Por Eduardo Sterzi
Você aí que está pensando ou dizendo que o primeiro morto nas
manifestações foi o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade: você é muito
mal informado.
Antes morreram, pelo menos:
1. a gari Cleonice Vieira de Moraes, em Belém (PA), vítima do gás lacrimogêneo lançado pela Guarda Municipal de Belém;
2. 13 mortos na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré (RJ) - neste
caso, a imprensa sequer se deu ao trabalho de informar todos os nomes;
3. o estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, em Ribeirão Preto (SP),
atropelado por um carro que furou um bloqueio de manifestantes;
4. Valdinete Rodrigues Pereira e Maria Aparecida, atropeladas em
protesto na BR-251, no distrito de Campos Lindos, em Cristalina (GO);
5. Douglas Henrique de Oliveira, de 21 anos, que caiu do viaduto José
Alencar, em Belo Horizonte (MG), por ter sido acuado pela polícia
militar. Luiz Felipe Aniceto, que saiu do mesmo viaduto, ficou um mês em
coma e também acabou morrendo. No mesmo dia, depois de um toque de
recolher ilegal, o morador de rua Luiz Estrela foi espancado até a
morte.
6. o marceneiro Igor Oliveira da Silva, de 16 anos,
atropelado por um caminhão que fugia de uma manifestação, numa ciclovia
próxima à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá (SP);
7. Paulo Patrick, de 14 anos, atropelado por um táxi durante manifestação em Teresina (PI);
8. Fernando da Silva Cândido, ator, por inalação de gás lançado pela polícia, no Rio de Janeiro.
9. o senhor que foi atropelado por um ônibus, ao tentar fugir da
polícia, na mesma manifestação em que o cinegrafista Santiago foi
atingido - sobre esta outra vítima, nenhuma linha na imprensa.
Chamava-se Tasman Amaral Accioly e era vendedor ambulante.
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