Na descrição do vídeo postado hoje no YouTube pelo usuário Samuel291190 se lê: "Com direito a bote e tudo, comemorar aniversário assim não é para todos...kkkkk (ainda bem...) No Jurunas é assim, se não dá pra melhorar, é melhor sorrir do que chorar".
Não dá para negar que nosso povo é muito generoso e confiante para escrever coisas desse tipo ante um cataclisma como o de hoje.
Assim como é a cerca e não a seca o principal problema do Nordeste brasileiro, assim também não é a chuva a razão dos dilúvios em Santa Maria de Belém do Grão Pará.
O que está por trás deste domingo de Praça da República "fechada" e sem o seu habitual colorido de vida é o fato de que as pessoas não puderam sair de suas casas, pois um inquilo indesejado teima em lhe visitar, principalmente na calada da noite, por diversas noites durante o ano: as águas putrefatas da inexistência de saneamento.
Em que pese a aparente tranquilidade do vídeo, em uma situação de calamidade pública como esta, doenças graves multiplicam-se e o número de pacientes só cresce nas unidades básicas de saúde.
Os cuidados deveriam ser quadricentesimamente redobrados. Só que nesta bela senhora de 398 anos, isto não ocorre.
As pessoas precisam entrar na água. Que pode estar contamida. Na ausência de redes e galerias que escoem a água pluviométrica, esta insiste em invadir as casas, trazendo do submerso toda a podridão, merda mesmo, que é melhor nem falar, que invariavelmente através das dezenas de canais da cidade, vão parar nos nossos rios e mananciais.
O que explica esses alagamentos?
A coorrupção do executivo e legislativo, bem como a leniência e a conivência do judiciário, resultam no fato de que Belém e suas robustas 39 ilhas têm apenas 6% de rede de saneamento básico e de tratamento de esgoto. Após bilhões e bilhões e bilhões de reais em empréstimos para este fim junto aos organismos multilateriais, como o Banco Mundial (BIRD) e Banco Interamenricano de Desenvolvimento (BID), de Jader Barbalho (PMDB) a Simão Jatene (PSDB), a capital do estado continua literalmente na lama.
Chegou a hora de voltarmos às ruas, exigir o #ForaZenaldo e #ForaJatene, caso contrário, os prontos socorros e as escolas continuarão a cair sob nossas cabeças e a maré pode nunca mais baixar!
#VemPraRua!
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