quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Falta do que fazer

Vejam a notícia clicando no link abaixo e me digam se ela não é de indignar. 

O Diário on line, portal de notícias do Diário do Pará, de propriedade do senador Jader Barbalho (PMDB/PA), que certamente é um dos políticos sob os quais pesam as maiores denúncias de corrupção, não tardou em divulgar que em Belém uma turba enfurecida de jovens da periferia já preparam um rolezinho. E mais, disseram que a "Inteligência da PM já monitora as redes sociais" para averiguar qualquer possibilidade de problema. 

Gente, sério!, me recuso a aceitar que no estado do Pará, que é campeão de mortes no campo, e por isso diversas vezes denunciado por impunidade nos tribunais internacionais; um estado que tem uma média de 8 homicídios diários; que tem uma das populações com maior sentimento de insegurança no país, segundo o IBOPE; onde graça crimes como a "saidinha bancária", furtos, assaltos e sequestros relâmpagos, que a Inteligência da PM se reúna diariamente para ficar atrás de um monitor olhando facebook de estudante... 

Seria cômico se não fosse trágico

O que pensar diante de uma situação tosca e absurda como essa? Que a Inteligência da Polícia não serve pra salvar nossas vidas ou para evitar um furto ou um assalto, serve única e exclusivamente para "monitorar lideranças" e reprimir os movimentos sociais. São milhões e milhões de reiais todos anos para a "Inteligência". Cem câmeras só em Belém. Mas não são para lhe proteger. Pelo contrário! São para ajudar os corruptos a manterem o status quo. Para estarem um passo adiante quando os negros, favelados e pobretões resolverem cobrar a fatura da dignidade que as elites historicamente vem lhes roubando. Milhões e milhões de reais, que certamente farão falta para aquisição de coletes a prova de bala para salvar a vida de um policial no front ou para comprar combustível para manter as rondas comunitárias.

Vergonhoso!

Agora pelo conteúdo da matéria e por outras reportagens, a gente percebe que o governo federal, bem como as elites locais através de Diário, Liberal, Jader, Jatene, estão, como se diria no popular: borrados de medo da força que vem das ruas, principalmente da periferia.

Sabendo desse histórico de violações de direitos contitucionais e humanos por parte do estado, que a Defensoria Pública do Estado, a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem doas Advogados do Brasil - Seção Pará, bem como as assessorias jurídicas de diversos sindicatos, como Sintsep/PA, já estão apostas e estarão de plantão no dia do Rolezinho/Belém para garantir o direito democrático de todo cidadão em se manifestar e o sagrado direito de ir e vir. São medidas que terão o intuito de coibir a tentativa das forças de repressão e governos de tentarem rasgar a Constituição Federal.

Chega de marginalização da pobreza e de apartheide!
Abaixo o racismo!
Em defesa do direito de ir e vir!

P.S.: Que tal um Rolezinho na TV RBA?

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PM monitora "rolezinho" em Belém nas redes sociais

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