segunda-feira, 2 de março de 2015

Educação: ministro de Dilma é recebido com protestos na UFPA

O Ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), esteve em Belém na última sexta, 27/02, para uma visita agendada à UFPA. Foi recebido por um protesto organizado pelo movimento estudantil (ME). 
Estudantes protestam na UFPA contra cortes de verbas da Educação de Dilma e Cid Gomes
por Fábio Moroni e Gabriel Antunes

Com cartazes e palavras-de-ordem denunciando o absurdo corte de 7 bilhões aplicado pelo Governo Dilma no orçamento para a educação foram a principal consigna do protesto. A princípio, o ministro hesitou em falar com os estudantes, porém o descontentamento e pressão deles o pressionou a querer “dialogar” com os manifestantes. 

Reafirmando e defendendo a política educacional do Governo Dilma, Cid Gomes reivindicou as transferências de recursos públicos para as universidades privadas através de programas como o PROUNI e FIES, que garantem isenções fiscais aos empresários, maquiam a crise existente no ensino privado e que enriquecem os “tubarões do ensino”, endividando cada vez mais as famílias em todo o Brasil. 

ENROLAÇÃO

Mesmo com toda as suas tentativas de esquivar-se das interrogações do movimento, o ministro não conseguiu esconder o aumento do contingenciamento de recursos públicos nas áreas sociais como saúde e educação, tudo para ampliar o superávit primário e o pagamento da dívida pública aos banqueiros e ao sistema financeiro mundial. O ministro enrolou e tremeu nas bases diante de estudantes e técnicos da UFPA. Ele assumiu que a equipe econômica de Dilma está comprometida com o ajuste fiscal. 

Chegou ao absurdo de afirmar que "as universidades não devem se preocupar com creches" e que ela não são uma prioridade. O que vai na contramão da históricas reivindicações por assistência estudantil. Entendemos que as trabalhadoras e mães universitárias necessitam muito dessa importante assistência para evitar o abandono da universidade e do trabalho.

Cinismo e desrespeito: as faces de Gomes

O coletivo Vamos à Luta e a militância da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST-PSOL) estiveram presentes, denunciando de forma intransigente os ataques do Governo Dilma (PT-PMDB-PCdoB) e seus ministros conservadores. Ainda no encontro, o ministro da educação chegou a reeditar a sua famosa pérola de que “professores devem trabalhar por amor”, afirmando dessa vez que os professores devem “trabalhar por amor e não para enriquecer”.

Uma completa cara de pau, quando quem enriquece são os empresários da educação com os sucessivos anos de incentivo fiscal e repasses de recursos públicos à iniciativa privada, ampliados pelo governo petista! 

Em determinada altura, quando o ministro relatou que "pediriam a minha cabeça, acaso não aplicasse o ajuste", o ME disparou: "Então quem vai querer a tua cabeça somos nós!". 

Cid Gomes é a mesma figura que questionou a Lei do Piso Salarial Nacional dos professores com ações na justiça, quando governador do Ceará (2011-2014), demonstrando seu completo descompromisso com os trabalhadores e a educação pública. Com tamanha enrolação, os estudantes deram as costas à ladainha e se retiraram do encontro cantando: "É ou não é piada de salão? Tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação!".

Organizar as lutas e unificar as mobilizações dos estudantes

Em 2015, está mais do que claro que o maior inimigo da educação brasileira é esse governo, depois do imenso estelionato eleitoral, o que se atesta são violentos pacotes de ajustes e tarifaços, aplicados de norte a sul, por meio de aumentos nos combustíveis, na energia elétrica e a redução dos recursos repassados para os serviços públicos.

A juventude e o conjunto dos estudantes devem organizar suas pautas e enfrentar essas políticas com toda força! Só a luta intransigente da base do ME, Centros Acadêmicos (CA's) e Diretórios Centrais dos Estudantes's (DCE's) contra a política de ajustes do Governo Dilma, irá trazer conquistas e melhorias em nossos Restaurantes Universitários, na assistência estudantil, na estrutura das universidades, nas bolsas, assim como mais investimentos para a educação pública.

É preciso que o movimento estudantil siga unitariamente o exemplo de luta dos radicalizados trabalhadores. Eis os importantes exemplos de mobilização dos caminhoneiros, que paralisaram as vias do Brasil; dos metalúrgicos da Volks em São Paulo, que derrotaram as burocracias sindicais e arrancaram vitórias contra a patronal, ou dos professores do Paraná, que massivamente enfrentam nas ruas os ajustes do governador Beto Richa (PSDB). 

Não há outra saída que não seja a luta!


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*Fábio Moroni e Gabriel Antunes, são estudantes de Geografia e Teatro, respectivamente, da UFPA, e membros do coletivo Vamos à Luta e da CST-PSOL. 

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