segunda-feira, 14 de março de 2011

A casa foi por água abaixo - Até quando esperar?


A charge de hoje do J. Bosco faz um paralelo à tragédia natural no Japão e a tragédia social no Brasil. Centenas de moradias no país do sol nascente foram devastadas pelo tsunami, enquanto que no Brasil, centenas de milhares de famílias esperam pelo direito à oportunidade de terem seu direito constitucional à moradia. Sem falar nas famílias que também diariamente por aqui perdem suas casas em consequência de catástrofes naturais, que também poderia ser evitadas com uma verdadeira política de prevenção de catástrofes.

Nesse processo, muito bem lembra J. Bosco em seu cartum, que o Programa Minha Casa Minha Vida não passou até agora de peça publicitária para o governo Lula emplacar seu poste eleitoral, Dil-má Roussef. Do que estava orçado para 2010 para construção de casas, no Brasil que tem um déficit de cerca de 8 milhões de residências, apenas 20% do total de recursos foi executado. Uma verdadeira vergonha! A Dil-má tem a Granja do Torto, o Palácio do Planalto, o Cartão Corporativo, tudo pago com nosso dinheiro para viver no maior conforto e luxo. Mas infelizmente, milhões de brasileiros de Norte a Sul deste país não tem sequer uma marquisa ou ponte para se abrigar nesse caos diário representado pela ausência de uma verdadeira Reforma Urbana na nação.

Vale ressaltar que há mais ou menos um ano li uma matéria sobre uma pesquisa da UFRJ, se não me falha a memória, a qual comprovou que pessoas pobres que tiveram acesso a sua casa própria obtiveram em todos os casos expressivas melhorias nas condições de suas vidas. O ambiente familiar muda drásticamente para melhor. As crianças passaram a frequentar a escola e os pais tiveram melhores possibilidades de ascender no mercado de trabalho. Tudo isso porque conseguiram colocar a mão na chave de suas casas.

Uma verdadeira Reforma Urbana é imprescindível para termos uma população socialmente saudável e feliz. Mas como Lula e Dil-má privilegiam destinar mais de 50% das riquezas produzidas anualmente no país para pagar juros e amortizações da famigerada e imoral dívida pública (interna e externa), pela opção criminosa de seguirem com a política de superávit primário (que significa economizar dinheiro público das áreas sociais para pagamento das dívidas) e desvinculação das receitas da união (DRU), não há perpectiva para a classe trabalhadora e povo pobre que não seja lutar junto aos movimentos sociais para exigir programas de habitação, para que saíam do papel e cumpram de fato com sua função que é garantir moradia para quem precisa. 

Só a pressão nas ruas e muita mobilização fará com que saíamos da atual tsunami de caos social em que vivemos. 
FHC, Lula e Dil-má já demonstraram em todas as ocasiões possíveis, como no recente escândalo das invasões nas comunidades cariocas pela polícia, que sua preocupação não é por um modelo que venha a garantir respeito e segurança aos cidadãos, mas sim garantir os interesses das grandes corporações e empresas que exploram o setor imobiliário. Sérgio Cabral Filho/PMDB (governador do RJ), Eduardo Paes/PSDB (Prefeito do Rio) e Dil-má/PT querem criar um verdadeiro cordão "sanitário" na Cidade Maravilhosa, tudo para dizer que temos um povo "bem comportado", que adora as UPP's (Unidades de Polícia Pacificadora) e que não fará nenhum mal aos gringos que aqui desembarcarão por ocasião da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olimpicos de 2016, óbvio, camufalndo a questão social e querendo incubrir a pobreza latente que existe nas grandes cidades brasileiras.

É claro que nada disso é necessário, pois é mais do que sabido que em cada comunidade dessa invadida pela polícia mais de 90% dos moradores residentes ali são pessoas honestas e trabalhadoras. Onde nunca chegou o braço do Estado através de programa sociais, postos de saúde e escola (no Alemão com mais de 400 mil moradores, haviam apenas 2 escolas municipais, por exemplo) o estado chega apenas através da vioência institucionalizada: a polícia.

Para se ter trabalho, teto, segurança e pão é necessário ir à luta! Devemos seguir o exemplo dos servidores públicos e trabalhadores de inúmeras categorias do estado americano de Wisconsim que não estão dando trégua ao governo conservador do Partido Republicano para terem de volta seus direitos sindicais; assim como seguir o exemplo do espírito aguerrido de luta dos tunisinos e egípicios que combateram pelo elementar direito ao emprego, melhor distribuição de renda e riquezas, bem como a indispensável liberdade,  e assim, conseguiram derrubar governos tiranos e distantes dos interesses da grande maioria da população. (M.B.)

Última atualização: 15/03/2011 - 04:23h

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