quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pará: terra em que poderosos transformam lei em potoca

Mesmo com a morte anunciada, Zé Castanha não recebia nenhuma proteção especial do Estado
 
O extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, assassinado na terça-feira (24) junto com a mulher Maria do Espírito Santo, deixou um vídeo gravado em novembro de 2010 em que anunciava que estava sendo perseguido. Durante uma palestra sobre sua atividade de castanheiro, Zé Castanha, como é conhecido, disse que estava sendo ameaçado de morte por sua luta contra a exploração desenfreada da floresta Amazônica por madeireiras e carvoarias.


“Sou castanheiro desde os sete anos de idade, vivo da floresta. Protejo ela de todo o jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora. Eu vou pra cima e denuncio os madeireiros, os carvoeiros, e por isso eles acham que eu não posso existir. A mesma coisa que fizeram no Acre com Chico Mendes, querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a irmã Dorothy, querem fazer comigo. Eu posso estar hoje aqui conversando com vocês, daqui a um mês vocês podem saber a notícia que eu desapareci”, afirma.

Mesmo com a morte anunciada, Zé Castanha mantinha sua luta e não recebia nenhuma proteção especial do Estado. Ele e a mulher faziam parte do Conselho Nacional de Populações Extrativistas, ONG fundada por Chico Mendes, e eram lideranças do Projeto Agroextrativista Praia Alta da Piranheira no Pará.
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O que alimenta esses é crimes contra a floresta e a vida do amazônida é a impunidade! As leis são pisoteadas por fazendeiros, carvoeiros, grileiros e toda a má sorte de bandidos que abusam do expediente da violência contra os povos do campo e da floresta.

Até quando veremos Doroty's, Zé Castanhas's, e dezenas de lideranças tombarem na luta pela terra e pela dignidade?!

Com atos bárbaros e violentos como esses, me pergunto se realmente estamos no século XXI...

Chega de mortes! Chega de destruição de nossas florestas! CADEIA AOS RESPONSÁVEIS POR ESSE CRIME BRUTAL!

M.B.

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