quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Belém: Manifestantes protestam contra chacina e pedem 'CPI das milícias'

Dez pessoas foram assassinadas na última semana. Familiares e amigos de jovem executado participam da manifestação.

Organizações sociais e de direitos humanos cobram "CPI das milícias" em Belém. (Foto: Luana Laboissiere/ G1)
"Nós queremos uma resposta do governo para o que aconteceu. Meu filho estudava, trabalhava, tinha uma vida pela frente e isso foi roubado dele", afirma Priscila Chaves, mãe de Eduardo Galucio,16 anos, uma das dez pessoas assassinadas na semana passada em Belém. Os pais de Eduardo participaram na manhã desta terça-feira (11), juntamente com dezenas de familiares e amigos de pessoas vítimas da violência, de um protesto contra a chacina e pediram a instalação de uma "CPI das milícias".

Familiares do adolescente Eduardo Galucio, morto a tiros, pedem justiça. (Foto: Luana Laboissiere/ G1)Familiares do adolescente Eduardo, morto a tiros,
pedem justiça. (Foto: Luana Laboissiere/ G1)
Nove pessoas foram assassinadas na noite da última terça-feira (4) em seis bairros de Belém. Um homem que havia ficado ferido morreu no dia seguinte no hospital. Os crimes ocorreram após o cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo, 43, ser morto a tiros perto da rua onde morava. Os casos estão sendo investigados pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.

Também participaram da passeata os familiares de Márcio dos Santos Rodrigues, de 22 anos. "Meu filho tinha saído para comer um lanche perto de casa no Tapanã. Ele estava vindo de um aniversário com dois amigos em uma moto quando passaram pelas motos com os caras encapuzados. Ele recebeu três tiros porque era o último na garupa, conta Suzana Amaral, mãe do jovem, conhecido pelos amigos como um garoto alegre e sempre sorridente.

A passeata seguiu até a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). No local, uma comissão de manifestantes foi recebida por parlamentares.
    Movimentos sociais promovem passeata nesta terça-feira até a Assembleia Legislativa do Pará.  (Foto: Luana Laboissiere/ G1)
    Movimentos sociais promovem passeata nesta terça-feira até a Assembleia Legislativa do Pará. (Foto: Luana Laboissiere/ G1) 
Entenda o caso

Dez pessoas foram assassinadas em Belém após o cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo ser morto na frente de casa. Pelas redes sociais, diversas pessoas relataram que supostos policiais haviam convocado grupos para vingar a morte do cabo assassinado, declarando toque de recolher em bairros de Belém.

Segundo a Polícia Civil, falsas denúncias serão investigadas e podem ser punidas. O governo informou que aumentou o policiamento na cidade. Os casos estão sendo investigados pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil para verificar a relação entre eles. Pelo menos seis mortes teriam características de execução.
(G1 Pará)

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