quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Repudiamos a intervenção imperialista na Síria

Os EUA anunciam que estaria pronto um ataque contra a Síria, o que poderia ser iminente. Para isso contam com diversos navios de guerra e submarinos no Mediterrâneo armados com mísseis de cruzeiro e aviões em várias bases da região com capacidade para bombardear o território sírio.

Contariam com o aval do Reino Unido e da França, alguns governos da Liga Árabe (Arábia Saudita, Qatar) e da Turquia. Realizariam o ataque sob o argumento de que o regime sírio se “excedeu” ao utilizar armas químicas.

Assistimos uma nova farsa de “intervenção humanitária” pelo uso de “armas de destruição em massa”, como se o massacre químico fosse qualitativamente mais grave que os mais de 100.000 mortos pelas bombas convencionais do regime durante os dois últimos anos nos bairros populares de Homs, Damasco ou Alepo. Estados Unidos e Israel não contam com uma opção que garanta seu controle, nem o regime nem uma ala “moderada” da oposição. Por isso, o objetivo da intervenção não é derrotar Bashar, nem desequilibrar a correlação de forças da guerra: querem é que prossiga a destruição da Síria.

De acordo com os informes que aparecem na mídia o objetivo declarado não seria o de derrubar Al Assad, mas somente “castigá-lo” pelo uso das armas químicas, realizando alguns dias de bombardeios sem previsão de invasão terrestre. Não se indica como fariam para não afetar fortemente à população civil, considerando que utilizariam mísseis Tomahawk que contem urânio em empobrecido com graves consequências para a saúde e o meio ambiente.

Por outro lado o efeito político imediato dentro da Síria será a confusão e poderá, inclusive, fortalecer a ditadura, concedendo-lhe argumentos para massacrar os opositores em nome de uma falsa “resistência nacional anti-imperialista”. Isto também se soma à confusão semeada pelas correntes “Chavistas” e pelo governo da Venezuela, que usarão esta intervenção para continuar apoiando o sanguinário Bachar Al Assad.

Nestes dois anos de guerra civil o imperialismo dos EUA e da Europa mantiveram um “bloqueio” parcial ao ingresso de armamento para os rebeldes sírios. E impediram, especialmente, a entrada de armamento pesado e blindados. No entanto, não houve nenhum bloqueio para o armamento pesado de todo tipo enviado pelos governos da Rússia (quem tem uma base naval na Síria) e Irã em apoio ao ditador. Por isso a guerra é totalmente desigual entre o exército sírio, com todo tipo de armas, entre elas mísseis, aviões, helicópteros e blindados, e os rebeldes que contam com armas leves, outras recuperadas do inimigo nos combates e algumas de fabricação própria. Os povos e bairros rebeldes tem que suportar de forma permanente bombardeios de aviões ou com mísseis contra os quais não podem se defender.

Diante do anuncio dos EUA, nos pronunciamos taxativamente: Repudiamos qualquer ação militar ou bombardeio imperialista na Síria, tanto dos EUA com apoio da OTAN assim como repudiamos a intervenção militar russa e do Hezbollah apoiada pelo Irã.

Os socialistas revolucionários repudiam todas as ações criminosas do ditador Al Assad, incluído a ação genocida de utilizar armas químicas contra o povo. Somos contra a ditadura síria e apoiamos a luta do povo rebelde pelo sua derrubada. Porém rechaçamos que o imperialismo pretenda se atribuir qualquer postura “humanitária” quando eles sempre sustentaram a todo tipo de ditadores, inclusive ao regime sírio, até recentemente elogiado pelos mesmos que hoje o ameaçam. Toda intervenção imperialista sempre serviu para oprimir os povos do mundo. Neste caso, para indicar que são os “guardiões do mundo” e para tratar de incidir numa futura saída negociada do conflito (Conferência de Genebra), buscando impedir o triunfo revolucionário do povo rebelde sírio. Além de servir para continuar apoiando ao estado sionista de Israel contra o povo palestino que luta por sua libertação. Não em vão o regime dos Al-Assad tem sustentado a fronteira norte de Israel e nunca moveram um dedo para recuperar as colinas sírias de Golan, ocupadas por Israel desde 1967.

Apoiamos os rebeldes, os trabalhadores e jovens, homens e mulheres sírios que lutam e dão sua própria vida contra a ditadura. Mas não temos nenhuma confiança política na Coalizão Nacional Síria (CNS) nem no estado-maior do Exercito Sírio Livre (ELS), hegemonizados por forças como a irmandade muçulmana e apoiados por governos pró-imperialistas como Qatar ou Turquia, que estão avalizando ou solicitando a intervenção militar imperialista. Por outro lado, o fortalecimento das forças islâmicas nos últimos meses (Frente Al-Nusra, Estado Islâmico do Iraque e Síria e outras) é uma consequência das tentativas dos países do Golfo e da Turquia para corromper e dividir a revolução. Sua força não vem do apoio popular do povo sírio, vem da ajuda econômica e militar dos Estados do Golfo. Os ataques destes grupos contra os batalhões Kurdos e do ESL, suas práticas autoritárias e sectárias contra o povo sírio demonstram seu caráter reacionário. A tarefa principal da esquerda mundial é apoiar as massas sírias que se levantam contra o regime ditatorial de Al-Assad. Além de ajudar em todos os sentidos os marxistas revolucionários sírios na sua tarefa de construir um partido revolucionário lá no local.

Chamamos os povos árabes e da Turquia para que se mobilizem para repudiar a intervenção imperialista e para apoiar o povo rebelde sírio, exigindo aos seus governos que não colaborem com a agressão imperialista. Armas para a revolução! Apoio material ao povo rebelde, sem nenhuma condição! Incluindo armamento pesado e antiaéreo que está sendo solicitando pelo povo para poder derrubar o ditador Bashar Al Assad. Chamamos aos sindicatos de trabalhadores no mundo todo, e especialmente os da Grécia, Turquia e Chipre, para que exijam que nenhum barco ou avião imperialista utilize as bases militares destes países.

Deter a intervenção imperialista Yankee na Síria!
Abaixo o apoio militar da Rússia ao ditador!
Viva a luta do povo sírio contra a ditadura!
Abaixo Bashar Al Assad!


Comitê de Coordenação UIT-QI/CEI
Unidade Internacional dos Trabalhadores/Quarta Internacional – Comitê de Enlace Internacional (FO, Turquia; LI, Estado Espanhol)

28 de Agosto de 2013.

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GUERRA INJUSTIFICÁVEL04/SEP/2013 ÀS 15:04
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Notícias Terra

Imagem mostra John Kerry jantando com "Hitler" Assad


Secretário de Estado dos EUA comparou Bashar al-Assad com Adolf Hitler, mas circula na internet imagem em que ele e sua esposa foram flagrados em jantar íntimo com o presidente sírio
Imagem de 2009 mostra Kerry jantando com “Hitler” Assad (AFP)

No domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, comparou o presidente sírio, Bashar al-Assad, a Adolf Hitler e Saddam Hussein após afirmar que o regime dele utilizou gás sarin contra os civis do país.

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“Assad agora se junto à lista de Adolf Hitler e Saddam Hussein ao utilizar armas químicas contra sua população”.
Circulam na internet, no entanto, imagens que mostram Kerry e sua esposa em um jantar íntimo com Assad e a esposa dele, Asma, em Damasco em fevereiro de 2009.
Então senador pelo Estado de Massachusetts, Kerry estava na Síria para discutir sobre o estagnado processo de paz entre os países árabes e Israel. A foto é da agência AFP e revela o encontro do atual secretário de Estado e Assad no dia 21 de fevereiro de 2009, em Damasco.
Na sexta-feira, Kerry já havia feito um duro discurso condenando o regime sírio pelo uso de armas químicas em que abriu as portas para um ataque americano à Síria.
Na ocasião, ele chamou Assad de “bandido” e “assassino” e alertou que a “história nos julgará de forma extraordinariamente dura se nos cegarmos diante de um ditador”.

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