sábado, 12 de março de 2011

Abaixo Kadafi! Não à intervenção militar imperialista! Armas para o povo rebelde líbio!


Nota da UIT-CI
Tradução de Marcus Benedito

A luta do povo líbio para derrubar Kadafi segue firme, em que pese a ação criminal dos bombardeios da aviação leal ao ditador. A insurreição popular e a resistência do assassino Kadafi, está convertendo essa batalha em uma guera civil aberta.

Como socialistas revolucionários, nos colocamos incondicionalmente na trincheira do povo rebelde líbio, que tem pegado nas armas para levar a luta até o fim: a queda de Kadafi.

A insurreição popular, conseguiu dividir os militares e tomar quartéis, se apossou das armas e controla grande parte do  país, exceto a capital Trípoli e seus arredores, em especial as cidades do leste onde estão os poços de petróleos. Nesta última semana, Kadafi  vem lançando uma contra-ofensiva criminal bombardeando massivamente o povo e os poços de petróleos. Mas não tem conseguido quebrar as forças revolucionárias e nem tomar o controle, salvo em alguns povoados menores.

A batalha central se trava no porto de Ras Lanuf. Também há combates em Zawira, a apenas 50km de Trípoli, onde os rebeldes encontram-se sitiados, mas não derrotados. De um lado, batalha um povo de armas em punho, milhares de milicianos apoiados por um setor de militares que romperam com o ditador, e de outro lado, o resto das forças armadas fiéis a Kadafi, os quais contam cam bombaderos, helicópteros e uma força de tanques e artilharia pesada, mas com a moral de combate debilitada de sua tropa. Por isso, seu centro é bombardear os rebeldes ou usar tanques e morteiros.

A força do povo em armas reside no seu espírito heróico, em sua moral, em seu número e vontade de derrotar ao ditador.

Não à intervenção militar e política da ONU e da OTAN

O imperialismo, em especial os EUA e a União Européia, querem aproveitar esta situação de guerra civil e de bombadeios criminais de Kadafi, para falar de direitos humanos e defesa da democracia, e assim tentar uma intervenção militar vía "Forças de Paz" da ONU (Organização das Nações Unidas).

Assim o fizeram em outros conflitos como nos Balcãs, e em especial, na Bósnia. Sabem que não é fácil intentá-lo e que, por hora, têm o rechaço dos rebeldes líbios. Devido a fragilidade do imperialismo, que vem sofrendo, política e militarmente, derrota atrás de derrota nos países árabes, querem aproveitar a situação de indefinição do conflito na Líbia para ver se conseguem colocar uma ponte no Norte da África, o que acabam de perder com as revoluções triunfantes da Tunísia e do Egito.

Devemos rejeitar completamente qualquer tentativa de intervenção militar da ONU e da OTAN (Tratado do Atlântico Norte). Seria contra a causa do povo da Líbia e teria como objetivo compensar as suas perdas e tentar evitar que a revolução se propague ainda mais para a Arábia Saudita ou para a Jordânia. O que eles querem não é democracia e nem acabar com "ditadores", mas sim evitar que tirunfe outra revolução popular levando consigo o controle do petróleo líbio, que lhes garantia Kadafi.

Kadafi, com apoio de Fidel Castro e Chávez, apela ao imperialismo para salvar sua vida

O próprio Kadafi apela a seus acordos com o imperialismo e as empresas multinacionais do petróleo para solicitar que "não o abandonem", pois senão pererão o controle para Al Qaeda!
Kadafi diz que está lutando contra a Al Qaeda, a vanguarda da "guerra contra o terrorismo islâmico" que havia sido "abandonada pelos EUA e Europa". Por outro lado, Kadafi proclama ser a única barreira para que a Europa não seja invadida por uma onda de imigrantes da África:

"A Líbia tem um papael fundamental para a paz na região e no mundo", declarou Kadafi ao canal de TV France 4 (07/03/11). "Nós somos um parceiro importante na luta contra a Al Qaeda", acrescentando: " Existem milhões de negros que poderiam atingir o Mediterrâneo e logo saltar para França, Itália, se a Líbia deixar de garantir a segurança".

Fidel Castro e Hugo Chávez, descaradamente apóiam esta postura do ditador líbio. E encabeçados pela Venezuela solicitam um Comitê de Paz, ou seja, uma intervenção extrangeira para salvar Kadafi. Em outras palavras, Castro e Chávez fazem o jogo do imperialismo e se colocam contra o povo líbio que está em armas. A paz que querem Chávez e Castro é a paz dos cemitérios, a mesma que deseja o imperialismo para seguir seus saques.

O presidente venezuelano chega ao descaramento de dizer "que no lhe consta que Kadafi reprima ao povo com bombardeios" e que não vai "deixa só a seu amigo". Até o correspondente da Telesur, canal financiado pela ALBA, disse que o povo líbio não consegue entender como Chávez apoia ao ditador e não a eles. Isto tem um só nome: traição ao povo líbio que está de armas em punho, como também ao processo revolucionário de todos os países árabes.

Abaixo Kadafi! Armas e voluntários para apoiar ao povo líbio!


A batalha política e militar está em curso e existe o problema crucial para os rebeldes líbios da necessidade de mais armamentos, munições, apoio aéreo e artilharia pesada antiaérea, mísseis, etc. O imperialismo conta com essa necessidade para pressionar os rebeldes a "solicitarem" uma intervenção da ONU. Qualquer intervenção imperialista, disfarçada de forças de paz, se converterá em um "presente de grego" para o povo líbio.

Por isso, é necessário que a solidariedade internacional tome também o tema militar como parte essencial para o triunfo da revolução líbia. Nesse sentido, é chav a mobilização dos povos árabes, em especial egípcios, para exigir de seus governos que enviem imediatamente todo o armamento que solicita a frente rebelde. É urgente que o povo, os trabalhadores e a juventude do Egito, que acabaram de derrotar Mubarak, exijam de seu governo que entregue aviões, canhões antiaéreos, tanques, armas e munições em larga escala, e ainda para que autorize o envio aberto de milhares de militares e civis voluntários para combater junto ao povo líbio.

Informações revelam que aeronaves de propriedade de Kadafi com funcionários de seu governo, viajaram em direção ao Cairo supostamente para buscar entendimentos com a cúpula do exército egípcio. Nada para o ditador assassino! Tudo aos combatentes do povo líbio! Que também os trabalhadores e o povo tunesino exijam o mesmo de seu governo e que abram as fronteiras para enviar armas e combatentes voluntários. E que esta mesma reivindicação, a façam os povos do Irã, Síria, Jordânia e de todo o mundo.

Os trabalhadores portuários dos países árabes e dos países do Mediterrâneo europeu, devem somar-se à causa do povo líbio abastecendo os navios que devem sair com alimentos, água e guarnição militar para a resistência, e boicotando qualquer envio com destino ao ditador Kadafi.

Hoje, mais do que nunca, evemos inensificar a mobilização mundial em apoio ao heróico povo combatente líbio, para que conquiste a derrota de Kadafi e de sua ditadura assassina.

Abaixo Kadafi!

Não à uma intervenção militar imperialista na Líbia!

Sim às armas e voluntários do povo árabe!

Fonte: Unidad Internacional de los Trabajadores - Cuarta Internacional.

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