quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"Não tenho nem onde cagar", dispara moradora que teve casa alagada

A 1ª edição do Jornal Liberal deste dia 13 de fevereiro de 2013 ficará marcada por uma frase dita por uma entrevistada ao vivo (veja vídeo abaixo), que de tão natural que saiu, nos faz refletir sobre a gravidade do caos em que vive, permitam a redundância, a esmagadora maioria da população de Belém. 

Ao abordar uma senhora no bairro do Jurunas, um dos mais populosos da capital paraense, a qual perdeu todos os móveis, devido a quase completa ausência de saneamento básico e rede de esgotos, visivelmente abalada e castigada pelo abandono do poder público, ela dispara à repórter: "hoje eu não tenho nem onde cagar". 

É o tipo de coisa que geralmente está em primeiro lugar no quadro Top Five do Programa CQC da TV Bandeirantes, mas infelizmente, por mais hilária que a situação possa parecer, nela só há motivos para se lamentar e chorar. Foram as palavras de uma mulher cansada de tanto sofrimento, que já chegara à velhice, no entanto, não consegue ter um minuto de paz, pois basta uma chuva mais forte no meio da madrugada, para a todos pegar de surpresa, e em fração de minutos, destruir com tudo que a pessoa conseguiu construir em uma vida de intenso trabalho.

Lamentável e revoltante, principalmente porque o prefeito do PSDB Zenaldo Coutinho, que gahou as eleições tendo como mote de campanha "Os três S do Saneamento, Saúde e Segurança" demonstrou que, como bom tucano que é, era apenas propaganda enganosa. Até aqui não demonstrou ao que veio. Pior: teve a desfaçatez de, em entrevista coletiva no mesmo dia 13, dizer que não é "mágico". O FHC, guru mor de seu partido, pelo menos foi mais sincero, e digamos, mais original certa feita quando disse: "Esqueçam o que eu escrevi".

Por fazer estelionato eleitoral, o atual prefeito de Belém merecia estar na cadeia para ele sentir não o que a senhora da entrevista está sentindo, mas algo parecido: na prisão ele ía ver o que é ter que cagar em péssimas condições.


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