quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Crias da mesma costela: Jatene e Helder não pagam o piso salarial


O que explica tamanho ódio pelos trabalhadores, seja no serviço público, ou na iniciativa privada?

Assim como os dois conglomerados da mídia paraense (Grupo ORM e Grupo RBA de Comunicação) promoveram um armistício em função da greve dos empregados do Diário do Pará e Diário Online, podemos dizer também que há um ponto de igualdade entre as elites políticas do estado, a qual fica evidente, por exemplo, quando a gente constata que os dois principais candidatos ao governo do Estado do Pará em 2014 odeiam seus funcionários. Hoje há inúmeras greves de servidores, como da Educação, que reivindicam o óbvio: pagameto de piso nacional e condições humanas de trabalho. A mesma coisa percebemos  na greve dos trabalhadores do Diário e do DOL, que em pleno século XXI, estão em uma histórica greve por pontos vitais, como água potável, condições dignas de exercício das funções como o piso das categorias do jornalismo. Helder Barbalho também é contra o pagamento do mínimo, do essencial. A desfaçatez é tamanha que Helder não se afronta com o fato de seu irmão Jader Barbalho Filho, Presidente do Diário, garboso por dirigir o "jornal mais premiado do mundo" e gastar em um almoço o que a família paga como salário bruto de um repórter de forma mensal.

Por isso que os funcionários do Grupo RBA (filiado da Rede Bandeirantes de Televisão) estão em greve. Faz-se oportuno ainda. lembrar que durante os oito anos em que governou o segundo maior município paraense, Ananindeua/PA (Região Metropolitana de Belém), Helder, negligente com o salário do funcionalismo, também enfrentou greves.

Farinha do mesmo saco

Certo dia ouvi na rua, um transeunte dizer para o outro: "Essa briga do Jader [Barbalho - senador/PMDB-PA] com o Jatene é só máscara, porque Jatene é compadre do Jader, rapaz". Realmente eles são compadres, pois Jatene é padrinho de um dos filhos do senador ficha-suja. No entanto, é evidente que as questões pessoais foram suplantadas pelos seus interesses econômicos e políticos. Aliás, o que não é inédito no Pará: Jader já foi amigo de Jatene, que era amigo de Almir, que ganhou a eleição contra Jarbas Passarinho (PP) em 1994, que era amigo de Alacid Nunes, que perdeu a eleição em 1982 para Jader Barbalho, quando este governou o Pará pela primeira das duas vez.

Foi então que o Prof. Dr. Simão Robson Jatene, da atual Faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará foi colocado pelo jovem Governador para ser seu Secretário de Planejamento. Desde então Jatene nunca mais saiu da máquina estadual e nunca mais voltou para a UFPA, a não ser em algum tempo durante o governo catastrófico da petista Ana Júlia Carepa.

Jader, que deu vida política a Jatene e ao ex-governador Almir Gabriel quando o transformou em intendente de Belém a partir de 1984, hoje vislumbra o grande desafio de sua carreira política: o confronto entre a sua maior criatura e sua maior cria. O que evidencia para todo o povo do Pará, portanto, que o que está por trás dos interesses de Barbalhos - hoje aliados de Dilma/PT, ontem de Fernando Henrique Cardoso/PSDB -  e de Jatene/PSDB,este aliado da oligarquia dos Maiorana, é apenas a disputa pelo controle das chaves do cofre do Estado. Em que pese as aparentes disputas, nada mais são essencialmente além do que unha e carne, farinha do mesmo saco, originários da mesma costela.

Unificar as lutas e greves em curso

Como vimos, quando ameaçados, Liberal e RBA, Jatene e Jader, deixam as disputas e se unificam contra os únicos que podem por um basta na atual situação de caos social do estado e do país. É preciso que construamos calendários unificados de lutas. Mobilizar e protestar de forma conjunta. Somar as greves de bancários, Correios, jornalistas, trabalhadores da Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Pará (ADEPARA), Agentes Comunitários de Saúde e Agentes Comunitários de Endemias (ACS's/ACE's), trabalhadores em geral, como os camelos que lutam contra as medidas fascistas da Prefeitura/Secretaria de Economia do Município, e ir às ruas e lutar, pois só assim teremos serviços públicos de qualidade, respeito e dignidade, efetivamente.

Obs.: Texto escrito dia 24/09/2013, às 18h, antes da primeira e até aqui única nota nos veículos dos Maiorana no Portal ORM acerca do movimento paredista das redações do Diário e DOL.
 

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