domingo, 6 de setembro de 2009
Senado instaura processo contra ex-diretor de RH
Senado instaura processo contra ex-diretor de RH
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O Senado instaurou processo administrativo contra João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos da instituição, suspeito de participar de esquema de fraudes em empréstimos consignados firmados com a Casa.
Em portaria publicada no boletim administrativo do Senado, o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), afirma que o processo deve resultar na quebra dos sigilos bancário, fiscal e financeiro do servidor para que sejam levantadas provas do suposto esquema.
O processo pode resultar em punições como demissão e perda da aposentadoria.
Uma comissão de sindicância investigou a participação de Zoghbi no suposto esquema e encontrou indícios de irregularidades cometidas pelo ex-diretor no lançamento de informações no sistema de dados da Casa.
O advogado de Zoghbi, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que o processo tem como objetivo "desviar o foco" das denúncias que atingem a cúpula do Senado. Para ele, o processo não se justifica porque Zoghbi já foi denunciado pela Polícia do Senado e é alvo de investigação pela Polícia Federal.
Vanguardas e atrasos
BRASÍLIA - Talvez seja cedo para decretar a débâcle de José Sarney ou sentenciar que o ex-presidente da República cometeu um erro ao reassumir a direção do Senado.
É verdade que a Casa vive momento de total descrédito, colhida por uma avalanche sem precedentes de denúncias -de nomeações secretas a servidores fantasmas, de mansões ocultas a aviões fretados.
É igualmente verdade que Sarney está afundado até o pescoço nos escândalos. A cada semana, precisa repetir um "eu não sabia". Já teve de pedir desculpas, divulgar seu contracheque e devolver dinheiro.
Mas é verdade, também, que, graças à vitória de Sarney em fevereiro, o chamado "PMDB do Senado" voltou a capturar a atenção de Lula. O Planalto, que costuma desdenhar do Legislativo, não poderá ignorar o grupo que terá o controle da CPI da Petrobras, ameaça potencial à candidatura de Dilma Rousseff.
Assim como é verdade que, da privilegiada posição no Congresso, o ex-presidente pôde zelar por sua rede de influências no setor de energia. Uma lei foi aprovada para permitir à Eletrobrás fazer compras a toque de caixa. O sarneyzista Edison Lobão é o ministro envolvido na regulação do pré-sal.
É verdade, ainda, que a PF ficou mais "republicana" e diminuiu a publicidade dos inquéritos que investigam obras nos Estados em que o clã Sarney atua (Operação Navalha) e transações financeiras de empresas da família (Boi Barrica). Por fim, é verdade que, desde fevereiro, o TSE julgou três governadores e beneficiou o PMDB nos três casos. Derrotada nas urnas, Roseana levou o Maranhão no tapetão.
Como se vê, Sarney segue ocupado com o exercício do poder. É isso que o move, não os aplausos -nunca os recebeu, nem pela transição para a Nova República. Será uma surpresa se entregar os pontos porque a "biografia foi manchada" pelos vícios do Senado. É mais provável que a apoplexia dos últimos dias seja o preparo do contra-ataque.
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Um comentário:
Fico satisfeito com o histórico, quase perfeito em seus detalhes técnicos e políticos; malgrado a omissão de meu nome como advogado e impetrante (PRO BONO) do habeas corpus que possibilitou que o rumoroso processo então em curso na justiça federal de Belém-PA, fosse definitivamente trancado em Brasília-DF, liberando os dois líderes indígenas, mais o cientista Dr. Darrel E. Posey. Grato, Dr. Henrique Mello, OAB-SP n. 67.245.
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