Do blog Língua Ferina
O diretor Jamem Cameron (com boné do MAB) e a atriz Sigourney Weaver entre indígenas e atingidos por barragens hoje em Brasília, em marcha contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
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Do UOL Notícias:
Manifestantes protestam em Brasília contra hidrelétrica de Belo Monte
12/04/2010 - 12h48
Centenas de manifestantes se concentraram hoje de manhã na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra os planos do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva de construir a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, coração da Amazônia.
O Governo Federal pretende construir a represa de Belo Monte no município de Altamira (Pará), cuja geração de energia terá uma potência de 11.233 megawatts. Ela será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da usina de Três Gargantas (China) e da Itaipu Binacional (Brasil-Paraguai).
Índios e diversos movimentos sociais denunciaram, no entanto, que a obra causará um dano irreparável ao ecossistema da região e arruinará a forma de vida de milhares de habitantes locais. Para pressionar o Governo a frear o projeto, cerca de 1,5 mil de manifestantes - entre índios, ambientalistas e membros de ONGs - se concentraram hoje desde cedo na Esplanada dos Ministérios para protestarem.
"No Xingu há miséria hoje e haverá mais miséria com Belo Monte", assinalava um cartaz dos manifestantes. Um dos participantes, com microfone na mão, acusava o Governo de querer "destruir o meio ambiente", mas destacava que "o povo está aqui para defendê-lo".
Os organizadores esperam que mais tarde se somem ao protesto o diretor de cinema canadense James Cameron, a atriz Sigourney Weaver e outros membros da equipe do filme "Avatar", que apóiam a causa ambiental.
Cameron, que deve dar hoje uma entrevista coletiva em Brasília, visitou no final de março a região onde será construída a represa e se reuniu com membros de várias tribos, assim como com o bispo da Prelazia do Xingu, Erwin Krautler, que também se opõe à hidrelétrica.
Após essa visita, Cameron pediu ao Governo Lula que reconsidere a decisão de construir a hidrelétrica por causa do impacto negativo que a inundação de terras para a represa provocará a vários povos indígenas da Amazônia.
A obra exigirá investimentos de aproximadamente US$ 10,6 bilhões. Está previsto que no próximo dia 20 sejam abertos os envelopes com as ofertas para sua licitação.
Os índios ameaçaram provocar um "banho de sangue" caso os tratores entrem em suas terras. O Ministério Público Federal pediu a anulação a licença ambiental concedida à hidrelétrica.
O Governo esperava que vários consórcios se inscrevessem para a licitação, mas apenas um manifestou interesse em participar da obra. Esse consórcio é formado pelas empresas Vale, Votorantim Energia, Andrade Gutiérrez e Neoenergia.
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