Chega de impunidade! O Brasil tem direito à verdade!

47 anos depois e nenhum torturador ou general encarcerados

Dia 31 de março de 2011, completaram 47 anos desde que o nosso país viu neste fatídico dia os militares darem um golpe instaurando um dos regimes governamentais mais sangrentos da América Latina, a Ditadura brasileira. 

Foi um golpe orquestrado pelo governo estadunidense, como parte da política da Guerra Fria e de combate aos governos e países simpáticos a Moscou, portanto às idéias socialistas.

A CIA e a própria Casa Branca dirigiram esses processos de golpes, e vários países das Américas caíram nas mais sombrias e sangrentas formas de (des)governo: os regimes autoritários e ditatoriais. 

Foi assim na ArgentinA, Chile, Brasil, El Salvador e Honduras. A difença desses outros países, onde os crimes de torturas e assassinatos, assim como a política autoritária de combate às liberdades e de combate a todo tipo de manifestações culturais mais críticas, foram punidos e os reponsáveis por essas atrocidades, presos! Foi assim com Pinochet no Chile e mais recentemente com o general Jorge Videla na Argentina.

 Uma reivindicação histórica dos movimentos sociais brasileiros e das famílias de desaparecidos políticos, bem como instituições dos direitos humanos, sempre foi a defesa da Abertura dos Arquivos da Ditadura Militar no Brasil, pelo direito à memória, para que familias pudessem encontrar seus desaparecidos e acima de tudo, para que o clima de impunidade tão comum ao nosso país, pudesse ser substituído pela necessária punição de todos que contribuíram com os terríveis crimes das duas décadas de terror que viveu o Brasil sob o governo dos Generais.

Quando enfim muitos imaginaram que sob o governo de um ex-líder operário, igualmente perseguido e encarcerado pelos militares em nome da antiga e criminosa Lei de Segurança Nacional, que a apenas um movimento de pena (ou canetada) poderia por fim a todas as sombras que impedem o acesso a um pedaço extremamente caro à nossa história, infelizmente viram seus anseios frustados pela traição de classe promovida por Lula e pelo Partido dos Trabalhadores, os quais se converteram em gerentes da lógica neoliberal e destrutiva do capital, assassinando de vez com qualquer resquício de luta e coerência que movera um dia os ideais do PT e de seu principal líder.

Espera-se mais uma vez, com mais uma figura igualmente perseguida e torturada pelos milicos, a frente do poder no país, Dilma Roussef, que se atenda a esse clamor humano, legítimo e essencial para a contrução da historia de nosso país, que a presidente libere os arquivos, e que a Comissão da Verdade, anunciada pelo ministro da (in)Justiça, José  Eduardo Cardoso, possa ser de fato uma Comissão da VERDADE, e não mais uma tentativa que frustrará a sociedade e que sirva apenas de manobra para os verdadeiros interessados em impedir que os brasileiros tenham acesso à sua História. (M.B.)

TORTURA NUNCA MAIS!

Pelo direito à memória, à verdade e à nossa História, Dilma abra os Aquivos da Ditadura Militar!