terça-feira, 25 de novembro de 2014

CPI das Milícias pode ser instalada a qualquer momento

por Marcus Benedito

O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) dará entrada hoje na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, no requerimento que solicita a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias.

O regimento da casa exige que um terço dos 41 parlamentares assinem a petição para que uma CPI para seja instalada. A 14ª assinatura que faltava foi dada pela deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT) no dia de ontem. Agora, o deputado governista Márcio Miranda (DEM), que é contrário à esta importante e necessária  investigação, terá que aceitar o requerimento de instalação da Comissão e, de acordo com o Regimento Interno da ALEPA, por ser presidente do parlamento, determinará aos líderes dos partidos que indiquem os membros para a CPI.

A vida não pode esperar

A conquista do número protocolar de assinaturas para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias no Pará, às vésperas de se completar um mês (dia 04/12) de uma noite de horror e chacina em Belém, sem dúvida que é uma conquista das famílias das vítimas, assim como, uma importante vitória de todos(as) aqueles(as) que militam e denunciam cotidianamente o extermínio de nossa juventude, principalmente o genocídio de negros pobres e moradores das regiões periféricas e de baixada da Região Metropolitana de Belém (RMB).

Importante destacar que esses grupos de milícias não atuam somente nos bairros periféricos de Belém. Já há fortes indícios, segundo entidades dos direitos humanos, de atuação de grupos milicianos e de extermínio em várias regiões: do Baixo Tocantins aos Sul/Sudeste do Pará.

Quem tem medo da CPI

O governador reeleito para um terceiro mandato, Simão Robson Jatene (PSDB), e cúpula da segurança do estado têm que explicar para toda a sociedade paraense e mundial porque eles são contra que se investigue na “Casa do Povo” as graves denúncias de violações dos direitos humanos que envolvem não somente a participação de policiais militares, assim como de civis e de agentes externos, grupos empresariais, comerciantes, etc.

A quem interessa o silêncio? Vidas e chacinas continuam sendo uma realidade. Não podemos de forma alguma esquecer as crianças e adolescentes de Icoaraci (distrito de Belém), brutalmente chacinadas há anos, e que somente neste semestre teve um policial condenado pelas mortes. Não esquecemos os adolescentes chacinados na estrada do Murunim no distrito de Benfica (município de Benevides/PA). Não vamos esquecer de uma família inteira morta com o mesmo requinte de crueldade em Marituba!

Pressão pelas investigações

Só com luta e mobilização das famílias das vítimas da violência do estado, e com muita articulação dos movimentos sociais, partidos de esquerda e entidades que atuam em defesa dos direitos humanos, a CPI será efetivamente instalada. Nossos mortos e um futuro digno exigem da gente esse compromisso.

Um mês da chacina de Belém se aproxima. Semana que vem temos que organizar um grandioso protesto para as portas da ALEPA e exigir o cumprimento do Regimento, ou seja, a imediata instalação da CPI das Milícias. Para além, os movimentos já preparam toda um roteiro de manifestações e protestos para que cesse a guerra aos pobres, que tem o nefando disfarce de guerra às drogas.

Chacina em Belém: não foi uma foto, é um filme

Marcus Benedito, especial para o Jornalismo B

Era final da noite de 3 de novembro e início da madrugada do dia 4 e de todos os cantos da cidade chegavam notícias de uma carnificina. Não havia como contestar que algo de muito tenebroso se abatia com maior rigidez nos bairros do Guamá, Terra-Firme, Canudos, Marco, Jurunas e Jardim Sideral. Dezenas de mortos, moradores de bairros pobres assassinados indiscriminadamente pela Polícia Militar do Pará depois da morte de um policial.

Os mais citados pela imprensa e reconhecidos oficialmente pela Secretaria de Segurança Pública do Pará como sendo os locais onde ocorreram homicídios com as mesmas (ou parecidas características), que vitimaram onze pessoas: dez civis e um cabo da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar do Estado do Pará (PMEPA).

Protesto em Cametá/PA contra violência da PM. Foto: Tadeu Sanches
Quem mora em muitos municípios do Pará sabe que existem, sim, milícias atuando. Foi a matança de jovens, negros, pobres, moradores de áreas periféricas, que fez, por exemplo, mais de mil pessoas tomarem as ruas de Cametá, cidade a 200 km da capital do estado, na última sexta-feira (7). Para uma população que tem cerca de 45 mil pessoas vivendo na sede, uma grande parcela tirou o nó da garganta e foi para as ruas protestar contra a violência, principalmente a institucional, a que tem agentes da segurança pública envolvidos.

Os relatos a seguir dizem muito do ocorreu nestes últimos dias, na banhada de sangue Belém do Pará. Fatos que exigem das autoridades e dos movimentos sociais organizados, bem como de toda a sociedade, uma resposta contunde. Fatos que explicam os porquês de se lutar pela desmilitarização da PM. Fatos que explicam os porquês da necessidade de se legalizar as drogas, como vem ocorrendo nos Estados Unidos, forma eficaz de se deter a guerra aos pobres e o extermínio da juventude negra.
As políticas de higienização social remontam, em Belém, aos fins do século XIX, com as políticas de “sanitarização” ementadas pelo intendente Antônio Lemos. Materializaram-se na forma de demolições de cortiços, assim como através da edição do reacionário e excludente Código de Postura do Município e, para garantir sua pérfida execução, cria-se a Guarda Municipal de Belém.

Os pobres, negros, mulatos, descalços, desempregados, gente vista como “vagabunda”, caboclos, etc., não mais podiam transitar nos mesmos espaços que a burguesia e os barões da Belle Époque. Virou crime apanhar uma simples manga doada por uma robusta no Largo da Pólvora (atual Praça da República). O que ocorre hoje são ações proporcionadas pelo estado, que seguem a mesma lógica de Lemos, mas que adquiriram mais horror, ódio, violência e preconceito de classe.

Filme de terror

Alguns blogs e periódicos, como o Jornal do Brasil, publicaram matérias informando que a própria Rotam chegava a assumir de forma “extra oficial”, inclusive através de gravações de conversas pelo citado aplicativo de mensagens, que naquela madrugada do dia 4, após a morte do “Cabo Pet”, o que se viu em Belém foram cenas de um filme do pior terror, e o número de homicídios de civis pode ter variado entre 35 a 42 mortes.
Coincidência ou não, no dia 2 de novembro foram divulgados os dados publicados na edição 2013 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os quais “reforçam a sensação de que vivemos em uma sociedade fraturada e com medo; aflita diante da possibilidade cotidiana de ser vítima e refém do crime e da violência”.

Ele traz uma terrível constatação que os jornais estamparam nessa semana: em cinco anos, a polícia do Brasil matou mais pessoas do que a polícia dos Estados Unidos nos últimos 30 anos.

Para mais informações sobre a situação em Belém, leia a postagem A guerra na periferia, do blogueiro Lúcio Flávio Pinto.


Queremos ver os jovens vivos | Infográfico



O Brasil é o país onde mais se mata no mundo, superando muitos países em situação de guerra. Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. 

A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.
Mais absurdo que estes números, só a indiferença. 

A morte não pode ser o destino de tantos jovens, especialmente quando falamos de jovens negros. 

As consequências do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e aos territórios das favelas e das periferias devem ser amplamente debatidas e repudiadas. 

O destino de todos os jovens é viver. 
Você se importa? 
Eu me importo ! 

Quero que as autoridades brasileiras assegurem aos jovens negros seu direito a uma vida livre de preconceito e de violência. E priorizem políticas públicas integradas de segurança pública, educação, cultura, trabalho, mobilidade urbana, entre outras. 

Eu quero ver os jovens vivos! 
Chega de homicídios!

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Anistia Internacional

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Pará: farra, tragédia e clientelismo na área cultural

A farra dita musical com dinheiro público



(Espero que esta matéria, publicada na última edição do Jornal Pessoal, tenha a repercussão que merece. É um verdadeiro escândalo. Certamente o governo, guardião relapso do dinheiro público, nada dirá a respeito. Mas a sociedade deve cuidar dos recursos do erário, dilapidados por essa ação imperial e insensata do presidente da Fundação Tancredo Neves, nosso muito simpático compositor e cantor Nilson Chaves. Ele deveria continuar a cuidar apenas de melodias. No exercício de um cargo público, promove verdadeira ação entre amigos.)
George Wellington Costa Santos, de 39 anos, era assistente cultural de iluminação do teatro Margarida Schivasappa. Ele trabalhava no teto do palco quando se desequilibrou, caiu no fosso e morreu. Seu corpo só foi descoberto algum tempo depois. George não usava equipamentos de segurança e estava sozinho.
Uma semana depois do acidente os nove técnicos de outro teatro administrado pela Secretaria de Cultura do Estado, o Waldemar Henrique, decidiram parar de trabalhar. A greve, por tempo indeterminado, foi decidida pela mesma falta de segurança que vitimou o colega.
A direção do teatro experimental já adotara algumas providências para resolver os problemas do espaço, mas nem essa iniciativa tranquiliza os funcionários. Além de estarem expostos a acidentes, eles temem por sua segurança física e do público. O prédio fica na praça da República. À noite, a iluminação do local é deficiente, atraindo criminosos.
Os dois casos podem ser apontados como efeitos da falta de uma política cultural no Estado. A frase sonora pode parecer vazia e retórica. Mas quando o vácuo engendra situações concretas é que se vê a distorção do que devia ser uma política e não é.
Belém se tornou uma expressiva praça da ópera no Brasil, sempre competindo com Manaus, como se as duas cidades ainda vivessem o fastígio da borracha. A capital paraense pelo menos tem jurisdição sobre um novo ciclo extrativo, o mineral, até mais grandioso do que o da seringueira.
Mas usufrui pouco dessa circunstância. Tanto porque a retenção do resultado da atividade produtiva é residual como porque nem essa parcela insignificante que aqui fica é aplicada com alguma competência. Faz-se política pessoal na cultura, sem atenção para com seu significado social. Ao povo, as batatas.
Não, porém, aos amigos do rei. Quando se fala de cultura e de reinado a associação sempre é feita com o arquiteto Paulo Chaves Fernandes, o mais duradouro dos secretários de Estado do tucanato paraense. Não é despropositada a correção. Paulo é autocrático e se lixa para os que discordam da sua política majestática.
Ainda assim, ele tem uma obra para apresentar, na qual é tão impossível ignorar suas qualidades quanto deixar de atentar para seu caráter elitista e às vezes superficial, inconsistentemente original, maneirista. A figura dominante de Paulo Chaves serve de biombo para esconder uma atuação muito mais merecedora de crítica, que é a do presidente da Fundação Cultural Tancredo Neves.
O compositor e cantor Nilson Chaves é, em tese, subordinado ao secretário de cultura. Na verdade, entretanto, dispõe de plena autonomia, que talvez lhe haja sido delegada informalmente pelo governador Simão Jatene, também ele um cantor e compositor na origem, antes de trocar o violão pelo bastão do poder (sem falar na vara de pescar, seu lazer atualizado).
Nilson se transformou no maior empresário da música paraense, elevada à categoria de prioridade máxima. Paga cachês a inumeráveis artistas, como se realmente fosse o chamado promotor de eventos, embora lançando mãos de recursos do tesouro – e à larga. Os cachês são pagos por livre arbítrio. Não há um colegiado ao qual o presidente da fundação exponha seus critérios de escolha e os valores pagos. Age com o absolutismo dos reis – e reina de verdade sobre a atividade musical. Nem Paulo Chaves dispõe de tanto poder, que parece ilimitado.
É o dinheiro que falta para promover de fato a cultura, o Estado no seu papel de avalizador do antigo e fomentador do novo, da vanguarda e da tradição, das raízes da criação e dos seus desdobramentos incrementados. Ao invés disso, uma pessoa sozinha abre o caixa para pagar apresentações de artistas, uns já conhecidos, outros obscuros; uns de talento reconhecido, outros não só ilustres desconhecidos como sofríveis de qualidade.
Independentemente dos valores, individuais ou coletivos, não há critérios públicos para justificar as deliberações absolutistas de Nilson Chaves. Uma seleção dos cachês artísticos pagos, com inexigibilidade de licitação (ou seja, por contratação direta, sem as formalidades devidas), mostra essa falta de critérios, por valor, tempo de validade e beneficiado.
– R$ 10 mil para uma única apresentação de Os Baladeiros do Forró, na homenagem ao dia dos pais em Baião.
– R$ 100 mil para seis grupos de forró (Bom de Farra, Sorriso Moleque, Travel Time, Nega Loira, Marcelo Aguiar e Forró do Bacana), por quatro apresentações no programa de verão de Curuçá.
– R$ 57,6 mil para oito grupos (Bandas Atos, Santidade, Rei dos Reis, Torre Forte, Conexão Direta, Expressão de Louvor, Guerreiros do Céu, Plenitude e Semente) que se apresentaram num festival de música gospel em São Félix do Xingu.
– R$ 7,2 mil para Geovane Belo, Catalina Murchio, Juraci Siqueira, Antonio Eulálio, Edgar Macedo e Márcia Galvão que participaram do projeto A Noite é Uma Palavra, em Icoaraci.
– R$ 30 mil em favor de Amauri Savino e banda por duas participações na Feira da Indústria e Comércio de Óbidos.
– R$ 40 mil para as bandas Phan do Melody, Axé e Cia. e Kixuera por uma noite de apresentação na festividade do Círio, em Belém.
– R$ 5 mil para o Charme do Choro fazer uma apresentação em festividade em Igarapé-Miri.
– R$ 5 mil para a Pegada do Axé fazer o mesmo em Portel.
– R$ 2 mil para a funkeira A Policial Sedutora se apresentar em Soure.
– R$ 2,5 mil para o Disgrace and Terror participar do Marajó Rock Fest em Breves.
– R$ 25 mil para as bandas Karina e Portal do Melody por uma apresentação cada no projeto Arrastão de Todos os Santos, em Belém.
– R$ 50 mil em favor das bandas Phan do Melody, Itinerário Boomerang, Banda Mix e Forró dos Maias por uma apresentação cada num festival em Ananindeua.
– R$ 50 mil para o Batidão do Forró, Forró dos Maias, Linda Nil e Banda itinerário do Boomerang num único dia de um festival em Ananindeua.
– R$ 10 mil para o Pankdão do Forró se apresentar no baiole da independência da Vigia.
R$ 60 mil para a Banda Ari Santos Show, Banda Diversom, Maestro Rubenito e Banda Novo Som por duas apresentações em Igarapé-Miri.
– R$ 50 mil em favor de Juck Box, Pegada do Axé, Parceiros.Com e Love Play por uma apresentação em Ananindeua.
– R$ 50 mil para Gospel Jovem Samba, Eletro Gospel, Ministério Paraense e Levada da Fé por uma apresentação em Ananindeua.
– R$ 15 mil em favor da Banda Sayonara num “evento” da Secretaria de Cultura no Moju.
– R$ 41,2 mil para as bandas Expressão de Louvor e Guerreiros do Céu e dos cantores Cézar Azevedo, Elídio Neto, Dileã Maia e Elian Maia por uma apresentação em Xinguara.
– R$ 48,8 mil para as bandas Conexão Direta, Acordes de Sião, Black Dance, Banda Atos e cantores Nil Lopes e Jatene Costa se apresentarem em Xinguara.
– R$ 150 mil distribuídos entre as bandas Forró Original, Banda Hits, Grupo Arraial do Labioso, Banda Tropa do Forró, cantora Bianca Furtado e cantores Michael Jackson Cover e Estrela do Melody por uma única apresentação em Ananindeua.
– R$ 27 mil para Pinduca e Banda e Banda Nossa Senhora de Sant’Ana por duas apresentações em Cametá.
– R$ 100 mil para oito bandas (Cicleteiro, Axé e Cia, Cafeína, Banda Mix, Pankadão do Forró, Itinerário Boomerang, Algo Mais e Cronistas de Rua) por uma apresentação em Muaná.
– R$ 50 mil para as bandas 007, Ar 15, Viviane Batidão e Banda e Bruno e Trio se apresentarem em Portel.
– R$ 295 mil para Pedrinho Calado, Banda do Eletro, Daniel do Acordeon, DJs Edilson e Edielson, Pérola Negra, Açaí Pimenta, Jorginho e banda Nsync, Sandro Aragão e Valdo Ferrari por duas apresentações na ilha de Marajó.
Há dezenas de outros pagamentos de cachê artístico sem concorrência pública, mas só estes 26 representam despesa para o Estado de mais de 1,3 milhão de reais. O que vai sobrar para a cultura paraense dessa gastança? Qual a qualidade específica desses grupos e indivíduos para receberem diretamente dinheiro do Estado pelo critério de inexigibilidade de licitação? São famosos? São únicos? Sua qualidade já teve reconhecimento público e notório? Qual o critério de escolha, valoração e distribuição dessa verba pública?
Pelo valor dos cachês pagos, o Pará é um grande centro musical e o poder público o maior ativista da cultura popular. Dá para ver que alguns grupos se repetem na obtenção do cachê e agora circulam pelo Estado sob mais do que generoso (permissivo) patrocínio oficial. O presidente da fundação escolheu seus parceiros e colegas de música, embora abrindo uma admirável exceção: Paulo Sérgio Fonseca dos Santos recebeu nada menos do que 25 mil reais para ser o diretor artístico no projeto A Noite é uma Palavra, entre março e dezembro deste ano, valor que talvez seja debitado na conta de uma exceção literária na salada de decibéis supostamente musicais.
Tanta dissonância devia merecer a atenção e a apuração das autoridades competentes. Para mim, trata-se de um escândalo musical. Ou, como assinalava o rock de uma época antediluviana: schandal and shame in the family. No caso, família Nilson Chaves e bandas.

Polícia brasileira matou mais do que a americana em três décadas

Fonte: Foto
A 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra a urgência de elaborarmos uma política de segurança que acabe com a lógica da guerra às drogas e do enfrentamento para se basear na garantia de direitos, nos investimentos em inteligência e no respeito aos Direitos Humanos.
Essa tragédia cotidiana ganhou corpo no relatório que será [foi] divulgado no dia 11 de novembro. São números de guerra: em apenas cinco anos, a polícia brasileira matou mais do que a americana em três décadas. Foram 11.197 mortes, o equivalente a seis por dia. Nos Estados Unidos, repito, em 30 anos, ocorreram 11.090 – média de uma pessoa por dia.
Ao humanizar esses números, é preciso lembrar que a “guerra às drogas” não é propriamente uma guerra contra as drogas. Não se ​combate coisas; como nas demais guerras, o alvo são pessoas, nesse caso os inimigos são os marginalizados, negros, os desprovidos de poder, moradores das periferias e favelas brasileiras.

Segundo a Anistia Internacional, 30 mil jovens entre 15 e 29 anos são mortos por ano no país. Destes, 77% são negros. Essas pessoas são duas vezes alvo da violência do Estado. Primeiro, ao não terem seus direitos mais elementares respeitados. Segundo, por serem a grande maioria das vítimas da ação letal estatal.
​Como nesse jogo cruel não há vencedores, ​a mesma pesquisa mostrou que o Rio de Janeiro, desde 2012, é o Estado onde mais morrem policiais no Brasil, ocorreram 104 homicídios. Nos últimos cinco anos, a quantidade de policiais assassinados cresceu, foram 1.170. Em 2013, houve 490 mortes , 43 a mais do que no ano anterior.

Precisamos colocar a defesa dos Direitos Humanos no centro da agenda do debate sobre Segurança Pública.​ É preciso afastar a “militarização ideológica da segurança pública​”, para iniciar a desmilitariza​ção​ ​da PM e desenvolver modelos de treinamento que priorizem o respeito aos direitos civis e a proteção da vida. A lógica do trabalho policial não deve mais ser o combate e a eliminação inimigos.
A desmilitarização é o caminho para melhorar as condições de trabalho dos PMs, valorizar a carreira, democratizar a instituição e melhorar a formação. Para que os policiais convivam com a democracia, é preciso que exista democracia e respeito dentro da corporação.
“Soma-se a esse esforço também a necessidade de ultrapassar estigma que o Policial Militar é o único responsável por esse quadro, deixando intocadas as ações do Ministério Público e do Poder Judiciário, de governantes e legisladores, da mídia e da sociedade como um todo, que o reafirma e incentiva.”
Além disso, precisamos de uma política de drogas que ponha fim ao ciclo de violência e ​planeje uma política de redução de danos, de campanhas educativas, que leve o problema para o âmbito da saúde pública e retire o poder dos traficantes. Não se trata de incentivar ou banalizar o uso de entorpecentes, mas de responder a uma pergunta crucial: preferimos que este comércio seja controlado pelo tráfico ou pelo Estado?
Não podemos assistir a esta tragédia de braços cruzados nem adotar medidas que recrudesçam ainda mais o ciclo de violência.
(Fonte: http://www.marcelofreixo.com.br/2014/11/11/policia-brasileira-matou-mais-do-que-a-americana-em-tres-decadas/)

Um submarino na ALEPA

O Soldado Tércio (PROS), membro da Polícia Militar do Estado do Pará (PMEPA), eleito nas últimas eleições deputado estadual, entrou como um submarino em comissão de organizações dos direitos humanos na Assembléia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA).
Ele solicitou participar junto da Comissão dos movimentos sociais, que na última terça-feira, 11, tomou as ruas do centro da capital paraense e foi até a ALEPA exigir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias; ao chegar na reunião com seis deputados, os únicos a esperar o movimento, o Soldado disse uma pérola: "Não têm policiais envolvidos em milícias". 

Uma vergonha!

O futuro deputado teve ainda o desplante de dizer que se a gente podia sair de casa e estava ali protestando, era "porque tem a polícia para proteger a população nas ruas". 
Não negamos que haja população na rua, mas semana passada vimos a página da Ronda Tática Ostensiva Metropolitana (ROTAM) no Facebook publicar após o assassinato do Cabo Figueiredo, vulgo Pet, que a tropa estava com "sangue nos olhos e a faca nos dentes". Todos os jornais do país publicaram o print do perfil de um sargento da ROTAM, o qual conclama os amigos de farda a irem às ruas, pois eles só iriam para o velório de seu colega, após fazer "eles [supostos responsáveis pela morte do Pet] chorarem pelos seus mortos".

Em ato nesta última terça-feira (11/11), haviam dezenas de famílias e professores de luto protestando, justamente porque perderam seus entes queridos na mesma noite em que a ROTAM e o sargento convocaram uma "resposta". Essa foi mais uma noite de terror e horror em Belém. Capítulo de uma insana guerra aos pobres, disfarçada de guerra às drogas. 

Relatórios da Organização das Nações Unidas, o Anuário Brasileiro da Violência, relatórios da Ouvidoria Geral do Estado do Pará e da Corregedoria de Polícia são contundentes: a maior parte dessas mortes são praticadas por policiais, os maus, infelizmente.

Sabemos que existem bons policiais (a maioria), nas polícias, mas Soldado Tércio, nunca mais apareça em nossas atividades e protestos para negar o que todo mundo sabe: que há milícias e que elas tem sim, envolvimento de policiais, e acima de tudo: que há um genocídio da população pobre, negra, favela e jovem de nosso estado e do país!

Belém: Manifestantes protestam contra chacina e pedem 'CPI das milícias'

Dez pessoas foram assassinadas na última semana. Familiares e amigos de jovem executado participam da manifestação.

Organizações sociais e de direitos humanos cobram "CPI das milícias" em Belém. (Foto: Luana Laboissiere/ G1)
"Nós queremos uma resposta do governo para o que aconteceu. Meu filho estudava, trabalhava, tinha uma vida pela frente e isso foi roubado dele", afirma Priscila Chaves, mãe de Eduardo Galucio,16 anos, uma das dez pessoas assassinadas na semana passada em Belém. Os pais de Eduardo participaram na manhã desta terça-feira (11), juntamente com dezenas de familiares e amigos de pessoas vítimas da violência, de um protesto contra a chacina e pediram a instalação de uma "CPI das milícias".

Familiares do adolescente Eduardo Galucio, morto a tiros, pedem justiça. (Foto: Luana Laboissiere/ G1)Familiares do adolescente Eduardo, morto a tiros,
pedem justiça. (Foto: Luana Laboissiere/ G1)
Nove pessoas foram assassinadas na noite da última terça-feira (4) em seis bairros de Belém. Um homem que havia ficado ferido morreu no dia seguinte no hospital. Os crimes ocorreram após o cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo, 43, ser morto a tiros perto da rua onde morava. Os casos estão sendo investigados pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.

Também participaram da passeata os familiares de Márcio dos Santos Rodrigues, de 22 anos. "Meu filho tinha saído para comer um lanche perto de casa no Tapanã. Ele estava vindo de um aniversário com dois amigos em uma moto quando passaram pelas motos com os caras encapuzados. Ele recebeu três tiros porque era o último na garupa, conta Suzana Amaral, mãe do jovem, conhecido pelos amigos como um garoto alegre e sempre sorridente.

A passeata seguiu até a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). No local, uma comissão de manifestantes foi recebida por parlamentares.
    Movimentos sociais promovem passeata nesta terça-feira até a Assembleia Legislativa do Pará.  (Foto: Luana Laboissiere/ G1)
    Movimentos sociais promovem passeata nesta terça-feira até a Assembleia Legislativa do Pará. (Foto: Luana Laboissiere/ G1) 
Entenda o caso

Dez pessoas foram assassinadas em Belém após o cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo ser morto na frente de casa. Pelas redes sociais, diversas pessoas relataram que supostos policiais haviam convocado grupos para vingar a morte do cabo assassinado, declarando toque de recolher em bairros de Belém.

Segundo a Polícia Civil, falsas denúncias serão investigadas e podem ser punidas. O governo informou que aumentou o policiamento na cidade. Os casos estão sendo investigados pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil para verificar a relação entre eles. Pelo menos seis mortes teriam características de execução.
(G1 Pará)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Esquadrão da morte 2.0. E a epidemia de violência no Pará

por Bruno Paes Manso*
Rio de Janeiro, 1958. Notícias de roubos e assaltos fazem com que a imprensa compare a então Capital Federal à Chicago de Al Capone. Em resposta, o Comando do Exército cria o Grupo de Policiamento Especial, liderado pelo policial Milton LeCocq, que se notabiliza pela truculência. Em 1962, durante um tiroteio com um criminoso conhecido como Cara de Cavalo, o policial é baleado e morto. Seus parceiros pedem o sangue do assassino. Começa a nascer a Scuderie LeCocq, com seu símbolo de caveiras e tíbias enlaçadas, grupo que ajudaria a moldar a ideologia e as imagens da violência que contaminariam os maus policiais nas décadas seguintes.
São Paulo, novembro de 1968. Um investigador da polícia civil chamado Davi Parré é assassinado. No enterro, Correinha e outros policiais prometem na frente da imprensa que irão matar “dez bandidos para cada policial morto”. Olho por olho, dente por dente. As atividades do Esquadrão da Morte paulista têm início com a caçada à Saponga, apontado como o autor do assassinato do policial. Detentos são tirados do Presídio Tiradentes e os “presuntos” são arremessados nas estradas, alguns deles com cartazes que divulgam o nome do esquadrão.
Vingança e extermínio. A epidemia começa quando o homicídio deixa de ser o mal a ser combatido pela polícia para se transformar numa forma ilusória de controle do crime. Homicidas viram heróis oficiais, como ocorreu com o delegado Fleury, chefe do esquadrão em São Paulo. A ideia de que a morte de um “bandido” deixa o mundo mais seguro é popular, sedutora e por isso se dissemina. Vira o combustível que move as ações violenta das instituições de segurança, um veneno que vem matando lentamente os jovens pobres na sociedade brasileira.
Ocorre que não temos mais a desculpa da ignorância. O passado já nos ensinou os efeitos colaterais desse processo de autoextermínio. Em vez de apagar o fogo, a violência da polícia joga mais gasolina no incêndio.
Foto: Rodolfo Oliveira/ Ag. Pará/Fotos Públicas
Foto: Rodolfo Oliveira/ Ag. Pará/Fotos Públicas
É justamente esse impasse que a sociedade paraense enfrenta neste momento. Sede de vingança, raiva e irracionalidade de policiais que foram atacados, uma mistura de sentimentos com forte potencial para autodestruição. As ideias de extermínio, mesmo que antigas e sabidamente estúpidas, hoje se  disseminam rapidamente no Pará, na velocidade das redes sociais. Foi o que ocorreu na noite de terça-feira,  quando o policial das Rondas Ostensivas Metropolitanas (Rotam), cabo Figueiredo (Pet entre os amigos), foi assassinado ao chegar em casa. Promessas de vingança começaram a se disseminar via Twitter, WhatsApp e Facebook, inclusive em nome de lideranças de associações de praças. O esquadrão da morte 2.0. O governo paraense diz que os perfis nas redes sociais eram falsos. Ainda precisa investigar o envolvimento de policiais.
Fato é que a resposta no dia seguinte foi real. Durante a madrugada, nove pessoas foram assassinadas em bairros pobres paraenses. Testemunhas apontaram a presença de motoqueiros com capacetes e capuz como autores. Na página da Rotam no Facebook, não é de hoje que são feitas referências ao “motoqueiro fantasma” que entra em ação para executar criminosos. Um jovem de 17 anos e um cobrador de ônibus estavam entre os mortos na quarta. A busca do caçadores, ao que aparenta, foi aleatória e matou pessoas que estavam no lugar errado na hora errada.
O mesmo procedimento ocorrido em São Paulo em 2006 e 2012 depois de ataques do PCC. Policiais eram os maiores suspeitos. As punições de policiais assassinos não aconteceu e por isso cenas assim se repetem. Resta brava e dura luta das Mães de Maio contra o banditismo policial.
O resultado dessa trajetória que agora vem à tona no Pará já é conhecido. Policiais assassinos provocam mais homicídios, num efeito bola de neve. Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, quando tiveram grupos de extermínios, produziram epidemias que levaram essas três capitais a liderarem o ranking de homicídios até o ano 2000. A epidemia causou um buraco na geração de homens jovens das periferias nessas capitais nos anos 11980 e 1990. Agora, o vírus da violência se dissemina entre os paraenses, com a colaboração dos policiais incapazes de controlar a raiva e irracionalidade.
Os números já revelam os efeitos colaterais dessas crenças distorcidas. Em 2011, o Estado do Pará ficou em 4º lugar no ranking de homicídios das 27 unidades federativas do Brasil, com 40 ocorrências por 100 mil habitantes Há 10 anos, em 2001, os paraenses estavam entre os mais pacíficos, com 15 ocorrências por 100 mil, o que lhes garantiam a 20ª posição no ranking. O crescimento em uma década foi de 166%, segundo dados do Mapa da Violência. Policiais que acreditam nos homicídios como ferramenta de controle social estão entre as causas da epidemia de que extermina os pobres paraenses, assim como ocorre atualmente  em outras capitais, principalmente no Nordeste. Junto com a epidemia de violência, surgem as milícias e as quadrilhas fardadas.
Existe uma vacina contra a epidemia de mortes. Deixar de lado que o ódio e o homicídio são soluções. A consciência das instituições de que os assassinatos de suspeitos só produzem mais desordem e violência deve ser o antídoto. Violência é o caminho contrário ao da civilização e só nos leva em direção à barbárie.
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*Na secção 'Da ponte' do Jornalismo B 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quero ter olhos para ver a miséria desaparecer

Os extremamente pobres, eufemismo para miseráveis, somados aos pobres, contabilizam 40 milhões de brasileiros. Mais que a população da maioria dos países do planeta.

Isso resulta da traição do Partido dos Trabalhadores (PT), o qual implementa há 12 anos, de forma piorada, as mesmas políticas do PSDB, tal como o superávit primário (mecanismo "bandidesco" de retirada de recursos das áreas sociais para pagamento de juros e amortizações da dívida pública), assim como mantém as desvinculações das receitas da União (DRU). ]

Associada à proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias da União (LOA) para o ano que vem, na qual Dilma Rousseff propôs mais HUM TRILHÃO, TREZENTOS E SESSENTA BILHÔES DE REAIS ou 47% de todo o orçamento do país para o pagamento de juros e amortizações da mesma criminosa dívida pública. Pior do que quando este país era Colônia explorada de Portugal, onde se pagava o Quinto (20%) de impostos para a Metrópole.

Só com luta e mobilização da juventude indignada, do povo pobre e classe trabalhadora junto aos  movimentos sociais e partidos de esquerda, poderemos vencer essa atual crise social que impera no país, derrotar seus aplicadores e conquistar justiça social e vida digna.

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Número de extremamente pobres no Brasil sobe 3,68% em 2013

Do terra.com

AFP
O número de pessoas extremamente pobres no Brasil cresceu em 2013, interrompendo a queda anual ocorrida na última década. É o que mostram dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), atualizados no dia 30 de outubro. O Instituto faz a medição da pobreza extrema com base no mínimo de calorias necessárias por mês para uma pessoa sobreviver.

Em 2013, 10.452.383 pessoas estavam nesta linha, ante 10.081.225 indivíduos em 2012, um aumento de 3,68%. Considerando uma série histórica com início em 2003, houve queda de 61% na número de indivíduos extremamente pobres.
A linha de extrema pobreza considerada pelo IPEA é uma estimativa do valor de uma cesta de alimentos com o mínimo de calorias necessárias para suprir adequadamente uma pessoa, com base em recomendações da FAO e da OMS. São estimados diferentes valores para 24 regiões do País. A série é calculada a partir das respostas à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), fazendo com que o ano de 2010, quando houve Censo e não PNAD, não esteja incluso.
 
Pobreza
Por outro lado, o número de indivíduos pobres caiu 5,7%, passando de 30.350.786 em 2012 para 28.698.598 em 2013. Na série histórica (desde 2003), houve queda de 53,6%, de 61.814.129 em 2003 para 28.698598 em 2013. Para o cálculo de pobreza, são considerados indivíduos com o dobro da renda da extrema pobreza.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Chegamos a mais de 120 mil visualizações

Muito obrigado a cada um(a) das senhoras(es) leitores(as) do Além da Frase. Passamos das 120 mil visualizações de páginas, segundo as estatísticas fornecidas pelo Blogger.com.

Fico feliz em saber que estamos sendo acompanhados não só por leitores no Brasil, como também de todo planeta.O Brasil entrou no grupo de países que vivem um profundo processo de lutas, mobilizações e mudanças, o que vem sendo conhecido como Primavera. E aqui essas mudanças na situação política tiveram consequências nas multitudinárias mobilizações das chamadas Jornadas de Junho do ano de 2013.

O Além da Frase nasceu no ano de 2009. E desde então, tenho procurado mantê-lo com o mínimo de atualização. Contudo, chama atenção o fato de o público estrangeiro superar, de longe, o público brasileiro no número de acessos às postagens do blog.

Visualizações de página por país:

Público do Além da Frase no mundo: mais verde escuro, maior número de acessos.
EntradaVisualizações de página
Canadá
231
Brasil
158
Estados Unidos
64
Alemanha
56
França
19
Turquia
19
Rússia
7
Espanha
2
Portugal
2
 Fonte: blogger.com
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Acredito que esta inesperada repercussão no exterior, deva-se ao nosso incansável combate aos detratores dos Direitos Humanos. Este blog tem lado. O lado da vida. 

Nos solidarizamos e nos irmanamos com os povos do mundo, os quais nunca cessaram de lutar e realizar mobilizações por direitos e garantias sociais, como fazem os estudantes do México, que clamam pelo aparecimento dos 43 colegas da cidade de Iguala.

O Além da Frase nasceu para denunciar a destruição da Amazônia. Para denunciar a sanha de Lula da Silva e de seu partido (PT), os quais passaram, como se diz no Pará, de mala e cuia para o lado da burguesia (empreiteiros, ruralistas, industriais, banqueiros) nacional e para o lado da burguesia (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, especuladores, seguradoras) e do imperialismo internacionais. Lula conseguiu ressuscitar Kararaô, desta vez repaginada com o nome de Belo Monte, mas escrita com a mesma tinta da morte, quando a Ditadura Militar planejou este insano empreendimento. 

Dilma Rouseff (PT), aliada de todo o entulho autoritário que resta da Ditadura, enfia goela abaixo das populações tradicionais e povos indígenas, a construção dessa usina hidrelétrica, que é a maior obra de engenharia no país em curso de morte no país. Não basta sse essa devastação toda, Dilma e seus novos aliados, os corruptores empreiteiros, querem construir quase duas dezenas de usinas de mesmo potencial devastador em outra região do Pará. Um território magnífico e encantado. O Pará é o segundo maior estado em extensão territorial do Brasil, o mais populoso e o mais rico em minérios, além de ter uma imensurável reserva de água doce e uma extraordinária diversidade cultural e artística, como o atual reconhecimento pela UNESCO do Carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

O Além da Frase é internacionalista. Acreditamos na construção de uma sociedade de novo tipo, uma sociedade socialista. Acreditamos na luta e na mobilização cotidiana da juventude, da classe trabalhadora e do povo pobre, pois só desta maneira podemos efetivamente arrancar conquistas e mudar a vida para melhor.

O Além da Frase não escamoteia a realidade. Falamos de Política e derivados, ou seja, de tudo que tem relação com a atividade humana. 

E isso Aristóteles já discutia há mais de dois mil anos, em seu livro Política.

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 Fonte: blogger.com (Visualizações até as 22h.)