sexta-feira, 22 de março de 2013

Todo apoio ao projeto de Cleber Rabelo: redução dos salários e fim do vale-alimentação, já!

Um bando de vereadores vagabundos, nojentos, repugnates, aliados do novo mandrake, o prefeito Zenaldo Coutinho/PSDB, levantaram-se contra um dos mais dignos e coerentes projetos apresentados na história da fétida Câmara Municipal de Belém; projeto este que prevê a necessária e respeitosa extinção do vale-alimentação e a plausível redução dos salários de nossos(as) vereadores(as), que ganham nada mais nada menos que a bagatela de cerca de 40 mil reais por mês. 

A cara de pau não teve limites e os nervos dos sanguessugas do erário vieram à flor da pele quando da apresentação do valoroso projeto pelo seu autor.

A omissão nos grandes debates e na fiscalização com a devida cobrança de melhorias dos caóticos serviços públicos, assim como a inaptidão moral da maioria de vereadores de Belém, já é em si um desrespeito sem tamanho à população, mas a existência de super-salários, vale-alimentação na ordem de R$ 15.000,00, quando temos uma das capitais com o maior número de miseráveis do país, trata-se de imensurável desprezo de nossos desqualificados parlamentares ao povo pobre e trabalhador. 

Por isso devemos cercar de solidariedade este Projeto de Lei e acima de tudo ir para as ruas, ocupar as praças e a Câmara Municipal, para que no dia de sua votação, ele seja aprovado.

Sobre o assunto, vejam o que escreveu em seu blog sobre a tão bem informada e necessária jornalista e advogada Franssinete Florenzano:

Câmara de Belém em defesa do seu dindim


Trabalhadores comuns, de verdade, que dão duro diariamente para receber o salário mínimo no fim do mês e que a cada quatro anos são adulados com as promessas mais mirabolantes por hordas de candidatos em busca de um mandato na Câmara Municipal de Belém, perderam a chance de ver seus eleitos em esforçada e comovente atuação em plenário, ontem.

Revoltadíssimos, nossos vereadores colocaram todo seu talento verbal no trabalho de baixar o pau no projeto de um vereador novo, Cleber Rabelo (PSTU), oriundo da construção civil, que pretende – ora, vejam! – acabar com o vale-alimentação dos edis e diminuir os salários de Suas Excelências, hoje por volta de R$40 mil (aí incluídos R$11 mil de básico, mais R$15 mil de verba de gabinete, mais  R$14 mil de vale-alimentação, mais telefone subsidiado, combustível, e, ainda, (ufa!) mais ajudazinhas de milzinhos daqui, dois mil dali, etecetera e tal).

O líder de Governo, Mauro Freitas (PSDC), acusou o autor de querer aparecer, disse que a CMB tem os salários mais baixos do País(!), e não titubeou em convidar todos os colegas a se manifestarem contra o projeto na tribuna. Empolgado, foi mais longe e conclamou a população – aquela mesma, cuja maioria ganha salário mínimo!!! – a se levantar patrioticamente contra a proposta e defender os salários dos vereadores, porque lá na Câmara, segundo ele, a sociedade tem “35 guerreiros” a lutar incansavelmente pelo povo. Céus!

A disposição guerreira em defesa dos próprios bolsos contagiou a maioria dos bravos edis presentes. Orlando Reis(PTB) disse que o vale alimentação é usado para  comprar material de expediente. Ah! Então tá explicado: a CMB, que dá notebooks de presente para seus vereadores (sim, eles levaram pra casa no fim do mandato) e que tem grana para intermináveis viagens interestaduais , entre outros mimos,  não estaria fornecendo papel, grampos, cola e demais artigos, obrigando os vereadores a utilizarem os R$14 mil mensais do vale de cada um na compra desse caríssimo (descobre-se agora) material. E haja clips!

Aliás, na definição de Reis, o vereador é a “tábua de salvação” do Brasil, país, segundo ele, lotado de desempregados que são socorridos pelos salários da turma do Legislativo municipal. E isto, na opinião dele, nem é assistencialismo, um conceito ultrapassado diante da seriedade com que a vereança se doa aos mais carentes. O nome certo dessa prática, conforme esse vereador, seria solidarismo. Hummmm.... 

A vereadora Meg Barros (PSOL) preferiu tentar desviar a mira para outros alvos, dizendo que ninguém sabe dos salários da turma do Judiciário.

Tanta retórica em causa própria incentivou Miguel Rodrigues (PRB) a um gesto extremo: mostrando indignação pelas insinuações de que os vereadores de Belém ganham muito mais do que merecem, declarou que seu carro é apenas um Fiat e que mora com os pais, por não possuir casa. Coitado!

Esse atestado de pobreza não convenceu as poucas vozes dispostas a pelo menos discutir o projeto com mais seriedade, como Fernando Carneiro (PSOL), que, além de exigir dos demais o necessário respeito ao autor da proposta, que é pedreiro mas foi eleito como os outros para chegar lá, perguntou aos colegas se eles sabem realmente o que a população pensa deles. E refrescou a memória de todos citando os números nada elogiosos de pesquisas que apontam os políticos como os menos confiáveis na opinião da sociedade brasileira.
E isso tudo foi apenas a apresentação do projeto do Cleber Rabelo. Imaginem o dia da votação.

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