Diretor do CFH tentava negociar com policiais, mas acabou sendo atingido por gás de pimenta. Foto: Marco Santiago/ND |
Confira o depoimento do professor:
A Universidade foi agredida por uma ação despropositada e desproporcional da polícia federal, junto com a polícia militar dentro do Campus. Não houve aviso nem autorização de qualquer autoridade universitária para esta ação. Chegaram policiais a paisana, sem nenhuma identificação revistando as mochilas de estudantes dentro do café do CFH.
Estávamos em meio a reunião do Conselho de Unidade, quando a vice-diretora, professora Sônia Maluf que se dirigia para saber o que estava acontecendo, quase foi presa (teve seus documento apreendidos) ao defender um estudante da agressão policial.
Os policiais, que não tinham ainda se identificado como tais, arrastaram a força um estudante para um carro particular (sem placa oficial, sem distintivo da polícia) ameaçando professores e outros estudantes que não permitiram a ação arbitrária. Em poucos minutos centenas de pessoas cercavam os policiais decididas a não permitir que esta arbitrariedade ocorresse.
Não havia mandato, nenhum tipo de documento. em poucos minutos a tropa de choque estava postada, pronta para entrar em ação contra centenas de pessoas. Por umas 3h permaneceu o impasse: os policiais não conseguiam levar o preso (diziam que ele tinha que assinar um auto) e os manifestantes não conseguiam libertar o estudante.
Vários professores procuraram negociação com os policiais, mas o comandante da operação, delegado Cassiano, da Polícia Federal, mostrou-se um sujeito inexperiente e despreparado. Quando havia claramente uma possibilidade negociada de levar o estudante para a delegacia da polícia assinar o auto, acompanhado por professores da UFSC e pelo Procurador Federal, bastando para isto criar um distensionamento com a retirada da polícia de choque, o delegado Cassiano não aceitou negociar e ordenou irresponsavelmente a ação do grupo de choque, que arremessou abundante arsenal de bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta, gás ácido e balas de borracha sobre um grupo desarmado.
Só aí é que os veículos foram virados pela multidão atacada. A foto abaixo foi quando eu ainda tentava negociação, pedindo aos policiais do choque que parassem o ataque para continuar a negociação. Vários alunos foram atingidos por balas de borracha e fragmentos de bombas de gás. Agradeço aos amigos pelas mensagens de apoio. Estou bem. Só lamento a força desproporcional e o ato covarde e despreparado de um delegado irresponsável, que colocou muitas vidas em risco.
Fonte: http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/154015-lamento-a-forca-desproporcional-e-o-ato-covarde-diz-professor-atingido-por-gas-de-pimenta.html
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