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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Calamidade é educador com salários descontado! | ‪#‎ForaDornelles‬

Desde o dia 2 de março os profissionais de educação do RJ estão em uma greve história e heroica contra o governo Dornelles/Pezão (PMDB) exigindo o que lhes é de direito: salário digno, condições de trabalho decentes e investimentos na educação. O governo, por sua vez, durante todo esse tempo, concedeu mais isenções fiscais aos grandes empresários e decretou um “estado de calamidade pública” no estado com o objetivo de garantir a realização dos Jogos Olímpicos. O governo Temer, aliado de Dornelles, liberou R$3 bilhões para esse objetivo, enquanto afirmam que não há dinheiro para o salário dos servidores e para os investimentos na educação, que vai de mal a pior.

Agora o governo declarou guerra aos educadores e a todos que estão solidários a essa luta: desconto nos salários por dias parados durante a greve. Um ataque absurdo ao direito de greve! E não é só com os educadores. Esse governo está retirando direitos de toda a população, como os benefícios sociais e os restaurantes populares, a saúde está um caos e a violência aumenta a cada dia que passa. Dornelles, portanto, dá seguimento ao projeto do PMDB e do PT que destruiu o estado fazendo dele um grande negócio para os empresários. 
Os trabalhadores, a juventude e o povo tem que se mobilizar para colocar Dornelles para FORA!

Por isso, nós da Juventude Vamos à Luta, que somos solidários aos educadores, convocamos toda a juventude a fazer parte dessa campanha de apoio. Vamos invadir as redes sociais e as ruas, no calendário de luta aprovado pela categoria, exigindo que Dornelles devolva o salário roubado dos educadores.


  • Todo apoio à greve dos educadores do RJ! Fora Dornelles!
  • Dornelles, ladrão, devolva o salário dos profissionais de educação!
  • ‪#‎ApagaTocha‬ Educação SIM! Olimpíadas NÃO! Pela suspensão dos Jogos Olímpicos!
  • Suspensão do pagamento da dívida pública do estado já!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Helenilson Pontes faria inveja a Goebbels

Joseph Goebbels, arquiteto da comunicação nazista, dizia que uma mentira dita mil vezes acabava virando uma verdade.

Tal qual seu professor, que era um exímio manipulador da realidade e braço direito do sanguinário ditador totalitário Adolph Hitler, o secretário de estado de educação do Pará, Helenilson Pontes (PSD), tenta fazer crer que os educadores do Pará são muito bem remunerados.

Nada mais falso!
Nem a população e tampouco os educadores paraenses comemos caroço de pupunha. O dito popular diz que quem o come fica rude.

Pelo contrário: estamos vivos e vacinados contra as traquinagens e cinismo que emana do governo Simão Jatene (PSDB-PSC).

O vídeo abaixo é mais uma prova disso! Educador é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!

Fora Helenilson!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Educação - O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!

Tomar as ruas contra os ataques de Jatene e Dilma!


Trabalhadores da educação do Pará, em greve há mais de dez dias, e estudantes secundaristas, principalmente da Escola Estadual Tiradentes II, fizeram caminhada e foram até a Assembleia Legislativa do Estado, onde promoveram protesto. Foram recebidos, em audiência, por uma comissão de parlamentares.

Os educadores buscaram um diálogo e uma saída para a crise, tendo em vista que o governo age com truculência e se recusa a dialogar e/ou atender as justas demandas da categoria.

Na contramão da história, desembargadora declara guerra à educação

A Justiça do Pará, atendendo a Procuradoria do Estado, assim como o governador Jatene, demonstrou seu total desprezo para com a educação, para com os professores e os alunos. Em liminar, declarou a "greve abusiva".

O judiciário repete a dose de amargo veneno: a douta desembargadora Gleide Pereira de Moura, do alto de sua suntuosa sala no Palácio Lauro Sodré, tal qual um déspota esclarecido, expôs total desconhecimento da realidade de nossas escolas, educadores e alunado. 

Ela determinou, alegando defender os estudantes, que os professores voltassem para as salas de aula em um prazo de 24h, sob a mira de multas ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Pará (SINTEPP).

No processo, Moura cita os estudantes, mas não viu nos jornais o que essas fotos aqui dizem: os discentes secundaristas estão ao lado dos professores, das merendeiras, dos orientadores, das supervisoras e porteiros! 
Eles têm marchado diariamente lado a lado.

Os estudantes, que a desembargadora finge defender, sofrem as agruras diárias do descaso do governo, o qual efetivamente ela defende. 

A decisão do desembargo atende aos ditames  de um sórdido governador

Em seu terceiro mandato e quase 30 anos nos mais altos postos do executivo estadual, (começou na Secretaria de Estado de Planejamento e Finanças em 1982, a convite do então governador, Jader Barbalho-PMDB), Simão Robson Jatene (PSDB) é a expressão da educação do Pará e das demais áreas sociais. Uma verdsdeira catástrofe. 

O estado tem uma das piores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do país e apresenta os piores indicadores sociais. 

Melgaço, na Ilha do Marajó, tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano da América do Sul. Nas Américas, só ganha do Haiti. 
Contudo, a violência policial contra pobre, contra preto, contra favelado, tal qual lá ou em Ciudad Juarez no México, graça aqui. 


O governador do Pará nunca quis resolver nenhum desses problemas. E não quis porque ele é a principal causa de todas as mazelas que o povo paraense enfrenta.

Para trabalhar, professores fazem das tripas coração, principalmente os das áreas marginalizadas e do inteirior (campos, áreas ribeirinhas e cidades). 

O salário dos educadores, porque o governador não paga o piso nacional (diferente do que diz propaganda falaciosa nos meios de comunicação) já não garante mais vida com dignidade. Fica difícil adquirir a cesta básica, comprar a carne, a gasolina, pagar o supermercado e as contas de água, gás e luz. 

No entanto, a desembargadora ataca as vítimas.

Como sempre... A justiça, eis a amiga História para comprovar, como parte do campo das superestruturas, serve a quem detém o poder econômico na base. 
Os donos desse poderio econômico e político controlam as igrejas, a grande mídia e a justiça. 

A desembargadora mentiu em sua decisão. Não está e nunca esteve preocupada com as escolas, porque estas estão caindo aos pedaços.
Não está e nunca esteve preocupada com os alunos, porque estes não tem sequer merenda para comer. 
Não está e nunca esteve preocupada com os educadores, porque os coage e os tenta amedrontar com sua pena. 

Acaso a desembargadora tivesse qualquer sentimento de humanidade, fraternidade e solidariedade para com os guerreiros que dependem da educação pública, ela mandava encarcerar na Penitenciária de Americano o governador Simão Jatene.

Contra as farsas de Jatene, contra a justiça vendida e o PL 4330 de Dilma-Levy, parar o estado neste dia 15 de abril


"Jatene utiliza sua televisão e sua justiça para declarar guerra aos educadores! 
Esses trabalhadores e toda a sociedade paraense vão declarar guerra contra Jatene, sua mídia e sua justiça patronal. 


Dia 15/4 vamos às ruas contra os ajustes de Dilma/Jatene e o PL 4330 das terceirizações!! 

A partir das 9h na praça da república!" Felipe Melo.
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Última atualização: 15 de abril de 2015, às 6h23.

Educação - Quem decide a hora de encerrar a greve, desembargadora, são os professores

A criminalização de um direito


Do blog Na Ilharga

A desembargadora [Gleide Pereira de Moura]* que deferiu liminar, pedida pelo governo do estado, contra a greve dos professores agiu mais como serviçal do Executivo do que magistrada instada a proferir decisão judicial. A certa altura, a pachorrenta togada escreve, “Noto haver prova inequívoca que demonstre ofensa ao livre exercício do trabalho dos demais servidores (art.5º, XIII, CF/88) que não aderiram à greve, com a ocupação da Secretaria de Estado e Educação”. Ora, bastaria a desembargadora dar uma volta próximo ao quarteirão em que trabalha pra constatar que as escolas estão totalmente paralisadas, com os protões abertos e sem qualquer piquete que impeça alguém de entrar nessas escolas.

Lá adiante, a magistrada despe a toga e expõe todo o seu reacionarismo político ao afirmar, “Enquanto perdurar a greve, os alunos da escola pública serão cruelmente penalizados, vindo a experimentar danos irreparáveis, levando-se em consideração o atraso do calendário escolar. Vale lembrar que mencionado atraso traz prejuízos ainda maiores e irreparáveis àqueles que estão se preparando para os processos seletivos vindouros ou mesmo os que estão às vésperas da conclusão do ensino fundamental ou médio”.

E quando terminar a greve continuarão, Meritíssima, a ser penalizados frequentando escolas mal equipadas, com professores mal remunerados, sem merenda, sem segurança e sem motivação porque totalmente sucateadas. Não por culpa dos professores, mas de um governo ímpio, que trata a educação pública como gasto desnecessário, constituindo-se sua lamentável decisão em criminalização de um movimento legítimo, contribuindo para penalização tão perversa quanto a do governo do estado contra a educação pública.

Resta esperar que, em instância judicial superior, volte a prevalecer o que reza a jurisprudência do STF, por sinal, repetindo o ocorrido em greve anterior, consequentemente, derrubando essa torpe liminar concedida por uma desembargadora que parece saída das masmorras jurídicas pós Ato Institucional Nº 5. Lamentável!
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Fonte: http://nailharga.blogspot.com.br/2015/04/a-criminalizacao-de-um-direito.html
*Grifo do Além da Frase


terça-feira, 7 de abril de 2015

Educação SIM, cadeia NÃO! Vamos à Luta contra a redução da maioridade penal!


por Eziel Duarte e Mariana Nolte

No dia 31 de março, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara parecer favorável à admissibilidade da PEC 171/93 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Ainda que a decisão ainda não seja definitiva e precisa passar pelos deputados federais e senadores através da Câmara e do Senado, a votação na CCJ já é o primeiro passo de um brutal ataque à juventude brasileira. Esse fato se torna ainda mais absurdo quando vemos que 60% dos deputados que votaram a favor da PEC estão sendo investigados por crimes e que tudo indica que os presidentes da Câmara e do Senado, os corruptos Eduardo Cunha e Renan Calheiros, ambos do PMDB, estão envolvidos no esquema de corrupção que está saqueando e privatizando a Petrobras. Os bandidos de colarinho branco que desviam dinheiro das escolas, hospitais e sonegam impostos estão a solta e agora querem penalizar a juventude por um problema pelo qual eles mesmos são responsáveis!

A juventude pobre e negra penalizada

“Se o jovem sabe que vai ser punido, não irá cometer um crime” é parte do discurso pró-PEC 171/93. No entanto, segundo a Secretária Nacional de Segurança Pública, apenas 0,9% dos crimes são cometidos por adolescente de 16 a 18 anos e, considerando apenas homicídios e tentativas de homicídio, o percentual cai para 0,5%. Ou seja, um discurso que não expressa os dados da violência no Brasil e que tenta mascarar a realidade da juventude, principalmente os jovens pobres e negros.

Na prática, adolescentes já são encarcerados pelo sistema “socioeducativo” que são, na verdade, verdadeiras prisões. Quase 60% dos “menores infratores” não estudavam na época que cometeram o primeiro crime, 75% já usavam drogas e, no Rio de Janeiro, por exemplo, 95% dos internos não completaram o ensino fundamental. Jovens entre 18 e 24 anos são 30% dos presos no país e o problema da violência não foi resolvido. Além disso, 61% dos encarcerados no Brasil são negros, sendo que 66% da população que “vive” nos presídios sequer concluíram o ensino fundamental.

Punir ou educar?

Quando analisamos o crime cometido por um menor, a tendência é de observarmos apenas a foto do ato infracional e não o filme completo que irá revelar a causa e o efeito que levou esse jovem a cometer crimes. No entanto, esses dados colocam a nu o coração do problema. Se à juventude são negados direitos sociais fundamentais como educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade, moradia e saneamento básico, o Estado a empurra para o colo do crime organizado e do narcotráfico, pois não lhe dá outra opção. A condição de miséria social produzida pelos governos é que gera a violência.

Hoje a política para juventude pobre e negra é a bala no peito nas favelas, é o “baculejo” e uma voltinha de camburão talvez para nunca mais. Essa realidade ficou evidente na última semana com a morte de Eduardo, menino de 10 anos, e de mais três jovens menores de idade, no Complexo do Alemão (RJ), durante operação da Polícia Militar. Fatos como esse, que fazem parte do cotidiano dos trabalhadores, trabalhadoras e jovens nas favelas, fazem com que o Brasil seja o país que mata 82 jovens por dia sendo que 77% são negros.

Os responsáveis tem nome, sobrenome e partido político 

O governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB) que tem em sua base aliada o corrupto PP de Jair Bolsonaro (PP), que diz que “bandido bom é bandido morto”, é também responsável, junto com os governadores e prefeitos, pelas mortes desses jovens e pela falência do sistema educacional. Dilma e o PT não só governam com aqueles que bradam a volta do regime militar, mas apoiam e compõem governos como o de Pezão (PMDB) no RJ, que aplicaram uma política de (in)segurança pública que mata meninos como Eduardo todos os dias nas favelas. Foi Dilma quem autorizou no ano passado, no mesmo dia em que se completavam 50 anos do Golpe Militar, a invasão do Exército ao Complexo da Maré que até hoje permanece lá reprimindo, sequestrando, torturando e matando moradores. Também não podemos esquecer que, para a realização da Copa da FIFA, milhares de famílias foram removidas dos terrenos onde estavam suas casas para dar lugar a estádios e estacionamentos. Perguntamos à presidenta: onde estão hoje essas crianças e jovens que perderam sua moradia?  Além disso, o ajuste fiscal de Dilma e Levy que já retirou direitos trabalhistas através das MPs 664 e 665 e já cortou R$7 bilhões da educação -  em um total que pode chegar a R$111 bilhões de todas as áreas sociais - tem seu principal alvo a juventude pobre e negra, agravando dados como o que afirma que apenas 1% dos jovens moradores das periferias entram na universidade (pesquisa da UFPA).

Ocupar as ruas contra a redução da maioridade penal e contra o ajuste fiscal

Como diz o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), a juventude precisa estar no banco das escolas e não no banco dos réus. Por isso, é necessária uma ampla mobilização, nas ruas e nas redes, dos estudantes, trabalhadores e suas entidades, movimentos e associações de bairros, mandatos parlamentares etc. para barrar de vez essa PEC que ataca que ataca os direitos da juventude. 

Também é necessário derrotar o ajuste fiscal e os cortes de verbas nas áreas sociais de Dilma e Levy que já está aprofundando a crise social que afeta principalmente a juventude que o Congresso Nacional quer colocar nas cadeias. É necessário suspender o pagamento da dívida pública que corrói 47% do nosso Orçamento para encher o bolso dos banqueiros e investir todo esse dinheiro em educação, saúde e moradia para dar vida digna à juventude e pôr fim à violência. Precisamos dar um basta à violência policial, às UPPs e à militarização das favelas que está assassinando os nossos jovens e apoiar todas as lutas dos moradores das periferias que estão se revoltando contra essa realidade!
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Eziel Duarte é militante do Vamos à Luta UFPA e Mariana Nolte é da CST-PSOL RJ


Fonte do texto: http://vamosalutanacional.blogspot.com.br/
Fonte da charge: http://soumaisenem.com.br/noticias/reducao-da-maioridade-penal-possivel-tema-de-redacao-no-enem

GREVE – Professores cobram acordos desrespeitados

Professores diante do CIG, cobrando o cumprimento dos acordos...
...que o governo celebrou, mas não cumpre, sucateando a educação.

por Augusto Barata, em seu blog

“Ressaltamos, primeiro, que exigimos que o governo Jatene cumpra todos os acordos da última greve, ocorrida em 2013. Naquela ocasião nosso movimento chegou ao TJE, que buscou estabelecer uma conciliação para a suspensão da greve, que já chegava a 53 dias. Depois de horas de negociação, chegamos a um documento que estabelecia tudo o que o governo se comprometia a fazer no pós-greve. Dentre estas obrigações estavam: 1) as regulamentações da jornada e das aulas suplementares; 2) a criação da lei que disciplina a eleição direta para direções de escolas; 3) a lei do Sistema Modular de Ensino, o Some; 4) reforma das escolas e do prédio sede da Seduc, 5) a lei que unifica o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Trabalhadores em Educação, o PCCR Unificado, incluindo os servidores administrativos e operacionais, visto que hoje apenas professores e especialistas (os pedagogos) são englobados no atual PCCR; e 6) realização de concurso público. Ocorre que apenas os três primeiros itens foram cumpridos. Para agravar a situação, o Sintepp teve que acionar a justiça para garantir as eleições diretas nas escolas, visto que o governo havia suspendido o processo, desrespeitando a lei que foi negociada e aprovada por unanimidade na Alepa, com a participação das lideranças do próprio governo naquela Casa.”


A declaração, feita ao Blog do Barata, é de Alberto Andrade, o Beto, 37, há 16 anos atuando no ensino público e que é secretário-geral do Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, a entidade que lidera a greve dos professores da rede estadual de ensino, um contingente que reúne 23 mil profissionais, 80% dos quais servidores públicos efetivos. O movimento tem como cláusulas pétreas, no elenco de reivindicações, garantia da jornada sem redução na remuneração; pagamento do piso salarial e do retroativo desde janeiro; reformas nas escolas, com acompanhamento da comunidade escolar; e o PCCR unificado, incluindo os servidores administrativos e operacionais, e não apenas professores e especialistas, no caso, pedagogos.

domingo, 5 de abril de 2015

Os trabalhadores em educação do estado do Pará estão em greve

Foto: Sintepp (Divulgação)
por Silvia Letícia

Os trabalhadores em educação do Pará estão em greve desde o dia 25/03. É uma greve pelo pagamento do reajuste do Piso Salarial, melhorias de condições de trabalho nas escolas e valorização profissional.

Mas, não somente isso. É uma greve que enfrenta de forma espetacular, com o engajamento e adesão de mais de 90% da categoria em todo o estado, o ajuste fiscal de Dilma (PT/PMDB) e do governador Jatene (PSDB) de retirada de direitos, redução de salários e péssimas condições de nossas escolas. É uma greve para defender a educação pública, com infraestrutura adequada para nossos alunos, sem violência, por eleições democráticas para direção como mecanismo de combater o assédio moral patrocinado pela Secretária de Educação (SEDUC).

O ajuste fiscal de Dilma e Jatene no Pará

O governo Dilma cortou R$ 7 bilhões de reais do orçamento da educação. O governador Jatene, além de não pagar o valor do piso, ainda limitou em 150 horas nossa carga horária no estado.

Para muitos professores que trabalhavam de 200 a 280h em regência há cerca de 20 anos e recebiam em seus vencimentos essa jornada, está presenciando, de forma abrupta uma redução salarial de aproximadamente R$ 2 mil reais. Um completo absurdo!

Não somos contra a redução da jornada de trabalho, ao contrário sempre lutamos por uma jornada menor, com a garantia de tempo de planejamento e estudos para professores e especialistas em educação, o que não podemos aceitar é redução salarial ainda mais quando nossas perdas assim como a do conjunto do funcionalismo estadual já ultrapassam 80%.

Se o governador Jatene quer evitar a extrapolação de aulas, então que faça concurso público, que, aliás, tem sido pauta de nossas campanhas salariais nos últimos 10 anos, para contratar para o quadro permanente novos educadores.

É inaceitável que com o limitador de 150h/aulas e a perda de turmas, nossos alunos fiquem sem professores em sala de aula e que para resolver essa ausência, em vez do concurso, o governo tenha a intenção de contratar temporários.

Não aceitaremos que a educação vire moeda de troca de voto nas eleições, que nossa categoria seja tratada como curral eleitoral, nem que em momentos de luta e mobilização como estamos vivendo agora, por não terem estabilidade funcional, educador seja colocado contra educador, porque o governo sempre ameaça de demissão em momentos de luta os temporários.

Essa é a experiência que temos vivido em vários municípios por todo o país. Essa é a experiência que temos vivido nos municípios do Pará.

A greve é forte em todas as regiões

Os dados que nos chegam das diretorias regionais do Sindicato (SINTEPP) é que na região sudeste, onde a sub-sede Marabá cumpre papel destacado, o mesmo ocorrendo com os municípios de Santarém (Regional Oeste) Altamira (Regional Xingu) é que a greve se fortalece a cada dia.
Na região metropolitana (Belém-Ananindeua-Marituba) a adesão é de mais de 95% da categoria o que tem contagiado os trabalhadores desses municípios que enfrentam a mesma política nas mãos dos prefeitos do PSDB/PMDB.

Assim como na última greve que durou 53 dias, estamos contando com o apoio massivo de pais e alunos que entendem que a defesa de uma educação pública de qualidade é uma tarefa de todos (as). 

Greve geral da educação pública!

Por conta do corte no orçamento da educação, governadores e prefeitos de todos os estados que já pagam o Piso tem alegado não terem dinheiro para pagar o reajuste, a mesma desculpa está sendo dada por governadores e prefeitos que ainda não pagam. Por isso a educação se mobiliza e sai à luta em nível nacional.

Além dos educadores do Pará, também estão em greve os trabalhadores da educação dos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Roraima e existem sinalizações de que podem parar suas atividades, educadores dos estados do Acre, Mato Grosso e Pernambuco.

A Direção da CNTE, em vez de convocar mobilizações de apoio ao governo Dilma, maior responsável ao lado de governadores e prefeitos pelo caos na educação pública, como fez no último dia 13/03, deveria unificar a luta de nossa categoria em nível nacional e convocar uma greve geral por tempo indeterminado exigindo que estados e municípios cumpram a Lei do Piso, reajustem salários, melhorem as condições de trabalho e valorizem nossa categoria e que o governo Dilma destine 10% do PIB para educação pública Já.

É possível derrotar o ajuste do governo. A vitoriosa greve dos educadores do Paraná foi uma demonstração, que se a luta ocorre se pode vencer.
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Silvia Letícia, faz doutourado em educação na Universidade Federal do Pará e é professora da rede municipal e estadual. Faz parte da direção do SINTEPP e da Direção Nacional da CST/PSOL.

Fonte: http://cstpsol.com/viewnoticia.asp?ID=693

segunda-feira, 2 de março de 2015

Educação: ministro de Dilma é recebido com protestos na UFPA

O Ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), esteve em Belém na última sexta, 27/02, para uma visita agendada à UFPA. Foi recebido por um protesto organizado pelo movimento estudantil (ME). 
Estudantes protestam na UFPA contra cortes de verbas da Educação de Dilma e Cid Gomes
por Fábio Moroni e Gabriel Antunes

Com cartazes e palavras-de-ordem denunciando o absurdo corte de 7 bilhões aplicado pelo Governo Dilma no orçamento para a educação foram a principal consigna do protesto. A princípio, o ministro hesitou em falar com os estudantes, porém o descontentamento e pressão deles o pressionou a querer “dialogar” com os manifestantes. 

Reafirmando e defendendo a política educacional do Governo Dilma, Cid Gomes reivindicou as transferências de recursos públicos para as universidades privadas através de programas como o PROUNI e FIES, que garantem isenções fiscais aos empresários, maquiam a crise existente no ensino privado e que enriquecem os “tubarões do ensino”, endividando cada vez mais as famílias em todo o Brasil. 

ENROLAÇÃO

Mesmo com toda as suas tentativas de esquivar-se das interrogações do movimento, o ministro não conseguiu esconder o aumento do contingenciamento de recursos públicos nas áreas sociais como saúde e educação, tudo para ampliar o superávit primário e o pagamento da dívida pública aos banqueiros e ao sistema financeiro mundial. O ministro enrolou e tremeu nas bases diante de estudantes e técnicos da UFPA. Ele assumiu que a equipe econômica de Dilma está comprometida com o ajuste fiscal. 

Chegou ao absurdo de afirmar que "as universidades não devem se preocupar com creches" e que ela não são uma prioridade. O que vai na contramão da históricas reivindicações por assistência estudantil. Entendemos que as trabalhadoras e mães universitárias necessitam muito dessa importante assistência para evitar o abandono da universidade e do trabalho.

Cinismo e desrespeito: as faces de Gomes

O coletivo Vamos à Luta e a militância da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST-PSOL) estiveram presentes, denunciando de forma intransigente os ataques do Governo Dilma (PT-PMDB-PCdoB) e seus ministros conservadores. Ainda no encontro, o ministro da educação chegou a reeditar a sua famosa pérola de que “professores devem trabalhar por amor”, afirmando dessa vez que os professores devem “trabalhar por amor e não para enriquecer”.

Uma completa cara de pau, quando quem enriquece são os empresários da educação com os sucessivos anos de incentivo fiscal e repasses de recursos públicos à iniciativa privada, ampliados pelo governo petista! 

Em determinada altura, quando o ministro relatou que "pediriam a minha cabeça, acaso não aplicasse o ajuste", o ME disparou: "Então quem vai querer a tua cabeça somos nós!". 

Cid Gomes é a mesma figura que questionou a Lei do Piso Salarial Nacional dos professores com ações na justiça, quando governador do Ceará (2011-2014), demonstrando seu completo descompromisso com os trabalhadores e a educação pública. Com tamanha enrolação, os estudantes deram as costas à ladainha e se retiraram do encontro cantando: "É ou não é piada de salão? Tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação!".

Organizar as lutas e unificar as mobilizações dos estudantes

Em 2015, está mais do que claro que o maior inimigo da educação brasileira é esse governo, depois do imenso estelionato eleitoral, o que se atesta são violentos pacotes de ajustes e tarifaços, aplicados de norte a sul, por meio de aumentos nos combustíveis, na energia elétrica e a redução dos recursos repassados para os serviços públicos.

A juventude e o conjunto dos estudantes devem organizar suas pautas e enfrentar essas políticas com toda força! Só a luta intransigente da base do ME, Centros Acadêmicos (CA's) e Diretórios Centrais dos Estudantes's (DCE's) contra a política de ajustes do Governo Dilma, irá trazer conquistas e melhorias em nossos Restaurantes Universitários, na assistência estudantil, na estrutura das universidades, nas bolsas, assim como mais investimentos para a educação pública.

É preciso que o movimento estudantil siga unitariamente o exemplo de luta dos radicalizados trabalhadores. Eis os importantes exemplos de mobilização dos caminhoneiros, que paralisaram as vias do Brasil; dos metalúrgicos da Volks em São Paulo, que derrotaram as burocracias sindicais e arrancaram vitórias contra a patronal, ou dos professores do Paraná, que massivamente enfrentam nas ruas os ajustes do governador Beto Richa (PSDB). 

Não há outra saída que não seja a luta!


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*Fábio Moroni e Gabriel Antunes, são estudantes de Geografia e Teatro, respectivamente, da UFPA, e membros do coletivo Vamos à Luta e da CST-PSOL. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Cid Gomes no MEC: uma escolha coerente para aprofundar a contrarreforma da educação brasileira

Escolha que demonstra o ódio de Dilma pela educação. Charge: Clayton.
por *Roberto Leher

Os governos Lula da Silva e Dilma Rousseff romperam com o projeto de educação do PT dos anos 1980 e 1990, elaborado no contexto das lutas do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, em especial na Constituinte e na LDB, nas quais sobressaiu a liderança de Florestan Fernandes, e no período de elaboração do Plano Nacional de Educação dos Congressos Nacionais de Educação (1996-1997): por isso, jamais admitiram considerar o Plano Nacional de Educação: Proposta da Sociedade Brasileira elaborado pelos trabalhadores da educação, entidades acadêmicas, estudantes, reunidos no referido Fórum.
A opção destes governos, por suas alianças de classes, foi subordinar a educação pública aos anseios do capital, por meio de parcerias público-privadas, operacionalizadas pela expansão do FIES e pela criação de um programa de isenções fiscais para o setor mercantil (ProUni), possibilitando o crescente controle da educação privada pelo setor financeiro, pela incorporação da totalidade da agenda educacional dos setores dominantes (Todos pela Educação) nas diretrizes oficiais para educação básica (Plano de Desenvolvimento da Educação, 2007; Plano Nacional de Educação, 2014) e pela admissão de que cabe aos patrões conceber a educação profissional da classe trabalhadora (Pronatec).
O PT, após 2003, parece ter assimilado a nova agenda sem maiores questionamentos: os seus ministros a implementaram de modo diligente. Não haverá descontinuidade na política com o afastamento do PT do comando do MEC, mas haverá mudanças. O novo ministro aponta um aprofundamento da contrarreforma e, pelo retrospecto de seus mandatos como governador, um recrudescimento do confronto do governo com os trabalhadores da educação básica e superior.
Cid Gomes e as universidades estaduais: uma relação de confronto
A trajetória do novo ministro é afim ao projeto em curso de expandir a oferta privada, com recursos estatais, e de refuncionalizar as universidades como organizações de serviços e ensino. A sua relação com as universidades estaduais do Ceará foi hostil e rude, manifestando disposição de federalizá-las (1) e mesmo de fechar o prestigioso curso de medicina da UECE, provavelmente por ser muito custoso (2). Mesmo diante da enorme falta de docentes, mais de 800 nas três universidades estaduais, procrastinou a realização de novos concursos (optando por deletérios contratos temporários e terceirizações) até o final de seu segundo mandato.
Célebre frase do ex governador Cid, quando da última greve da educação no Ceará.
Uma breve cronologia das lutas permite magnificar a intransigência e a ausência de prioridade à educação no governo de Cid Gomes: os sindicatos protocolaram a pauta em fevereiro de 2011, realizaram diversos atos, mas o governador somente recebeu as entidades e os reitores em novembro de 2012. A intransigência se manteve. No lugar de concursos, Cid autorizou apenas a contratação de professores substitutos que recebem menos da metade dos efetivos. Em outubro de 2013, objetivando acelerar a resolução dos problemas, os docentes deflagraram uma greve que se prolongou até janeiro de 2014. Os docentes suspenderam a greve a partir do compromisso de que o governo negociaria com a categoria. Novamente, as principais reivindicações não foram negociadas e, em setembro de 2014, a greve foi retomada. A gestão Cid Gomes foi encerrada sem que o governador tivesse negociado com os docentes que, após 4 meses marcados pela ausência de diálogo, no início de janeiro de 2015 ainda se encontravam em greve para impedir o total sucateamento das estaduais.
Ao justificar a sua recusa em autorizar novos concursos, o governador argumentou que os docentes ministram poucas aulas, propondo que a carga-horária em sala de aula deveria corresponder a 52% da jornada de trabalho, aproximadamente 21 horas-aula, o que ele chamou de “chão de sala de aula”, sem considerar nem mesmo o tempo para planejamento das aulas, o que inviabiliza as orientações, a pesquisa e a extensão.
Embora tenha havido crescimento nominal dos recursos para as três estaduais, houve decréscimo em termos da participação do orçamento das universidades em relação ao orçamento total: em 2007, os gastos das estaduais correspondiam a apenas 1,54% do orçamento; em 2012, o percentual foi reduzido para minguados 1,46%. Desse modo, os gastos ficaram muito aquém da expansão de vagas e foram destinados, especialmente, aos contratos temporários (os gastos nesta rubrica cresceram, entre 2007 e 2012, 169,63%) e para as terceirizações do pessoal (2007-2012: +1.643%) (3).
A consequência prática dessas medidas foi o favorecimento do setor empresarial, que seguiu expandindo vorazmente no estado. Com efeito, no Ceará, as matrículas entre 2000-2010 cresceram 114%, sendo que o setor privado teve expansão de 245% e o público de 45%. No Ceará, o setor mercantil foi turbinado pelo FIES e o PROUNI, que, entre 2010 e 2013, ampliou em 358% os beneficiários dos subsídios públicos para o setor mercantil. A grande expansão se deu no FIES que, no período, cresceu 559%, enquanto o PROUNI cresceu 80% (4), ampliando de modo impressionante os estudantes endividados. A expansão do setor mercantil conheceu um período de ouro nas gestões Lúcio Alcântara, PSDB (2003-2007) e Cid Gomes (2007-2014).
Educação básica
A despeito de que o governador não tenha sido um membro orgânico da criação do lobby empresarial, a exemplo de Fernando Haddad e de José Henrique Paim, foi em sua gestão na prefeitura de Sobral e, depois, no governo do Ceará, que uma das mais importantes medidas da agenda empresarial foi testada: o Programa Alfabetização na Idade Certa, posteriormente incorporada pelo MEC como política nacional no Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa – PNAIC. Com efeito, o governador assinou em 24 de maio de 2007 adesão ao programa Compromisso Todos pela Educação e, desde então, aplicou diligentemente a agenda empresarial, sendo reconhecido pelos donos do dinheiro e do poder como um importante protagonista da reforma empresarial da educação na região Nordeste, no caso, do ensino fundamental.
Desse modo, os setores dominantes lograram difundir uma nova concepção de alfabetização funcional ao trabalho simples, restrita ao velho paradigma das primeiras letras referenciado na decodificação de letras, sílabas e palavras, desvinculadas da semântica, do uso social da escrita e da leitura, situação que explica, em grande parte, a existência de milhões de crianças e jovens que, a despeito de serem considerados alfabetizados, não são capazes de utilizar criativamente a escrita como uma dimensão da comunicação e do diálogo.
O capital, nesse momento, almeja estender essa concepção instrumental e minimalista para todo ensino médio. Após ter hegemonizado a concepção de ensino fundamental, o Todos pela Educação vem orientando seus publicistas para difundir a necessidade da reforma do ensino médio, tido como muito abrangente e pouco focado nas “competências” instrumentais de português e matemática. Para isso, os seus funcionários vêm defendendo a necessidade de reformar o currículo do ensino médio. Argumentam que, no Brasil, ciência, cultura, arte, conhecimentos histórico-sociais são um luxo anacrônico. Não surpreende que, em sua primeira declaração como ministro da Educação, Cid Gomes tenha explicitado que essa reforma do ensino médio será a sua prioridade, meta reafirmada por Dilma Rousseff em seu discurso de posse.
A sua nomeação, na cota pessoal de Dilma, anuncia também o recrudescimento das ações contra os docentes que, em especial, desde 2011, vêm promovendo cada vez mais lutas em prol de uma carreira digna. Ao lado dos governadores de RS, MS, SC e PR, em 2008 patrocinou uma ação no STF contra a lei do piso salarial (Lei 11.738/08). O magro piso foi conquistado no estado após uma dura greve de 64 dias, em 2011, a exemplo da conquista do (reduzido, apenas 1/3 da jornada) tempo de preparação de aulas, uma vitória dos trabalhadores da educação pois, na ocasião, o governador sustentou, ao patrocinar a ADIN contra a lei do piso, que o docente deveria permanecer 40 h em aula (5). Diante desta áspera greve, Cid Gomes afirmou: “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado” (6). Na ocasião, um docente graduado, em regime de 40 h, recebia um vencimento de R$ 1,3 mil.
O retrospecto de seu governo indica que a educação será a “prioridade das prioridades” de forma sui generis: o governo tucano de Lucio Alcântara (cabe grifar, tucano!) destinou para a função educação 28,25% do total do orçamento. Cid Gomes, em 2012, destinou apenas 18,06% (Anexo II, RREO, LRF), queda que pode ser magnificada também pelo percentual do PIB do Ceará destinado à educação : em 2007, 3,93%, em 2012, 2,6% (IPCE, Anexo II, RREO e balanço geral).
As suas prioridades foram outras. Nem todas as atividades públicas deveriam ser caritativas, praticadas “em nome do amor”. Em 2007, fretou um jatinho por R$ 340 mil e levou a família para passear na Europa, hospedando-a nos mais caros hotéis, uma conta de R$ 35 mil (7). Em 2010 foi denunciado pela “farra do caviar”. Trata-se de um contrato de um buffet por R$ 3,4 milhões para servir a residência e o palácio de governo com caviar, escargots etc. (8).
Sentidos da política educacional em curso
O fato de o novo ministro não ter sequer mencionado a universidade em sua primeira entrevista – a despeito do peso relativo das universidades federais para o MEC – é uma demonstração de organicidade e coerência com as atuais políticas educacionais e com o aprofundamento da agenda do Todos pela Educação. Afinal, um ensino médio instrumental, focalizado nas ditas competências mínimas, expressa um projeto educacional em que o conceito de universidade pública é uma ideia fora do lugar. As políticas atuais, dirigidas pelo empresariado, têm como pressuposto que o setor produtivo, ou melhor, o mercado, não demanda força de trabalho complexa e, por isso, o nexo lógico é o PRONATEC e seus cursos de curta duração, instrumentais, destinados a suprir a força de trabalho simples e a socializar, ideologicamente, o exército industrial de reserva. A nomeação de Kátia Abreu da CNA para a pasta da agricultura e de Armando Monteiro da CNI para o ministério do Desenvolvimento robustecem a presença do Sistema S na educação profissional brasileira, respectivamente por meio do PRONACAMPO e do referido PRONATEC.
Desse modo, o desprestígio das universidades federais, expresso por sua invisibilidade na campanha eleitoral – Dilma Rousseff nada disse sobre a importância das mesmas nos debates e entrevistas, a exemplo de Aécio Neves –, é congruente com a política econômica em prol do setor bancário, das finanças, do extrativismo e das commodities em geral. Cabe destacar a pertinência dessas orientações com as políticas de Ciência e Tecnologia em curso. Não é casual que o novo ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rabelo, tenha sido um dos líderes da aprovação do novo código florestal brasileiro, confrontando as entidades científicas e os movimentos sociais. As suas críticas aos relatórios do órgão da ONU Painel Intergovernamental para a Mudança Climática – IPCC, na sigla em inglês –, ecoando a tese de que o aquecimento global é uma “controvérsia”, nos mesmos termos dos cientistas financiados pelas corporações petrolíferas e da indústria automobilística, igualmente merecem destaque, pois congruentes com a política extrativista e de fortalecimento da economia baseada em commodities.
Todos esses setores (financeiros, commodities, serviços) não demandam universidades capazes de produzir conhecimento novo. Após um curto período de relativa expansão de recursos (2007-2012), muitas universidades federais voltaram ao cotidiano dos anos 1990: contas de energia e telefonia atrasadas, terceirizações toscas, que sequer são custeadas até o final do ano, interrompendo serviços importantes, e visível decadência das instalações físicas, que já não pode ser edulcorada por argumentos de que, no futuro, tudo estará bem.
Se a pesquisa acadêmica, direcionada para os problemas lógicos e epistemológicos do conhecimento, não tem lugar na agenda, nem tampouco a ciência e tecnologia comprometidas com os problemas atuais e futuros dos povos, o mesmo não é verdade em relação à prestação de serviços. É cristalina a orientação da presidenta Dilma. Em seu discurso de posse, a missão da universidade é uma só: servir o setor produtivo a partir de parcerias. Fomentando o mercado educacional nos países centrais, manterá a custosa prioridade ao programa Ciência sem Fronteiras, ainda que a quase totalidade dos estudantes tenha uma muito breve interação com essas universidades, em geral duas disciplinas e pouca ou nula inserção na pesquisa. Os recursos destinados para o Programa originalmente seriam custeados meio-a-meio com o setor empresarial, que, entretanto, não demonstrou interesse. Assim, os recursos que jorram para adquirir serviços educacionais dentro e fora do país são justamente os que faltam para melhor estruturar a universidade brasileira.
Em resumo, a presidenta mostrou coerência com o seu projeto e com a sua aliança de classes. Contrariando expectativas pueris, optou por um ministro que já demonstrou que o seu modus operandi para enfrentar os docentes é rude e sabe enxugar o orçamento educacional. O novo ministro muito dificilmente irá se contrapor ao projeto em curso que aprofunda a adaptação das universidades ao modelo da educação terciária minimalista, nos moldes de Bolonha e dos community colleges. O teor ideológico da educação foi magnificamente sintetizado pela presidenta: “Brasil, Pátria Educadora”. O dever de assegurar a educação é difuso, diluído no suposto patriotismo, a despeito das classes sociais, encaminhado pelos “valores da pátria”, um discurso que orgulharia o Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo e os formuladores da educação e moral e cívica dos anos de Chumbo.
Desafios para a defesa da educação pública
Diante do novo cenário, os encaminhamentos do I Encontro Nacional de Educação (2012) terão de ser ajustados. Será temerário adiar uma nova convocação nacional para 2016, quando a contrarreforma poderá ter avançado de modo profundo sobre a educação pública unitária. Em 2015, acontecerão diversos encontros que poderão servir de emolumento para que a frente em defesa da educação pública possa ser ampliada, como o II Encontro Nacional de Educadores da Reforma Agrária – ENERA. De fato, diversos setores sindicais e acadêmicos têm manifestado disposição de retomar o diálogo com prol de uma frente capaz de empreender unidade de ação na defesa dos princípios que orientam a escola pública gratuita, universal, unitária e laica, mas tal processo não se dará de modo espontâneo e, por isso, a convocatória de um novo encontro, ainda mais aberto ao protagonismo de base, não pode ser adiada.
Estamos em contexto de aviso de incêndio, para utilizar a metáfora benjaminiana, e, por isso, as movimentações em prol da educação pública terão de ser ousadas, rápidas e efetivas, sob o risco de derrotas longas e duradouras. O histórico recente de greves da educação básica e superior e de lutas da juventude atesta que a disposição de luta está pulsando forte e, em 2015, as ruas poderão estar ocupadas por todos os que lutam por uma educação pública unitária.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Trabalhadores do DF fazem greve

Ato dos trabalhadores da saúde/DF em frente ao bilionário estádio Mané Garrincha. 
Os servidores da saúde, trabalhadores em educação e de empresas terceirizados do Distrito Federal estão em greve. O caos político e econômico segue no Governo do Distrito Federal (GDF), que nos últimos anos tem sido retumbante nas páginas policiais, devido aos sucessivos escândalos de corrupção.

As áreas da saúde, educação e terceirizados e outras categorias tem saído às ruas e protoganizam inúmeros protestos, pois ainda não receberam salários de 2014, 13º, férias.


Saúde mobilizada
A tendência sindical Unidos pra Lutar está ao serviço das lutas dessas categorias e hoje acompanhou o ato da saúde do DF, categoria que segue em uma poderosa greve. O professor da rede estadual e dirigente da Unidos pra Lutar/DF, João Flávio, falou em nome da tendência no protesto e destacou  "a necessidade de se construir a unidade das diversas categorias em luta".

O ato terminou em frente ao estádio mané garrincha, obra faraônica, que custou aos brasileiros R$ 2 bilhões, para servir ao circo da Copa do Mundo da Federação Internacional de Futebol (FIFA). 

Intransigência
O novo governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), ao invés de atender aos trabalhadores, há meses sem salários, décimo terceiro e férias, ameaça entrar na Justiça contra a justa greve. Um verdadeiro absurdo! 

Os deputados distritais acabam de reajustar seus próprios salários, enquanto que os servidores seguem penalizados. 


Dilma (PT), Agnello Queiroz (ex governador) e agora Rollemberg, são os responsáveis pela crise do Distrito Federal. 


Enquanto isso a CUT segue blindando Dilma e Agnello e se negam a unificar as lutas. Agora mais do que nunca precisamos de unidade e construir uma Greve Geral no DF.


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Com informações de Rosi Messias.