segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ativistas dos direitos humanos voltam a protestar contra Belo Monte

Belo Monte de violência, exploração sexual e tráfico de pessoas. Foto: Marcus Benedito/Além da Frase
O prédio de recrutamento do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), em Belém (PA), amanheceu, na última quinta-feira (21), com dezenas de pessoas à sua porta, mas não a se candidatar a emprego no grupo que se dedica às obras da usina hidrelétrica no Xingu. 

O tráfico humano recentemente divulgado pela imprensa, após fuga de adolescente de uma boate na região, foi um dos principais motivos que reuniu dezenas de ativistas ligados a movimentos sociais, sindicais e estudantis; a organizações não-governamentais e pastorais. O ato público ocorreu logo após a divulgação de uma série de notas de repúdio à exploração sexual, um dos problemas que se exacerbou com o início das obras da usina. 

A manifestação foi encerrada com a formação de uma comissão de ativistas, que protocolaram petição no Ministério Público Federal (MPF), destacando três pedidos: a instauração de inquérito civil público para apurar as violações de direitos humanos na Usina hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu/Pa – tráfico e trabalho escravo para fins de exploração sexual; a federalização do processo que apura tráfico e trabalho escravo para fins de exploração sexual na Usina hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu/Pa, para fins de responsabilização civil; e responsabilização criminal e responsabilização civil de agentes públicos e empresas que permitiram mais os crimes.

O documento impetrado pela SDDH e assinado pelas entidades foi entregue em audiência com o promotor Alan Rogério Mansur Silva. Na ocasião, o presidente da SDDH reiterou que há uma rede antiga de exploração sexual na cidade de Altamira e que a SDDH vem acompanhando o processo desde a denúncia feita em 2006, mas que se encontra atravancada pela própria Justiça.

O aumento do tráfico e escravidão de pessoas para fins de exploração sexual na região, reiteraram os ativistas, é apenas um dos reflexos de como vem se dando a instalação de grandes projetos na Amazônia brasileira, quando nem mesmo as condicionantes estabelecidas para a construção das obras têm sido cumpridas, o que seria o mínimo para diminuir os drásticos impactos sobre a população local.

Fonte: http://sddh.org.br/?p=1033

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