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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

“Pátria Educadora” é uma ova! É necessário derrotar os ataques de Dilma à educação!

por Mariana Nolte e Eduardo Rodrigues

Enquanto a presidenta Dilma Roussef, em seu discurso de posse, anunciou “Pátria Educadora” como lema do seu segundo governo, no dia seguinte Cid Gomes (PROS) tomou posse do Ministério da Educação, aquele ex-governador do estado do Ceará e autor da frase que indignou os profissionais de educação do estado: “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado”. Pouco anos antes dessa “pérola”, Cid junto a outros governadores havia entrado com uma ação no STF contra a lei do piso salarial.

Mas os ataques não pararam por aí! Foi no governo de Cid Gomes que se reduziu drasticamente os investimentos públicos na educação básica e superior, sendo que nas universidades estaduais os concursos públicos para professores foram substituídos por contratos temporários e, mesmo depois de duas greves docentes, as reivindicações por salário e condições de trabalho foram absolutamente ignoradas pelo governo estadual. Ao mesmo tempo, a expansão do setor privado do ensino superior foi gigantesca e o número de matrículas nas faculdades particulares cresceu como nunca.

Não é surpreendente que Dilma tenha nomeado como ministro da educação uma figura que já demonstrou na prática estar alinhada com o projeto que os governos do PT vem aplicando na educação pública no país. Opera a mesma lógica que fez Dilma optar por colocar Joaquim Levy, que já passou pelo Bradesco e pelo FMI, à frente do Ministério da Fazenda; Katia Abreu (PMDB), presidente da Confederação Nacional do Agronegócio e “ganhadora” do “Prêmio Motosserra” no Ministério da Agricultura; Aldo Rebello (PCdoB), que elaborou o Código Florestal como presente aos ruralistas, no Ministério de Ciência e Tecnologia; ou Armando Monteiro, representante da burguesia industrial, no Ministério do Desenvolvimento. Isso porque a “educação pública, gratuita e de qualidade” é um objetivo que não cabe para as figuras que irão operar uma política neoliberal que combina ajuste, “responsabilidade fiscal”, economia para pagamento de juros e amortização da dívida interna e externa, aumento de impostos e retirada de direitos trabalhistas. Dilma e seus ministros, nomeados através dos acordões fisiológicos e conservadores costurados durante a campanha eleitoral, querem que a educação pública, assim como a classe trabalhadora, os estudantes e a juventude de modo geral, pague a conta da crise econômica.

Não é à toa que a educação foi o setor que sofreu o corte mais brutal no orçamento para 2015, de mais de R$7 bi, o que ainda pode aumentar com a votação do Congresso. Além dos cortes, não podemos esquecer boa parte do total do orçamento da educação tem sido destinado ao ensino privado enchendo os bolsos dos tubarões do ensino, através de programas como Prouni e Fies, o que foi legitimado através do Plano Nacional de Educação aprovado em 2014. A transferência dos recursos públicos para o setor privado também está presente em programas como o PRONATEC, que ainda carrega uma concepção que permite aos patrões elaborarem o tipo de educação que formará a classe trabalhadora, o que possui uma distância gigantesca do projeto de educação emancipadora acumulada historicamente pelos movimentos sociais no Brasil.

Nas universidades federais, os problemas aprofundados pela política de expansão sem qualidade através do Reuni, se manifestam numa profunda crise de condições de ensino e permanência dos estudantes, com insuficiência de bolsas de assistência, ausência de restaurantes universitários, moradias estudantis, infraestrutura de salas de aula, laboratórios e bibliotecas, falta de professores e ofertas de disciplinas, privatização dos H.Us através da EBSERH etc. Além disso, só no final de 2014 e início 2015 vimos universidades com atraso de pagamentos das taxas de energia elétrica e telefone, fechamentos de cursos seja por falta de condições estruturais e acadêmicas de existência ou por punição aos boicotes do ENADE, problemas no pagamento dos funcionários terceirizados que se mobilizaram a exemplo das greves e paralisações na UERJ e na UFF e o recente atraso no pagamento de bolsas da CAPES.

Enquanto tudo isso ocorre a direção majoritária da UNE (UJS/PCdoB-Kizomba/PT) se preocupa apenas em como garantir mais e mais ministérios e cargos para suas siglas, mantendo-se como o freio das nossas lutas. Não por acaso desmarcaram o CONEB que ocorreria no Rio em janeiro, para suprimir um espaço de base do movimento estudantil nacional que pudesse articular ações concretas contra os ataques do governo federal.

As instituições particulares de ensino que se expandiram com o apoio do governo Dilma e os programas petistas de transferência de recursos públicos à iniciativa privada enchem os bolsos dos empresários que se associam a multinacionais e oligopólios nacionais, alastram a financeirização do ensino pelo país, multiplicam seus prédios, reduzem a qualidade da educação, criam diversas tarifas extras e ainda aumentam suas mensalidades de forma exponencial anualmente, numa verdadeira farra. Faliram a Gama Filho e a UC no Rio de Janeiro em 2014 e a resposta de Dilma foi repressão aos estudantes que protestavam em Brasília e o olho-da-rua para os trabalhadores de ambas instituições. E mais um exemplo concreto das traições da juventude governista do PT e PCdoB aos estudantes das particulares está ocorrendo agora mesmo no Pará com a absoluta conivência das majoritárias da UNE e UBES quando os empresários atacam os estudantes exigindo novo aumento abusivo das mensalidades (cerca de 8,5%) para escolas, faculdades e universidades de todo o estado. Enquanto o DCE UNAMA e estudantes de outras faculdades e escolas exigiam o congelamento das mensalidades na rua, no dia 13/01, os dirigentes estudantis governistas do PCdoB sentavam com os empresários apoiando aumentos nas mensalidades ao invés de mobilizarem a luta.

Definitivamente, 2015 será um ano de muito enfrentamento ao governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB) e aos governadores e prefeitos de sua base aliada ou da oposição tucana encabeçada pelo PSDB. Não podemos aceitar os novos cortes e defender cada centavo destinado à educação para garantir os direitos estudantis. Nesse sentido, além de construir as lutas pela base em cada curso, instituto e universidade, é importantíssima a proposta do DCE da Unirio de realizar uma plenária unificada dos DCEs, C.A.s e D.As e movimentos sociais para debater uma agenda de lutas contra os ajustes e cortes de Dilma e contra o aumento das tarifas do transporte no RJ, uma tarefa que deve ser encarada também nacionalmente pelo conjunto da Oposição de Esquerda da UNE, da ANEL e outras organizações combativas da juventude.


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Mariana Nolte faz parte do Coletivo Vamos à Luta e é estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Eduardo Rodrigues é membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade da Amazônia (UNAMA).
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Fonte: CST/PSOL

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Barrar as medidas conservadoras e neoliberais do segundo Governo Dilma

Em meio às festas de final do ano, o governo Dilma anunciou medidas de uma contra-reforma trabalhista e previdenciária que retira direitos dos trabalhadores. Por meio de medida provisória serão criadas regras para restringir o pagamento de benefícios como seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, pensão por morte e seguro defeso. O objetivo é impedir o acesso futuros a esses direitos duramente conquistados no setor público e no INSS.


Dilma II: retirada de direitos e corte de verbas das áreas sociais

A restrição dos benefícios é gritante. No caso do abono salarial, hoje basta trabalhar um mês durante o ano e ganhar até dois salários mínimos, para receber um salário mínimo. Agora haverá carência de seis meses de trabalho ininterrupto e o pagamento passa a ser proporcional ao tempo trabalhado. Já para o seguro desemprego a carência de seis meses de trabalho passa para de 18 meses na 1ª solicitação e 12 meses na 2ª. Enquanto isso os parlamentares terão seus salários reajustados e os esquemas de corrupção na Petrobras enriquecem políticos e empresários.

Com essas medidas o governo pretende "economizar" R$ 18 bilhões, para compor o caixa do ajuste fiscal. O pior é que esse montante cobre "apenas" 25% do superávit primário (economia de recursos para o pagamento da dívida interna e externa) prometido pelo novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um homem que é ex-funcionário do Bradesco e do FMI. Ou seja, vêm mais medidas conservadoras contra os trabalhadores e o povo. Não por acaso Dilma aumentou os juros - que remunera os bancos -, elevou as tarifas de energia elétrica, pretende abrir o capital da Caixa Econômica Federal que significa começar sua privatização, e manteve o corte de gastos nas áreas sociais - afetando saúde e educação - no orçamento de 2015. Implícito está o aprofundamento do arrocho salarial, em meio a uma alta inflação que corrói a renda do trabalhador, além das privatizações. Além disso o ajuste impõe o ataque ao 13º de inúmeros servidores estaduais e municipais, como já está ocorrendo em Brasília (respondido com greve e mobilizações por parte dos setores afetados). Medidas que o PSDB concorda, tanto que junto com o PT e o PMDB estão reajustando as tarifas do transporte por todo país.


"Coração valente"?

Dilma e o PT disputaram a eleição prometendo uma "guinada à esquerda" da presidente "guerrilheira". Criaram uma falsa polarização onde Aécio e Marina, entregariam o país para os banqueiros e seriam os únicos contrários aos direitos trabalhistas e previdenciários. Dilma chegou a declarar: "Não mexo em direitos trabalhistas nem que a vaca tussa". Fez promessas e mais promessas, num verdadeiro estelionato eleitoral. Agora, Dilma trai os que lhe elegeram com a ilusão de estarem votando no "mal menor" para evitar os "retrocessos" que o PT está implementando. Um governo com a chefe do Ruralismo, Kátia Abreu, e um representante dos industriais, como Armando Monteiro, ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), atolado em esquema corruptos nos contratos federais com as empreiteiras, nunca será de esquerda. O que evidencia que a proposta de Lula para os movimentos sociais combativos, sugerindo que façam pressão para disputar os rumos do governo, não passa de uma armadilha. Numa verdadeira divisão de tarefas, enquanto Dilma/PT ajusta duramente o povo, Lula tenta conter as rebeliões dos movimentos sociais pousando de "opositor" e chamando a "pressionar pela esquerda" o governo de sua pupila Dilma. 

Não há alternativa, é preciso lutar contra essas medidas conservadoras do governo burguês do PT/PMDB de Dilma/Temer. A ruptura política com o governo petista que se evidenciou nas urnas em outubro, quando o PT perdeu na maioria das capitais e nas mais importantes zonas operárias tem sua expressão atual na rebelião da Wolks, nas lutas dos servidores do DF; no chamado a mobilização do movimento passe livre em São Paulo, processo de radicalização e de lutas que irá aumentar no próximo período.


Seguir o exemplo dos operários da Wolks do ABC paulista

No mês passado uma assembleia de 9 mil operários na porta da Volks em São Bernardo do Campo, rejeitou a proposta da direção do sindicato dos metalúrgicos que previa um brutal ataque sobre o emprego e os salários dos trabalhadores. A proposta era permitir 2100 demissões pela via de um PDV (programa de demissão voluntária) e arrocho salarial em 2015 e 2016 (reajuste zero - substituído por um abono). Isso tudo no marco de um ataque que já estava em curso por meio do Lay Off, mecanismo por meio do qual a empresa afastou 800 operários da fábrica.

Tratou-se de uma verdadeira rebelião, que fez prevalecer a vontade da base perante os chefes, os agentes do governo Dilma e os burocratas sindicais Lulistas. Tudo aconteceu em meio ao combate a proposta da cúpula das centrais sindicais, particularmente da Articulação/PT, que pretendem impor um "programa de proteção ao emprego" que reduz em 30% o salário do operário fabril. Os burocratas sindicais desejam pactuar a "redução da jornada"... mas com redução de salários!

Para barrar os ataques do governo Dilma e dos governadores do PT, PSDB, PMDB, é preciso fazer como no ABC!


Unir as lutas em defesa dos direitos, contra o ajuste fiscal e o arrocho salarial!

Chamamos a mais ampla unidade de ação contra a retirada de direitos (abono, seguro-desemprego, pensão, etc); contra o ajuste fiscal e as privatizações; contra demissões, contra redução salarial e em solidariedade aos operários da Volks; contra os aumentos das passagens do transporte; pelo pagamento do 13º salários e em defesa do serviços públicos de qualidade, em particular saúde e educação; em apoio às ocupações urbanas do MTST; pela readmissão dos metroviários demitidos em SP, pelo apoio aos SPF que correm o risco de não ter nenhum aumento, etc. Por isso exigimos que as maiores centrais (em particular a CUT), os maiores sindicatos, as maiores federações e confederações da Força, da CTB, da UGT, as maiores entidades estudantis (UNE, UBES) abandonem a cumplicidade com o governo e a disputa de cargos e verbas, e organizem um calendário de luta para barrar o retrocesso contra os trabalhadores e impedir que ataquem ainda mais os setores populares e que se ataque o salario do trabalhador. 

Também, devemos exigir uma investigação até o fim da roubalheira na Petrobrás, tarefa na qual os técnicos e trabalhadores da empresa tem um importante papel a cumprir, para que os corruptos e corruptores devolvam o que roubaram e paguem com cadeia esse monstruoso assalto aos cofres públicos.

É necessária a antecipação das campanhas salariais, a unificação dos comandos de mobilização nos estados, dos calendários de protestos unificados nas cidades, combinada por uma jornada de lutas estudantil e popular, etc. Os trabalhadores não devem aceitar acordos rebaixados ou retirada de conquistas nos acordos coletivos de 2015. Nenhuma data-base pode terminar sem arrancar a inflação do último período, pois não podemos suportar mais perdas.
O Movimento Passe Livre chamou um dia de luta contra o aumento do transporte em SP para o dia 09/01/2015, o que deveria se estender a todos os estados onde haverá aumento das tarifas de transportes. Para o dia 31/01/15 está convocada a Plenária dos SPF para discutir e lançar sua campanha salarial. Para o dia 30/01/15 a CSP-Conlutas está chamando no DF ao foro de unidade de ação que pode servir de pontapé para organizar a luta contra as medidas conservadoras, privatistas e anti-operárias do governo do PT/PMDB que significam se aplicadas um brutal retrocesso para o povo trabalhador.

Propomos que as organizações sindicais, estudantis e populares combativas e de esquerda construam unitariamente uma agenda de lutas contra os ataques que afetam a vida do povo. Para isso é necessário construir uma plenária nacional unitária "contra o ajuste fiscal" ou "contra a retirada de direitos" com todos e todas os que quiserem participar para articular ações concretas contra as medidas que estão sendo apresentadas pelo governo Dilma. Um tarefa fundamental para a CONLUTAS, as Intersindicais, o CONAT, as correntes sindicais de esquerda, sindicatos nacionais como o ANDES-SN, movimentos como o MTST; partidos como o PSOL, PSTU, PCB e PCR dentre outras organizações políticas; a esquerda da UNE, a ANEL e DCE’s como da USP e UFRJ; para as oposições sindicais combativas, os sindicatos que resistem o ajuste. A assembleia dos operários da Wolks mostra o caminho: organizar a luta para rejeitar o ajuste do pacto governo – burocracias sindicais pois os trabalhadores não devemos pagar pela crise.

Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL
Unidos pra lutar
Vamos à Luta