Base grevista se rebela contra a direção da FASUBRA Unificar quem se manifestou contra o desmonte! Dia 10/11 começou a greve dos servidores técnico-administrativos das universidades. Uma reação diante dos ataques de Temer ao funcionalismo: PL 116 das demissões, reformas da Previdência e trabalhista, ameaça à carreira, aumento da alíquota do PSS, a EC 95 que congelou os investimentos, além da corrupção. O exemplo da UERJ, com ameaça de fechamento e privatização, levou a categoria à certeza que não tinha outra saída.
Mesmo sem os demais Servidores Públicos Federais (SPFs) na greve, e com sucessivas traições das centrais, os servidores atingiram 40 universidades paralisadas e realizaram uma marcha a Brasília. Um forte piquete no Ministério do Planejamento que obrigou o secretário e Rodrigo Maia a receber a FASUBRA e demais entidades. Este processo oxigenou a greve e mostrou que era possível fazer o governo recuar. O governo em crise política podia ser derrotado e derrubado.
Por isso, a categoria participou ativamente das manifestações do dia 5/12 mesmo com o desmonte da direção da CUT e Força Sindical. No entanto, esta disposição de luta precisou se contrapor à política da direção majoritária na FASUBRA. A direção era contra a greve e fez tudo para acabar com o movimento na plenária nacional de setembro, a direção majoritária mostrou que seu único intuito era unicamente adiar o congresso da FASUBRA. Utilizou “um calendário de luta” que não foi organizado. Já na plenária de 22/10, convocada para deflagrar a greve, a maioria da direção propôs apenas “estado de greve”.
Na direção da FASUBRA, apenas o COMBATE propôs greve imediata, e a força das assembleias obrigou o recuo da direção, que teve de marcar greve para 10/11. Apenas a DS-PT foi contra a greve na plenária. Porém, mesmo com a decisão da plenária, a maioria da direção atuou na base para evitar a greve, com discursos derrotistas ou ameaças de corte de ponto. Algumas entidades sequer entraram na greve. Outras demoravam semanas pra fazer assembleia. Para derrotar esse movimento contra a greve, foi decisiva a assembleia da UFRJ, cuja base passou por cima da direção lulista recentemente eleita no SINTUFRJ e decidiu entrar em greve, fortalecendo o movimento que cresceu até atingir as 40 bases.
Desde o início houve especulações sobre o “fim da greve” até que no dia 05/12 ele foi decretado: enquanto as bases realizavam piquetes e passeatas como parte do dia nacional de luta contra a reforma da previdência, a direção da FASUBRA passou o dia inteiro confabulando o fim da greve, aprovando essa linha no CNG. O desmonte da FASUBRA se encaixava na traição das centrais (CUT, Força, UGT). Na reunião do CNG, a delegação da UFRJ liderou a oposição juntamente com a delegação do SINTUFF, encaminhando contra o desmonte.
A categoria se manifestou contra a traição e manteve a greve Revoltada contra o inexplicável desmonte da greve, as assembleias de base foram desacatando a ordem do CNG. O CLG e a Assembleia da UFRJ foram os primeiros. No mesmo sentido se posicionou o SINTUFF e a Assembleia da UFF, bem como UFRRJ, UNIRIO, UFRGS, UFAM, UFPA, UnB, UFBA, UFU, UFMG, totalizando 31 universidades contra a orientação da direção. Apenas 8 suspenderam a greve. A direção manobrou os dados e não queria divulgar os resultados, numa atitude burocrática.
A pá de cal, que selou a derrota da direção, foi a emblemática Assembleia da UnB, onde estavam os dirigentes da FASUBRA (incluindo dois coordenadores gerais) e do sindicato (da gestão anterior e da que recém começava). A categoria decidiu manter a greve. Mesmo assim, no dia 15/12, num CNG convocado às pressas, a maioria da direção desconsiderou as assembleias de base e decretou novamente o fim da greve. E simplesmente extinguiu o CNG no mesmo dia. Na ocasião novamente os ativistas da UFRJ, do SINTUFF e da UnB foram contrários ao desmonte.
O Manifesto pela Continuidade da Greve agrupou os ativistas classistas Diante de tamanho recuo na cúpula da Federação, a greve tende a terminar antes do recesso parlamentar. Infelizmente os setores da esquerda, com os quais montamos uma chapa no último congresso, foram a parte mais ativa desse desmonte. Os companheiros do SONHAR E LUTAR, coletivo impulsionado pelo MAIS, foram as lideranças desse recuo em parceria com os lulistas. Na greve de 2016, essa direção majoritária da FASUBRA, já havia errado ao acabar com a greve antes da votação da PEC 55.
Fica evidente que não são capazes de encaminhar as lutas da categoria. Em contraponto a essa linha, surgiu um MANIFESTO pela manutenção da greve, agrupando militantes da UFRJ, UFF, Unirio, UFRRJ, UFPA, UFRA, UFRGS, UFAL, UFRPE, UFPE, UFAM, UFU, UnB, a direção do SINTUFF e o COMBATE. É preciso que cada uma das 31 assembleias de base se manifestem e ajudem a construir uma nova direção democrática, classista e combativa para nossa Federação. E nesse sentido temos que organizar os descontentes que se rebelaram nas assembleias e se agruparam ao redor do MANIFESTO pela continuidade da greve, realizando reuniões e produzindo um novo manifesto.
Temos que organizar um movimento alternativo, de oposição de esquerda, na FASUBRA. Exigir plenária nacional da FASUBRA na primeira quinzena de janeiro! Junto aos representantes do CNG e dos CLG's que não se curvaram, da Assembleia da UFRJ, Unirio e UFF propomos rejeitar o desmonte e desacatar a orientação de retorno ao trabalho no dia 19/12. Com a UFRJ propomos seguir a greve até dia 22 (último dia antes do recesso parlamentar) e, diante do desmonte exigimos uma plenária nacional da FASUBRA nos dias 13 e 14/01 para realizar um balanço da greve e organizar a luta por nossas pautas e contra a reforma da previdência em 2018.
A proposta de plenária da FASUBRA no início de janeiro já foi aprovada na UFRJ, UFF, Unirio e UFU. Assim podemos reagrupar as 31 assembléia de base e os lutadores para as novas batalhas.
Manifeste-se você também!
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