Outras 2.502 crianças ficaram feridas desde o início de ofensiva de Israel. Órgão da ONU estima que 370 mil menores precisem de ajuda.
Crianças palestinas são vistas em caminhão ao deixarem suas casas durante bombardeio israelense em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 24 de julho (Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
Os bombardeios do Exército de Israel em Gaza deixaram 392 crianças mortas e 2.502 feridas, segundo a Unicef, que calcula em 370 mil o número de menores que necessitam urgentemente de ajuda psicológica.
"A ofensiva teve um impacto catastrófico e trágico nas crianças. Se levarmos em conta o que estes números representam para a população de Gaza, é como se tivessem morrido 200 mil crianças nos Estados Unidos", afirmou Pernille Ironside, chefe da Unicef em Gaza, segundo a EFE.
Nesta terça-feira (5), Israel anunciou a retirada de suas tropas da cidade de Gaza paraposições defensivas, 15 minutos antes do cessar-fogo de 3 dias proposto pelo Egito e aceito por israelenses e as facções palestinas, incluindo o Hamas, entrar em vigor
Ironside ressaltou que não há eletricidade e que os sistemas de água potável e saneamento não funcionam, por isso o perigo de doenças transmissíveis e de diarreia -que pode ser fatal em menores de cinco anos- é iminente.
"É preciso se levar em conta o tamanho da Faixa de Gaza, são 45 quilômetros de comprimento por entre seis e 14 de largura. Não há uma só família que não tenha sido diretamente afetada por alguma perda", disse.
"A destruição é total. Usaram armamentos horríveis que provocam terríveis amputações. E isto se passou na frente dos olhos das crianças, que viram morrer seus amigos e seus pais", afirmou a funcionária.
Por isso a Unicef calcula que 370 mil crianças necessitarão ajuda psicológica para superar o trauma.
Levemos em conta que uma criança que tem sete anos já passou por três ofensivas, a de 2008-2009, a de 2012 e a de agora. Imaginem o impacto que isso pode ter tanto nas crianças menores como nas quais já entendem o que isso significa", afirmou.
Os bombardeios israelenses afetaram 142 escolas em Gaza, incluídas 89 da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), enumerou Ironside, que lembrou os ataques diretos a três colégios da ONU.
Um soldado israelense faz sinal de vitória a bordo de seu tanque perto da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza (Foto: Thomas Coex/AFP)
Cessar-fogo
Começou às 8h desta terça-feira (5) - 2h em Brasília - a trégua de três dias proposta pelo Egito e aceita por Israel e facções palestinas, incluindo o Hamas, na Faixa de Gaza, após uma intensa pressão internacional para acabar com um conflito - que em 29 dias, deixou quase 1.900 mortos no território palestino.
Começou às 8h desta terça-feira (5) - 2h em Brasília - a trégua de três dias proposta pelo Egito e aceita por Israel e facções palestinas, incluindo o Hamas, na Faixa de Gaza, após uma intensa pressão internacional para acabar com um conflito - que em 29 dias, deixou quase 1.900 mortos no território palestino.
Quinze minutos antes do início do cessar-fogo, as tropas israelenses anunciaram a saída das tropas que haviam entrado em Gaza para a operação destinada a acabar com o lançamento de foguetes do Hamas e destruir os túneis usados pelos islamitas para infiltrar-se em território israelense.
"As forças de defesa de Israel serão redistribuídas em posições defensivas fora da Faixa de Gaza. Vamos manter essas posições defensivas", disse o tenente-coronel e porta-voz do Exército Peter Lerner, segundo a France Presse.
As duas partes demonstram determinação em prosseguir com os combates quase até o momento do início do cessar-fogo, às 8h.
As sirenes soaram em Jerusalém, Tel Aviv e nas regiões central e sul de Israel para uma última salva de 16 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza. Um projétil atingiu uma casa palestina perto de Belém (Cisjordânia), sem provocar vítimas, segundo testemunhas.
A aviação israelense realizou pelo menos cinco bombardeios na Faixa de Gaza, que não provocaram mortos nem feridos, antes do início da trégua, segundo correspondentes da AFP.
Esta é a segunda trégua de 72 horas que as duas partes decidem respeitar nos últimos quatro dias. A anterior, em 1º de agosto, negociada com mediação dos Estados Unidos e da ONU, durou apenas 90 minutos e terminou com um banho de sangue.
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