segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Veja (des)informa


Assembleia Popular de Itaocara/RJ, governada pelo socialista Gelsimar Gonzaga (PSOL). Foto: Divulgação.
Dia 12 de janeiro (domingo) o site da revista Veja publicou uma extensa nota sobre a administração popular do PSOL no município de Itaocara/RJ. Da longa entrevista efetuada ao Prefeito, companheiro Gelsimar Gonzaga, praticamente não reproduz nada. Se utilizando de inverdades e deturpando os fatos, o jornalista aproveita o espaço para deflagrar um virulento ataque ao partido e especialmente à esquerda que não aceita ser domesticada.
 

Não poderia ser diferente. A linha editorial da Veja representa o que há de mais atrasado no espectro ideológico e político do Brasil. Acostumados a ser governo, estão em decadência, pois a velha direita – da qual Veja faz parte -, foi substituída por uma nova direita muito mais hábil e com verniz vermelhinho e popular (os governos do PT). Pior do que ser de direita, é ter seu lugar roubado pelos antigos inimigos de esquerda e depender deles para ter contratos milionários assinados com o Estado brasileiro.
 

Daí que os ataques da Veja são verdadeiros elogios, pois nos indicam que estamos no caminho certo. Não que vamos resolver todos os problemas, pois o PSOL não governa o país, nem o estado do Rio de Janeiro e ninguém pode acreditar que é possível fazer a Revolução ou construir o socialismo a partir de um pequeno município. Mas o ataque desproporcional desta matéria contra a administração de Itaocara demonstra um ódio de classe e o desconforto que nosso governo traz para os interesses da velha prática política. Para nós foi a “prova dos nove”, a prova de que o Governo do Povo de Itaocara está indo muito bem!
 

Sucupira?
 

Destilando ódio na tentativa de ridicularizar nossa administração, a Veja compara Itaocara à Sucupira, a cidade do carismático e corrupto Prefeito Odorico Paraguaçu. Nela se passam as histórias onde o genial Dias Gomes fez uma caricatura perfeita do que é a política em nosso país. Criticando e ironizando as obras superfaturadas, as negociatas, a política de troca-troca, e, porque não (?), o recebimento de verbas públicas por grandes jornais e REVISTAS, esses tipos de coisas que nossos detratores conhecem muito melhor que nós.
 

Gelsimar não é Odorico e Itaocara não é Sucupira. Longe disso. Gelsimar Gonzaga é um trabalhador, um sindicalista, um lutador do povo, e nos orgulha que tenha chegado à Prefeitura depois de muitos anos de batalhas políticas e eleitorais sem mudar de lado. Odorico Paraguaçu representa a atual classe dominante, inescrupulosa e corrupta, e nesse sentido pode ser assemelhado a muitos dos ex-presidentes ou governadores de Estado pelos quais Veja nutriu paixão servil. 

A História não pode ser apagada.
 

Itaocara é a anti Sucupira brasileira e este talvez seja o maior legado até aqui: demonstrar que a velha política pode e deve ser superada! O que destaca Itaocara não é o caos como tenta passar a Veja. É a participação popular nas decisões do governo. É o ineditismo das assembleias populares escolhendo secretários, ou recebendo prestação de contas do governo. O que para nós é um dever, governar junto à população, para a Veja é um “caos”.
 

Sucupira hoje é o Brasil do Mensalão, tanto o do PT que Veja se escala para ser denunciante número 1, quanto o do DEM de Brasília e o Tucanato Mineiro, que Veja faz questão de não comentar. Sucupira é a entrega do patrimônio público como o Pré-Sal, os portos e aeroportos em troca de financiamento de campanha ou de polpudas comissões; é o financiamento da Copa com dinheiro público em detrimento da saúde e da educação. Sucupira é o Estado do Rio de Janeiro, que apesar dos demagógicos discursos, depois de três ou quatro anos, tem a construção de casas para as tragédias de Niterói e da Região Serrana avançando a passos de cágado. Sucupira é o Maranhão, onde impera a barbárie e o crime enquanto os Sarney compartilham com Lula e o PT a farta mesa de lagostas, caviar e champanhe.
 

Nada disso acontece em Itaocara. O passe-livre para os estudantes do município que parece incomodar a Veja é bancado com o que nossa administração conseguiu poupar acabando com licitações duvidosas e terceirizações desnecessárias, na prática, pagamos o passe livre porque acabamos com a corrupção. Diferente do que publica a revista, Itaocara tem avançado muito na área de saúde. Bem que o jornalista Daniel Haidar tentou insistir no hospital para escrever que não tinham médicos, mas infelizmente para Veja o número de médicos do município dobrou. Tivessem pesquisado os medicamentos, teriam percebido também que em um ano de governo, dobramos o número de pacientes atendidos com medicação gratuita fornecida pela Prefeitura; Veja também não quis registrar, embora tenhamos mandado por escrito e falado pessoalmente, a compra de novos veículos para o transporte de pacientes para outros municípios. 

O aparelho de ultrassonografia, comprado com muito esforço e que chegara uma semana antes, é apresentado por Veja de nariz torcido mas, por sorte, será de grande utilidade para a população e nada do que Veja escrever irá mudar este fato; e a cartada final de Veja na saúde foi tentar colocar em nossa conta o fato do Hospital estar numa área de risco, ao invés de ressaltar que desde o início do mandato essa tem sido a principal luta da administração em construir um novo hospital em um local seguro.
 

Também em obras públicas avançamos e muito. A Veja se regozija informando que o Programa “Somando Forças” do governo Sérgio Cabral, seguindo a velha prática de beneficiar só aliados, não destinou recursos para Itaocara, mas apesar disso asfaltamos diversas ruas com recursos próprios, compramos um caminhão compactador de lixo e conseguimos recuperar cerca de 07 máquinas pesadas que estavam virando sucata nas administrações anteriores, tudo isso no bojo de ir rejeitando a sanha e as cantadas privatistas, que também se enraízam nas pequenas cidades brasileiras.
 

Marcelo Freixo, Chico Alencar, Jean Wyllys...
 

A administração do PSOL em Itaocara tem muito orgulho de contar com o apoio efetivo e concreto dos destacados parlamentares psolistas. Apoio técnico, político, com emendas parlamentares e interlocução. O PSOL no Estado do Rio é a força política que mais cresce, em cada manifestação, nas lutas, greves e também nas eleições. Esse é um dos motivos pelos quais somos atacados pela revista Veja.
 

Como não tem nada a dizer contra nossos parlamentares e da relação destes com a prefeitura de Itaocara a Veja “denuncia” que Chico e Jean Wyllys apresentaram emendas no valor de 3 milhões de reais cada um “para tirar o poder público da imobilidade”. Perguntamos: qual é o problema dos parlamentares do PSOL ao exercer seu direito de destinar recursos públicos para obras públicas num município de seu estado? Mas o que é uma mentira deslavada é que a Prefeitura esteja imobilizada. Nem a difícil relação com a Câmara de Vereadores, nem a falta de apoio do governo estadual e federal, conseguiram impedir avanços para a população de Itaocara, que como reflexo das jornadas de junho tem se manifestado nas ruas contra a velha política.
 

Mas o “relato” da Veja não para por aí. Querendo, sem conseguir, dar uma de Dias Gomes, o jornalista escreve sua própria novela: para “evitar o vexame”, salvar o Gelsimar e ter os votos do PR em favor da deputada Janira Rocha, o deputado Marcelo Freixo teria feito uma “composição” com Antony Garotinho! Quanto delírio! É certo que Marcelo Freixo chamou Garotinho, mas não para fazer composição política e sim para exigir que os vereadores de sua base parassem na sua intenção de dar um golpe no Prefeito eleito democraticamente. O mesmo que foi discutido na reunião posterior com os vereadores e o deputado do PR. Essa é a verdade das coisas.
 

Salários atrasados, greve dos médicos e CPI
 

O ano não terminou com salários atrasados. Aliás, em um ano de mandato, só houve atraso de pagamento de uma categoria que foi a dos médicos, por cerca de 10 dias, em novembro, não por culpa da prefeitura, mas pela demora na aprovação da suplementação de verbas por parte da Câmara de Vereadores, o que motivou a ida do Prefeito Gelsimar até o Calçadão, fato este que está registrado no vídeo que Veja colocou em seu site. Ainda assim, esta greve por um pequeno atraso de salários, foi apoiada pelo Prefeito e pela Prefeitura. Além disso, não houve sequer um dia de atraso no pagamento dos servidores durante o ano inteiro. Será que Veja está se referindo ao fato de o pagamento de dezembro ter saído no dia 24/12? Se for, nos cabe informar que o salário saiu cerca de 15 dias antes do seu prazo legal, que é sempre o 5º dia útil do mês seguinte ao que foi trabalhado. Infelizmente, quem lê a matéria da Veja e não ler nossa nota vai ficar pensando que em dezembro ninguém recebeu salário por aqui... Lamentável, Veja.
 

Sobre a CPI, Veja curiosamente esqueceu-se de informar qual o motivo e a justificativa da mesma. Talvez porque nem Veja pudesse defender o absurdo que é ter uma CPI aberta por supostos ofícios não respondidos. Não informou também que a CPI foi derrubada na justiça comum por iniciativa do único vereador do PSOL na cidade – Fernando Arcênio - e que agora há uma Comissão Processante, sob o mesmo tema, com os mesmos argumentos, mesmo com todos os ofícios respondidos. É um absurdo tentar passar a imagem para o país que Gelsimar esteja sendo acusado de algum ilícito ou falta moral, coisa que nem a oposição de direita da cidade ousa fazer.
 

Uma nova forma de governar
 

Na sua intenção de demonstrar o caos, a Veja diz que “a falta de disposição para negociar” é a que causa “paralisia” na cidade e teria produzido o rompimento do Vice Juninho com Gelsimar. Mais uma mentira. Como já demonstramos anteriormente, a Prefeitura não está paralisada, pelo contrario, convocou importantes mobilizações para incorporar a população no debate aberto da cidade, avança na saúde, avança na educação, onde em 2014 teremos diminuído a média inaceitável de 40 alunos por sala de aula para 25, nos serviços básicos da cidade, nos direitos dos servidores concursados que neste mês de janeiro irão estrear o vale alimentação no valor de R$107,00. A concepção de crise e caos da Veja é muito peculiar mesmo. Também não é verdade que não queremos negociar. Mas negociar o que, e como? O Prefeito aceita negociar, mas sob a condição que já transmitimos publicamente: de forma pública e transparente. Veja confunde negociação com negociata. Infelizmente, o que a oposição de direita quer é partilhar as verbas do município em beneficio próprio e isso não vamos aceitar. Querem perpetuar as velhas práticas e manter fatias da administração sob seu comando para utilizar eleitoralmente.
 

O diferencial de nossa administração que tanto horroriza a Veja é a total honestidade, transparência e participação popular. Por isso instalamos o Portal da Transparência, por isso nosso Prefeito continua se comunicando com a população de forma direta através dos alto falantes montados no seu fusca, por isso iremos fortalecer as assembleias por bairros, por setores, por categorias como já vínhamos fazendo durante 2013.

Finalmente

 

As críticas da Veja são músicas para nossos ouvidos. Para quem está governando para o povo pobre e trabalhador, respeitando os compromissos de campanha e enfrentando os métodos de “toma-lá-dá-cá” da velha política, as calúnias de quem foi cúmplice e colaborador da ditadura militar, como ela teima em não reconhecer, são elogios. Depois de rifarem Mino Carta, seu idealizador e Editor Chefe, escancarou-se a linha pró-militares sob o comando geral de Roberto Civita. Veja vive nessa época, desses tempos até 2002, sentindo saudades de FHC e outros. 

Dos tempos atuais, a editora Abril gosta apenas dos contratos milionários, como o que acaba de assinar com o Ministério da Educação. Definitivamente, o que Veja mais odeia desses tempos são as milhões de pessoas nas ruas, como estamos fazendo agora. Nosso caminho continuará a ser do lado da população que quer mudanças e longe, bem longe dos velhos métodos e das historias dos políticos da ordem e de publicações como a Revista Veja.
 

Itaocara, 14 de janeiro de 2014
Diretório Municipal PSOL

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