sexta-feira, 19 de abril de 2013

Belo Monte: trabalhadores contra a repressão

conlutas
Uma comissão com mais de 90 trabalhadores vinda do Sítio de Belo Monte realizou uma passeata no centro de Belém (PA), nesta segunda (15), e denunciou a ação repressora do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) e do governo que, a pedido da empresa enviou a Força Nacional para o canteiro de obras. A marcha contou com o apoio de sindicatos da região, da central sindical CSP-Conlutas e da população.

Protestos com o mesmo objetivo também foram realizados no domingo.
Com faixas e cartazes escritos “CCBM será que voltamos à ditadura militar?”, “Governo Dilma, que papelão, a CCBM tem dinheiro e os operários escravidão”, os trabalhadores chamaram atenção dos paraenses e denunciaram a ação repressora da empresa e do governo que até o momento não os receberam para negociar.

Em busca de negociação, operários acionam órgãos do governo do Pará – Na manhã desta segunda, cerca de 90 trabalhadores, organizados pela CSP-Conlutas, lotaram a Câmara dos Vereadores de Belém para onde também levaram suas denúncias. Na sessão, o vereador Cleber Rabelo (PSTU) apresentou ao plenário as reivindicações da greve.

À tarde, os operários se concentraram na sede no Ministério Público do Pará em busca de uma audiência com a Procuradoria.

Após essa audiência estava prevista uma reunião com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Pará que também receberá denúncias dos trabalhadores. A instituição buscará meios de acionar o CCBM para tentar negociar a pauta de reivindicações da greve.
A Presidência do Tribunal Regional do Trabalho e o Ministério Público Federal também estão na agenda de reunião desses trabalhadores.

“Vamos acionar todos os órgãos públicos necessários, até que os trabalhadores sejam recebidos para negociar. O peão não quer militares em seu local de trabalho, quer o direito de poder se manifestar e fazer greve por melhores condições de trabalho sem que para isso tenha que pagar com seu emprego”, frisou o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.

Reivindicações – Foram listados mais de 35 itens de reivindicações e entregues ao departamento de relações sindicais do CCBM. As principais são: 40% de adicional por confinamento, baixada de 3 meses para todos, desfiliação geral do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará), fim do 5 por 1, equiparação salarial, fim do desvio de função, entre outros.

Além disso, denunciam a repressão do Consórcio contra os trabalhadores e são contra presença de militares dentro do canteiro.

Protestam contra as demissões em massa e lutam pelo direito de poderem negociar enquanto comissão de trabalhadores, pois não reconhecem o Sintrapav como seu sindicato.
Os operários permanecerão na cidade, tendo em vista a expectativa de que ocorram negociações da greve que acontece desde 5 de abril.

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