terça-feira, 12 de abril de 2011

Hoje acontece o Seminário Xingu Vivo para Sempre



Por Marcus Benedito

Este Seminário será uma extraordinária oportunidade para você, que ainda tem dúvida, e também para toda a sociedade que pensa no futuro e não aguenta mais ser roubada por esses 'grandes projetos' que só trazem destruição de nosso patrimônio cultural, ambiental, e social; deixando depois um rastro de doenças, fome, dor, desemprego, violência, exploração sexual da criança e do adolescente, violência contra a mulher; enfim, o caos social no Pará e na Amazônia.

Você precisa debater este, que pode ser um dos últimos patrimônios naturais do planeta, o único lugar no mundo onde ainda não se deu por completo o encontro do nativo com o homem branco, essa vastidão que nem o Avatar consegue exprir na ficção, pela sua magnitude e grandeza: o "Império Verde", como já então descrevia Frei Vicente do Salvador em fins do século XVII em sua História do Brasil (clique AQUI para lê-la), a Amazônia. 

Jamais imaginaria o nefasto invasor português, que ao ver o imenso Amazonas bem como seus caudalosos afluentes, o qual pela imponência e vastidão comparou aos oceanos, chamando de mar dulce, que um dia esses gigantes de vida e maravilhosidades, um dia estariam ameçados pela mesma lógica perversa que lá pelos 1500 os guiaram até aqui. 

Pois é, olhando para história, olhando para os marajoaras, tapajônicos e  outros grupos que existiram por aqui e que tem gente que diz que ninguém consegue explicar como foi que desapareceram, fica muito claro agora: basta olhar para as intervenções fundamentalmente desde Pombal até os destrutivos projetos do século XX com JK, Ditadura Militar, a qual também deixou como perversa herança o mesmo insano projeto e lógica capitalista de destruir, de nada preservar, e de muito enganar aos seus sucessores: Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma.

O "Império Verde", que antes era retalhado pelos portuga, e que depois nos entregaram à dívida com as libras esterlinas muito, muito mais cara e perversa, e mais um ou dois séculos não tardaríamos a cair nas garras da águia gringa do Norte...; infelizmente assim tem sido a sina do Brasil no mundo. E infelizmente o Brasil independente herdou a espreiteiza e safadeza mercantil e capitalista do Marquês de Pombal, e aplicou sua lógica de devastar sem querer saber quem por ali por aquela região do baixo Tocantins morava, nem mesmo se sua empresa de alguma forma afetaria a vida, a natureza, os "gentios", que por vezes, a Metrópole portuguesa aliada a sua Santa Inquisição, chamava-os de nada gentios: vide os inúmeros Autos da Devassa, por exemplo, praticados contra os índios das Nações Mura que viviam margeando o tocantins. Se alguém quizer, fale com o professor Antônio Maria no Goeldi da Perimetral sobre essas peças demoníacas que contra os índios eram vergonhosamente armadas para justificar seus apresamentos, quando não, a sua descarada execução. E tudo porque sempre buscavam avançar de forma predatória e devastadora sobre as terras indígenas.

Hoje os tribunais parecem mais civilizados. Mas é só aparência. Como vemos, em tudo regredimos. Os governos ditos "democráticos", ressuscitam projetos imponderáveis, absurdamente inviáveis e com comprovados impactos sobre o meio ambiente e as populações. Hoje o governo brasileiro continua coscientemente entregando a Amazônia e seus recursos de mão-beijada às grandes multinacionais estrangeiras. Ao Pará, o estado mais rico e igualmente explorado da região, cabe também os maiores e piores índices de desenvolvimento humano no Norte brasileiro.

Hoje o "rei" vem rapidinho à Província do Grão-Pará; basta pegar seu transcontinental e pousar em Val-De-Cães. A Vale do Rio Doce, e suas associadas, são quem de longe lideram o saque sobre nosso estado.

Não há um único 'grande projeto' na Amazônia que não ESTEJA CAUSANDO DESTRUIÇÃO À AMAZÕNIA, AO PARAENSE E SEU POVO! NÃO HÁ UM ÚNICO SEQUER! NENHUM! 

No rastro da Cargil em Santarém, dos Projetos no Rio Trombetas da Alcoa, das famigeradas usinas hidroelétricas do Governo Federal no Amazonas, Pará, Rondônia ou Acre, que não tenham trazido destruição das culturas, da diversidade de espécies nos rios e nas matas. Olhem para Serra do Navio no Amapá, do honorável bandido e presidente do Senado, José Sarney: um lugar moribundo e fantasma, desgraçadamente!

Depoismais de um século que o governo brasileiro começou uma grande e catastrófica obra de contrução no meio da  floresta amazônia, a estrada de ferro Madeira-Mamoré, que já virou até minissérie na televisão, e que levou do nada a lugar nenhum, apenas endividou enormemente o país, os mesmos problemas daquela empreitada se vêem nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento. E foi justamente no rio Madeira, esse rio encantado, que os operários viseram jus à sua história de lutas, não rasgaram a cartilha, e passaram por cima da burocracia sindical da CUT e Força Sindical, por estarem tão corrompidas, cooptadas pelo governo Lula/Dilma, e consequentemente distante dos interesses de sua base na selva sujeita aos gatos, mosquitos, malárias, péssimas condições de trabalho, tendo que tolerar a quebra de todas as convenções das Organização Mundial do Trabalho só para ter que sobreviver. Mas contra a moderna escravatura e a destruição da vida, os operários empacaram as duas maiores obras do em PAC em andamento em Rondônia: as UHE de Santo Antônio e Jirau, em um processo de mobilizações e resposta às condições desumanas oferecidas pelo Consórcio liderado pela contrutora Camargo Correa e pago com nosso dinheiro.

Continuamos sendo aviltados, e os nossos governantes aqui no Pará, são sócios nessa sórdida lógica de assaltar a região, os cofres públicos e distribuir mentiras, dor, fome, caos e miséria para a grande maioria.
No último século todos os senhores (e já neste, a única senhora) que governaram o Pará, administraram como, se o senhor do mato, fossem apenas. Verdadeiros traidores e algozes dos interesses da região, dos trabalhadores e do povo pobre. Aceitaram e ajudaram criminosamente a privatizar a Vale, e depois se curvaram diante de sua nada moderna colonização.

Chega de barragens demoníacas na Amazônia!

Viva a Volta Grande e suas riquezas vivos para sempre!

Viva o Xingu Vivo para Sempre!

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Veja a programação completa do Seminário logo após assistir aos vídeos:





Entender a dinâmica da região amazônica, seu povo, a floresta, o fluxo de seus rios, a flora e a fauna em seu conjunto, e como tudo isso se interliga em um sistema equilibrado, determinante para a existência da vida nesta imensa região, e no mundo, é tarefa obrigatória se queremos superar a destruição que o atual modelo de desenvolvimento, pautado na exploração dos recursos vegetais, minerais e hídricos, implementa.
Conhecer, compreender e agir são nossos únicos caminhos.

PROGRAMAÇÃO
8:30h – Abertura do Seminário
9:00h às 12:30h – Mesa 1: “Modelos energéticos e políticas de desenvolvimento para a Amazônia”
Moderador: Comitê Metropolitano Xingu Vivo
Palestrante: Francisco Del Moral Hernandez (USP)
Debatedores: Lúcio Flávio Pinto (Jornalista), Marinor Brito (Senadora/PSOL), Edmilson Rodrigues (Deputado Estadual/PSOL).

14:30h às 18:00h – Mesa 2: “Os diversos olhares sobre a luta contra as hidrelétricas na Amazônia”
Moderador: Comitê Metropolitano Xingu Vivo
Palestrante: Felício Pontes (MPF/PA)
Debatedores: Antonia Melo (MXVPS), Movimento de Pescadores(as) do Xingu, Movimento Indígena.

REALIZAÇÃO: XINGU VIVO PARA SEMPRE – COMITÊ METROPOLITANO

Apoio: Mandato da Senadora Marinor Brito, Mandato do Deputado Edmilson Rodrigues, UFPA, UEPA, CPT, FAOR.

Contatos: comitexinguvivo@hotmail.com

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