Após organizarem lutas e ocupações do 2º e 28º batalhões de policiamentos militares do Pará (motim, segundo a Corporação), dezenas de praças (soldados, cabos e sargentos) da Polícia Militar do Pará passaram a ser perseguidos pelos comandos da PM, assim como pela cúpula de segurança pública do governo Simão Jatene (PSDB-PSC-PROS).
Vários policiais foram sumariamente desligados ou alguns continuam sendo perseguidos, através de abertura de processo disciplinar militar ou conselhos de justificação. Após as mobilizações no interior dos batalhões, seguiu-se no interior da PMEPA um vergonhoso processo de caça às bruxas. Velha tática de retaliação das lideranças, afim de tentar amedrontar os batalhões, os quais estão sempre a ponto de explodirem, devido baixos salários, péssimas condições de trabalho, maus tratos e constantes assédios morais.
Assim, o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), entrou com uma requerimento na Câmara dos Deputados, em que solicitava Anistia dos policiais militares perseguidos pelo governo estadual e pela cúpula da corporação. Na manhã desta quinta-feira, 12, a Comissão de Segurança Pública da Câmara, aprovou o Projeto de Lei que anistia os policiais militares do Pará envolvidos nos movimentos reivindicatórios do ano passado.
Está claro que só a luta muda e melhora a vida para melhor. Essa conquista é das praças do Pará. Essa conquista é da luta por dignidade pelo fim dos maus tratos em quaisquer lugar. Seja no serviço público ou na iniciativa privada.
Baseado em pesquisa que demonstra que 75% dos militares já estão a favor da desmilitarização das PMs, é necessário aproveitar essa vitória e aprovar pela aprovação da PEC 51 que reestrutura as polícias do país, passo essencial para que os trabalhadores da segurança pública vivam com dignidade, assim como para se combater os maus policiais, principalmente aqueles envolvidos em milícias.
Principalmente porque, segundo o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias e Grupos de Extermínio da Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA), "a cultura organizacional da Polícia Militar favorece a conformação de grupos milicianos", portanto, a desmilitarização faz-se urgente, como mais do que nunca, necessária.
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