentamos no Gaspar Viana, mas também não tinha leito”, afirmou a técnica de enfermagem que acompanhou a criança, Tarciane Fernandes. Ela temia pela vida da recém-nascida.

INFECÇÃO

“Essa criança não vai resistir, ela já está fraca e as vísceras estão todas expostas, correndo o risco de pegar uma infecção. Ela vai morrer dentro da ambulância. Nós fomos em vários hospitais, mas dizem que a Santa Casa que é referência”. Já sem esperanças, a mãe da recém-nascida, Maria Vitalina da Silva, de 14 anos, pediu ajuda à imprensa, que acompanhou mais uma tentativa de atendimento na Santa Casa.

Já em frente ao hospital, a equipe do DIÁRIO foi informada de que não havia atendimento de urgência pediátrica aos sábados e domingos. “Não tem vaga para essa criança e nós não temos atendimento para crianças hoje, apenas para obstetrícia”, afirmou o inspetor de segurança da Santa Casa, de prenome Lourival.

>> Postos de saúde sem médicos

O inspetor disse que foi designado pela coordenadora do plantão, Socorro Ruiva, para informar à imprensa que quando o hospital de Tomé-Açu contatou a Santa Casa para a internação da criança, o município foi informado de que não havia vaga e nem atendimento médico no domingo.

“Como é que a criança vai poder esperar um leito vagar. Não tem como. Ela está há duas horas dentro da ambulância nesse calor e sem oxigênio. Já está ficando fraca demais”, reclamou Tarciane Fernandes.

Sem alternativa, às 16h, a técnica decidiu retornar ao Hospital Gaspar Viana, onde finalmente conseguiu internar a criança.

Segundo a médica de plantão, Milena Matos, o estado de saúde da criança é estável. “É um bebê prematuro, mas a mãe não sabia porque na ultrassonografia estava aparentemente normal. Agora ela está aguardando uma cirurgia para correção da evisceração (vísceras expostas), porque ela não formou o aparelho abdominal”, explicou a médica.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

UNIDADES

Nos postos de saúde, a situação não era diferente. Antônio de sena Pereira Rodrigues, 42 anos, estava com fortes dores na coluna e foi tentar atendimento no posto de saúde da Marambaia, mas, quando chegou, encontrou apenas seguranças informando que não havia médico.

“Mandaram eu procurar outras unidades. Fui à da Sacramenta, mas lá estava tudo fechado e escuro. De longe o guarda só acenou dizendo que não tinha médico”, contou.

Em nota, a Sesma disseque “não procede a denúncia da falta de médico na Unidade Municipal de Saúde da Marambaia. Até as 19 horas foram realizados 87 atendimentos no setor de urgência e emergência da unidade”. Em relação à unidade da Sacramenta, a Sesma informa que houve um atraso na troca do plantão médico. O profissional deveria estar na unidade às 19h e chegou às 19h45.

(Diário do Pará)
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Esta imagem de horror é de uma criança que se afogou, chegou ainda com vida ao Pronto Socorro da 14 Março, o maior do Estado, mas não resistiu, pois devido a falta de uma sonda específica que pudesse ser usada para salvar a vida da criança, os profissionais tiveram que usar uma outra, mas o óbvio aconteceu. Mais uma pessoa que teve o curso de sua vida cortada por falta de investimentos na saúde. Para piorar ainda mais, o corpo da criança fora deixado, como atesta a imagem, em uma pia do Pronto Socorro. Um verdadeiro crime contra a dignidade da pessoa humana.

Precisamos fazer muito barulho para acabar com essa situação de barbárie a que é submetida a maioria dos paraenses. Só a organização e luta dos trabalhadores e do povo pobre imporá uma mudança nesse quadro.
Cadeia para Duciomar Costa e toda a sua panelinha, já!!

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