segunda-feira, 2 de março de 2015

Paraense recebe menos que o mínimo. É o que mostra pesquisa do IBGE

Trabalhador paraense ganhava, em média, R$ 631, a quarta pior renda per capita do Brasil (Foto: Rogério Uchôa/Arquivo) 

No ano passado, a renda mensal média da população do Pará ficou abaixo do salário mínimo vigente na época. Enquanto os trabalhadores brasileiros receberam um mínimo de R$ 724,00, o paraense ganhava, em média, R$ 631,00, o quarto pior rendimento per capita do país.    

As estimativas de rendimento nominal domiciliar per capita em 2014, com a média do país e de cada uma das 27 unidades da federação, foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo por base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O rendimento nominal domiciliar per capita médio do brasileiro foi de R$ 1.052,00. 

Os dados são referentes ao quarto trimestre de 2014. As piores rendas registradas pelo IBGE são dos estados do Maranhão (R$ 461), Alagoas (R$ 604),Ceará (R$ 616), Pará (R$ 631), Piauí (R$ 659) e Acre (R$ 670). A maior renda per capita do país no período no ano passado foi do Distrito Federal: R$ 2.055.   

O Amazonas, estado vizinho, teve rendimento domiciliar per capita de R$ 739, em 2014. Com o valor o Estado ocupou a 18ª posição entre as 27 Unidades da Federação. Entre os sete estados da região Norte, Roraima aparece em primeiro lugar com R$ 871 por pessoa em cada domicílio. Mesmo assim ficou bem distante da primeira posição nacional, ocupada pelo Distrito Federal.   

Os maiores rendimentos nominais domiciliares estão todos localizados nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Em São Paulo, que tem o maior parque industrial do país, o valor é R$ 1.432. Goiás, tem rendimento nominal domiciliar, por pessoa, de R$ 1.031. Atrás do Distrito Federal e de São Paulo, estão os três estados do Sul: Rio Grande do Sul, com R$ 1.318; Santa Catarina, com R$ 1.245, e o Paraná, com R$ 1.210. Em seguida está o Rio de Janeiro (R$ 1.193). 

RENDIMENTO   

Todos os estados do Norte e Nordeste têm rendimento nominal familiar per capita abaixo dos R$ 1 mil, como valores de R$ 604, em Alagoas, e R$ 758, em Sergipe.    

O levantamento feito pelo IBGE mostra as desigualdades regionais. O Espírito Santo, por exemplo, tem rendimento nominal per capita equivalente exatamente à média nacional. Por outro lado, apenas seis unidades federativas estão acima da média. Mas a realidade é que 20 estados brasileiros estão abaixo da média nacional.   

Como São Paulo é o estado mais populoso do país e fica em segundo lugar na renda domiciliar per capita, puxa a média nacional para cima. Outro valor que pesa nesta medição é a renda média do Distrito Federal, quase um oásis no país de renda média de pouco mais de mil reais. A renda do DF, para se ter uma ideia, é mais de três vezes a renda per capita mensal do Pará.   

As informações divulgadas pelo IBGE serão encaminhadas ao Tribunal de Contas da União (TCU) e as estimativas de rendimento domiciliar per capita servirão de base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), conforme definido pela Lei Complementar 143, de julho de 2013.   

A Pnad Contínua é uma pesquisa domiciliar que, a cada trimestre, busca informações socioeconômicas em mais de 200 mil domicílios, distribuídos em cerca de 3,5 mil cidades. Os rendimentos domiciliares são o resultado da soma dos rendimentos, do trabalho e de outras fontes, recebidos por morador no mês de referência da entrevista, considerando todos os moradores do domicílio.   

O rendimento domiciliar per capita é calculado com base no total dos rendimentos domiciliares e o número de moradores, para cada unidade da Federação e o Brasil, considerando sempre os valores expandidos pelo peso anual da pesquisa. 

(Fonte: Diário do Pará)

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