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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Sindicato inicia mobilização contra ataques de Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Pará (SINTSEP-PA), estará realizando assembleia geral dos filiados dia 24/01/2019 contra mais um ataque do governo Jair Bolsonaro (PSL-PRTB-DEM). Trata-se de portaria do governo que corta o adicional de insalubridade de várias categorias do funcionalismo público federal.

Em 22 dias de novo governo, o que temos visto são medidas que contrariam a expectativa de milhões de eleitores que apostaram na mudança e no combate à corrupção. Pelo contrário, além das denúncias de envolvimento de familiares do presidente em esquemas de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, os atos do governo ultrarreacionário de Bolsonaro têm sido criminosos, como o Decreto que tira da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) a prerrogativa de demarcação de terras indígenas e as transfere para as mãos de rapina do agronegócio (Ministério da Agricultura); o absurdo Decreto que facilita a posse de armas; a ameça de nomeação de 11 reitores biônicos de universidades federais, atacando o preceito constitucional da autonomia universitária, assim como a proposta ultra liberal da Reforma da Previdência.

A luta contra a Reforma da Previdência e o fim da insalubridade já movimentam os servidores federais e diversas categorias da iniciativa privada e servidores públicos. A promessa das centrais sindicais, que se reuniram no último dia 15/01/2019 em São Paulo, é de organização de plenária nacional, estaduais e o idicativo de lutas, greves e paralisações para combater os ataques de Bolsonaro e Paulo Guedes, seu super ministro da Economia.

Serviço:
Assembleia Geral dos filiados do SINTSEP-PA contra a retirada do adicional de Insalubridade. Dia 24/01, às 17h30. Local: sede estadual da entidade. Endereço: Tv. Mauriti, 2239, Marco, Belém-PA.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O que está por detrás do fim do Ministério do Trabalho?

Bolsonaro mira contra os direitos da classe trabalhadora, juventude e povo pobre. Por isso desmontou o Ministério do Trabalho. (Imagem: Reprodução).
por Denis Vale

Depois de anunciar publicamente a extinção do Ministério de Trabalho, Bolsonaro voltou atrás e falou que o mesmo “ia continuar como ministério”, porém sem explicitar em quais condições. Agora, seu ministro mais desvalorizado, Ônix Lorenzonni, volta a anunciar a extinção e o fatiamento de uma das mais antigas pastas dos governos brasileiro.

É mais um capítulo das constantes idas e vindas de um novo governo que aparenta ter mais indecisões que certezas, ainda que muitas vezes essas “confusões” sejam para colocar “bodes” na sala para depois contrabandear medidas contra os trabalhadores. Por isso, devemos continuar alertas com essa medida que surgiu para atender algum “apelo” de setores patronais que não tem nenhum interesse nem na fiscalização, nem na segurança do trabalhador.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tem 88 anos de existência e é uma das pastas mais importantes pela complexidade de suas ações. Foi das Juntas de Conciliação e Julgamento do MTE, que surgiu a Justiça do trabalho. É de responsabilidade desse Ministério a administração do FGTS e do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, que juntos somam de R$ 1 trilhão e que com o esquartejamento, pode ficar a cargo de Paulo Guedes. Fissurado no sistema financeiro, não é de se estranhar que o super ministro da economia, controlando R$ 1 trilhão tenha alguma ideia “brilhante” para pegar o dinheiro dos trabalhadores e arriscar na roleta russa do mercado de ações. Ou utilizar para “reduzir” a dívida pública. Governos civis e a própria ditadura militar também pegaram fundos do INSS para fazer grandes obras como a construção de Brasília, a Transamazônica ou a ponte Rio Niterói. Até hoje esse desfalque nunca foi corrigido.

O Ministério tem como principal objetivo pensar a geração de emprego. No momento em que há mais de 27 milhões de desempregados ou subempregados, fica evidente que o quadro irá piorar. Sem regulamentação corre solta a automatização e precarização do trabalho, a exemplo do Uber. Outro elemento fundamental do Ministério é a fiscalização dos direitos trabalhistas, especialmente no combate ao trabalho escravo e ao trabalho infantil que existe em larga escala em vários estados, tanto no campo quanto em centros urbanos contando até com a presença de políticos por detrás desses esquemas.
A própria CLT prevê uma série atribuições ao Ministério do Trabalho e Emprego para fixar normas de segurança e medicina no trabalho. Foram as evoluções dessas normas que levaram a criação da Norma Regulamentadora (NR-31), que tem sido utilizada como critério para a classificação do trabalho escravo no campo.
O setor do agronegócio critica o MTE, pois diz que as fiscalizações têm cunho “ideológico e político” contra os empresários do campo, um mantra adotado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. “Indústria de multas” é o nome dado pela União Democrática Ruralista – UDR às penalidades aplicadas pela falta de fornecimento de água ou hora de almoço aos trabalhadores.
A existência do MTE  não responde a uma exigência ideológica supostamente esquerdista. Até a ditadura militar manteve o seu funcionamento. Ao contrário, a criação desse ministério tinha como base atrelar os sindicatos ao Estado e mantê-los sob seu controle. Foi através desse ministério que buscava se dar super poderes para as burocracias sindicais, facilitar a criação de sindicatos fantasmas e controlar o direito de greve.
Denunciamos muitas vezes, a utilização desse ministério por aparelhar partidos, por se envolver em esquemas de corrupção, pela sua parcialidade em favor de interesses contrários aos trabalhadores, porém, sua extinção, significa liquidar uma das pequenas frestas que os trabalhadores dispõem para denunciar os descumprimentos de leis trabalhistas, de segurança e prevenção de acidentes.
Portanto, não se pode “jogar fora a criança junto com a água do banho”. Não temos dúvida de que num governo burguês, o MTE  responde estrategicamente aos interesses dos empresários. Porém, a luta sindical foi impondo condições mínimas que se incorporaram ao escopo da legislação trabalhista, sobretudo em relação à fiscalização. Aliás, o “mercado moderno”, nome fácil na boca dos que querem retirar nossos direitos, rejeita a falta de regulamentação e fiscalização do trabalho, justamente porque imprime uma concorrência desleal entre as empresas.
O fim do MTE  responde, portanto, a aplicação do ajuste fiscal, leia-se retirada de direitos. Porém, mesmo que Bolsonaro, Guedes e os grupos empresariais que eles representam queiram aniquilar todos os direitos trabalhistas não podem suprimir garantias constitucionais que servem como base para as fiscalizações dos auditores do trabalho. Com o fim do Ministério tentam então acabar com a fiscalização.
Ruralistas, empresários e toda a sorte de praticantes de trabalho escravo e da exploração do trabalho infantil aplaudem o fim do MTE. De nossa parte defendemos o fortalecimento do Ministério do Trabalho e Emprego com investimento para facilitar as fiscalizações através da informatização dos trabalhos e de maneira independente dos governos. Junto com isso, é preciso dar maior poder aos membros eleitos pelos trabalhadores nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA para de fato ter um plano de segurança e medicina do trabalho desde a base.

Acabar com o Ministério do Trabalho e Emprego é fragilizar as fiscalizações, o que só dá mais força à relação desigual entre patrão e empregado. Tende a aumentar o número de acidentes de trabalho pelo país e significará um retrocesso para o regime trabalhista brasileiro.
É preciso somar forças à campanha da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais – CONDSEF, da CUT, da CSP-Conlutas e demais centrais, contra a extinção desse Ministério e fortalecer as atividades de rua para protestar contra mais esse novo atropelo aos direitos dos trabalhadores.
Denis Vale é advogado e dirigente da Corrente Socialista dos Trabalhadores/PSOL

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Barrar as medidas conservadoras e neoliberais do segundo Governo Dilma

Em meio às festas de final do ano, o governo Dilma anunciou medidas de uma contra-reforma trabalhista e previdenciária que retira direitos dos trabalhadores. Por meio de medida provisória serão criadas regras para restringir o pagamento de benefícios como seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, pensão por morte e seguro defeso. O objetivo é impedir o acesso futuros a esses direitos duramente conquistados no setor público e no INSS.


Dilma II: retirada de direitos e corte de verbas das áreas sociais

A restrição dos benefícios é gritante. No caso do abono salarial, hoje basta trabalhar um mês durante o ano e ganhar até dois salários mínimos, para receber um salário mínimo. Agora haverá carência de seis meses de trabalho ininterrupto e o pagamento passa a ser proporcional ao tempo trabalhado. Já para o seguro desemprego a carência de seis meses de trabalho passa para de 18 meses na 1ª solicitação e 12 meses na 2ª. Enquanto isso os parlamentares terão seus salários reajustados e os esquemas de corrupção na Petrobras enriquecem políticos e empresários.

Com essas medidas o governo pretende "economizar" R$ 18 bilhões, para compor o caixa do ajuste fiscal. O pior é que esse montante cobre "apenas" 25% do superávit primário (economia de recursos para o pagamento da dívida interna e externa) prometido pelo novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um homem que é ex-funcionário do Bradesco e do FMI. Ou seja, vêm mais medidas conservadoras contra os trabalhadores e o povo. Não por acaso Dilma aumentou os juros - que remunera os bancos -, elevou as tarifas de energia elétrica, pretende abrir o capital da Caixa Econômica Federal que significa começar sua privatização, e manteve o corte de gastos nas áreas sociais - afetando saúde e educação - no orçamento de 2015. Implícito está o aprofundamento do arrocho salarial, em meio a uma alta inflação que corrói a renda do trabalhador, além das privatizações. Além disso o ajuste impõe o ataque ao 13º de inúmeros servidores estaduais e municipais, como já está ocorrendo em Brasília (respondido com greve e mobilizações por parte dos setores afetados). Medidas que o PSDB concorda, tanto que junto com o PT e o PMDB estão reajustando as tarifas do transporte por todo país.


"Coração valente"?

Dilma e o PT disputaram a eleição prometendo uma "guinada à esquerda" da presidente "guerrilheira". Criaram uma falsa polarização onde Aécio e Marina, entregariam o país para os banqueiros e seriam os únicos contrários aos direitos trabalhistas e previdenciários. Dilma chegou a declarar: "Não mexo em direitos trabalhistas nem que a vaca tussa". Fez promessas e mais promessas, num verdadeiro estelionato eleitoral. Agora, Dilma trai os que lhe elegeram com a ilusão de estarem votando no "mal menor" para evitar os "retrocessos" que o PT está implementando. Um governo com a chefe do Ruralismo, Kátia Abreu, e um representante dos industriais, como Armando Monteiro, ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), atolado em esquema corruptos nos contratos federais com as empreiteiras, nunca será de esquerda. O que evidencia que a proposta de Lula para os movimentos sociais combativos, sugerindo que façam pressão para disputar os rumos do governo, não passa de uma armadilha. Numa verdadeira divisão de tarefas, enquanto Dilma/PT ajusta duramente o povo, Lula tenta conter as rebeliões dos movimentos sociais pousando de "opositor" e chamando a "pressionar pela esquerda" o governo de sua pupila Dilma. 

Não há alternativa, é preciso lutar contra essas medidas conservadoras do governo burguês do PT/PMDB de Dilma/Temer. A ruptura política com o governo petista que se evidenciou nas urnas em outubro, quando o PT perdeu na maioria das capitais e nas mais importantes zonas operárias tem sua expressão atual na rebelião da Wolks, nas lutas dos servidores do DF; no chamado a mobilização do movimento passe livre em São Paulo, processo de radicalização e de lutas que irá aumentar no próximo período.


Seguir o exemplo dos operários da Wolks do ABC paulista

No mês passado uma assembleia de 9 mil operários na porta da Volks em São Bernardo do Campo, rejeitou a proposta da direção do sindicato dos metalúrgicos que previa um brutal ataque sobre o emprego e os salários dos trabalhadores. A proposta era permitir 2100 demissões pela via de um PDV (programa de demissão voluntária) e arrocho salarial em 2015 e 2016 (reajuste zero - substituído por um abono). Isso tudo no marco de um ataque que já estava em curso por meio do Lay Off, mecanismo por meio do qual a empresa afastou 800 operários da fábrica.

Tratou-se de uma verdadeira rebelião, que fez prevalecer a vontade da base perante os chefes, os agentes do governo Dilma e os burocratas sindicais Lulistas. Tudo aconteceu em meio ao combate a proposta da cúpula das centrais sindicais, particularmente da Articulação/PT, que pretendem impor um "programa de proteção ao emprego" que reduz em 30% o salário do operário fabril. Os burocratas sindicais desejam pactuar a "redução da jornada"... mas com redução de salários!

Para barrar os ataques do governo Dilma e dos governadores do PT, PSDB, PMDB, é preciso fazer como no ABC!


Unir as lutas em defesa dos direitos, contra o ajuste fiscal e o arrocho salarial!

Chamamos a mais ampla unidade de ação contra a retirada de direitos (abono, seguro-desemprego, pensão, etc); contra o ajuste fiscal e as privatizações; contra demissões, contra redução salarial e em solidariedade aos operários da Volks; contra os aumentos das passagens do transporte; pelo pagamento do 13º salários e em defesa do serviços públicos de qualidade, em particular saúde e educação; em apoio às ocupações urbanas do MTST; pela readmissão dos metroviários demitidos em SP, pelo apoio aos SPF que correm o risco de não ter nenhum aumento, etc. Por isso exigimos que as maiores centrais (em particular a CUT), os maiores sindicatos, as maiores federações e confederações da Força, da CTB, da UGT, as maiores entidades estudantis (UNE, UBES) abandonem a cumplicidade com o governo e a disputa de cargos e verbas, e organizem um calendário de luta para barrar o retrocesso contra os trabalhadores e impedir que ataquem ainda mais os setores populares e que se ataque o salario do trabalhador. 

Também, devemos exigir uma investigação até o fim da roubalheira na Petrobrás, tarefa na qual os técnicos e trabalhadores da empresa tem um importante papel a cumprir, para que os corruptos e corruptores devolvam o que roubaram e paguem com cadeia esse monstruoso assalto aos cofres públicos.

É necessária a antecipação das campanhas salariais, a unificação dos comandos de mobilização nos estados, dos calendários de protestos unificados nas cidades, combinada por uma jornada de lutas estudantil e popular, etc. Os trabalhadores não devem aceitar acordos rebaixados ou retirada de conquistas nos acordos coletivos de 2015. Nenhuma data-base pode terminar sem arrancar a inflação do último período, pois não podemos suportar mais perdas.
O Movimento Passe Livre chamou um dia de luta contra o aumento do transporte em SP para o dia 09/01/2015, o que deveria se estender a todos os estados onde haverá aumento das tarifas de transportes. Para o dia 31/01/15 está convocada a Plenária dos SPF para discutir e lançar sua campanha salarial. Para o dia 30/01/15 a CSP-Conlutas está chamando no DF ao foro de unidade de ação que pode servir de pontapé para organizar a luta contra as medidas conservadoras, privatistas e anti-operárias do governo do PT/PMDB que significam se aplicadas um brutal retrocesso para o povo trabalhador.

Propomos que as organizações sindicais, estudantis e populares combativas e de esquerda construam unitariamente uma agenda de lutas contra os ataques que afetam a vida do povo. Para isso é necessário construir uma plenária nacional unitária "contra o ajuste fiscal" ou "contra a retirada de direitos" com todos e todas os que quiserem participar para articular ações concretas contra as medidas que estão sendo apresentadas pelo governo Dilma. Um tarefa fundamental para a CONLUTAS, as Intersindicais, o CONAT, as correntes sindicais de esquerda, sindicatos nacionais como o ANDES-SN, movimentos como o MTST; partidos como o PSOL, PSTU, PCB e PCR dentre outras organizações políticas; a esquerda da UNE, a ANEL e DCE’s como da USP e UFRJ; para as oposições sindicais combativas, os sindicatos que resistem o ajuste. A assembleia dos operários da Wolks mostra o caminho: organizar a luta para rejeitar o ajuste do pacto governo – burocracias sindicais pois os trabalhadores não devemos pagar pela crise.

Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL
Unidos pra lutar
Vamos à Luta