quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Zenaldo envolvido em mais uma denúncia de crime eleitoral

Na última terça-feira, 03/01, a Prefeitura Municipal de Belém (PMB), através do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho/PSDB e, segundo o deputado federal Edmilson Rodrigues/PSOL, seu irmão Guto Coutinho, exoneraram de uma vez só mais de mil pessoas dos quadros da prefeitura. Todos ocupavam o chamado DAS (cargo de livre nomeação/exoneração). 

Segundo o parlamentar do PSOL, a decisão do prefeito "Não foi para poupar recursos públicos". Edmilson fez um comentário em uma postagem no Facebook do jornalista Carlos Mendes acerca dessas exonerações. Ele relata que questionou uma dirigente do PSDB acerca do fato. De acordo com Rodrigues, a explicação da tucana foi assim: "os partidos da base de apoio e os políticos com mandato que apoiaram o prefeito ainda cassado, mais os vereadores que passarão ou estão na bancada governista estão fazendo uma pressão muito grande por secretarias ou cargos na prefeitura. Alguns, inclusive, chantageando com ameaça de ir para a oposição se não tiverem seus pleitos atendidos". 

Ou seja, seria mais um caso de troca de favores e do já manjado toma lá, dá cá. Em troca de apoio, prefeituras, governos e parlamentares conseguem empregos temporários ou distribuem benefícios como o Cheque Moradia (estadual e municipal) para cabos eleitorais. O fato é que o pleito passou e rearranjos necessitam ser tomados, como bem expôs Rodrigues em seu comentário. Segundo ele, "ninguém reconhece que já tem seus apadrinhados na estrutura da prefeitura. Por isso, o prefeito Guto, digo Zenaldo decidiu exonerar a fim de que apareçam os "pais das crianças" e ele possa fatiar a prefeitura entre os que não têm ou não querem manter seus traquinos nos antigos cargos." 

A coisa é muito grave e demonstra a podridão do nosso sistema político. Talvez por isso, a maioria da população tenha se abstido, votado nulo ou branco no último pleito eleitoral. As pessoas já estão enojadas com tanta podridão e não se sentem mais representadas por esses velhos políticos. 

Fica simples perceber porque tanto o governo do estado, como prefeituras e demais órgãos da administração direta e indireta não fazem concursos públicos. A justificativa deles é de que não há recursos para a realização do certame, mas só neste início de ano vários órgãos do estado, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e a Universidade do Estado do Pará (UEPA) abriram Processo Seletivo Simplificado de Contratação Temporária para centenas de cargos. 

Um verdadeiro crime contra a moralidade pública, contra o erário do estado e a dignidade das pessoas, as quais são obrigadas a se sujeitar a uma relação clientelista, paternalista, coronelista, conservadora e de trabalho precarizado. Como é o caso dos recentes distratados da PMB. Edmilson Rodrigues diz ainda que “Muitos, certamente, não retornarão aos cargos, apesar do bronzeamento e das muitas roupas molhadas pelas chuvas durante a campanha, quando lhes era afirmado que os que não fossem fazer bandeiradas nas ruas seriam exonerados”. 

Profissão perigo

Dentre os exonerados da Prefeitura Municipal de Belém, fato curioso e surpreendente: aparece na lista (abaixo) o nome da atriz Marília Carla Araújo (foto). A mesma que aparecia na propaganda de rádio e TV de Zenaldo nas eleições de 2016, que falava com jeitão paraense e geralmente atacava o principal adversário do tucano. Isso tudo segundo denúncias que estão rolando nas redes sociais. 

Caso se confirme o fato, trata-se de flagrante crime eleitoral, o que exige do Ministério Público Eleitoral do Estado uma resposta contundente. Esperamos que a justiça eleitoral e o próprio MPE in vestigue essa farra com recursos públicos, ponha um ponto final nessas contratações imorais através de processo seletivo e se exija concurso público para acabar de uma vez por todas com essa farra e o clientelismo imperante na nossa política.
Crime eleitoral? Nas redes e WhatsApp a lista corre solta.

Marília Carla Araújo aparece entre os exonerados da PMB.

Um comentário:

Unknown disse...

Vai esperando a resposta deste Ministério Público Paarense! Não há luz no fundo deste túnel!