quarta-feira, 8 de julho de 2009

Afasta de mim esse cálice



Por Marcus Benedito

Diz um provérbio chinês que a palavra não é lâmina, mas fere como aço. As elites brasileiras reconhcendo isso, reagem com a mais pura e inconteste violência contra os que ousam os criticar. A recente agressão sofrida pelo Repórter Danilo Gentili do multinacional CQC (Tv Band) é sintomático na política brasileira. Ao se aproximar do corrupto senador José Sarney e tentar interpelá-lo os seguranças do senador impediram e como se não bastasse, agrediram ao repórter. Assista ao vídeo da agressão.

Nossas elites tupiniquins, os mantenedores do voto do cabresto, do coronelismo sui generis das novas oligarquias regionais, aliada ao descaramento das velhas oligarquias, sempre deixaram claro que não toleram a crítica. A marca da intolerância, do impedimento da liberdade de expressão e do direito dos brasileiros à informação não é circunstancial na cultura brasileira. Uma das explicações deve-se ao fato de que nossa burguesia sempre precisou manter e cultivar as aparências. Daí a enorme quantidade de magnatas e suas dondocas que estão deformados em função de infindáveis cirurgias estéticas faciais... Tudo pelo amor à aparência.

Quando alguém ousa dizer o óbvio, criticar os absurdos cometidos por essas elites, eles reagem das formas mais violentas possíveis. Para isso se valem da in-Justiça brasileira, ou vão às vias de fato. Por conta de um artigo (O Rei da Quitanda) do "minúsculo" Jornal Pessoal (o prórpio jornalista LFP usa esse adjetivo) sobre o monopólio das comunicações no Pará, o herdeiro do império das comunicações no Estado, Ronaldo Maiorana e seus dois seguranças, partiram para a agressão contra o jornalista.

O pitboy Ronaldo Maiorana e seus seguranças, sem o menor pudor por estar em um espaço público e cheio de pessoas (Restô do Parque), e municiado de sua certeza de oligarqua de estar acima da Lei, partiu para cima do franzino jornalista. Foram socos e pontapés de fazer inveja aos lutadores Popó ou Machida. Não foi uma briga. Foi uma absurda surra. E por quê? Lúcio Flávio disse alguma mentira em seu artigo? Não. Mas como disse, as nossas elites não toleram ouvir ou terem que responder a algum incômodo em função de surgir à luz a verdade dos fatos.

Demonstração de tamanha intolerância, ódio e nenhum respeito aos que ousam pensar e expressar suas diferenças para com os donos do poder. Os Rômulos Maioranas há anos que tratam o Pará como se fosse seu quintal. Esse grupo, afiliado à Rede Globo, como toda imprensa burguesa, obviamente que manipula informações, destorce fatos e fortalece a promiscuidade presente na política paraense. Por isso sempre tiveram milionárias contas publicitárias com o governo do Estado, chegando ao absurdo de receberem dinheiro público através da FUNTELPA (Fundação de Telecomunicações do Pará) para retransmitirem ao interior do Estado os sinais da rede Globo, sob a justificativa de utilidade pública enquanto que os próprios sinais da FUNTELPA (TV Cultura do Pará/Tv Brasil) mal eram recebidos na capital paraense.

Por isso a Tv, jornais, rádios, sítios etc. sempre foram só elogios aos governos nefastos do médico Almir Gabriel (1994-2002) e seu sucessor, o economista Simão Jatene (2003-2006). Mas a coisa não mudou nada, pois as contas com publicidade do Governo Ana Júlia (PT/PMDB) segue sendo poupudamente dircionada para os grandes meios de comunicação do Estado como o Diário do Pará e TV RBA (afiliada da Band) de propriedade do megacorrupto Jáder Barbalho. Uma verdadeira vergonha! Quanto às agressões, expressão de barbarismo e intolerância, não tenho notícia de qualquer manisfestação da in-Justiça do Pará e de punição dos agressores.

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