Movimento Jornalista Vale Mais: momento da votação que decide manter fechamento dos portões da TV Record Belém. 12/09/2013
Realmente nunca é demais dizer que desde as jornadas de junho que o Brasil não é o mesmo.
A considerar o protagonismo de categorias que há anos não faziam mobilizações como os trabalhadores de supermercados, os quais após dias de #greve com total adesão dos empregados das maiores redes do estado, conseguiram incontestes vitórias.
Assim como nas belíssimas e dignas lutas por todo o planeta, das "Arábias" até Altamira/PA. De algum ponto da transamazônica até as fábricas do ABCDOG no estado de São Paulo. Dos protestos pelo Fora Cabral e #CadêOAmarildo até os atos em Paris, Londres ou Washington contra a criminosa, assassina e imperialista guerra de Barak Obama/EUA e aliados contra o rebelde povo Sírio. Dos caminhões e alojamentos da empreiteira pegando fogo no canteiro da usina hidrelétrica de Jirau/RO à luta dos trabalhadores da imprensa no Pará (e a greve dos trabalhadores do Grupo RBA apartir de sexta-feira), é evidente que a Primavera começa a produzir seus revolucionários e libertadores efeitos também aqui no Brasil!
Alguma coisa tem que explicar que uma categoria, como a dos/das jornalistas, que há décadas não fazia uma simples paralisação, hoje esteja produzindo categóricos e bravos piquetes/manifestações, os quais têm desnudado de forma peremptória as condições de moderno esclavagismo nas redações do Grupo RBA (de propriedade do senador ficha suja Jader Barbalho/PMDB-PA), Organizações Maiorana (da famiglia Maiorana) e Rede Record de Televisão (do bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo).
Mas o que também não difere quase em nada do que ocorre na TV SBT e na Fundação de Telecomunicações do Pará-FUNTELPA. Aliás, a única que cobre as manifestações do movimento #JornalistaValeMais do Sindicato dos Jornalistas do Pará (SINJOR-PA). Até as manifestações serem na porta da FUNTELPA, que há séculos não faz concurso público e não melhora as condições de salário e de trabalho na Fundação.
Como todo esclavagista, ou pior dizendo, dono de empresa de comunicação que prima pela exploração, açoite e humilhação de seus empregados, era de se antever que as retaliações iriam começar.
Numa tentativa, que desnuda o seu DESESPERO com a possibilidade de greve, o Jornal Diário do Pará, que chega a pagar míseros R$ 700,00 para um/uma jornalista, inclusive um pouco mais do que o portal de notícias do grupo (DOL), demitiu ontem, sem qualquer justificativa, o jornalista Leonardo Fernandes.
Eis o relato dele no Facebook:
"Hoje, às 14h, fui demitido do Diário do Pará. A justificativa? “Nada, só demissão. A empresa pode te demitir a qualquer momento”, disse a Marclúcia do RH. E foi assim, depois de cinco anos trabalhando no jornal, dois deles sem carteira assinada, fui mandado embora sem sequer uma justificativa. Mesmo me sujeitando a passar madrugadas e finais de semana trabalhando, sem ter direito à hora extra. Em um lugar que não tem cadeira pra sentar. Que não tem água mineral, nem papel higiênico.Mas tudo valeu a pena por um breve momento nesta tarde. Quando fui na redação e gritei que havia sido demitido. Que o Diário do Pará queria nos coagir. E que nada vai parar a greve que está pra estourar.
Agora, depois de tirar uma tonelada das costas, eu peço a todos os colegas de redação: não esmoreçam, não se deixem abalar. Continuemos até o fim."
Muito barbarismo do barbalhismo, não?!
Mas ainda tem mais:
O senador Jader Barbalho, que quer eleger Helder
Barbalho, seu filho, governador do Estado do Pará em 2014 pelo PMDB, não poupa ninguém.
São exímios em perseguir trabalhadores e
funcionários. Por suspeitarem que um contracheque de empregado do Grupo que
circulou na Internet fosse da produtora da TV RBA, a jornalista Cristiane Paiva, demitiram-na de forma mesquinha e sumária.
E olha que a Cristiane merecia, como vocês lerão
a seguir, ser condecorada por provas de respeito e lealdade para com seus pares!
Do blog da jornalista Franssinete Florenzano:
A manifestação dos jornalistas, hoje, na porta da TV Record Belém, teve piquete, panelaço, apitaço e até um tenso chega pra lá no apresentador do Balanço Geral, René Marcelo, que só entrou na emissora sob a proteção de segurança armado e do diretor de jornalismo, que estava desesperado com a iminência da TV ficar fora do ar. Como se observa na foto, o segurança enfiou a mão sob o paletó ameaçadoramente. Mas felizmente nenhuma violência aconteceu. Há muitos anos os jornalistas paraenses não conseguiam ficar mobilizados e unidos em defesa de seus direitos.
René Marcelo, paulista que foi trazido pela Rede Record para trabalhar em Belém e acabou se tornando um símbolo do desrespeito aos paraenses por falar mal da gente parauara e de seus próprios colegas de redação que lutam por um salário digno, foi vaiado e teve que ler os cartazes de repúdio.
Os
jornalistas que trabalham na Record estão há três anos sem reposição de perdas
salariais, queixam-se de salários aviltantes e fizeram relatos chocantes de
insegurança para equipes externas, desrespeito na redação, assédio moral e
humilhações protagonizadas pelo apresentador. Mas a direção da empresa, dando bom exemplo, recebeu a
direção do Sinjor-PA e se mostrou aberta à negociação. A conversa foi cordial e
considerada produtiva e pode avançar para um acordo coletivo. A campanha é pelo
reajuste salarial, estabelecimento de piso da categoria, pagamento de hora
extra, segurança profissional e melhores condições de trabalho. Importantíssimo frisar que a luta dos jornalistas não é contra os patrões e sim pela garantia dos seus direitos*.
Durante o ato público, muitos
jornalistas usaram o microfone para relatar suas agruras profissionais. Mas o
caso da jornalista Cristiane Paiva, sem dúvida, é um verdadeiro escândalo.
Cristiane era assessora de imprensa do
Hospital Metropolitano de Belém. Recebia salário de R$1mil, de uma empresa
terceirizada. Como se sabe, o hospital é dirigido por uma Organização Social.
E, por conta da desavença política entre o senador Jader Barbalho (PMDB), dono
do grupo RBA, com o governador Simão Jatene(PSDB), o jornal Diário do Pará e suas
emissoras de rádio e TV estão publicando uma série de reportagens a respeito da
OS, acusando-a de cometer irregularidades. Sabedor de que Cristiane era produtora
da TV RBA, sua chefia passou a assediá-la no sentido de que identificasse e
informasse à OS quem eram os jornalistas autores das matérias. Cristiane se
negou, a pressão aumentou, ela se manteve irredutível, alegando seu dever
ético, e por sua lealdade aos colegas e
à RBA esta semana foi demitida do Hospital Metropolitano. Entretanto, como o
movimento "Jornalista Vale Mais" mostrou nas redes sociais na
internet um contracheque para ilustrar os baixos salários da categoria, a
direção da empresa achou que se tratava do contracheque de Cristiane e ela foi
demitida sumariamente, ontem, dia em que a categoria realizou manifestação em
frente à emissora. Cristiane agora está desempregada porque ousou reivindicar
seus legítimos direitos e porque é uma jornalista ética e leal e não se
submeteu à coação moral de um de seus empregadores.
__________________
*Grifo do Além da Frase, pois acreditamos que trata-se de uma luta contra a moderna escravidão a qual os profissionais são submetidos; tratando-se, portanto, de uma luta contra os responsáveis pelas indignas condições de trabalho e de salário.
Atualizado às 17h12min - 17 de setembro de 2013
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*Grifo do Além da Frase, pois acreditamos que trata-se de uma luta contra a moderna escravidão a qual os profissionais são submetidos; tratando-se, portanto, de uma luta contra os responsáveis pelas indignas condições de trabalho e de salário.
Atualizado às 17h12min - 17 de setembro de 2013
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