sábado, 6 de março de 2010

Belo Monte: bispo acusa OAB de “falta de lealdade”

A OAB trai mais uma vez. Jarbas Vasconcelos, que já foi advogado de sindicatos e de movimentos sociais, hoje com grande escritório na capital, demonstrou quais são seus senhores: as empreiteiras e a sordidez do governo Lula e Ana Júlia Carepa ao se posicionar em defesa da morte e da destruição do meio ambiente amazônico, através da construção da famigerada Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

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O Bispo da Prelazia do Marajó, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Norte 2 (CNBB Norte), Dom José Luís Azcona, declarou ontem, em coletiva à imprensa, que lamenta o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Pará, à construção da Hidrelétrica de Belo Monte, aprovada pelo conselho deliberativo da instituição no último dia 26. Azcona definiu a atitude da OAB como “covardia” e “falta de lealdade”.

Segundo ele, a OAB não poderia ter tomado esse tipo de decisão sem consultar todas as entidades ligadas à questão da Usina de Belo Monte e reforçou aos jornalistas o trecho da nota de repúdio à decisão divulgada ontem, de que a OAB agiu com uma “pressa inexplicável” ao aprovar a construção da hidrelétrica, sem a participação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e sem se inteirar dos reais motivos que levaram ao questionamento judicial do projeto.

“A OAB sempre foi parceira da CNBB. A partir de agora, não sabemos como vai ficar essa relação. Estamos desapontados”, declarou.

OUTRO LADOProcurado pela reportagem, o presidente da OAB/PA, Jarbas Vasconcelos, disse que a parceria entre a CNBB e o órgão sempre existiu e continuará mantida. “No ponto Belo Monte, ficou claro que temos uma divergência. Mas, diferente do que eles alegaram, o Ministério Público participou sim de duas sessões extraordinárias que promovemos”. Vasconcelos disse ainda que durante a sessão do Conselho Deliberativo que aprovou a construção da usina, dos 51 conselheiros, apenas quatro votos foram contrários.

Perguntado se OAB tinha pressa na aprovação da hidrelétrica, o presidente da Ordem afirmou que “a OAB está atrasada”. Segundo ele, o órgão precisa cumprir um edital que trata dos 40 condicionamentos para a construção da usina. “Se não fiscalizarmos e ficarmos de fora, quem falará pelos interesses da sociedade paraense?”.
Fonte: Diário do Pará

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