"A obra pra Copa da FIFA tem que andar, e nós temos de sair de casa forçado? Do lugar onde eu moro há 25 anos?"
− Morador do Morro Pavaozinho, Rio de Janeiro.
Problema
O Brasil enfrenta diretamente os impactos negativos da realização da Copa do Mundo da FIFA de 2014, especialmente para as pessoas que vivem nas áreas das obras dos projetos ou perto delas.
Centenas de milhares de pessoas nas 12 cidades anfitriãs foram forçadas a deixar suas moradias, perdendo seus lares e subsistência. Além disso, a FIFA não tem nenhuma intenção de permitir que pequenas empresas e negócios familiares se beneficiem das oportunidades emergentes durante o torneio.
A FIFA mantém zonas de exclusão em um raio de dois quilômetros dos seus estádios e concentrações de torcedores, onde controlam o movimento das pessoas e a venda de produtos, fazendo com que uma infinidade de vendedores de rua perca seus trabalhos. As pessoas mais pobres estão arcando com o maior ônus e enfrentam repressão intensa caso tentem defender seus direitos.
Consequências
A Copa do Mundo da FIFA contribui para a violação de vários direitos humanos, tais como o direito a uma moradia adequada, o direito à liberdade de movimento, o direito ao trabalho e o direito de protestar. Em contraposição às leis internacionais dos direitos humanos, despejos foram forçados em todo o território brasileiro em preparação para a Copa, deixando um grande número de pessoas sem abrigo e indigentes.
As famílias afetadas normalmente não recebem nenhum tipo de informação, compensação, local alternativo para moradia ou acesso a soluções.
Em Recife, apenas em 2013, mais de 2 mil famílias da comunidade Coque foram forçadas para fora das suas casas. Além disso, a criação de zonas exclusivas da FIFA irá destruir o trabalho de uma infinidade de vendedores de rua. Em Belo Horizonte, mais de 130 pessoas perderam sua fonte de renda durante a reconstrução do estádio e agora estão proibidas de vender nos seus arredores.
Causas
A FIFA causou grandes danos a vários brasileiros. A empresa não tem senso de responsabilidade e nega qualquer conexão com alegações de violação de direitos humanos. Sua promessa de deixar um legado positivo contrasta fortemente com a realidade até agora.
A FIFA impôs ao país anfitrião uma série de condições que contribuíram para essas violações. Suas práticas de negócios fazem com que seja cúmplice de violações dos direitos das pessoas.
A associação parece acreditar que a “urgência” relacionada aos seus projetos de infraestrutura, bem como o lucro que alegam que o evento proporciona à sociedade, justifica seu comportamento irresponsável. Além disso, a empresa está isenta do pagamento de impostos, privando o Brasil de pelo menos 1 bilhão de reais (mais de 400 milhões de dólares).
A Fédération Internationale de Football Association („FIFA“), com sede em Zurique, na Suíça, emprega cerca de 310 pessoas de 35 nações.
A associação assumiu o objetivo de trazer melhorias para o mundo do futebol e organizar torneios, sendo que o mais famoso deles é a Copa do Mundo da FIFA. Em 2012, declarou um lucro líquido de 89 milhões de dólares e reservas financeiras de 1,378 bilhões de dólares. Continua amplamente isenta do pagamento de impostos e é considerada oficialmente como uma organização sem fins lucrativos.
A associação esteve envolvida em vários casos de corrupção e é fortemente criticada pela sua cumplicidade em casos de violação de direitos humanos.
Para votar na FIFA como pior empresa do mundo, clique aqui.
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