Há alguns anos, o presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney escreveu um livro chamado O Dono do Mar. Mais direto impossível: O Dono do MarANHÂO. Mas a sede de rapina e violência da família Sarney não se restringiu ao Maranhão, como todo mundo sabe, ela vai mais além.O Senado exemplifica muito a cultura reacionária e funesta da burguesia brasileira, que não tem qualquer milindre em assaltar os cofres públicos. Não à toa, o senador Sarney há muito vem controlando outro Estado da Federação: o Amapá, bem como o próprio Senado que tem o orçamento anual maior do que o orçamento de 23 (vinte e três) capitais brasileiras. Um verdadeiro crime!
Enquanto isso o Maranhão, Amapá, e o Brasil vivem as mazelas na saúde, educação, moradia e segurança decorrentes da patifaria e roubalheira praticadas por esses senhores oligarquas.
Se o povo de fato conhecesse a biografia desses sem vergonhas, certamente eles não estariam mais lá!
Abaixo, publico um texto de Curitiba, sobre como esses senhores se apoderam não só dos recursos públicos, mas também buscam referendar seus poderes impondo seus nomes a prédios e logradouros públicos.
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Do blog cartunista solda
Em respeito à biografia de Sarney, Curitiba deveria atender ao apelo do presidente Lula e prestar homenagem à memória do patriarca maranhense. O título de cidadão honorário é modesto, melhor seria denominar uma rua com o nome de Ribamar. Se avenida é demais para a discrição curitibana, um humilde beco seria de bom tamanho.
Curitiba guarda com reverência as palavras do presidente: "A única coisa que eu peço é que o Ministério Público tenha o direito e a obrigação de agir com o máximo de seriedade, não pensando apenas na biografia de quem está investigando, mas na biografia de quem também está sendo investigado. No Brasil, às vezes, a pessoa é condenada antes, dependendo da carga da manchete da imprensa".
Neste momento constrangedor da ilustre carreira de José Sarney, devemos atender ao apelo do presidente para contradizer o julgamento de Nelson Rodrigues: "O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte". Em respeito ao bigode do senador, Curitiba deve batizar um de seus logradouros públicos com o nome de Ribamar. Especialmente agora, quando no Maranhão a própria família do ex-presidente se preocupa em retirar o nome de parentes e aliados de logradouros públicos. Que não são poucos, ocupam meia lista telefônica.
Em meio a tantas notícias desabonadoras, a governadora do Estado, Roseana Sarney, enviou ofício ao Tribunal de Contas solicitando a retirada de seu nome do prédio da instituição. O edifício foi construído em 2002, durante seu segundo mandato estadual. Roseana assinou o ofício com lágrimas nos olhos, por força de duas recentes decisões do Tribunal de Justiça do Maranhão, que determinaram a retirada dos nomes de políticos vivos (e ladinos) de logradouros públicos, com o argumento de desrespeito ao princípio constitucional da "impessoalidade".
E mais: a Justiça do Maranhão mandou retirar o nome do ex-governador e atual ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, de uma avenida e de uma escola pública no centro de São Luís. Também foi determinada a retirada do nome do vice-governador, João Alberto (PMDB), do Centro de Processamento de Dados do Estado. Em abril, a Justiça já havia mandado retirar o nome de Roseana Sarney da Passarela do Samba. Na década de 90, o prédio do Tribunal Regional do Trabalho em São Luís foi batizado com o nome do senador José Sarney.
No Maranhão, o melhor do Carnaval acontece nas inaugurações de obras públicas de nome Sarney: Vila Sarney Filho, Favela Sarney Sobrinho, Ocupação Sarney Genro, Pinguela Sarney Neto, e a ponte mais famosa de São Luís, inaugurada nos anos 60s com o nome de José Sarney, com uma festa que durou sete dias e sete noites.
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"O brasileiro é um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Nossa tragédia é que não temos um mínimo de autoestima", proclamava também Nelson Rodrigues (o único brasileiro que, mesmo com problemas de visão, enxergava o verso e o reverso da bandeira nacional).
Curitiba não vai cuspir na biografia de José Sarney, justo neste momento em que Lula e Dilma Rousseff agendaram uma visita de apoio ao pai de Roseana. Para compensar as perdas do Maranhão, onde a família e os afilhados estão sendo expurgados do bronze, pelo menos numa plaquinha de alumínio haveremos de perpetuar a dinastia. Se avenida não temos disponível (no momento a fila é grande), que seja um humilde beco.
O Beco do Mijo, por exemplo. Nos fundos da Catedral Metropolitana, é lá que o povo descarrega os pecados da bexiga. É pequeno, escuro como os corredores do Senado, com o cheiro do gabinete secreto onde despachava o ex-diretor Agaciel Maia, mas nem por isso deixa ser uma justa homenagem à altura da biografia ilustre: Beco do Ribamar.
Porém, para não ofender o bispo e que Deus não nos castigue, só mudaremos o apelido. O nome continua o mesmo: Travessa Padre Júlio de Campos.
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