domingo, 27 de junho de 2010

Será necessária greve de fome no Amapá contra Sarney?

NO AMAPÁ DEFENDEMOS O PSOL DE CARA PRÓPRIA.

NÃO À COLIGAÇÃO COM O PTB DE ROBERTO JEFERSON!

“Nossa base programática não pode deixar de se pautar num princípio: O resgate da independência política dos trabalhadores e excluídos. Não estamos formando um novo partido para estimular a conciliação de classes. Nossas alianças para construir um projeto alternativo tem que ser as que busquem soldar a unidade entre os setores do povo trabalhador.” (Parte I – Bases do programa estratégico do PSOL)

“É fácil apagar as pegadas; difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão”

Nessas eleições defendemos um PSOL de cara própria, das lutas e da independência política dos trabalhadores e do povo Amapaense! Contra a proposta de coligação com o PTB de Lucas Barreto, apresentando uma alternativa clara frente a falsa oposição ao governo de Pedro Paulo apresentada pela coligação PSB/PT.

Como diz Ivan Valente (Dep. Federal – PSOL/SP): “O PSOL é pequeno, mas tem responsabilidade imensa. Ele coloca debates e posições que nenhum outro partido põe. Agora precisamos concentrar nossa energia para fora, apresentando uma alternativa de esquerda para o Brasil, contra a falsa polarização representada pelas candidaturas de Dilma e Serra”. Desta forma, devemos ser uníssonos com Plínio, nosso candidato à Presidência da República quando “Queremos transformar a realidade. Este é o nosso desafio. Falar a verdade e plantar a semente do socialismo em nossa sociedade”.

FALAR A VERDADE AO POVO: LUCAS BARRETO É CAPACHO DE SARNEY!

Por isso são inaceitáveis os acordos que está construindo o companheiro Randolfe (presidente do PSOL/AP) com o PTB de Lucas Barreto. Entendemos a preocupação do companheiro para tentar evitar que o PSOL se enfraqueça na política estadual, mas isso não pode de forma alguma justificar que se abandone o programa e princípios do PSOL e nos leve a fazer campanha ao Governo do Estado para o candidato do PTB.

Pois, caso esta proposta vingue, será um desastre para o partido no estado, em nível nacional e para a campanha de Plínio. Nenhuma vaga parlamentar, justifica o custo político de nos enlamearmos no mesmo chiqueiro das velhas oligarquias amapaenses, destruindo o nosso PSOL e enganando nosso povo! o nosso compromisso como militantes socialistas é com as necessidades do povo trabalhador.

Lucas Barreto, se diz independente. Mas será mesmo? Não é o PTB um dos principais partidos envolvidos nacionalmente no escândalo do Mensalão de Dirceu e Roberto Jeferson? Não é o próprio Lucas Barreto aquele que apareceu envolvido no escândalo dos Atos Secretos do Senado? Inclusive, ele mesmo não nega sua boa relação com Sarney, o qual já declarou que Lucas é seu candidato ao Governo do Estado do Amapá. Pesa ainda nesta balança, um fato ainda não confirmado ou que falta vir à tona, mas que já é comentado entre os apoiadores da campanha de Lucas: seu financiamento por Eike Batista, o megaloempresário do ramo da mineração, o qual apareceu junto com Sarney pego nas operações da Polícia Federal Toque de Midas e Operação Navalha 1 e 2.

Por fim, o PSOL não pode fugir à luta e nem temer a quem nos roga a própria morte! Isto significa que lamentamos a postura apologética das declarações de Randolfe a Lucas Barreto, quando afirma ao Jornal Periódico Tribuna Amapaense, (semanário de 10 a 16 de Abril) que Lucas e Jaime Nunes, seu vice na chapa ao governo e representante dos empresários amapaense, representam: “a união de forças políticas que propõe um projeto alternativo para o Amapá” (grifo nosso)
Não podemos pensar, enquanto militantes socialistas e lutadores sociais que compõe este partido, em ser uma engrenagem auxiliar da elite deste Estado, da oligarquia Sarney e da “harmonia”. A razão de ser do PSOL é mais que isto!

Não queremos que no Amapá o PSOL seja apenas mais do mesmo, não se diferenciando das oligarquias e elites locais, não lhe fazendo o combate necessário, e ao contrário disto fazer aos capachos de Sarney os mais belos elogios, cogitando com eles um “projeto alternativo”! Continuar neste erro significa jogar na lama, nossa pequena, mas muito bela história de lutas!

O PSOL/AP deve estar em sintonia com o PSOL Nacional

Consideramos correto e necessário manter nosso projeto fundacional, como partido de esquerda, classista, alternativo dos diferentes blocos dominantes e de seus satélites e comprometido com o resgate das lutas históricas e imediatas do povo trabalhador, traídas pelo PT, independente de quais sejam as características da conjuntura, pois um projeto político estratégico não se constrói ao ritmo de mudanças conjunturais.

Por isto, não somos daqueles que “culpabilizam” tal conjuntura ou justificam seus atos para “não se isolar no gueto”, levando o partido a abraçar o trágico caminho do pragmatismo eleitoral, injustificável perante uma militância honesta, de luta e aguerrida como a nossa, que apostou na fundação deste tão novo partido contra a velha política das elites, do poder econômico, da corrupção, do jogo de marketing e das palavras fáceis para driblar a insatisfação do povo e dos trabalhadores. Foi por acreditarmos nesta orientação que dissemos não ao projeto de nos colocarmos lado a lado de Marina Silva, defensora declarada da política econômica de Lula e FHC, que dissemos não ao financiamento da burguesia em nossas campanhas.

No Amapá, nossa situação não é diferente. Por isto, nosso papel nestas eleições, além de dialogar com o povo e os trabalhadores e apresentar nossas propostas para resolver os dramáticos problemas do povo pobre, temos que desmascarar as falsas alternativas do bloco dominante, diluído em várias candidaturas, que não representam discordâncias em projetos, mas que colocarão seus blocos nas ruas apenas para medir forças de composição no governo:

Waldez Góes, candidato ao senado, ao sair do governo, deixou um grande rombo na previdência do Estado, sendo que bateu recorde em esquemas de corrupção, principalmente na saúde e educação.

Pedro Paulo, seu sucessor e cúmplice, não cumpriu os acordos com as diversas categorias do serviço público e advoga atrasar salários, não pagar 13º e férias, enquanto fará um campanha milionária apoiada no malabarismo do marketeiro Duda Mendonça (aquele do Mensalão do PT) para que possa abrandar sua imagem de incompetência, pois sob sua administração direta, a saúde do Amapá se tornou um verdadeiro matadouro humano, como demonstrou a reportagem do fantástico sobre a maternidade Mão Luzia. Mas isto foi apenas a ponta de um iceberg, porque de fato o descaso com a saúde é muito mais isso.

Jorge Amanajás, por sua vez, aparece em público lamentando o caos da saúde e “sendo solidário” com as mães do Amapá quer perderam seus bebês na maternidade Mãe Luzia. Nada mais hipócrita para outro cúmplice e serviçal da “harmonia” que desmantelou os serviços públicos em nosso Estado. Ou por acaso este senhor criticou alguma vez o governo Waldez/Pedro Paulo antes desta sua candidatura? Por acaso ele instalou alguma CPI para apurar os fatos e punir os culpados dos desvios de verbas públicas na saúde e educação? O que nós sabemos muito bem é que foi ele o mentor de um projeto de engorda do orçamento da Assembléia Legislativa, por meio de sucessivos cortes nas áreas sociais. Perguntamos: A troco de que?

E Camilo Capiberibe, candidato do PSB, que criticava a oligarquia Sarney, por acaso não está coligado com o PT nestas eleições, partido que co – dirigiu nosso Estado durante os últimos oito anos e também sustenta esta oligarquia? Por acaso o PT não foi uma das bases da “harmonia” neste Estado? Não é o PT o principal partido responsável pela falência da CEA e da Prefeitura de Santana?

No Amapá, caminharemos com os trabalhadores e o povo, é o PSOL de cara própria!

Não temos dúvidas de que nessas eleições, o companheiro Randolfe é nossa maior expressão eleitoral. E convocamos o companheiro a ter a mesma convicção que teve quando rompeu com o PT do mensalão e se somou ao PSOL . Nossa candidatura própria estará a serviço de impulsionar nossa candidatura ao senado. Para isso defendemos a unidade do partido com um programa claro que nos apresente claramente com uma verdadeira alternativa frente às oligarquias e os setores que a sustentam no Amapá.

É com esta convicção que queremos dizer não a coligação com o PTB e referendar uma chapa forte e ligada aos movimentos sociais, com Dorinaldo Malafaia ao Governo do Estado, Randolfe Rodrigues ao Senado e Clécio Luis para Deputado Federal, porque só o PSOL tem moral para falar olho no olho do povo sem falsas promessas, sem engodo, chamando o povo a se mobilizar e lutar com unhas e dentes contra a banda podre da política nacional e de nosso estado.


Macapá-AP, 23 de junho de 2010.

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