O Professor da UFPA, Rodolfo Salm, escreveu um importante artigo já postado neste blog, em que ele dispara mais uma bateria de argumentos técnicos e políticos que certamente ajudam muito no processo de esclarecimentos do projeto que representa a ex-senadora e pré-candidata à presidência da república, Marina Silva (PV).
"Numa versão mais detalhada da notícia divulgada no site Amazônia, ela teria dito que não há como o Brasil fugir da "exploração sustentável" do Xingu, "já que precisa apresentar ao mundo metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa". Sendo preciso, porém, que "a construção de hidrelétricas preveja um programa de desenvolvimento sustentável que dê governança sustentável" ao empreendimento.
É surpreendente que ela siga argumentando nessa linha enquanto o seu programa de desenvolvimento sustentável para o asfaltamento da rodovia Cuiabá-Santaré m não tenha sido sequer implementado e que, com o processo de asfaltamento, os desmatamentos já estejam explodindo na região, o que já acontecia quando ela estava no governo." (Rodolfo Salm. Marina e o Belo Monstro, 2009.)
Marina e seu partido, que também é o partido de Zequinha Sarney (ex-ministro do Meio Ambiente no Gov. Lulla) e de Zé Carlos (secretário de meio ambiente de Duciomal Costa) sempre repetem a mesma mentira, o mesmo argumento falacioso de que a energia de hidrelétrica é mais limpa do que a proveniente das termelétricas (que queimam combustíveis fósseis para gerar energia). Ambas são sujas e poluentes, com o diferencial de que nós vemos a fumaça de uma e de outra não. As hidrelétricas poluem e destróem mais que a maioria.
O professor segue sua argumentação:
"(...)
A idéia da construção de hidrelétricas na Amazônia como alternativa às termelétricas e como forma de reduzir a emissão de gases do efeito estufa é outro equívoco da ex-ministra. É mais fácil visualizar os gases expelidos pela combustão de carvão ou derivados de petróleo, mas o apodrecimento da matéria orgânica causado pelas grandes inundações das barragens gera gases muito mais danosos para o aquecimento global.
Estudos do professor Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, e de outros cientistas respeitados de todo o mundo, mostram, por exemplo, que as hidrelétricas na Amazônia podem chegar a contribuir tanto ou mais para o efeito estufa do que termelétricas de potência equivalente. Tendo conhecimento de que o gás metano, oriundo em abundância do tipo de putrefação causado pelos lagos artificiais, contribui bem mais para o efeito estufa do que dióxido de carbono, Marina Silva não poderia propalar a mentira maior dos barrageiros, de que a energia oriunda da hidroeletricidade seria "limpa". "
Estudos do professor Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, e de outros cientistas respeitados de todo o mundo, mostram, por exemplo, que as hidrelétricas na Amazônia podem chegar a contribuir tanto ou mais para o efeito estufa do que termelétricas de potência equivalente. Tendo conhecimento de que o gás metano, oriundo em abundância do tipo de putrefação causado pelos lagos artificiais, contribui bem mais para o efeito estufa do que dióxido de carbono, Marina Silva não poderia propalar a mentira maior dos barrageiros, de que a energia oriunda da hidroeletricidade seria "limpa". "
Não há como acreditar que algum dirigente político, um honesto militante socialista, parafraseando nossa presidenta Heloísa Helena (ex-senadora e atual vereadora de Maceió/AL -PSOL), feche os olhos para todo esse crime.
Belo Monte tem as cifras da morte. O PSOL não pode se colocar ao lado de um prjeto que vai destruir desgraçadamente no atacado. É pertinente que Marina Silva, que Zequinha Sarney, que o burocrata Zé Carlos, que Lula, Dilma Roussef, Fernando Henrique Cardoso, Serra, Ana Júlia, Paulo Rocha e Jáder Barbalho defendam as hidrelátricas. Nenhum desses senhores tem o nome limpo. Todos estão envolvidos nos esquemas mais sórdidos, funestos e aviltantes da história de nossa republiqueta de bananas. O Sarney, há quarenta anos!, desde a ditadura militar domina com seu grupo de oligarquas e esclavagistas a Eletrobrás (quem é o ministro de Minas e Energia? A múmia e ex-senador pelo PFL e atualmente no PMDB, Edson Lobão. Histórico aliado de Sarney no MA).
A mesma coisa é na Eletronorte, comandada há séculos pelo arque corrupto Jáder Barbalho. É normal que todos esses homens e algumas mulheres defendam as hidrelétricas. Esse são sócios dos corruptores nesse processo. Tal qual o mensalão mineiro do PSDB, o mensalão do PT e agora o mensalão do Demo de Arruda no Distrito Federal. O que move corruptos e corruptores é a divisão dos recursos que deveriam ser públicos e tratados com seriedade. Eles são sócios dos burgueses no assalto ao estado. Por isso é normal que eles estajam com Andrade Gutiérrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, etc. Eles querem o mensalão dos 30 BILHÕES DE REAIS (valor orçado para Belo Monstro). Esses todos estão envolvidos em mensalão. Nada justificar querermos apoiar ou suscitar possibilidade de apoio à uma figura que esteja ao lado desses senhores.
Marina Silva não está do lado daqui, ao lado dos trabalhadores. Por tudo que ela representou no ministeriado, por tudo que ela representa no senado. Marina defende a agricultura de negócios, para quem vendeu 5% dos nossos rios. Marina está ao lado dos que não tem nenhum pudor ou respeito à vida. Pois as hidrelétricas matam. Matam tudo! E matam no atacado.
É o tamanho da crueldade e da ganância do capital. Já vimos na história que essas mesmas empresas e senhores não hesitam em fazê-lo.
Por isso que de nossa parte. Nós do PSOL e da esquerda consequente desse país, não podemos manchar nossas mãos e nem nossa consciência ao querer ir de encontro ao que pensamos quando resolvemos fundar o PSOL: um partido de esquerda, ao lado da vida, ao lado dos trabalhadores, ao lado da preservação do meio ambiente. A antítese do que representa hoje e ontem Marina Silva. Por isso que aqui no Pará, o PSOL com seus bravos companheiros estamos dando o coerente batalho junto a uma rede de movimentos sociais que vão desde o Comitê Dorothy, MST, MAB, SINTSEP-PA, DCE´s, etc. uma grande batalha ao lado dos povos indígenas do Xingú contra Belo Montro. Por tudo isso e muito mais, Marina não!
"Sem ainda nem mesmo ter começado oficialmente sua campanha, ao jogar a toalha para a questão de Belo Monte ela já traiu os índios e ribeirinhos que pretendia representar, e que seguem organizando- se e manifestando- se contra a barragem. Talvez não pudesse ser diferente, uma vez que, para concorrer à presidência, ela teve que se filiar ao Partido Verde, do filho de José Sarney, cujo grupo é responsável pela articulação política para viabilizar a barragem.
Como definiu o jornalista Carlos Tautz, no Blog do Noblat, Marina é uma candidata-factó ide que "terminou seu ministeriado concordando com causas que inicialmente rejeitava com veemência – como a convivência entre soja transgênica e não-transgênica, a transposição do São Francisco e as usinas no rio Madeira - e, a rigor, só ganhou a projeção que tem por ser herdeira simbólica de Chico e não por defender uma alternativa ecologicamente viável para o país em seu todo". E "como ministra do Meio Ambiente, Marina nunca admitiu o óbvio: as usinas Jirau e Santo Antônio, que estão barrando o rio Madeira (RO) - e Belo Monte, no Pará, também por analogia -, são inviáveis do ponto de vista legal e ecológico, e dispensáveis do ponto de vista energético". Eu diria mais, acho que ela traiu Chico Mendes ao dar seu nome a um instituto criado para facilitar no IBAMA o trâmite do tipo de obras que o líder seringueiro, mártir da preservação da Amazônia, condenava."
"(...) É curioso ver Marina Silva em campanha na TV falando da malária e da hepatite que quase levaram a sua vida, esquecendo-se que muitos que hoje estão saudáveis em Altamira padecerão destes mesmos males com a construção desta barragem, o que tornaria o ambiente da nossa cidade mais insalubre."(Rodolfo Salm. Marina e o Monstro, 2009.)
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